terça-feira, novembro 05, 2013

Hoje fariam aniversário Roy Rogers, Vivien Leigh e o escritor e político brasileiro Rui Barbosa



segunda-feira, novembro 04, 2013

O primeiro helicóptero que apareceu em Porto Alegre: 1947


Por um desses acasos do trabalho de pesquisador, descobri exatamente quando pousou em Porto Alegre o primeiro helicóptero, "um espetáculo inédito para a cidade", conforme noticiou o Correio do Povo. Foi no dia 8 de novembro de 1947, um sábado, quando o aparelho da norte-americana Bell Aircraft fez uma demonstração para os porto-alegrenses. No dia seguinte, domingo, repetiu a cena no Parque Farroupilha (Redenção), à vista de populares.
O helicóptero - que era uma novidade recente, e nem sequer fora usado na recente guerra mundial que acabara dois anos antes - vinha de Buenos Aires e seguia para o Rio de Janeiro. O espetáculo foi patrocinado pela Varig e teve até a presença do então governador Valter Jobim.

domingo, novembro 03, 2013

O crime chocante de Charles Manson, o psicopata que matou Sharon Tate


Foi pior e muito, muito mais assustador do que as principais cenas de "O Bebê de Rosemary", filme de Roman Polanski que fez (e faz) um tremendo sucesso no final dos anos sessenta. Assassinada a facadas, pendurada no teto, a atriz e mulher do diretor Polanski foi uma das cinco vítimas de um psicopata chamado Charles Manson (foto) e de sua "família" - na realidade uma seita satânica formada por jovens desajustados, "hippies" do mal, todos na faixa dos vinte e poucos anos, e que viam em Manson o seu profeta e guru, obedecendo-o cegamente.

Na noite de 8 para 9 de agosto de 1969, na cidade de Los Angeles, Califórnia, um grupo de cinco discípulos de CM penetrou na mansão de Polanski (que estava viajando) e Tate, no elegante bairro de Bel Air, e consumou um dos mais chocantes e rumorosos crimes dos anos sessenta. Vestidos com roupas pretas e capuzes, os assassinos (dois rapazes e três moças) cortaram os fios de eletricidade e do telefone e deram início à matança. À exceção de um, que estava armado com um revólver calibre .22, os demais portavam facas. Sharon, 26 anos, teria implorado pela vida de seu filho, pois estava nos dias finais da gravidez de um bebê que se chamaria Paul. Suas súplicas, no entanto, foram inúteis. Os assassinos penduram o corpo da atriz em uma viga no teto, ao lado do de um outro amigo seu, e depois escreveram à sangue, na porta da casa, a palavra "pigs" (porcos).

O crime - chocante, por si mesmo - atraiu a atenção da imprensa internacional por envolver uma jovem, bela e promissora atriz e seu marido, Polanski, que recentemente havia lançado o estrondoso sucesso "O Bebê de Rosemary", com Mia Farrow - a história de uma seita satânica que se apossa de um bebê, considerado o filho do Diabo.Ouvido por uma emissora de TV, o escritor Truman Capote - também recente sucesso com o seu romance de não-ficção "A Sangue Frio" - era da opinião de que havia um só assassino, provavelmente um maníaco sexual.Na verdade, errou feio, embora a polícia, nos primeiros meses, também não conseguisse chegar a resultados palpáveis.Nesse meio tempo, o pai de Sharon visitava acampamentos hippies, fingindo-se de um deles. Nesse mundo à parte, corria à boca pequena a história do crime; todos sabiam que aquilo fora praticado pela seita de Manson, que vivia em um rancho localizado em um vale próximo a Goler Canyon, arredores de Los Angels. Foi dessa comunidade satânica de mais de 20 pessoas - a "família" - que saíram os assassinos àquela noite.Manson, nascido em 11 de novembro de 1934, o líder da seita, tinha uma biografia apropriada para um psicopata: sua mãe foi abandonada pelo pai aos 16 anos de idade, quando estava grávida. Criado por uma avó materna, a princípio, depois por um casal de tios que não o suportava, acabou em reformatórios do Governo. Místico, racista, tinha poder absoluto sobre a seita. Condenado à morte um ano depois, teve sua pena permutada por prisão perpétua.


Hoje aniversariam Charles Bronson (1921-2003), Eike Batista (nas. 1956) e Luciana Gimenez (43 anos).

sábado, novembro 02, 2013

Drummond, o poeta que morreu de desgosto

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?Teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança. As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios provam apenas que a vida prossegue e nem todos se libertaram ainda. Alguns, achando bárbaro o espetáculo prefeririam (os delicados) morrer.Chegou um tempo em que não adianta morrer. Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.A vida apenas, sem mistificação.
Carlos Drummond e Andrade
Já se vão mais de 20 anos que Carlos Drummond de Andrade morreu. Para muitos, o maior poeta brasileiro de todos os tempos, Drummond - pouca gente lembra - faleceu 12 dias depois da morte da sua filha, Maria Julieta.

E, conta-se, morreu de desgosto, de falta de vontade de viver, aos 84 anos de idade, às 8h 45 minutos do dia 17 de agosto de 1987, uma segunda-feira, no Rio de Janeiro, onde morava havia muito tempo. Sepultado sem orações ou discursos - como pediu, já que era ateu (ou agnóstico, como queiram), Drummond estava internado no hospital, vítima de dores no peito. Cardíaco, já havia sofrido infartos anteriores. Foi sepultado no cemitério São João Batista, na presença de quase mil pessoas - entre eles o presidente em exercício, Ulysses Guimarães - Sarney estava no exterior.
Sua única filha - de quem era não só pai, como o maior amigo ("eles se entendiam só pelo olhar", disse um amigo) - não havia resistido a um câncer generalizado. No enterro, o poeta confidenciou a um amigo: "Não tenho mais futuro, acabou tudo para mim". Doze dias depois, ele se deixou levar. Coisas que acontecem.
LIXO COMO PRESENTE - Homem fechado, reservado, arredio, tímido, meticuloso como todo bom mineiro, Drummond - nascido em Itabira, em 31 de outubro de 1902, em uma família de fazendeiros - publicou 30 livros de poesia (mais os de crônicas), dos quais foram vendidos mais de 500 mil exemplares. Mas não gostava de teorizar sobre poesia (coisa muito comum entre outros poetas) e preferia que o chamassem de jornalista. Expulso do colégio, em Belo Horizonte, aos 19 anos - por "insubordinação mental" - formou-se em Farmácia ("porque era o curso mais curto"), profissão a qual jamais exerceu.

Foi, sim, professor de Geografia e Português, jornalista e funcionário público - por sinal muito exigente. Aos 23 anos casou-se com Maria Dolores - e com ela viveu até o final da vida.
COMUNISTA - Carlos Drummond trabalhou no Ministério da Educação durante a ditadura Vargas, a convite do seu amigo Gustavo Capanema, mas - lá pelos anos quarenta, em especial durante a Segunda Grande Guerra - alinhou-se ao Partido Comunista Brasileiro, o velho PCB, na luta contra o fascismo. Chegou, a convite de Luis Carlos Prestes, a dirigir o jornal do partido - o Tribuna Popular - mas, por incompatibilidade, demitiu-se três meses depois de assumir, por não suportar a ortodoxia comunista e stalinista. Mais tarde, explicou: "O que eu escrevia não saía, e o que saía eu não entendia nada".
Nos anos quarenta, durante a Guerra, compôs poemas bem esquerdistas, até de louvor ao staninismo - num deles saúda a resistência de Stalingrado (hoje com outro nome) aos invasores nazistas.

Em 1964, já bem decepcionado com a política, com a esquerda e a politicagem, apoiou o Golpe Militar - dois meses depois já estava novamente decepcionado e enojado com aquilo tudo.
Muito abalado com a morte da filha (teve um filho antes, que morreu poucos meses depois do nascimento), ainda mantinha seus hábitos impecáveis e ordeiros, como o de acordar às 7 horas da manhã e dormir tarde, e o de arrumar as cestas de lixo com tal minúcia que "pareciam presentes de Natal", ou "embrulho de presente". Telefonava seguidamente aos amigos, para saber como estavam e dava lá seus palpites e conselhos.
Cético, bom mineiro, Drummon teve outro grande mérito: já reconhecido com o maior poeta brasileiro - aquele que fazia poesia simples, sem firulas, quase na linguagem do povo - recusou-se a se candidatar à Academia Brasileira de Letras (Moacir Scliar também disse isso nos anos 70, depois quis ser "imortal" e hoje participa dos glamourosos chás da "Casa de Machado de Assis").
Hoje Monica Iozzi, atriz e jornalista, completa 32 anos