quarta-feira, janeiro 07, 2009

Palestra gratuita sobre obesidade nesta sexta

A equipe multidisciplinar do Centro da Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS abre o seu ciclo de palestras em 2009, com o tema Tratamento Cirúrgico da Obesidade, no dia 09/01, a partir das 18h, no Anfiteatro Irmão José Otão, localizado no segundo andar, do Hospital São Lucas da PUCRS.
O encontro proporciona esclarecimentos e interação com os cirurgiões, endocrinologistas, nutricionistas, psicóloga, nefrologista, psiquiatra e gastroenterologista da equipe coordenada pelos médicos Cláudio Mottin e Giuseppe Repetto. Na ocasião, pacientes, familiares e interessados esclarecem dúvidas sobre distúrbios e doenças ligadas à obesidade, além de apontar a prevenção e o tratamento mais adequado. Após essas breves “aulas”, é aberto espaço para as perguntas aos membros da equipe. "Acreditamos que esse momento é o ponto chave da reunião, pois cada paciente “relata sua experiência “ e os profissionais estão à disposição para orientar e ensiná-los como lidar no pré e pós-cirúrgico ", explica.

Serviço
Palestra gratuita: "Tratamento da Obesidade"Data: 09/01/2009 (sexta-feira)

Horário: 18 horas

Público-alvo: operados, não-operados e demais interessados

Local: Auditório do HSL - 2º pavimento – Av. Ipiranga, 6.690

Evento Gratuito: Informações e Inscrições: (51) (51) 3336-0890/3320-5002

terça-feira, janeiro 06, 2009

Um dos prédios mais antigos do Botânico

Este é um dos prédios mais antigos do Jardim Botânico, na Salvador França, esquina com Jacob Vontobel. A propósito: lembram da fábrica da Mu-Mu, na avenida Ipiranga?

Oficineiros tem até o dia 23 para se inscrever

No ano passado foram mais de 90 oficinas.Até o dia 23, estão abertas as inscrições gratuitas para os oficineiros que desejam participar do programa de Descentralização da Secretaria Municipal da Cultura. Os interessados devem se dirigir à Usina do Gasômetro (Avenida Presidente João Goulart, 551). O horário de atendimento é das 9h às 11h30 e das 14h às 17h30.
Música e teatro somam o maior número de projetos encaminhados desde 22 de dezembro. Ainda restam vagas em várias das 17 regiões do Orçamento Participativo. Ano assado, mais de 90 oficinas foram ministradas. Os novos oficineiros vão trabalhar de março a outubro.
"Estamos alertando os interessados para que não deixem a inscrição para a última hora. “Sempre falta alguma coisa, embora o edital esteja bem claro a respeito do que é necessário para participar”, informa o coordenador responsável pelas inscrições, Lutti Pereira.
Podem se inscrever pessoas físicas ou jurídicas (no caso de Inclusão Cultural), nas áreas de dança, vídeo, fotografia, música, literatura, artes plásticas, hip hop, teatro, confecção de instrumentos de percussão com materiais recicláveis, capoeira, comunicação comunitária, (rádio, jornal, fanzine), terceira idade, acessibilidade e inclusão cultural.
Seleção - A pré-seleção será realizada dia 6 de fevereiro, com publicação no Diário Oficial. A entrevista com os pré-selecionados ocorre de 23 de fevereiro a 6 de março. A divulgação do resultado final será dia 13 de março. Dia 16 de março, às 10h, na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro haverá reunião dos oficineiros com os supervisores e a coordenação do projeto.
Mais informações podem ser obtidas na Coordenação de Descentralização da Cultura, pelo telefone 3289-8114 ou e-mail descentralizacao@smc.prefpoa.com.br.
Veronezi, hoje, na Gazeta de Piracicaba (SP)

Os fatos e os aniversariantes do dia 6 de Janeiro

Hoje a atriz Cássia Kiss faz 51 anos. O ex-jogador Leonardo Astrada completa 39. E hoje, em 1913, nasceu a atriz Loretta Young (fal. 2000). Hoje morreu o bailarino Rudolf Nureyev, em 1993, e o trompetista Dizzy Gillespie, também em 1993.










6 de Janeiro é o 6º dia do ano no calendário gregoriano. Faltam 359 para acabar o ano (360 em anos bissextos) .

Eventos históricos
353 - Último ano em que é celebrado o nascimento de Jesus pelos Católicos nesta data. Passará a ser comemorado no ano seguinte no solstício de dezembro (25 de dezembro). Os ortodoxos continuam a comemorar nesta data.
1502 - Gonçalo Coelho descobre Angra dos Reis no Rio de Janeiro
1802 - Em sua expedição científica pelas Américas, Alexander von Humboldt chega a Quito.
1835 - Cabanagem: os rebeldes atacam e conquistam a cidade de Belém, assassinando o presidente Sousa Lobo e o Comandante das Armas.
1838 - Samuel Morse realiza a primeira demonstração pública do telégrafo, em Nova Jersey.
1880 - Fundação da cidade de Criciúma (SC)
1912 - Novo México torna-se o 47º estado norte-americano
1919 - Theodore Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, morreu aos 60 anos em Nova York. Ele governou o país de 1901 a 1909.
1926 - Fundação da Lufthansa- Empresa aérea estatal alemã.
1927 - Os Estados Unidos invadem a Nicarágua
1939 - Os EUA iniciam aproximação com o Brasil. O governo americano convida o chanceler brasileiro Osvaldo Aranha para uma entrevista pessoal com o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt.
1942 - A empresa aérea Pan American World Airways realiza o primeiro vôo comercial do mundo ao redor do mundo.
1950 - A Inglaterra reconheceu o governo da China Comunista, liderada por Mao-tsé Tung.
1952 - Pela primeira vez uma tirinha da turma do Snoopy, de autoria de Charles Schulz, saiu publicada em um jornal.
1963
Criação do estado do Acre-Brasil
Restabelecimento do sistema presidencialista no Brasil (v. Campanha da Legalidade e Referendo). Um plebiscito escolheu para o Brasil a volta do presidencialismo como forma de governo. Cerca de 9 milhões de pessoas votaram contra o parlamentarismo, que vigorava desde a posse de João Goulart, em 1961.
1964 - Os Rolling Stones estrearam sua primeira turnê, no interior da Inglaterra. Passaram, então, a ser a atração principal dos shows.
1987 - Caminhoneiros do porto de Santos, em São Paulo, entraram em greve. O protesto afetou 50 navios dos quais 37 tiveram de aguardar atracamento.
1988 - Maílson da Nóbrega tomou posse como quarto ministro da Fazenda do governo de José Sarney.
1999
Ocorre em Serra Leoa a invasão da capital por rebeldes da Frente Revolucionária Unida (RUF) de Foday Sankoh e seus aliados da ex-junta do tenente-coronel Johnny Paul Koroma invadem Freetown (capital) após uma guerra de assédio no interior do país.
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), decretou a moratória de seu Estado. Durante 90 dias, contados a partir de 1º de janeiro, seu governo suspendeu o pagamento de todas as dívidas.

Nascimentos
1367 - Rei Ricardo II de Inglaterra (m. 1400)
1412 - Joana d'Arc, heroína da Guerra dos Cem Anos e santa canonizada pelo Papa Bento XV (m. 1431)
1822 - Heinrich Schliemann, arqueólogo alemão, descobridor de Tróia (m. 1890)
1883 - Khalil Gibran, ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista libanês (m. 1931)
1907 - Marques Rebelo, (Edi Dias da Cruz), escritor e jornalista brasileiro, da Academia (m. 1973).
1910 - Brandão Filho, ator brasileiro (m. 1998)
1926 - Kim Dae-jung, ex-presidente sul-coreano.
1928 - Carlos Manga, ator e diretor brasileiro.
1953 - Malcolm Young, guitarrista da banda australiana AC/DC.
1958 - Cássia Kiss, atriz brasileira.
1970 - Leonardo Astrada, treinador e ex-jogador de futebol argentino.
1980 - Ander Vilariño, piloto espanhol de corridas.
1986 - Alex Turner, vocalista da banda Arctic Monkeys

Falecimentos
1852 - Louis Braille, professor e músico francês, inventor do alfabeto para cegos (n. 1809)
1876 - Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, político português (n. 1795)
1884 - Gregor Mendel, botânico austríaco (n. 1822)
1919 -Theodore Roosevelt, 26º presidente estadounidense (n. 1865)
1980 - Petrônio Portela, ex-ministro da educação brasileiro (n. 1925)
1993 - Dizzy Gillespie, trompetista, líder de orquestra, cantor e compositor de jazz americano (n. 1917)
Rudolf Nureyev, bailarino e coreógrafo russo (n. 1938)
1994 - Cláudia Magno, atriz brasileira (n. 1958)
1934)

IGP publicou hoje a lista 1 de classificados

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) publica no Diário Oficial do Estado desta terça-feira (06/01), na página 22, o Edital de nº 13/2008 contendo os resultados dos recursos referentes à prova de redação, as listas de classificação na fase 1 do concurso do IGP e a data do sorteio público de desempate dos candidatos, que obtiveram a mesma nota.
De acordo com a direção do IGP, a publicação dos resultados era prevista para esta quarta-feira (07), mas conseguiu ser antecipado para o DOE de hoje. As respostas aos recursos encaminhados pelos candidatos podem ser vistas nos respectivos processos individuais, no período de 07 a 13 de janeiro, na Divisão de Concursos Públicos da Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), na Avenida Praia de Belas, 1.595, em Porto Alegre, nos dias úteis, das 9h às 11h30min e das 13h30min às 17h.As listas com a classificação dos candidatos da fase 1 estão à disposição dos interessados nos endereços www.igp.rs.gov.br e www.fdrh.rs.gov.br e na FDRH, no mesmo endereço e horários divulgados acima. O sorteio público para desempate de candidato com a mesma nota será realizado no dia 12 de janeiro, às 10 horas, na sede da FDRH.O Edital nº 13/2008 divulga também que o Edital de Convocação para a Avaliação Psicológica será publicado no Diário Oficial do Estado na segunda quinzena de janeiro e a aplicação dos testes de avaliação psicológica está prevista para o dia 07 de fevereiro.
Informa ainda que não houve candidatos aprovados nos cargos de Perito Criminal Engenharia Mecânica (Passo Fundo), Perito Médico-Legista (São Borja), Perito Médico-Legista (Três Passos), Perito Médico-Legista (Bagé) e Perito Médico-Legista (Camaquã).
*Os mecanismos de negociação no mercado financeiro utilizados em momentos de crise mundial, como a atual, serão mostrados na palestra "Transformando a crise em oportunidade", que o Laboratório de Mercado de Capitais da PUCRS (Labmec) realiza nesta quarta-feira, 7 de janeiro. A atividade acontece das 18h às 19h na sala 705 do prédio 50, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site ,a href=http://www.labmec.com.br target=_blank>www.labmec.com.br ou pelo telefone (51) 3384-4449.
*O Centro de Inovação Microsoft-PUCRS, em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade (Proex), realiza cursos de verão no período de férias. As inscrições podem ser realizadas na Proex, na sala 201 do prédio 40, no Campus Central (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Os cursos disponíveis são os seguintes:
Programação orientada a objetos com C# Básico
Programação orientada a objetos com C# Avançado
Programação para web com ASP.NET e C#
Introdução ao Microsoft Silverlight 2.0
Windows SharePoint Services
MS-Project
Introdução ao teste unitário de software usando o VSTS
Introdução ao XNA
Programação com .NET Windows Presentation Foundation
Programação para dispositivos móveis com .NET
Informações complementares por meio do site www.pucrs.br/cursoseeventos ou pelo telefone (51) 3320-3680.
*O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da PUCRS (PPGEE) recebe inscrições, até o dia 23 de janeiro, para o curso de mestrado 2009/1. A área de concentração é "Sinais, Sistemas e Tecnologias da Informação" e as linhas de pesquisa são "Automação e Sistemas", "Telecomunicações", "Engenharia Biomédica" e "Sistemas de Computação". Interessados devem se dirigir à secretaria do PPGEE, na sala 107 do prédio 30, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Informações complementares no site www.pucrs.br/feng/ppgee e pelo telefone (51) 3320-3540.
Gilberto Perin faz a direção geral. Irá ao ar, em março, ‘Açores’, a nova série da RBS TV. O caminho de volta dos casais açorianos que vieram para o Rio Grande do Sul e fundaram Porto Alegre será apresentado em quatro programas que irão ao ar nos sábados, às 12h20. A série traz as paisagens, o sotaque, a história e a tradição do Arquipélago dos Açores.
A viagem terá a presença, entre outros, do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil, um dos descendentes dos açorianos que chegaram aqui há 237 anos. A equipe começa a gravar nesta segunda-feira, 5, em Terra de Areia, Gravataí e Porto Alegre e depois parte rumo ao Arquipélago. A direção da série é de André Costantin, as imagens de André Maciel, a coordenação de produção é de Nice Sordi e a direção geral é de Gilberto Perin. (coletiva.net)

Mostra de Dança Verão inicia amanhã, quarta

A Companhia de Dança Paulo Pinheiro, do Jardim Botânico (rua Barão do Amazonas), é uma das atrações do evento.
Dança de rua, tango, balé, dança do ventre, flamenco, dança tribal, dança contemporânea e jazz. Com a diversidade e o fascínio da produção de dança da Capital, será realizada a partir de quarta-feira, 7, a 15ª edição da tradicional Mostra de Dança Verão, que abre o circuito cultural do ano.
Até 11 de janeiro, no Teatro Renascença (Av. Érico Veríssimo, 307), o público poderá conferir mais de 40 coreografias de alguns dos melhores profissionais e grupos da cidade. A abertura e o encerramento da mostra serão realizados com a apresentação das montagens especiais: Eu me faço simples por você (7 de janeiro) e ...ou algo assim que me intrigue (11 de janeiro), do Grupo Experimental de Dança da Cidade.
Talentos - Promovido pelo Centro de Dança da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), o evento vai reunir no palco obras de consagrados profissionais e de novos talentos que vêm se destacando na cena local. Na programação estão trabalhos de Anette Lubisco, Alexandre Rittmann, Didi Pedone, Ivan Motta, Isabel Willadino, Paulo Pinheiro, Roberta Savian e Carmen Pretto, entre outros.
As apresentações ocorrem sempre às 21h. Outras informações podem ser obtidas no Centro Municipal de Dança, pelo telefone 3289-8065 ou pelo e-mail centrodedanca@smc.prefpoa.com.br.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Previmpa oferece 15 vagas em concurso público

O Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre (Previmpa) realiza concurso público e oferece 15 vagas para ensino superior, técnico e médio. As remunerações estabelecidas para carga horária semanal normal de trabalho, de 30 horas, variam de R$ 795,60 a R$ 1,3 mil. As vagas para ensino superior são para os cargos de Administrador (6), Atuário (1) e Economista (2). Ensino médio para Assistente Administrativo (3). Ensino técnico para Técnico em Contabilidade (3).
Mais informações e inscrições no site http://www.objetivas.com.br/. As taxas são R$ 35 a R$ 65 (conforme o cargo escolhido). A aplicação da prova objetiva está prevista para o dia 08 de março de 2009. As inscrições encerram-se no próximo dia 12/01/09.

Cursos gratuitos de informática com 33 vagas

O único requisito é ter pelo menos 12 anos de idade.
Começou a funcionar hoje, 5, a nova unidade do Centro de Capacitação da Procempa no Telecentro Paulo Freire da Câmara Municipal, localizado no térreo, ao lado do Memorial da casa. São 33 novas vagas para cursos gratuitos de informática, que abordam conteúdos de Introdução à Informática, Sistemas Operacionais, Pacote Office e Internet. O Centro de Capacitação Digital (CCD) funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 14h30.
As inscrições para os cursos gratuitos de informática do CCD da Câmara devem ser feitas pela Central de Atendimento, telefone (51) 3289-6391, das 8h às 18h. As informações necessárias são número do RG, endereço, telefone e data de nascimento. O único pré-requisito é possuir no mínimo 12 anos de idade.
Capacitação digital - O CCD mantém cursos gratuitos de informática nas unidades Usina do Gasômetro, Restinga, Terceira Idade - Santander Cultural, Ronaldinho Gaúcho e Procempa. De janeiro a novembro deste ano, o CCD formou 2.690 pessoas, sendo 1.105 idosos. Uma ação descentralizada da empresa forma, ainda, jovens com necessidades especiais, na Escola Elyseu Paglioli.
São capacitadas também turmas de pessoas com deficiência visual, através do software Virtual Vision, em parceria com a Fundação Bradesco e a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social (Seacis). Neste ano, foram formadas quatro pessoas com deficiência visual. As inscrições para os cursos regulares do CCD da Restinga e da Usina do Gasômetro estão permanentemente abertas e devem ser feitas pela Central de Atendimento: (51) 3289-6391, das 8h às 18h.

*A primeira tese de doutorado em Ciência da Computação da Faculdade de Informática da PUCRS (Facin) será defendida na próxima sexta-feira, dia 9 de janeiro. O trabalho, intitulado "Parallel Self-Verified Solver for Dense Linear Systems", será apresentado por Mariana Luderitz Kolberg às 15h30min na sala 517 do prédio 32, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Ele descreve uma ferramenta de resolução de sistemas lineares densos pontuais e intervalares e foi orientado por Dalcidio Moraes Cláudio e co-orientado por Luiz Gustavo Leão Fernandes. A banca avaliadora é composta pelos professores Paulo Henrique Lemelle Fernandes (Programa de Pós-Graduação em Ciências da Computação/PUCRS), Alfredo Godman Vel Lejbman (USP), Rudnei Dias da Cunha (Ufrgs).
A defesa é aberta ao público. Informações adicionais na secretaria da Facin, sala 507 do prédio 32, pelo telefone (51) 3320-3611 ou e-mail ppgcc@pucrs.br.

RBS: Ministério quer combater o "oligopólio"

Sede do Grupo RBS, na avenida Ipiranga.O Ministério Público Federal de Santa Catarina (MPF-SC) entrou com um processo para combater “o oligopólio do Grupo RBS no estado catarinense e no Rio Grande do Sul”, conforme explica o procurador da República do município de Tubarão (SC) e coordenador do inquérito, Celso Tres. No processo, é requerida a diminuição do número de emissoras da empresa no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, além da anulação da compra do jornal A Notícia, a qual motivou o processo.
Segundo informações do site Comunique-se, a ação foi proposta contra o Ministério das Comunicações (MC), que concedeu ao grupo a aquisição de várias mídias em nome de pessoas da mesma família, e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por permitir que o Grupo RBS comprasse o jornal A Notícia, além dos empresários Nelson Sirotsky e Moacir Tomazi.
“É incrível a conivência do poder público, por meio do Ministério das Comunicações. Ele tinha que fazer valer a limitação de apenas duas emissoras por Estado”, afirma Tres. Apesar de os veículos de comunicação do Grupo RBS estarem em nome de pessoas diferentes, o procurador afirma que pertencem à mesma família. O MPF-SC consentiu que a RBS e o MC se manifestassem sobre o assunto, mesmo o inquérito não permitindo direito de resposta.
“No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina são 18 emissoras de televisão, dezenas de estações de rádio e uma dezena de jornais”, diz Tres. A ação levou dois anos para ser finalizada e contou com a participação de quatro promotores de Justiça. Segundo Tres, a esperança é que até o final de 2009 haja uma sentença em 1º grau. Segundo a assessoria de imprensa da RBS, o Grupo não foi comunicado oficialmente sobre o fato. Desta forma, não vai se pronunciar a respeito. (Coletiva.net)

Rádio Guaíba investe pesado em novos estúdios


A Rádio Guaíba prepara-se para ter em 2009 um grande ano, a começar pela própria casa, que estará toda renovada. A emissora já investiu cerca de R$ 2 milhões em uma grande reforma física no segundo andar do prédio da Caldas Júnior. Tudo o que havia ali há 50 anos foi colocado abaixo, e em seu lugar estão sendo construídos novos estúdios e central técnica, a partir de um projeto de engenharia desenvolvido por uma empresa paulista ligada ao Grupo Record. O objetivo é fazer com que a Guaíba torne-se uma verdadeira rádio-conceito, servindo de modelo e espelho para emissoras de todo o mundo. Terá inclusive um avançado sistema de arquivo de vozes, que disponibilizará a qualquer cidadão a pesquisa de tudo que estiver disponível nos arquivos da emissora.
Até o final de fevereiro deverá estar concluído o news center desenvolvido especialmente dentro do conceito projetado. Entre os oito novos estúdios, pelo menos dois estarão disponíveis para emissoras de outras cidades, que a qualquer momento poderão alugá-los para transmissões exclusivas. O diretor Comercial João Müller informou que muitas emissoras do interior já manifestaram interesse em veicular programas a partir de Porto Alegre. E graças aos espaços e equipamentos das novas instalações, a Guaíba pretende tornar permanente a Oficina de Jornalismo que aplicou durante as últimas edições da Feira do Livro.
Müller disse que o novo momento da Guaíba é coroado pelo desempenho comercial em 2008, considerado excelente. O faturamento da emissora AM do Grupo Record teve um crescimento de quase 35% este ano, e deste total, 29% vêm de outras praças fora do Estado. O número não é revelado por Müller, mas o mercado estima que a receita oscile em torno de R$ 1,5 milhão por mês. (Coletiva.net)
O Grêmio Esportivo Universal marcou época no Jardim Botânico. Ainda hoje os mais antigos - e os nem tão antigos assim - lembram dele com saudade e carinho. Com dois campinhos localizados onde hoje está o Shopping Bourbon Ipiranga, o clube era democrático, eclético e papava muitos torneios pelas redondezas. Nesta foto, de 1956, o time do Universal, tendo ao centro, segurando o pavilhão, a sua madrinha, Eliane Squeff.
Alguém se identifica na foto?
Lane, em A Charge Online.

Toniolo: quem, mais antigo, não lembra dele?

Toniolo mora em Petrópolis e é policial aposentado por problemas psiquiátricos.
Uma idéia na cabeça – divulgar o seu próprio nome – e um spray na mão. Autodenominado-se o “Rei Mundial da Pichação”, Sérgio José Toniolo levou isso às últimas conseqüências e tornou-se quase uma lenda viva em Porto Alegre: quem, com mais de 30 anos, alguma vez não viu a palavra “Toniolo” escrita em algum muro, algum prédio, alguma passarela, algum monumento ou até mesmo alguma calçada ou asfalto?

CELEBRIDADE - Um rei cujo reinado não é nada recente – iniciou, mais exatamente, no final dos anos setenta e ganhou força nos anos 80, quando, de fato, se tornou uma celebridade incontestável, foi preso, ameaçado de morte, algemado, internado e até levou alguns tiros.Nada disso, naqueles anos, tirou a disposição desse homem calvo, hoje com 60 anos, escrivão de polícia aposentado, solteiro, segundo grau completo, sem filhos e morador do vizinho bairro de Petrópolis – mais exatamente na avenida Taquara, onde reside na parte baixa de um edifício. Hoje Toniolo está mais sossegado, não freqüenta mais as manchetes de jornais, não é notícia. Está, por assim dizer, apagado, ou em recesso. Talvez seja a idade, o tempo, o cansaço, a saúde. Sem reposição, seu nome, antes tão onipresente, foi se apagando dos edifícios, dos muros e vias públicas, por força do tempo, da limpeza, da chuva. É a fase do crepúsculo.Mas a lenda urbana chamada Toniolo persiste – o Pai e o Rei dos Pichadores, ou, como ele dizia, “o único pichador que não faz símbolos incompreensíveis e assina o seu próprio nome”.Louco ou não, Toniolo entrou para a História por suas próprias mãos. Literalmente. Em um tempo em que a pichação se tornou uma praga, obra de gangues sem rosto e muitas vezes violentas, de pessoas semi-alfabetizadas e toscas, Sérgio José Toniolo distingue-se por ter pertencido a uma outra espécie: inteligente, esse homem que os médicos apontaram como “esquizofrênico paranóide” (aposentou-se por força da doença), e que foi interditado e preso, julgava-se um “anarquista”. Isso, é claro, depois de ter sido impedido de se candidatar a deputado estadual pelo PMDB no início dos anos 80. Depois, em sua própria cabeça, tornou-se várias vezes candidato pelo inexistente Partido Anarquista Brasileiro – foi inclusive, em sua cabeça, candidato à Presidente da República, usando, em todas as vezes, o seu número cabalístico 1543.

"BRASILEIRO É ACOMODADO" – Segundo a Medicina, quem sofre de esquizofrenia paranóide tem, geralmente, mania de grandeza e de perseguição. As duas coisas não faltaram a Toniolo: foi, nos anos setenta, o recordista brasileiro em colaborações às seções de “Cartas do Leitor” de todos os jornais possíveis – escreveu mais de mil, sobre todos os assuntos, da sujeira das ruas, das fezes dos caos à cretinice dos políticos. E vivia fugindo da polícia e dos donos de imóveis.Quanto às pichações, garante que fez bem mais de 70 mil delas, gastando, pelos seus cálculos, mais de 100 mil reais ao longo de tantos anos, tudo do seu próprio bolso. Gastou em sprays (às vezes mais de um por noite), tintas, pincéis. Mandou fazer pandorgas com seu nome escrito para lançá-las ao ar. Defendeu o voto nulo, o anarquismo. Costumava dizer que o brasileiro é “frouxo e acomodado” – o que ele, de fato, não era: grão-mestre da autopromoção e da publicidade-artesanal-em-série-ininterrupta, apanhou, desafiou deliciosamente, experta e inocentemente o Poder com seu spray, divertiu os cidadãos da cidade e demonstrou o poder de fogo de um homem só – maluco, com certeza, mas, vá lá, incrivelmente e determinado como só estes podem ser. E divertido. Palhaço. Cavaleiro solitário. Carlitos com mania de grandeza.

ENGANANDO A BRIGADA - Matéria de reportagens e notícias em jornais, sua história foi ao ar no programa Fantástico, da Rede Globo, em 1981. Em 1984, quando Jair Soares era o Governador do Rio Grande do Sul, anunciou a todos – telefonava às redações – garantindo que iria pichar seu nome na fachada do Palácio Piratini.Feita a ameaça, a segurança foi alertada e reforçada. Não contavam eles, porém, com a astúcia do Rei Mundial da Pichação: para identificá-lo e barrá-lo, os policiais tinham apenas uma foto sua, antiga, em que aparecia ainda com cabelos. Toniolo, contudo, já era quase totalmente careca, àquelas alturas. Caminhando, saiu tranquilamente da vizinha Catedral Metropolitana e, passando pelos brigadianos, chamou-os angelicamente de “meu irmãos”. Quando se deram conta, já havia pichado a quase totalidade do seu nome (faltaram duas letras) na imponente sede do Governo do Estado. Mandado então ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, aplicou outro golpe digno dos melhores filmes de Hollywood.Conhecido dos plantonistas, disse a estes que os dois policiais civis que o escoltavam eram colegas seus, “com mania de polícia”. Desconcertados, os plantonistas foram para cima dos homens da lei – e Toniolo, sorrateiramente, fugiu pelos fundos do prédio. Mais tarde, anunciou que iria pichar o Palácio do Planalto, mas essa parada ele perdeu – foi detido dentro do ônibus que seguia para Brasília. “Mas consegui o que queria”, disse o mestre da Publicidade. “Não tenho medo de ser preso: é uma propaganda”, alardeava ele, com toda a razão.Quanto ao conteúdo do seu discurso, as suas “propostas”, bom, deixa pra lá: ele não é diferente da grande maioria dos políticos brasileiros.

CACHÊ – Toniolo sempre disse que ninguém nunca contou, verdadeiramente, a sua história, e por isso ele cobrava, mais recentemente, 10 mil reais por entrevista a qualquer veículo de comunicação e 100 mil para estrelar comerciais, onde apareceria, inclusive, com seu célebre spray. Obviamente, nenhum jornal, revista ou tevê pagou o que ele pediu e nenhuma agência o convidou para ser garoto-propaganda, nem mesmo da Casa das Tintas. Talvez tenha sido um talento não aproveitado da propaganda gaúcha.O dinheiro, que nunca veio, serviria, afirmava, para ressarci-lo das despesas com o material de pichação, desde quando iniciou na atividade para realizar a missão que, afinal, conseguiu: firmar no mercado a “marca Toniolo”. Firmar uma marca custa muito dinheiro. Quanto vale a marca Toniolo? Rei da publicidade artesanal, Dom Quixote, da idéia na cabeça e do spray na mão, Toniolo é, dizem, um homem solitário que não dá entrevistas e não permite fotos. Há quem diga que está com problemas de saúde. A pessoa que ligar para sua residência (como fez este blog) ouvirá a indefectível gravação: “Mensagem gratuita: este telefone temporariamente fora de serviço. A Brasil Telecon agradece.”Nesta campanha eleitoral que se avizinha Toniolo estará fora e não será candidato, nem mesmo pelo seu imaginário Partido Anarquista.Um dia, talvez, a lenda viva da propaganda pessoal vire tema de filme ou documentário, do tipo “Contador de Histórias”. Quem sabe. (Conselheiro X.)

Kung-Fu, arte milenar presente no Botanico

Alunos na Academia e o professor Milton (foto abaixo)
Quem quer aprender Kung-Fu, Tai Chi Chuan e Boxe Chinês tem uma boa opção no bairro: a Associação Gaúcha de Kung-Fu, academia (é uma empresa) que está há cerca de seis meses no Jardim Botânico (avenida Ipiranga, 3960, quase esquina com a rua Machado de Assis). Com cerca de 25 alunos atualmente, em local amplo (300 metros quadrados), funciona das 17 às 22 horas. O responsável é o professor Milton Fonseca (foto menor), que veio de Petrópolis - tinha academia semelhante na avenida Protásio Alves. Ele pratica Kung Fu há 27 anos e mantem outra academia, em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos."A maioria dos meus alunos é do bairro", informa ele. Com predominância de jovens (homens e mulheres), há pessoas de todas as idades - muitas delas utilizam o Kung-Fu como exercício físico e uma forma de conseguir o bem estar corporal. "O Kung-Fu pode ser praticado em todas as idades".
As mensalidades variam de R$ 80,00 (duas vezes por semana) a R$ 120,00 (três vezes por semana). O telefone é 3013-6264. Site: http://www.agkf.pro.br/
MILENAR - O Kung Fu é a mais antiga das artes marciais, originária do Templo Shaolin, na China. Possibilita ao praticante reflexos rápidos, grande coordenação motora, equilíbrio e consciência mental e física para a defesa pessoal, e se utiliza de socos, golpes com a palma das mãos, chutes e rasteiras, bem como saltos e acrobacias. Há ainda trabalho com armas tradicionais chinesas - bastão, espada, lança, etc.

Fatos e personagens do dia 5 de Janeiro

Em 1982 Marilia Pera era escolhida a melhor atriz do mundo. Em 1956 a atriz Grace Kelly anuncia o seu noivado com o Principe de Mônaco. Em 1983 Marcelo Rubens Paiva lança "Feliz Ano Velho", livro que se tornou um best-seller no Brasil. E em 1998 o Bandido da Luz Vermelha era assassinado em Santa Catarina.





Em 05 de janeiro de 1982, a brasileira Marília Pêra recebe o prêmio de melhor de atriz mundial de 1981, pelo sucesso do filme Pixote, a lei do mais fraco. O roteiro era relacionado a dois menores que fugiam de um reformatório e se associam a uma prostituta, interpretada por Marília.

1668 - É assinado o Tratado de Madrid, que estabelece a paz entre a Espanha e Portugal, pondo fim às Guerras da Restauração.
1728 - Fundação da Universidade de Havana, em Cuba.
1757 - Jean-Francois Damiens tenta assassinar Luis XV da França. Ele foi posteriormente executado por ter tentado matar o monarca.
1906 - Terremoto destrói a cidade de Masaya, no Nicarágua.
1907 - Promulgada no Brasil a Lei Adolpho Gordo, que autoriza a criação de sindicatos profissionais.
1914 - Henry Ford, da companhia automobilística Ford Motor Company, estabelece para seus funcionários um salário mínimo diário de US$ 5,00.
1919 - Fundação do Partido Nacional Socialista Alemão, ou Partido Nazista, cujo militante número 7 é Adolf Hitler.
1922 - Morre Ernest Shackleton, explorador britânico da Antártica.
1925 - Nellie Taylor Ross assume o governo do estado de Wyoming. É a primeira mulher a ser eleita governadora nos Estados Unidos.
1938 - Nasce Walter Mondale, ex-vice-presidente dos Estados Unidos.
1948 - Terroristas judeus destróem com explosivos uma ala do Hotel King David de Jerusalém. No atentado, morreram 20 pessoas.
1950 - A Grã-Bretanha rompe relações diplomáticas com a China nacionalista.
1955 - François Mitterrand, o Ministro do Interior francês, propõe a integração da Argélia à França.
1955 - É inaugurado o último trecho, de 650 quilômetros, da ferrovia amazônica que une Brasil e Bolívia.
1956 - A atriz cinematográfica Grace Kelly anuncia o seu noivado com o príncipe de Mônaco, Ranier III.
1959 - O Alasca torna-se o 49° Estado norte-americano.
1968 - Alexander Dubcek é eleito primeiro-secretário do Partido Comunista Checo. Ele impulsionou a independência de seu país.
1982 - A sociedade dos Críticos de Cinema dos Estados Unidos elege Marília Pêra, de Pixote, a melhor atriz de 1981.
1983 - Marcelo Rubens Paiva lança Feliz Ano Velho, livro que conta a história da época em que o autor ficou paraplégico.
1983 - Entra no ar a Rede Manchete de Televisão.
1985 - Nascem em um hospital de Paris os primeiros trigêmeos de proveta.
1996 - Andrei Kozyrev, Ministro das Relações Exteriores russo, renuncia. Ele era admirado no Ocidente, mas desprezado por russos comunistas.
1996 - O terrorista palestino Yahya Ayyash, morre ao falar num telefone celular que explode quando ele se identifica.
1998 - João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, famoso criminoso dos anos 60, é assassinado.
1999 - O presidente americano Bill Clinton anuncia a flexibilização da restrição comercial contra Cuba.

domingo, janeiro 04, 2009

Jardim Botânico, desconhecido para muitos











O nome do bairro é Jardim Botânico - por causa do Jardim Botânico de Porto Alegre, criado no final dos anos cinquenta e uma das áreas mais conhecidas da Capital (completou 50 anos em setembro de 2008). Porém, mesmo estando ali, muitas pessoas - talvez até a maioria - não o conhecem, não o visitaram, assim como muitos cariocas nunca foram ao Cristo Redentor. Fizemos uma pequena enquente a respeito. A pergunta é: você já foi ao Jardim Botânico? (Na foto, por ordem, em escadinha: Erci, Flávio, Sérgio, Jorge, Paulo.

Erci Lopes Gomes, 90 anos, comerciante, moradora da avenida Bento Gonçalves, Partenon (menos de dois km do Jardim Botânico).
"Não, nunca fui. Moro em Porto Alegre desde 1947 e nunca fui lá, não tenho tempo. Nem sei bem o que tem. O que tem, mesmo?"

Paulo Amarante, 36 anos, vigilante, morador do Partenon.
"Realmente, nunca fui. Passei pela frente, até senti vontade de entrar, mas pensei que aquilo era propriedade particular. A fachada não atrai. Imagino que tenha muitas variedades de plantas, e eu gosto disso. Morro no Partenon, na Bento, mas acho que aquela fachada deles não atrai. Vou muito ao Saint Hilaire. Pelo que eu sei, no Jardim Botânico só tem plantas, não tem lanchonete. Sinceramente, eu não quero ir lá só para olhar plantas. Se eu vou com a minha família, tenho que comprar lanches. Tem isso lá? No Saint Hilaire tem."

Jorge Carada, 54 anos, bancário aposentado.
"Já fui, sim. Há uns cinco anos. Já fui várias vezes. Gosto da flora. Mas não é um programa comum, para mim.

Valmor Chagas de Souza, 53 anos, comerciante, aposentado, morador do bairro Jardim Botânico.
"Só passei na rua. Moro no Botânico há 14 anos. Não fui porque não fui, não tenho tempo, trabalho muito. Nem sei o porquê. Acho também que falta divulgação, eles nos procurarem mais, a gente precisa ser estimulado".

Sérgio Schaedler, 69 anos, funcionário público aposentado, morador do JB.
"Já fui ao Jardim Botânico, faz um eito, muito tempo. Acho que as pessoas não vão por falta de hábito e também por falta de divulgação da parte deles.

Flávio Cambruzzi, 62 anos, comerciante, aposentado, morador do JB.
"Já fui. Há uns seis ou oito anos, com os filhos. Fui por causa deles, eles pediram. Achei bacana. Acho que uma lanchonete lá faz falta. Também falta uma maior divulgação. E acho que eles deveriam fazer um relacionamento maior com o bairro, com os colégios daqui."
Bessinha, hoje, em A Charge Online, e Frank, em A Notícia, de Joinville.


Henfil, cartunista que marcou toda uma geração

Hoje, em 1988, morria Henfil, o pai da Graúna e de tantos outros personagens. Nesta entrevista, publicada pela revista Caros Amigos, muitos anos depois da sua morte (e que republicamos agora), ele fala da sua infância, da ditadura, do medo da morte e de muito mais.
por Neusa Pinheiro

Neste mês, Henfil faria aniversário, nasceu em 5 de fevereiro de 1944. Morreria de Aids, como dois de seus oito irmãos, Mário e o Betinho. Hemofílicos, receberam na obrigatória transfusão a que se submetiam sangue contaminado. Um quase homicídio de cada um. Henfil morreu aos 43 anos, em 1988. Esta entrevista foi feita em 1983 por Neusa Pinheiro e ficou guardada até agora com a intelectual e socióloga paranaense. Uma entrevista confessional, instigante e,muitas vezes, arrepiante.Ano: 1983. Sertaneja pé-vermelho, bicho do Paraná, resolvi me aventurar: Sampa, o centro nervoso espasmódico desta América. Talvez quisesse me diluir, me dissolver um pouco. Saber mais sobre o desamparo. Comecei chorando sobre o viaduto do Chá, com a chuva fina. Depois fui caminhando até escorrer bem devagar pela grandeza da avenida Paulista. Mundo pequeno. Cruzei um amigo, Ademir Assunção, jornalista, poeta. Sugeriu algumas estratégias de sobrevivência. Escrever, por exemplo. Entrevistar pessoas, ora. De cara, me passou o número do telefone de Henfil. “Henfil? Mas ele mora no Rio...” “Não, não, chegou aqui há poucas semanas, saúde precária, complicações da hemofilia, tratamento no Hospital das Clínicas etc.” Eu jamais havia entrevistado alguém. E agora? Logo o Henfil... Não podia ser o telefone da Rita Lee? Ou quem sabe o do Itamar Assunção, lá na Penha. Já conhecia o “nêgo Dito”, desde Londrina, era mais acessível... Era? Bom, e a Rita... loveLee Rita, como disse a Ná. Mas Henfil, Henfil era um mago desequilibrista. Na década de 70, num Brasil repressivo, desbancava consciências com seus cartuns – tanto o aspirante a uns poucos dias de clandestinidade, com planos cinematográficos de fuga, como o mais atuante e engajado dos democratas. Tanto os normais como os patogênicos, enfim... nem o torturador mais cruel (se lesse, às escondidas, uma tira que fosse, das sacadas “henfilianas”) seria o mesmo no dia seguinte.
A partir do Nordeste (zona de refinada alquimia, onde miséria sempre se transmuta em arte), Henfil criou personagens extraordinárias para retratar, com uma riqueza e um humor sem precedentes, a história surreal de um país inteiro. Henfil. Mineiro nascido Henrique de Sousa Filho, na Vila n¼ 21 de Neves, região metropolitana de Belo Horizonte. Henrique, mesmo nome do pai, também pai do Betinho. Betinho, quase substância do sonho brasileiro, o “sociólogo esquálido”, segundo o gordo Delfim Netto; o primeiro santo ímpio brasileiro, segundo alguns amigos. Aquele que mandou às favas o academicismo estéril com a sua Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, mobilizando este bruta Brasil.Bom... Henfil. Como discar o número? Dizer não sei que lá? Certo, eu diria que na faculdade a turma da pesada reproduzia, conforme o assunto, algumas tiras da revista O Fradim, no nosso boletim, Bóia Fria. Depois, diria que, na época, revirava a imprensa alternativa em busca das charges, das histórias da Graúna, a pássara magrinha e pretinha, síntese magistral de todas as mulheres, de todos os tempos. Amava a Graúna, ela me humanizava, eu me sentia menos culpada de existir. E ria. Mas também chorava junto. Contaria ainda sobre as cartas que ele escrevia de Nova York pra mãe, dona Maria da Conceição, cartas publicadas pela imprensa daqui. Me ensinaram muito sobre o meu país, me aproximaram mais de minha própria mãe e de minhas filhas.Acabei por não dizer nada disso. Aguardei alguns dias, noites de insônia. E, num repente, liguei. Ele, ele próprio atendeu. Não sei como, nem sei de onde, fui incisiva, direta: meu nome é fulana, peguei seu telefone com beltrano e quero entrevistá-lo com tal objetivo. Alguns segundos de silêncio. Então, ouvi apenas: “Quando?” “Amanhã... (eu mal respirava)... pode ser amanhã às 9?” “Tudo bem”, ele disse. Anotei o endereço, consultei o guia. Era próximo ao HC.
O amanhã seria no dia 26 de outubro de 1983. Manhã limpa, ensolarada. Fui a pé, andando rápido, respirando forte (havia me instalado em Pinheiros, na Capote Valente). Pronto. Havia chegado. O dedo indicador mal tocou a campainha. Ele abriu a porta. Não me lembro do teor do cumprimento. Mas havia muito silêncio. Como aquelas igrejas sozinhas, perto de alguma cidade interiorana. Caminhei pé ante pé, a uma distância mínima dele, talvez um palmo aquém, sentidos a mil. Henfil ia vagaroso pelo corredor; andava com dificuldade (um tigre/quando caminha pelas pedras/vai/como pisando pétalas – o poema saiu de algum lugar dentro de mim, bem ali). Entramos num compartimento claro, sol batendo na janela. “Com licença.” (A voz dele soou como minidecreto lapidar e, num gesto simultâneo, quase imperceptível, retirou do meu rosto os óculos escuros. Até aquele momento, sem me dar conta, eu me escondia.) Imóvel, fixou o olhar no meu, um olhar percussor, operação atômica ligando fios, compondo algum novo sistema de reconhecimento. Claro, não se pode penetrar na natureza do outro sem que a nossa própria se dê a conhecer. Teoria quântica, visão mística, intuitiva... não importa. A entrevista se perdia como significante e entrava em cena uma outra dimensão, um estado inusitado de sincronismo, a certeza de um encontro com jeito de predestinação.Ele se sentou com certo desconforto, inchaço, dores fortes num dos joelhos. Mas o rosto era sereno, desarmado, os olhos já antecipando revelações. Liguei o gravador. E teve início uma estranha viagem. Henfil, o criador, o visionário, fez o retorno e veio trazendo a si mesmo. Desde quando? Me veio um sentimento imperioso de responsabilidade, como uma prova. “Atenção, e toma antes o caminho da direita, no qual está, para te ajudar, o lago da memória.” Com sua brancura quase transparente, poderoso na voz e nas palavras, Henfil me lembrou o mito de Orfeu, que, a bordo da “branca nave” (Argo), partiu em busca de uma consciência mais elevada e ampliada, passando por duras provas. Com seus companheiros (heróis e filhos de heróis, semideuses – que, numa rápida transposição, bem poderiam encarnar a nós próprios, esses argonautas, personagens da arte de Henfil), Orfeu foi à procura do Velocino de Ouro, a essência da alma. Mas esta é uma longa história. Henfil, um alquimista. No seu trabalho, o mágico e o fantástico eram aliados do real, revelações desse sentido plural da alma brasileira, que carnavaliza as próprias penas, que paga a peso de plumas o chumbo que leva. Cada movimento negado a si por conta da hemofilia, ele o forjou e modulou em figuras resplandecentes e ilimitadas, figuras completamente apaixonadas pela vida .Eu não saberia concluir o que escrevo agora. Na despedida, levei o Diário de um Cucaracha como presente. Na dedicatória, o desenho, em caneta Bic, de uma barata imensa e abusada. Voltei pra casa sem saber muito bem o que sentia. Sabia apenas que era uma vez. Uma só. E eu era outra coisa.Ao me aproximar da minha rua, ouvi uma gargalhada endoidecida e fui me aproximando. Era Teresa, uma negra imensa de voz trovejante (cantava o tempo todo) que morava ali, numas caixas de papelão. Teresa estava sentada sobre uma caixa de maçã ao lado de uma banca de revistas. Tinha nas mãos um velho Fradim e, quando cheguei perto, vi. Era a Graúna.


Como você chegou até aqui? É difícil ser Henfil?


O por que fazer, o que fiz... como aconteceu... a palavra que vem é morte, é a palavra-chave; na maioria das pessoas, a consciência da morte vem aos poucos. Tem a morte de alguém, evita-se falar de morte; para crianças, tem os simbolismos: “foi pro céu”, “vovô foi prum país muito distante”, a morte não é uma coisa presente para as crianças em geral, se bem que criança pobre tem essa consciência muito rápido. Pra mim, apesar de não ter nascido na favela, não ter nascido no Nordeste, a consciência da morte era muito precisa porque todo mundo olhava aquela criança que nascia e dizia: “Coitadinha, vai morrer, nossa, que sofrimento vem aí”. Quer dizer, mesmo que não entendesse, eu sentia a barra e a barra era: “Vai morrer por causa da hemofilia”. Naquela época, em 1944, ninguém sabia direito o que era isso nem que o nome era esse; era apenas uma criança que nascia com uma deficiência no sangue, qualquer tipo de machucado o sangue ia saindo até a pessoa morrer. O fruto disso foi que peguei uma consciência de morte, ou seja, de urgência. Viver é uma tarefa urgente porque amanhã é uma coisa que não dá pra pensar, não dá pra fazer planos, hoje é urgente, o amanhã é a morte, ontem, graças a Deus teve ontem! Claro que isso desenvolve um comportamento que nas universidades eles chamam de psicologia: de sensibilidade e de vigilância total. Andar é uma tarefa para profissionais, o mesmo preparo que o Nelson Piquet tem pra pilotar eu tinha que ter pra andar, não podia falhar. A convivência também era uma tarefa pra profissional, equivalente à de qualquer pessoa que participe de uma batalha, na guerra; então, eu tinha que saber rastejar, tinha que parar de respirar, tinha que perder meu cheiro às vezes para não me denunciar e sofrer represália e a morte. Tudo isso fazia parte de uma criança; a sensibilidade vem daí. Se na nossa sociedade a perda dos sentidos – audição, olfato, visão – é uma coisa que “não prejudica” (todo mundo perde isso em função da civilização), se a pessoa continua sua vida normalmente, adquire erudição, vive através dos livros, do cinema, da orientação de um líder, de um pai/mãe, de uma religião, pra mim isso não bastava, eu tinha que ter o controle manual nas minhas mãos e não deixar nunca no piloto automático da orientação externa, porque minha orientação era especial, logo, eu tinha que ter o meu próprio controle. Por isso eu desenvolvi uma visão maior que o normal, uma visão de índio, um olfato de índio, uma audição de índio. Vamos exemplificar melhor: se você ouve um barulho atrás de você, você simplesmente vira o rosto e olha pra constatar o que é. Eu pulo. Me coloco primeiro fora do alcance daquele barulho e depois olho. Um dia eu estava sentado na banheira, lá no Rio, fazendo a barba, quando senti o início de um chiado que prenunciava uma explosão, pulei e atrás de mim explodiu o aquecedor, que não me atingiu. Outra vez, tô dirigindo e tem uma lombada e, sem que eu perceba, jogo o carro no acostamento e atravesso a lombada no acostamento, quando chego em cima do acostamento vem vindo um ônibus na contramão... Os meus sentidos são mais desenvolvidos que o normal. Se você sai comigo de carro vai levar um susto, tomo determinadas atitudes bruscas no volante que pra você são atitudes inexplicáveis, mas logo depois você vê que alguém fez alguma coisa ali na frente que nem eu nem você vimos, mas o corpo sente, que é a coisa de precisar dar o pulo antes. Observo as pessoas, interpreto as pessoas e procuro computar todos os dados rapidíssimo, para prever o comportamento delas, porque, se houver alguma coisa agressiva, eu já tô na defesa há muito tempo, já tô fora do alcance do ataque. Então, essa é a infância, essa é a adolescência e, quando você chega a adulto e que, óbvio, não há tantas ameaças e você tem o conhecimento do teu lado e você vai trabalhar, isso tudo passa pro teu trabalho. Então, quando vou desenhar, vou criar, a minha percepção das pessoas me parece mais disciplinada que a de qualquer outro artista. Quando vou escrever é a mesma coisa, as palavras pra mim não são gratuitas, não consigo usar nenhuma palavra de forma gratuita. Estamos conversando aqui, eu vou escolhendo. É como se eu estivesse lá na frente puxando as palavras. Claro que isso vem dessa deformação de alguém que foi treinado pra andar no meio da selva e de repente anda na cidade e fica feito aquele vovô Fracolino, do Bolinha/Luluzinha, que está sempre cercado pelos índios, quer dizer, eu tô mais ou menos desse jeito. E aí, todo um trabalho, que no caso foi escrever, desenhar, fazer televisão, ele é muito é exato, é muito rápido, é muito sensitivo, é como se eu tivesse me transformado num radar; inclusive acho que não existo como a maioria das pessoas poderia dizer: “Eu sou isso, aquilo etc. e tal” – eu não sei o que é que eu sou. Nesse exato momento, por exemplo, tô tranqüilo porque há exatos dois anos atrás senti as emissões de conturbações até na área política internacional, fico detectando o que os Estados Unidos vão ou não fazer, se houve uma invasão ontem eu já sabia, já estava previsto pelas emissões que eu havia captado. E, se por um acaso o general Newton Cruz se comporta dessa ou daquela maneira no estado de emergência em Brasília, eu já captava porque já sigo as emissões do general Cruz há muitos anos. Se vem uma onda boa, eu também já estou mais ou menos preparado pra ela. Daí se explica por que a maioria das coisas que eu faço está com dez anos na frente, não na frente em termos de vanguarda, não na frente do que aconteceu, mas quase como profecia. Por exemplo, fui pros Estados Unidos entre 1973 e 1975. Senti uma série de coisas lá, todas em relação ao Brasil. Volto, dez anos depois sai Diário de um Cucaracha, um livro que está vendendo paca. Lista dos mais vendidos, primeiro lugar na lista da Veja, mas acho interessantíssimo como as pessoas só agora descobrem algo como o que está escrito no Diário que pra mim já tem dez anos, já passou. Só hoje elas estão tomando conhecimento de como nós somos tratados pelos Estados Unidos, pelas multinacionais, de como somos baratas, de como somos cucarachas, de como eles não nos respeitam. Então, hoje, qualquer brasileiro sabe o que é ser cucaracha, mas isso foi uma vivência minha anos atrás, e o livro fica atualíssimo. Outro dia me escreveu um cara, um adolescente. Tinha uns 15 anos, morava no Rio de Janeiro, logo, era um adulto, e ele lia o Fradinho, adorava, achava muito engraçado mas não entendia nada, e guardava, e hoje, dez anos depois, ele resolve ler e fala: meu Deus do Céu, tudo que falava lá agora eu tô entendendo: o que está acontecendo, inclusive a mudança de atitude das oposições no Brasil, as táticas diferentes mais abertas para uma ação, vamos dizer, dialética ou mais contraditória, mais imprevisível, as oposições hoje no Brasil não têm mais aquela previsibilidade de antigamente e o Fradinho propunha isso dez anos atrás. Foi como quando bolei um filme em 1973 em Nova York, que se chamava Deu no New York Times e que contava o papel da imprensa na criação de fatos que não existiam mas que passavam a existir porque ela publicou; e só hoje, dez anos depois, tenho condições de realizar esse filme porque os produtores estão vendo que o filme é atualíssimo. Essas campanhas que eles vão criando sobre fatos que não existem, mobilizam a opinião pública pra cantar determinada coisa que nem passava pela cabeça do povo cantar, mas aí a imprensa diz que é o que o povo está cantando e o povo passa a cantar. Então acho que qualquer outra explicação sobre por que saí por onde saí e faço o que faço da maneira que faço tem que passar por entender isto: a morte, o sentimento de urgência e a sensibilidade ultradesenvolvida para se proteger da morte.Você se salvou fazendo o que sempre quis.


E as pessoas de que você fala, as pessoas da sua geração, como estão?


Olha, cada vez mais percebo que, na realidade, eu não estava fugindo da escola, não, eu estava fugindo da idade, talvez por isso tenha tomado tantas bombas, pra ficar junto dos que estavam vindo ainda e não tinham feito nenhuma opção. Eu me sentia muito bem com 17 anos, convivendo com a turma de 11, 12 anos, não lembro de me tratarem como mais velho, era igualzinho. E hoje, por exemplo, não consigo conviver com os da minha idade, com os de 39 anos. Ou convivo com os de 70. Meu maior diálogo no momento é com Teotônio Vilela, que está com sessenta e poucos anos, mas poderíamos dar duzentos, porque de cabeça ele tem uns duzentos anos. Tem muitos amigos assim. Agora, só consigo conviver com a turma de 20, 22. Minhas relações acabam sendo fáceis mesmo com a turma entre 16 e 20 anos. Então tem um outro mistério nesse negócio: de novo tô eu na 3» série ginasial, apesar de o meu grupo já estar na universidade! Eles, pra mim, estão mortos, chego lá, nem entro na casa, já sei como é a casa dele, a relação com a mulher, com o filho, com a profissão... ficam vendo televisão como se fosse informação de alta precisão e importância, lêem jornal com cuidado como se estivessem lendo documentos egípcios, decifrando pedras como Champolion, e não percebem o ridículo das suas roupas, dos seus hábitos, das suas casas, dos seus carros, cargos. Eles me constrangem muito e me fazem adoecer. Tenho muitos amigos que eu gosto deles, eles gostam de mim, mas as nossas relações estão cortadas por essa situação. Eles ameaçam a minha saúde, fico muito constrangido. Se a Graúna, quando fica constrangida, tem desarranjo intestinal, eu fico doente também. Não com desarranjo intestinal, mas me dá dores, eu fico com artrite!A Graúna é meio sacana às vezes.


Mas a gente se apaixona por ela... a Graúna tem alguma coisa a ver com o seu lado mulher?


Não. Inclusive, outra coisa em que não embarquei foi esse negócio do lado mulher. Descobri que realmente existem homem e mulher, duas coisas, completamente distintas. Os homens que se fazem mulheres, no caso dos travestis, são bem diferentes delas, são como homens vestidos de mulher, tomam a forma de mulher mas são homens, não adianta, isso faz parte de uma coisa que a natureza nos dá a todos, mas com muita diferença. Por exemplo, esse comportamento infantil é típico do homem... é... a criancice é típica do homem. A mulher nunca foi criança, nunca será criança. Ela vem preparada pra ser algo especial no mundo, que, no caso, é uma coisa irreversível, não há nada que possa evitar isso que é o gerar filhos. Ela é mais preparada numa série de coisas. O filho do homem é a bomba atômica, é o plástico, quer dizer, ele tem que arrumar uma outra forma. Tanto que Deus, que é homem, arrumou barro pra brincar de fazer a Terra, os seres humanos, deu o sopro, aquelas coisas... Nossa Senhora não precisou fazer nada disso. Simplesmente gerou Jesus Cristo, só isso e já fez tudo. O fato de ter um filho torna a mulher um ser adulto desde que nasceu, inclusive ela está pronta pra ter o filho, as meninas desde criança são especiais, você nota. Uma menina é muito mais viva, muito mais rápida, muito mais agressiva, muito mais inteligente do que um menino. Depois, como a disparidade é muita, o que a sociedade faz através das mães, da mulher? Ela paralisa o desenvolvimento da menina. Como? Desviando pra tarefas menores, como cozinhar, lavar, varrer chão, que é uma coisa obrigatória pra qualquer menina, ou desenvolver uma outra sensibilidade, mas fora da convivência social, como balé, piano, violino, quer dizer, paralisam a menina. O menino, por outro lado, é superativado porque em geral ele é muito bobo, é muito devagar, é mais burrinho; ele não é agressivo, é chorão, é superdevagar. Então, o que fazem? Esporte pra que ele fique mais rápido porque, se deixar, o homem fica mais fraco do que a mulher. O homem não tem estrutura física nenhuma; só tem osso, mas é através do esporte que ele fica mais forte, tanto que o intelectual, aquele que não teve uma atividade física, é muito frágil, magrinho, aquela coisa desprotegida, qualquer mulher com um tapa derruba ele. Então, o homem vai desenvolvendo, através do esporte, através do jogo, através do exército, agressividade que não tem. Ele é treinado tanto, que os primeiros dias no exército são um terror pra qualquer homem, mas depois ele é condicionado. À escola, só o homem ia, só o homem tinha conhecimento, lia pra que, quando chegasse aos 30 anos, fosse igual a uma menina de 15. Tanto que, antigamente, homens de 30 se casavam com mulher de 15, porque, se casassem com mulher de 30, eles estavam esmagados. Quando eles chegavam nos 50 anos, a mulher estava chegando nos 30, e eles estavam iguais, o homem era capaz de perceber. É por isso que os casamentos davam mais certo, porque não havia tanta distância de inteligência entre o homem e a mulher. No entanto, ainda assim a mulher efetivamente é mais adulta. O homem endurece o corpo à força dos exercícios físicos, através de um comportamento que a mãe influencia; se vê ele brincando de boneca, de casinha, vai dizer “mariquinha” – a mãe é que fala, o pai nem passa isso pela cabeça, o pai é o meninão que está no bar dando cuspe na parede, bebendo, se exibindo feito qualquer criancinha. Todos os pais são meninos, vão pra campo de futebol, ficam torcendo, gritando e, na hora do gol, carregam os jogadores... isso é o pai. Mas a mãe está ali vigilante, endurece o jogo com o menino, então esse menino vira o que eles chamam de homem, esse homem cumpre as suas funções, mas jamais deixará de ser menino... Ah, sim, a parte mulher, então esse homem se transforma, se embrutece, é morto como ser humano e é capaz inclusive de virar um Fleury, vira um cara esquadrão da morte. Devido a esse treinamento, mataram o menino que ele vai ser até o fim... se deixassem, a gente teria um bando de homens meninos por aí e as mulheres cuidando de tudo. Bem, quando você disse que existe a parte mulher, não é justamente essa coisa a parte menino, essa parte que dizem feminina só existe naqueles meninos que não viraram homem, que não foram transformados, torneados, exercitados para serem homens, homens fortes, homens soldados, homens músculos, homens atletas, homens massa. Só terão essa parte chamada mulher ou chamada menino os homens que escaparam do treinamento. E as mulheres permanecem nas suas funções normais, que é menina que vai ter criança e que, portanto, vai continuar convivendo com os meninos e meninas dentro dessa convivência de sensibilidade, de ter de perceber tudo pra saber se vai chorar ou não vai chorar. O homem que permanece menino, dizem que isso é a parte feminina, não tem nada a ver, apenas eles se salvaram. Agora, os homens estão sendo dispensados gradativamente dessa tarefa de lutar, porque as armas estão substituindo os homens, o soldado não está com nada; hoje, o míssil substitui milhões de soldados, então não precisa preparar o homem pra ser soldado, e com a entrada, por fatores econômicos, da mulher no mercado de trabalho produzindo riquezas etc., essas mulheres começam a deixar de ser infantis, a deixar de ter sensibilidade e, apesar de estarem preparadas biologicamente pra ser mulheres, elas se transformam violentamente, elas se transformam em seres que têm a mesma brutalidade dos chamados homens. Por exemplo, Golda Meir em Israel fez todas as guerras; Indira Ghandi fez todas as guerras e continua com o poder na Índia; guerras, massacres incríveis em cima daquelas tribos. A mulher mais perigosa na política internacional, hoje, é a Margaret Thatcher na Inglaterra, que invadiu as Malvinas, que invade o que for, que tem uma política agressivíssima, está rearmando a Inglaterra internamente, leis de exceção etc. E temos no Brasil uma série de mulheres muito mais perigosas, em todas as áreas, do que os homens; e os homens, como foram dispensados disso, tem muitos homens meninos aí. Então, o homem que está surgindo, o novo homem, é muito mais frágil fisicamente do que o homem de dez anos atrás, e temos aí uma série de mulheres fortes fazendo cooper, musculação; a dança é praticamente um treinamento físico, talvez mais rigoroso que o exército. São mulheres fortíssimas fisicamente e vão virando aquilo que o povo na sua ignorância e sabedoria diz, a mulher está virando homem e é neste sentido: endurecimento, embrutecimento, rigidez, está tendo enfarte, vão ficar carecas, está tendo todos os problemas que o homem tinha quando passava por isso. E diz o povo, na sua sabedoria, que os homens estão virando mulher e, então, sim, aquilo que se chamava mulher, que é menina, a sensibilidade, a brincadeira, você pega qualquer grupo de rapazes, parecem meninos indefesos. Eu vou fazer conferências e descubro que 99 por cento da platéia são mulheres; lançamento de livros, mulheres; quem lê os livros, mulheres; quem está no comando médio das empresas hoje, mulheres; daqui a pouco elas estão no comando total. E veja como esse negócio de lado feminino é uma brincadeira dos meninos cantores que inventaram isso pra serem mais agradáveis à platéia musical, que é constituída de mulheres. São elas que compram discos, então eles ficam paparicando as mulheres com isso “ser menino e menina”, “o meu lado feminino”, e vem o Gil, o Caetano, todas essas pessoas que são fisicamente frágeis são meninos brincalhões, daí as mulheres fortes musculadas ficam adorando e até incentivando isso, porque o homem vai ser desarmado. A mulher percebeu – a mulher especial chamada mãe – que aquele menino que era inofensivo e brincalhão e que ela ajudou a transformar em soldado perigoso, esse homem ameaçava a vida das mulheres, então parece que elas resolveram desativar isso e só vamos ter homens frágeis, pianistas. Os homens ficam estudando estrelas e as mulheres vão trabalhar, vão dominar o esquema financeiro, econômico e vão à guerra, inclusive porque vão estar mais preparadas fisicamente. Quer dizer, há uma questão aí, que falo em termos caricaturais, mas isso que é muito próximo do real e que não há condições de existir no homem o lado feminino.


Henfil, como é que você imagina, hoje, o encontro entre um punk e um hippie da década de 60?


Um encontro entre o shopping e o MacDonald’s. Os dois são produtos fabricados, fabricações de laboratório. Não vejo o menor conteúdo político, social ou econômico nesses dois fenômenos. Eles só existiram porque são inofensivos e portanto interessam, podem ser veiculados pela imprensa, pela televisão... eu já tenho algum tempo de vida pra ter assistido a fenômeno semelhante, como o ator James Dean, de Juventude Transviada – surge um comportamento padrão para que determinados tipos de pessoas possam se enquadrar. Você veja que, de um lado, aqueles que se enquadram como punks usam roupas iguais às de seus idealizadores americanos porque qual é o punk brasileiro, por exemplo? É o trombadinha. Então, o produto estrangeiro veio, os caras adaptam. Agora, nós temos a grande massa que se identifica com um outro modelo que é o do corredor que usa Adidas, esportista, aquelas coisas. Enfim, o que nós temos são fábricas, os criadores se sentam em volta de uma mesa, e a partir do zero criam alguma coisa, fazem o produto e as pessoas vão lá e se enquadram no produto, consomem o produto até que uma nova fábrica tenha no seu departamento de criação uma nova idéia... as pessoas largam aquela e passam a adotar essa. É mais ou menos como se a indústria farmacêutica fizesse o seguinte, e faz: cria o remédio, depois cria a doença. Até fiz um cartum que é assim: um cientista chegando pro dono do laboratório, falando: “O seu remédio foi aprovado, agora o nosso departamento de marketing está estudando a criação da doença”. É isso que a gente vê por aí. Meu filme Deu no New York Times é exatamente sobre isso, como é que você cria alguma coisa que não existe e as pessoas passam a se comportar a partir daquilo. No caso, vou criar uma notícia sobre um fato político, uma nação inteira passa a adotar o que é dito. Você veja como de repente a Sony lança o walkman e todo mundo passa a usar o walkman. Bem, resolveram criar a discothèque. Bolaram todo um plano, depois criaram alguns filmes. Aqui no Brasil juntaram alguns compositores, pegaram As Frenéticas e criaram o Dance, Dance sem Parar... veio a Rita Lee e entrou, veio Gil e entrou, veio Caetano e entrou, todo mundo entrou, prepararam e todo mundo saiu dançando, e pra isso precisava um tipo de sapato que era meio de saltinho alto, meia colorida comprida, um tipo de saia, um tipo de bustiê, um tipo de coisa amarrada na cabeça, óculos multicoloridos; e os homens, a camiseta, com os braços de fora, um cintão, um botinão, uma calça superjusta e colorida, enfim, como o Travolta aparecia no filme. E aí todo mundo saiu consumindo isso. E muito dinheiro foi ganho pelos produtores dessa cultura dita universal. Você pode, inclusive, comprar ações dessa cultura, você vai na bolsa de valores e pede: “Eu quero ações dessa nova cultura que vem aí”. Então eles falam: “A nova cultura é Rhodia”. Você compra ações da Rodhia e aí você vê grandes nomes da música, da literatura e do cinema que passam a ser empregados dessa Sociedade Anônima Cultural.Com tudo isso, fala-se em final dos tempos, final de milênio... como é que você faria um cartum sobre isso? Eu não aceito esse negócio de milênio. De repente, nós aqui, a partir do nascimento de Cristo, comemorando o ano 2000 depois de Cristo. Ora, ora, ora, os orientais estão comemorando o ano 20000, os judeus comemoram não sei se o ano 4000, por aí. Os índios comemoram o quê? Um milhão? As pedras comemoram o quê? O ano 1 trilhão? As águas, que ano estão comemorando? Ora, ora, ora, diria o Teotônio Vilela quando fica irritado, não há milênio coisa nenhuma! Como é que há milênio se neste exato momento nós temos um satélite, maravilha da tecnologia, girando em torno da Terra, que possibilita as comunicações por telefone a distância, o DDI, o DDD; pois bem, vamos pegar um telefone desses, vamos levar esse telefone, como já está sendo levado, como a maravilha da tecnologia, e vamos ao sertão do Piauí e colocamos na boca do sertanejo pra que ele dê testemunho dessa maravilha, dessa tecnologia. O que é que ele vai falar? Ele vai falar: “Socorro!” É pra isso que serve a tecnologia, pra aproximar do primarismo que a gente está vivendo. Então não existe ano 2000, não adianta computador, se ele vai computar quantas pessoas, quantas crianças morrem em mil de fome, de sede, quer dizer, nós não temos água garantida pra todo mundo, apesar de ter água. Então, isso de milênio é mais uma promoção do departamento de marketing da Sociedade Anônima Cultural, é uma farsa. Não entro nessa sociedade anônima, não compro ações do shopping center, não pertenço ao shopping center; as pessoas entram, eu saio. Tem esse negócio chamado década, década de 60, década de 70... que década o cacete! Não existe isso. E eu não tenho 39 anos. Eu tenho milhões de anos, já tenho conhecimento mínimo suficiente hoje pra saber que sou fruto genético de uma ameba. Não sou filho de dona Maria da Conceição. Sou filho de uma ameba há trilhões de anos. Não tenho 39 anos, tenho trilhões de anos.


E tem planos? Quais são seus planos? Planos?


Tenho. Esticar a minha vida o máximo possível – e é possível – desde que eu viva intensamente os meus segundos, então tenho urgência. Meu plano é: se vou morrer, não tenho tempo a perder. E, como sou herdeiro de uma simpática ameba há trilhões de anos, tenho que dar seguimento a isso rapidinho porque não quero ser como a gente vê no Fantástico, aqueles milhões de células, milhões de espermatozóides querendo fecundar alguma coisa; e uns vão parando no meio do caminho, se distraem, não prestam atenção, se perdem e aí não fecundam! Eu quero fecundar alguma coisa, então tô com muita pressa e tô prestando muita atenção porque a minha morte vai se dar no dia em que eu fecundar alguma coisa.


Você tem medo da morte?


Não. Eu tenho medo é de avião.





Obras do Henfil, além das histórias em quadrinhos


Teatro - A Revista do Henfil (em co-autoria com Oswaldo Mendes)


Cinema - Tanga - Deu no New York TimesTelevisão - TV Homem, do programa TV Mulher, na Rede Globo


Livros - Hiroshima, meu Humor (1976) Diário de um Cucaracha (1983) Dez em Humor (coletiva, em 1984) Diretas Já (1984) Henfil na China (1984) Fradim de Libertação (1984) Como se Faz Humor Político (1984) Cartas da Mãe (1986)