terça-feira, julho 30, 2013

Enfim, um aparelho de ar condicionado para a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

Que tempos antigos, hein!... A Santa Casa de Porto Alegre era notícia porque ganhava um aparelho de ar condicionado para a sua maternidade! Foi em 1975, quando a maioria dos aparelhos de televisão ainda eram em preto-e-branco e Porto Alegre mal passava de um milhão de habitantes (não que agora tenha muito mais do que isso).
Hoje pode parecer até risível isso tudo, mas somente para nós, que vivemos em uma época de incomparável conforto face aos inenarráveis velhos tempos. Tempos em que até uma ligação telefônica interurbana, caso fosse completada, era digna de ser festejada, e a maioria das vilas populares não contava com água encanada e nem linhas regulares de ônibus. Tempos em que se vendia sangue nos hospitais e clínicas. 

sábado, julho 27, 2013

O "Santo Padre" e o "suposto assassino"

Toda grande cobertura jornalística (não falo em qualidade e sim em duração de tempo) acaba uma hora ou outra por encher o saco, e é justamente o caso desta visita do Papa ao Brasil, durante a tal Jornada Mundial da Juventude. Como até a Record, que é dos bispos da Universal, concorrente dos católicos em quase tudo, está transmitindo a visita com destaque, não sobra muita coisa na grade da telinha. Se a gente mudar de canal, tem a mesma coisa, ou pior - tem o nascimento do bebê real inglês, também massacrante.
Quanto ao papa, eu, que não sou religioso, vejo basicamente como a visita de um chefe de Estado ao Brasil e não tenho maiores interesses no que ele vai dizer ou no que ele recomenda ou condena - isso é problema dos católicos e dos religiosos. Mas isto é questão minha.
Só não acho certo, por respeito ao telespectador em geral, chamar-se o tal Papa Francisco de "o santo padre", o que já implica em um conceito religioso e, diria até, em subserviência um tanto ridícula, já que somos um país laico. Sei que pode ser força de expressão, necessidade jornalística, jargão, mas o correto é, no meu entender, chamá-lo sempre de coisas como Sumo Pontífice, Autoridade Maior dos Católicos, líder religioso, etc. Outra coisa que acho equivocado da nossa estranha e superficial imprensa: quando se fala na questão de Nossa Senhora Aparecida, falar-se sempre "em tal local onde aconteceu a aparição de Nossa Senhora". Não seria mais adequado então se falar em "suposta aparição", já que hoje os jornais e telejornais usam e abusam desse "suposto", mesmo quando é o caso de um bandido preso em flagrante? Já vi reporterzinho de tevê chamando de "suposto assassino" um cara que foi flagrado matando outro com a arma na mão. Por que não aplicar-se então a mesma regra para o "Santo Padre" de vocês?

quarta-feira, julho 24, 2013

Mário Quintana nasceu "onde quem não é fazendeiro é boi". Eles se sentiram ofendidos...

Em 1976, nas comemorações pelos seus 70 anos de idade, o poeta gaúcho Mário Quintana, nascido em Alegrete, teve que se desmentir: na sua terra natal, ele garantiu nunca ter dito a frase "nasci no Alegrete, onde quem não é fazendeiro é boi". Delicioso. Conhecendo o poeta, muitos apenas crêem que ele se desmentiu para não se incomodar. Mas que disse, disse. Todos sabem que nesses municípios da fronteira é isso mesmo. Correio do Povo, Porto Alegre 

Em 1975 jorrou gasolina do subsolo de Passo Fundo

É, meus amigos: de repente, onde antes jorrava água, agora jorrou gasolina. Pois este fato estranhíssimo aconteceu em Passo Fundo, em agosto de 1975,  na propriedade de um sujeito que não entendeu nada, mas, é claro, aproveitou para faturar com a venda do combustível. Vivia-se a crise do petróleo e o cidadão sortudo apenas ficou com medo de que, um dia, tudo pegasse fogo e explodisse. Um técnico da Petrobrás foi ao local e disse simplesmente que se tratava de um vazamento. Estranho, não?
O que será que aconteceu depois?  Daria uma bela matéria, passados tantos anos. Também da coleção do Correio do Povo, encontrado em minhas pesquisas no Arquivo Histórico de Porto Alegre.





OVNI sobrevoa Alegrete? Foi em 1974

Mais uma história de OVNI, desta vez em dezembro de 1974, no município de Alegrete, no Rio Grande do Sul, na região da fronteira. Reprodução do Correio do Povo, coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre.

Lúcio Flávio morreu com uma estocada no pescoço, na cadeia, em janeiro de 75

Lucio Flávio Vilar Lírio, ou simplesmente Lúcio Flávio, o lendário bandido cujo QI de inteligência surpreendia a todos, aquele que dizia "bandido é bandido, polícia é polícia" e que virou tema do filme de Hector Babenco, Lucio Flávio, o Passageiro da Agonia, morreu nas mãos de um bandidinho qualquer, que o assassinou com uma estocada no pescoço, dentro do presídio, provavelmente a mando de outras pessoas. Afinal, Lúcio Flávio sabia muitas coisas e era um arquivo vivo. Ele morreu em janeiro de 1975, conforme encontrei nesta edição do Correio do Povo, de Porto Alegre, coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre. Reproduzi a notícia, mas não sei se a qualidade é suficiente para uma boa visualização. Tentem. A data está no papel escrito à mão.

segunda-feira, julho 22, 2013

Em 1975 uma sequência de filmes-catástrofe, entre os quais Terremoto, agitou as platéias de todo o mundo. Naquele ano Steven Spielberg, com pouco mais de 20 anos, emplacava o estrondoso sucesso de "Tubarão", com uma bilheteria recorde. Depois outros diretores fizeram filmes como Destino de Poseidon e Inferno na Torre. Nesta reprodução do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, se comenta a reação da platéia paulista à exibição de "Terremoto", um tremendo susto.  

terça-feira, julho 09, 2013

Cabeludos que pretendem ser assassinos...

Ó tempos, ó costumes. Em 1975, quando a ditadura ainda estava com todas as garras e os costumes eram outros, um prefeito de uma cidadezinha do interior saiu-se com esta, a respeito dos "cabeludos" universitários do Projeto Rondon: quem usa cabelo comprido, ou está desgostoso de ser homem, ou está planejando assassinar alguém... Extraído do Correio do Povo, de Porto Alegre, Arquivo Histórico de Porto Alegre.

O faz de conta dessa história da espionagem americana

Essa história da espionagem norte-americana no Brasil é o típico caso do me engana que eu gosto. Ora, essa indignação e surpresa das autoridades de Brasília em relação a tal espionagem é, no mínimo, ridícula - ou pura jogada de efeito, de marketing, apenas para marcar presença e esbravejar uma suposta sobrerania nacional.
Todo mundo sabe que, no mundo, hoje, ontem e amanhã, todo mundo espiona todo mundo o tempo inteiro. O que os EUA estão fazendo qualquer outro país faria, se tivesse o dinheiro, a tecnologia e os inimigos que os americanos têm. Aliás, faria não - fazem. E a imprensa, de um modo geral, entra nessa, por mera conveniência. Quanto ao OBama, ele apenas faz beicinhos de amuo - ora, vocês, cantando de galo, dando uma de moralistas!
Numa boa: não sei se espiongar tanta gente, acumular tantas informações, leva realmente a algum efeito prático. Bilhões de informações, e como ordená-las, sitematizá-las, processá-las, entendê-las? Por exemplo, se o Boris Casoy liga par aum garotinho da Tailândia, o que eles podem fazer, se o cara diz simplesmente: "E aí, frangrinho,vamos nessa?"
Da minha parte, prefiro ficar em casa lendo O Nosso Homem em Havana, do Grahan Greene, a história de um espião fajuto que engana todo mundo, inclusive seus superiores, enquanto aguardo outra safra dessas informações novas que são mais antigas que a procura das nascentes do Nilo. (V.V.)

quarta-feira, julho 03, 2013

Dava maconha aos galos para vencer as lutas

No tempo em que rinha de galo não era uma ilegalidade (1976) - mas apenas uma imoralidade - um "galista" (aficcionado e dono de galo de briga) resolveu dopar seus animais com nada mais e nada menos do que a "erva maldita" - a velha e usual canabis sativa, vulgo maconha. Os bichos entravam na arena de luta com tanto furor, venciam com tal facilidade, que os outros desconfiaram e, depois de ter sido denunciado e preso, o homem confessou o crime. Espertinho, hein?
  Da coleçao do Correio do Povo, Arquivo Histórico de Porto Alegre.

segunda-feira, julho 01, 2013

Borregaard foi festejada na sua inauguração. Depois se tornou a Inimiga Pública dos porto-alegrenses

A Borregaard, de nada saudosa memória dos porto-alegrenses e moradores da Grande Porto Alegre nos anos setenta, foi saudada como uma das melhores notícias econômicas do Rio Grande do Sul naquele início de 1972. A maior indústria de fabricação de celulose da América do Sul, como ressaltavam os jornais, se instalava no município de Guaíba para se dedicar exclusivamente à exportação - ou seja, viera para fabricar e exportar tudo o que produzia, utilizando tão somente as águas do Guaíba e o ar do Rio Grande do Sul. No dia 16 de março de 1972 - sexta -feira de um tempo extremamente chuvoso em todo o Estado - o maior símbolo da luta contra a poluição no Rio Grande do Sul recebia mais de 1500 convidados entre a elite selete das "autoridades civis, militares e eclesiásticas" - foi até abençoada pelo Arcebispo de Porto Alegre, D. Vicente Scherer. O presidente mundial da empresa, dois ministros de Estado brasileiros, vindos especialmente de Brasília para a cerimônia, o governador, o prefeito da Capital, o comandante do Terceiro Exército (que depois seria o presidente da sucedânea Riocell) participaram de um grande rega-bofe que marcou época. Imensos anúncios pagos foram publicados nos jornais do Estado, saudando uma "nova era" - entre os quais este da Pirelli, que reproduzimos da coleção do Correio do Povo.
Porém, já antes de suja inauguração, a fábrica norueguesa já lançava seus "odores pestilentos" sobre a cidade, fazendo prever que tanto dinheiro e tanto investimento talvez não valesse a pena os sacrifícios de uma população inteira.  

sexta-feira, junho 28, 2013

Charge de Clayton, jornal O Povo, de Fortaleza.
A Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto da PUCRS (Fefid) promove, de 22 de agosto a 28 de novembro, o curso de extensão Brincando e Aprendendo na PUCRS. A ideia é que crianças de quatro a 10 anos possam experimentar uma vivência cognitiva e motora por meio da dança, expressão corporal, atletismo, ginástica e natação. As aulas, que ocorrem nas terças e quintas-feiras, das 9h às 11h30min, trabalharão com atividades individuais, coletivas, psicomotoras e de socialização.
As inscrições seguem até 21 de agosto e podem ser feitas no Centro de Educação Continuada, na sala 112 do prédio 15 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Outras informações pelo telefone (51) 3320-3727 ou no link j.mp/14HEcuB.
No próximo dia 13 de julho acontece a primeira edição do Brechocão, organizado pela Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda), da Prefeitura de Porto Alegre. Trata-se de um grande mutirão para ONGs e protetores de todo o Rio Grande do Sul arrecadarem fundos à causa animal, através da venda de produtos novos e/ou usados.
As pessoas que quiserem participar do evento poderão doar itens às entidades e protetores independentes cadastrados para o evento. No dia 9 de julho, a Seda irá divulgar a relação dos participantes e contatos, para que os cidadãos escolham a quem fazer suas doações.
“Sempre temos em casa uma mesa, uma cadeira, um eletrodoméstico ou um equipamento eletrônico que para nós não significa mais nada, mas que pode fazer muita diferença na vida de animais em condições de vulnerabilidade”, diz a secretária Regina Becker.
As inscrições para o Brechocão podem ser feitas até o dia 8 de julho, através do telefone 156. O evento acontece das 10h às 15h, no Anfiteatro Pôr Do Sol.(Assessoria Prefa)

Os Almôndegas e Morris Albert no Gigantinho?

Que Roberto Carlos, que nada: o brasileiro que mais fez sucesso e mais vendeu discos em todo o mundo se chamava Mauríco Alberto, nascido no Rio de Janeiro e,depois de 1975, um tremendo falso norte-americano que transformou a canção Feelings em um dos maiores sucessos musicais de todos os tempos. Em 1975 Morris Albert estava começando a estourar nas paradas americanas (ele tinha gravado um compacto simples em 1974) e, juntamente com a dupla mineira Sá e Guarabira (os caras do rock rural), esteve no Gigantinho para uma apresentação com os excelentes Almôndegas, o grupo de Kleiton, Kledir e companhia que também estava estourando no Brasil com seu trabalho de primeira qualidade. Os Almôndegas acabaram, a dupla de Pelotas fez sucesso por sua própria conta e o falso americano vendeu até hoje 180 milhões de discos (pelo menos é o que dizem), superando até Roberto Carlos.
Achei esta matéria, quase uma foto-legenda, na coleção do Correio do Povo de 1976: os Almôndegas e Morris Albert juntos. O autor de Feelings (que depois foi acusado de plágio) deve ser o sujeito do centro, com as mãos na cintura, acredito eu. (V.M.)

Borregaard: lembram do "odor nauseabundo"?"

Em 1975 a Borreggard norueguesa sentiu que estava na hora de cair fora, tanto o ódio da população porto-alegrense e da região metropolitana às emissões aeréas (e também aquáticas) dos seus "odores nauseabundos" e "pútridos", infectando os ares de uma capital que já se orgulhava de ter mais de 1 milhão de habitantes e de viver um criativo tempo de mudanças - em que pese a decadência do seu centro e o grande aumento da criminalidade. Esperta, a empresa multinacional mudou, pelo menos nominalmente, de donos e foi parar nas mãos do Montepio da Família Militar, isso em plena época da ditadura, quando os militares podiam tudo e mais um pouco. Mesmo assim - ou talvez por isso mesmo - continuou a enganar, a mentir, a fazer falsas promessas e, claro, a largar a velha fumaça que, empestando os ares, fazia muita gente vomitar e sentir náuseas. Foi asim nesta ocasião de junho de 75, aqui descrita pelo jornal Correio do Povo, que, pressionado por seus muitos leitores e assinantes, movia uma verdadeira campanha contra a "malsinada" fábrica de celulose e que era, então, a inimiga pública de todos os moradores da Mui Leal e Valerosa cidade de Porto Alegre.

Arthur Moreira Lima em Porto Alegre

É, mas foi no ano de 1976, e o grande pianista tinha uma fachada bem mais jovem do que hoje. Aliás, estava em início de carreira e, assim como hoje, gostava de viajar pelo Brasil. Reprodução do Correio do Povo.

quinta-feira, junho 27, 2013

Tuberculose, problema sério e muito antigo

Em 1975 o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Previdência Social divulgavam estatísticas que sairam em muitos jornais do País, e nem por isso chamaram tanta atenção - afinal, dentre tantas doenças brasileiras, esta era apenas mais uma delas. Mas o fato é que, hoje, lendo isto, a gente não sente saudade dos velhos tempos que não voltam mais (?), muito embora a tuberculose tenha voltado nos últimos tempos, um tanto a reboque da epidemia de Aids. Em 1975 1% da população brasileira (isso mesmo, um por cento de 120 milhões, ou seja, 1,1 milhão) estava hospitalizada ou em tratamento devido a este mal. Na Bahia, e no Nordeste em geral, a situação era ainda mais grave. Coleção do Correio do Povo, Porto Alegre, reprodução da coleção de jornais do Arquivo Histórico de Porto Alegre.


Prisão perpétua para presos políticos? Em tese, aconteceu

Em outubro de 1976 alguns presos políticos, opositores do regime militar que queriam substituir a ditadura de direita por outra de esquerda (sejamos francos nesse aspecto), foram condenados à prisão perpétua, algo que foi incorporado ao arcabouço de leis de exeção do regime vigente. Eles eram "subversivos" e atentavam "contra a segurança nacional". Ainda bem que esse tempo nunca mais voltará. Matéria fotografada da coleção do jornal Correio do Povo (Porto Alegre), coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre.

Lembram da famigerada Lei Falcão, nas eleições municipais de 1976?

Armando Falcão foi o Ministro da Justiça de Ernesto Geisel, célebre pelo seu "nada a declarar" aos repórteres e pelo zelo de censor. Levou o seu nome a lei eleitoral restritiva para a campanha das eleições municipais de 1976 em todo o Brasil, a Lei Falcão. Encontri esta matéria no Correio do Povo, de Porto Alegre. A data da edição é a que está anotada à mão, em cima.

quarta-feira, junho 19, 2013

Rita Lee presa por porte de LSD

Gilberto Gil e o baterista dos Novos Baianos foram presos por porte de maconha em julho de 76, em Floripa, resultando no maior bafafá e num teatro tremendo, digno daqueles tempos de ditadura. Um mês depois foi a vez de Rita Lee, em São Paulo, ser presa também - e condenada. Achei esta notícia no Correio do Povo, de Porto Alegre, no Arquivo Histórico de POA (Vitor)

terça-feira, junho 18, 2013

Assim era a Argentina em 1976, logo depois do golpe


Vacaria teve a primeira rodoviária do Brasil

Essa eu não sabia - só fiquei sabendo lendo esta notícia do Correio do Povo de 1976, que encontrei no Arquivo Histórico de Porto Alegre: a primeira estação rodoviária do País surgiu em  Vacaria, cidade estratégicamente situada entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na década de trinta. Até então os passageiros eram pegos em esquinas, na frente das casas e em hotéis. Fica o registro, que acredito ser verdadeiro.(Vitor)

segunda-feira, junho 17, 2013

Inter conquista o octacampeonato estadual em 76, com Figueroa, Falcão e companhia

Para um gremista, não é agradável recordar aqueles tempos. O fato é que o Inter tinha realmente um timão e fazia por merecer. Em 1976 chegou ao octacampeonato gaúcho (oito longos anos), com um 2 a 0 sobre o Grêmio, treinado por Paulo Lumumba e que, semanas depois, traria Telê Santana como técnico e seria, finalmente, campeão de 77. Mas o que deu, em agosto de 76, foi o time de Rubens Minelli, que também conquistaria naquele ano o seu segundo título nacional. (Vitor)
Coleção do Correio do Povo - Arquivo Histórico de Porto Alegre


Rita Lee vai presa por porte de drogas

Rita Lee, que hoje é uma senhora e tanto, também passou seus maus (?) momentos em 76, quando foi presa por porte de drogas. Ela chegou a ser condenada e a ter que cumprir pena, bem ao estilo daqueles anos repressivos. Antes, em julho, Gilberto Gil, intetrante dos Novos Baianos, havia sido preso em Floripa, pelo mesmo motivo, também redundando no mesmo esquema circence e midiático. Achei esta notícia da Rita Lee (que, não para menos, detesta policia) no arquivo de jornais do Correio do Povo, no Arquivo Histórico de Porto Alegre. (Vitor)

quinta-feira, junho 13, 2013

Que saudade do fedor da Borregaard!... Parece piada, e é.
O fato é que a gente recorda Porto Alegre nos anos setenta (vocês, pois eu eu era menino no interior desassistido) e nem sempre tem motivos para saudosismos. Poucos telefones, muita violência, muito assalto, muitos acidentes, repressão, e ainda por cima o "odor nauseabundo" da fábrica de celulose que, no final de 75, mudou o nome para Riocell, foi nacionalizada e passou - claro - a ser controlada por um general. E continuou a lançar suas "emanações fétidas", gerando uma das maiores ondas de repulsa da população porto-alegrense contra uma única empresa, transformada em Inimigo Público. O Correio do Povo, mesmo conservador na sua linha editorial, não poupava a fábrica instalada em Guaíba, conforme vocês poder ver nesta nota publicada em setembro de 1976, quando a ex-indústria norueguesa arrepiou até as narinas das autoridades presentes ao lançamento da Semana da Pátria daquele ano, no Parque da Redenção.
Simonal já morreu, e muita gente tem opinião diferente sobre ele. Uma coisa é certa - que era balaqueiro, era, mas que fosse dedo-duro, já é diferente. De qualquer maneira, seduzido pelos tempos, que eram de militarismo e de repressão, ele se valeu de um "amigo" no sistema para dar uma prensa em quem ele achava que o estava roubando. Sei lá - não vou julgar.
Achei esta matéria, provavelmente de agência, no Correio do Povo de Porto Alegre, edição de 6 de janeiro de 76. Simonal é tratado simplesmente como dedo-duro e informante da ditadura, coisa que Nelson Mota, que entende desse riscado, nega e até dá risada: "mas ele estava por fora de tudo, como poderia informar?" (Vitor)

sexta-feira, junho 07, 2013

O triste final de "Dominique-nique-nique"

Dominique, nique, nique... Dificilmente alguém não conhece esse refrão de uma música do mesmo nome, um dos maiores sucessos das paradas musicais de todo o mundo no ano de 1963 e gravado por dezenas de outros cantores, em variados idiomas, inclusive em português. Fez tanto sucesso que deixou até mesmo Elvis Presley comendo poeira.
Pois a autora de Dominique, ao contrário do que se possa pensar, não ficou rica e não teve uma vida glamourosa. Pelo contrário: Jeannine Deckers, uma freira dominicana do interior da Bélgica, suicidou-se em 29 de março de 1985, quando tinha apenas 52 anos de idade. Ela ingeriu um coquetel de bebidas alcóolicas e barbitúricos. Com ela estava sua companheira, Annie Pescher, uma enfermeira de 41 anos. As duas haviam feito um pacto de morte, finalmente concretizado em um pequeno apartamento da cidade de Wavre, nas proximidades de Bruxelas.
Jeannine já não era mais freira havia tempo - na verdade deixou o convento no ano de 1966, tentando seguir na carreira artística e emplacar novos sucessos. Só que isso não aconteceu e a vida da "Irmã Sorriso" encheu-se de complicações de toda ordem. O Fisco belga resolveu cobrar a sua parte na arrecadação de "Dominique", só que a autora e cantora - que fizera voto de pobreza - já havia doado tudo à sua congregação religiosa. Esta, por sua vez, alegou que a doação já havia sido gasta em obras assistenciais e que não havia recibo a provar o valor doado.
Naturalmente, a corda estourou do lado mais fraco - processada, Jeannine teve todos os seus poucos bens penhorados. O Fisco também passou a confiscar tudo o que ela ganhasse, deixando apenas o mínimo necessário para a sua sobrevivência.
Sobrevivência que ela garantia com aulas de violão e exposições de pintura.
A ex-freira tentou ainda fundar uma instituição de caridade, de apoio a pessoas deficientes, mas não conseguiu verbas para viabilizar o projeto. Profundamente deprimida, ela passou a falar em suicídio, fato consumado na noite de 29 de março de 1985. Triste fim para a autora de uma música tão ingênua e cândida.