Nas primeiras décadas do século vinte Porto Alegre era uma cidade com a presença de um grande número de imigrantes, muitos deles recentes e que fugiam ao nazismo e à guerra na Europa. Por sua vez os alemães que haviam emigrado para o Rio Grande do Sul no século anterior dominavam a indústria e o chamado "alto comércio". Em 1941 havia, na capital gaúcha, muitos destes germânicos que para cá vieram, fugindo da situação europeia - eram o que a população local chamava de "neuróticos de guerra", os quais não raro se caracterizavam pelo comportamento exótico e até bizarro, como se vê nesta reprodução do Correio do Povo de abril de 1941: um alemão que passeava nu pela praia de Ipanema, na zona sul porto-alegrense e então muito frequentada no verão.
Jardim Botânico, Porto Alegre. Fundado em 2006 por Vitor Minas. Email: vitorminas1@gmail.com
sábado, junho 06, 2015
sexta-feira, junho 05, 2015
Explosão de mina em quartel mata 12 jovens em Porto Alegre: janeiro de 1953.
Em janeiro de 1953 a população de Porto Alegre emocionou-se com uma inusitada tragédia que matou 12 jovens que serviam no curso de artilharia do CPOR. A explosão de uma mina, durante uma aula de treinamento, no morro
do Menino Deus, matou jovens entre 19 e 22 anos - dez morreram na hora e outros dois no hospital, além de causar ferimentos em muitos outros. Foi um dos maiores e mais tocantes sinistros ocorridos na capital gaúcha em várias décadas, embora pouco seja comentado nos dias de hoje. O fato mereceu páginas do Correio do Povo, conforme se vê nas reproduções acima, da coleção de jornais do Arquivo Histórico de Porto Alegre.
do Menino Deus, matou jovens entre 19 e 22 anos - dez morreram na hora e outros dois no hospital, além de causar ferimentos em muitos outros. Foi um dos maiores e mais tocantes sinistros ocorridos na capital gaúcha em várias décadas, embora pouco seja comentado nos dias de hoje. O fato mereceu páginas do Correio do Povo, conforme se vê nas reproduções acima, da coleção de jornais do Arquivo Histórico de Porto Alegre.
quarta-feira, junho 03, 2015
A China autoriza a entrada da Coca-Cola no país: 1979
Em janeiro de 1979 a China recebia o primeiro carregamento de refrigerantes, justamente de Coca-Cola. Então um país extremamente fechado que fazia os primeiro gestos de abertura econômica, depois da morte de Mao-Tsé-Tung, a "China Vermelha" era um país comunista que impressionava pelo fato de ter mais de 1 bilhão de habitantes. Sábios, os chineses aos poucos se reciclaram, aderiram ao capitalismo e enriqueceram - sem perder o controle político - e hoje são o que são: a segunda economia do mundo, rumo ao primeiro lugar. Nesta matéria, publicada no Correio do Povo, noticiava-se com uma certa surpresa a decisão chinesa de importar o refrigerante que era então considerado o símbolo do capitalismo e do imperialismo norte-americano.
Para Floripa, pela empresa Jaeger: verão de 1941.
No verão de 1941 viajar de ônibus em trajetos de longo curso era uma desconfortável e longa temeridade. os cidadãos geralmente viajavam de trem, de barcos ou mesmo de aviões, preferindo tais meios de transporte às estradas de terra batida, já que não havia nenhuma via asfaltada no Rio Grande do Sul. Nesta propaganda, extraída da Revista do Globo, de Porto Alegre, aparece um anúncio da Empresa Jaeger que partia da Praça Rui Barbosa, no centro, onde então se localizava a estação rodoviária da capital gaúcha, com destino a Araranguá e Florianópolis, "em combinação com as linhas de São Paulo".
As viagens aconteciam somente duas vezes por semana, embora para o litoral do Estado houvesse linhas diárias - afinal era o mês de janeiro e muitos seguiam para "os banhos de mar". Os ônibus eram pequenos - tais como as lotações de hoje. Note-se ainda que os telefones de Porto Alegre tinham apenas quatro dígitos.
sexta-feira, maio 29, 2015
Chico Buarque no Leopoldina: novembro de 1966.
Desde que foi inaugurado, no início dos anos sessenta, o Teatro Leopoldina sempre foi a melhor e principal casa de espetáculos de Porto Alegre. Nesta reprodução do jornal Correio do Povo de novembro de 1966 vemos o "jovem" cantor Francisco Buarque de Hollanda apresentando-se no Leopoldina. Chico, autor do estrondoso sucesso A Banda, a "música do ano", tinha vinte e poucos anos e vinha para uma única apresentação.
terça-feira, maio 26, 2015
Luis Fernando Veríssimo autografa "As Cobras", em 1975, aos 38 anos
Em setembro do próximo ano o escritor e jornalista Luis Fernando Veríssimo completará 80 anos, uma data significativa e que superará em 10 anos o tempo de vida de seu pai, Érico. Em junho de 1975 o autor de "As Cobras" tinha apenas 38 anos e autografava seu livro do mesmo nome, como sempre com grande sucesso de público. Embora não fosse o nome nacional que hoje é, ele já fazia grande sucesso com suas tiras diárias, suas crônicas e seus comentários espirituosos. Note-se que naquela época o poeta Mário Quintana ainda vivia, assim como o pai de Luis, Érico Veríssimo, falecido no final daquele mesmo ano, em Porto Alegre. A reprodução acima é do jornal Correio do Povo. Veríssimo ainda trabalhava no diário Folha da Manhã, mas já se preparava para voltar ao jornal Zero Hora, de onde não mais sairia.
Getúlio e Ademar de Barros unidos "para reimplantar a jogatina no Brasil"
As eleições de 3 de outubro de 1950 foram das mais acirradas da história do Brasil. Getúlio Vargas, então senador, e que vivia quase recluso em sua fazenda do Itu, no município de Itaqui, despontava como o grande favorito em um pleito no qual fizera aliança com o governador de São Paulo, Ademar de Barros. Os ataques a Vargas se sucediam com uma incrível violência, sobretudo por parte de setores que foram por ele prejudicados ou alijados durante o período da Revolução de 30 e do Estado Novo. Como na Era Getúlio os jogos de azar eram liberados em todo o Brasil - sendo proibidos depois, quando o general Eurico Gaspar Dutra o sucedeu, já pelo voto direto - os inimigos do "velho" mandaram publicar nos principais jornais brasileiros anúncios como este, em que Vargas e Ademar de Barros se unem "para reimplantar a jogatina". A reprodução é do Correio do Povo, de setembro de 1950, coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre.
O eterno problema das enchentes em Porto Alegre
As enchentes do Guaíba sempre foram um dos mais dramáticos problemas para a população de Porto Alegre, que temia as periódicas cheias do rio que hoje é considerado lagoa. Inundações famosas, como a de 1873, a de 1903, a de 1914, a de 1926, a de 1928, a de 1936, seriam superadas pela maior de todas: a grande enchente de 1941, literalmente um divisor de águas na história da capital. A partir daí - e diante do drama humano e dos prejuízos materiais - o governo da União, na época nas mãos dos gaúcho Getúlio vargas, iniciou uma série de obras de contenção que culminaram, décadas mais tarde, como famoso Muro da Mauá, no centro da cidade, contestado por muitos mas aprovado pelos técnicos que estudam o assunto. Em julho de 1937, menos de um ano de uma outra cheia que deixou mais de 50 mil desabrigados em uma cidade de 250 mil habitantes, o Correio do Povo noticiava outra inundação que vitimava a cidade. Atente-se para o título, "Infelicidade que não tem fim", reportando-se o jornal à historicidade do problema. Abaixo, reprodução do Jornal da Manhã, também de Porto Alegre e que durou alguns anos, destacando-se pela bela diagramação e pela cobertura de eventos sociais, música e variedades.
Sobre a enchente de 1941 o autor deste blog, Vitor Minas, tem um trabalho - Águas de Maio, a Grande Enchente de 1941 - e cujo resumo pode ser acessado neste blog e também no Youtube.
Sobre a enchente de 1941 o autor deste blog, Vitor Minas, tem um trabalho - Águas de Maio, a Grande Enchente de 1941 - e cujo resumo pode ser acessado neste blog e também no Youtube.
No tempo em que a sífilis era um mal terrível e até fatal: 1936
Antes da penicilina e da estreptomicina, a sífilis era um mal terrível que assustava a população, não somente a masculina como também a feminina. Nossos avós e até pais lembram disso muito bem, já que até o final dos anos quarenta, quando se popularizou o uso de antibióticos sintéticos, essa doença sexualmente transmissível deixava graves sequelas e até matava. Nesta propaganda, extraída da Revista do Globo, de Porto Alegre, em maio de 1936, vemos bem o que representava esse terrível mal e as tentativas (todas enganosas e produto da ânsia de vendas por parte dos laboratórios) de combatê-lo. No caso, um laboratório de Pelotas - cidade que se destacava por seu laboratórios e fabricação de medicamentos - anuncia o "triunfo completo sobre a sífilis", doença que ainda hoje preocupa.
sábado, maio 23, 2015
O célebre Bataclan quer um monumento à Princesa Isabel: 1941
A situação dos negros no Brasil melhorou muito nas últimas décadas. Há sete décadas, todavia, o contexto era bem outro, especialmente no Rio Grande do Sul, um dos Estados mais racistas do país. Hoje já não se fala no 13 de maio como a data magna da libertação dos escravos, nem se tece elogios à Princesa Isabel como a "libertadora" - agora se fala em Zumbi dos Palmares. Nesta matéria, de maio de 1941, quando a grande enchente daquele ano mal havia baixado, o célebre Bataclan - um homem negro que se tornou conhecido como um dos primeiros publicistas de Porto Alegre (anunciava produtos com seu vozeirão na Rua da Praia - além de atleta (era corredor de rua), incentivador cultural e defensor de uma vida saudável (era vegetariano) iniciava um movimento para conseguir fundos a fim de construir um monumento à Princesa e que seria localizado na cidade de Curitiba, de onde muitos diziam que tal fascinante e misterioso personagem era natural. O certo é que Bataclan marcou época na capital gaúcha e foi um dos primeiros negros reconhecidos e aceitos pela sociedade porto-alegrense, como se vê nesta matéria do Diário de Notícias, jornal que não mais existe.
sexta-feira, maio 22, 2015
Casablanca no cinema Vera Cruz, em Porto Alegre.
O cine Vera Cruz era o mais luxuoso de Porto Alegre nos anos quarenta - e o único que contava com ar condicionado. Em 1944, quando a cidade contava com pouco mais de 300 mil habitantes, havia quase trinta cinemas na capital gaúcha, com várias sessões ao dia. Neste anúncio publicado no Correio do Povo vemos o anúncio do filme - hoje um clássico - Casablanca, filmado em 1942.
terça-feira, maio 19, 2015
No tempo em que a jogatina rolava solta; 1942.
No governo de Getúlio vargas - que era um homem da fronteira, onde a jogatina rola solta - proliferavam cassinos por todo o Brasil, e no Rio Grande do Sul não era diferente. No litoral gaúcho havia cassinos em vários locais, sendo os mais conhecidos os de Tramandaí e Imbé. Neste anúncio do Correio do Povo de fevereiro de 1942, quando o nosso país ainda não havia declarado guerra às forças do eixo, se vê como tais locais eram sofisticados, inclusive com apresentação de tenores.
sexta-feira, maio 08, 2015
Empregados que "saibam ler e escrever".
Na década de quarenta, quando a metade da população brasileira era analfabeta, saber ler e escrever já era uma coisa boa. Neste anúncio da Carris, empresa que pertence à prefeitura de Porto Alegre, oferece-se uma vaga para condutores de bonde - o sistema de transporte coletivo que caracterizou a capital dos gaúchos até o ano de 1970, quando foi desativada a última linha. Observe-se que a exigência era, pelo menos, saber ler e escrever. O anúncio é do ano de 1944 e foi publicado no Correio do Povo. Coleção do Arquivo Histórico Municipal Moysés Vellinho.
segunda-feira, maio 04, 2015
Casablanca nos cinemas de Porto Alegre: 1944.
Casablanca, de 1942, foi um dos maiores sucessos do cinema em todos os tempos. Em Porto Alegre, que na época contava com cerca de 30 cinemas, a "película" passou no Vera Cruz, então o cinema mais luxuoso da cidade - por luxuoso, nesse caso, entendia-se ter poltronas estofadas, Nesta propaganda, publicada no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, de outubro de 44, vê-se que a projeção aconteceu em outubro, quando o Brasil já combatia as forças do eixo em solo italiano e a situação de Getúlio Vargas tornava-se complicada no palácio do Catete.
domingo, maio 03, 2015
Iberê Camargo mata um homem a tiros: dezembro de 1980.
Reproduções do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre. Coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre. |
O dia 5 de dezembro de 1985 não foi bom para o pintor gaúcho Iberê Camargo, então já considerado o maior - dependendo do gosto - e mais valorizado pintor brasileiro. Ele, nascido em Restinga Seca, nas proximidades de Santa Maria, acabou por matar um homem de 32 anos, com um tiro da pistola que sempre levava à cinta. Bom atirador nos tempos do Exército, Iberê, com 66 anos, morava no Rio de Janeiro, que vivia a primeira grande onda de violência na cidade e que depois se tornaria permanente. O pintor foi preso, passou mais de um mês na cadeia, mas recuperou-se ao ponto de falar normalmente sobre o assunto, como aconteceu no início dos anos noventa, quando o entrevista para o jornal A Tarde, de Salvador, Bahia. A matéria mereceu uma página inteira em uma edição dominical. Lembro de um Iberê irônico e meio irritado, em sua bela e ampla casa na Vila Nova, em Porto Algere. Ele ainda não sabia que tinha câncer, mal que o mataria poucos anos depois.
terça-feira, abril 28, 2015
1975: Escurinho pede salário "absurdo" e mais um apartamento quitado...
É, os tempos, decididamente, eram outros. No início do ano de 1975 - portanto, há 40 anos - o Internacional ainda não imaginava que ganharia o campeonato brasileiro de futebol daquele ano, pela primeira vez, e sendo o primeiro clube gaúcho a fazê-lo. Mas o time, já dirigido por Rubens Minelli - o paulista que revolucionou o futebol gaúcho e fez com que este deixasse de ser um mero esquema de chutes, retranca e muita garra - já estava armado, com grandes jogadores, como Figueroa, Paulo César Carpegiani e, claro, Falcão. Mas Escurinho, que seria decisivo por seus gols de cabeça, naquele e no ano do bicampeonato, 1976, quase não renovou com o Inter pois fez uma pedida salarial "absurda": queria 14 mil cruzeiros de salários mensais e mais um apartamento quitado... Difícil saber quanto valeria hoje 14 mil cruzeiros, mas certamente não ia além de 20 mil reais. No final das contas as duas partes acabaram se entendendo, para o bem dos torcedores colorados. Reprodução da coleção do Correio do Povo, Arquivo Histórico de Porto Alegre.
A morte do gigante chamado Humphrey Bogart
No dia 14 de janeiro de 1957 morria Humphrey Bogart, uma das lendas do cinema e que é mais lembrado por Casablanca, ao lado de Ingrid Bergmann, e a célebre frase "Toque outra vez, Sam!". Nascido em Nova Iorque, no dia de Natal de 1899, filho de um médico cirurgião, fez cinema sem nunca ter cursado uma escola de teatro. Dele dizia-se que ia para as filmagens de manhã cedo, depois de ter passado a noite bebendo e fumando. Tanto bebeu e tanto fumou que morreu de câncer do esôfago, no verão de 1957, como se vê na matéria da Revista do Globo, publicação da editora Globo, de Porto Alegre. A reprodução é da coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre.
sábado, abril 25, 2015
Na época em que os gaúchos viajavam de navios
Nas quatro primeiras décadas do século vinte a navegação fluvial e lacustre era algo comum na vida dos gaúchos que viviam nas proximidades das lagoas e cursos dágua. Porto Alegre, especialmente, beneficiava-se desse delicioso e moroso meio de transporte, não somente de passageiros como de carga, e que se valia sobretudo de vapores para ligar a capital gaúcha à "interland" do Rio Grande do Sul em uma época em que viajar pelas estradas de terra batida era um verdadeiro suplício. Mais de vinte companhias operavam no Estado na década de vinte e trinta, com saída do cais do porto, no centro de Porto Alegre, e levando famílias inteiras para Cachoeira do Sul, Taquara, Mariante, Encantado, ou então - de modo ainda mais cotidiano - Pelotas e Rio Grande. Nesta propaganda, extraída do Correio do Povo de outubro de 1936, vemos o anúncio da Navegação Tavares, que fazia a ligação para a cidade de Palmares do Sul, no centro-sul do território rio-grandense.
A inauguração do primeiro semáforo de Porto Alegre: 1940
Quando teria sido inaugurado o primeiro semáforo de Porto Alegre? Essa pergunta poucos se fizeram, embora tais sinaleiras, como chamam os gaúchos, sejam vitais para o sistema de trânsito e façam parte do cotidiano não só de motoristas como também de pedestres que circulam pela capital gaúcha. Pois a resposta à pergunta é: o primeiro semáforo de Porto Alegre foi inaugurado no dia 11 de novembro de 1941, durante a gestão do prefeito José Loureiro da Silva, quando a cidade mal chegava a 300 mil habitantes, e mereceu destaque nos jornais da época, que ressaltaram a importância da modernidade, que nos comparava aos grandes centros urbanos - Rio de Janeiro e São Paulo. A "sinalização automática" vinha substituir os guardas de trânsito, aquelas figuras pitorescas que ficavam sobre uma espécie de picadeiro, com um apito na boca e fazendo gestos com os braços, muito comuns em cenas do cinema mudo. A matéria acima foi extraída da coleção do Correio do Povo do Arquivo Histórico de Porto Alegre.
terça-feira, abril 14, 2015
Quando o Farroupilha de Pelotas de chamava Regimento.
Todos os três principais times de Pelotas - Brasil, Pelotas e Farroupilha - já foram campeões gaúchos de futebol. Na década de 1940 - mais precisamente em março de 1941, época da Segunda Guerra Mundial - o Regimento, como era conhecido o time de futebol formado por militares e cuja sede era no bairro Fragata - mudou seu nome para Farroupilha - denominação que ainda hoje persiste. No jornal Correio do Povo a mudança de nome mereceu esta nota do correspondente, como se vê nesta reprodução dos arquivos do jornal da Caldas Júnior do Arquivo Histórico de Porto Alegre.
segunda-feira, março 23, 2015
Em 1936 o Papa já pensava em ter uma emissora de TV
Em 1936 a televisão estava iniciando, mas alguns países - especialmente Inglaterra e Alemanha - já estavam à frente do revolucionário processo de imagens que depois se tornaria o mais popular do mundo. Em 1936, no Vaticano, o Papa Pio XI já antevia o esplendoroso futuro da TV e o que ela representaria em termos de poder de comunicação em todo o mundo. Nesta matéria do Correio do Povo de 1936, reproduzida do Arquivo Histórico de Porto Alegre, vemos que o sumo pontífice dos católicos estava pensando seriamente em abrir uma estação - o que de fato aconteceu mais tarde. Ele chegou a consultar o inventor do rádio, Marconi, para saber da viabilidade da ideia.
quarta-feira, fevereiro 25, 2015
O primeiro título do "rolo compressor" colorado: 1940.
Em 1940 o Internacional iniciou uma série de conquistas que o levaria o hexacampeonato estadual gaúcho. O chamado "rolo compressor", de Tesourinha e companhia, marcou época no futebol brasileiro e só seria superado pelo octa do Inter, nos anos setenta. Tesourinha, então um jovem de 19 anos, mais tarde se tornaria uma lenda e seria o primeiro jogador negro a jogar no Grêmio. Ele foi, em 1949, contratado pelo Vasco da Gama, na maior transação financeira do futebol brasileiro daqueles tempos. Serviu várias vezes à seleção brasileira, sempre sendo escolhido como o melhor nos certames e somente não jogou a fatídica Copa de 1950 por estar contundido. Quem o viu jogar garante que foi, mesmo, um fenômeno. Note-se que a final estadual de 1940 foi contra o Grêmio Bagé, já que, naquele tempo, o certame era disputado por regiões, com eliminatórias. Reprodução do Correio do Povo.
E o Vento Levou, em Porto Alegre, no cinema Imperial: dezembro de 1940
sábado, fevereiro 21, 2015
Para a cidade de Rio Grande, pelos navios da Cruzeiro
Na primeira metade do século 20, a navegação, de passageiros e de cargas, pelo rio Guaíba e seus afluentes, fazia parte do cotidiano da população de Porto Alegre. Ia-se de barco para muitas partes, com saídas diárias do cais da avenida Mauá, incluindo Pelotas e Rio Grande e, pelos navios da Costeira e do Lloyd, para as principais cidades litorâneas do Brasil - Floripa, Antonina, Aantos, Rio, Vitória, Aracaju, Maceió Recife, Cabedelo, Natal, Fortaleza, São Luís, Belém, etc. A reprodução acima é de março de 1941, da coleção do Correio do Povo do Arquivo Municipal de Porto Alegre, na avenida Bento Gonçalves.
domingo, fevereiro 15, 2015
A importância do correio aéreo na década de 30 em Porto Alegre
Em 1937 a teuto-gaúcha Varig já contava com 10 anos de existência e o aeroporto federal São João, em Navegantes, era o terceiro mais importante do País - claro que um simples campo de pouso, comparado aos padrões modernos. Nessa época heroica para a aviação, quando as aeronaves desenvolviam cerca de 300 quilômetros por hora e os acidentes eram comuns, a importância do correio aéreo para as comunicações entre os povos era exponencial, e a chegada dos aviões significava a vinda de novidades. Nesta nota do Correio do Povo, de setembro de 1937, nota-se isso muito bem.
sexta-feira, fevereiro 13, 2015
A prisão do escritor, médico e militante comunista Dyonélio Machado, em 1935
Dyonélio Machado foi um dos mais importantes escritores gaúchos. Médico por formação, nascido em Quaraí, ele se tornou também conhecido como militante do Partido Comunista Brasileiro, o PCB. Em 1935, ano em que ocorreu a Intentona Comunista no Rio, contra Getúlio, e um dos motivos de se criar o "Estado Novo", Dyonélio foi preso, em Porto Alegre, pouco antes das comemorações pelo Centenário da Revolução Farroupilha, evento grandioso que mobilizou o Rio Grande. E 1935 foi um ano importante na vida literária do autor (que tinha 40 anos na época), quando publicou sua obra-prima Os Ratos, livro em que descreve as agruras de um homem comum em busca de algum dinheiro emprestado que lhe permitisse pagar a conta mensal devida ao leiteiro. Nesta reprodução do Correio do Povo, coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre, lemos a notícia da prisão deste médico, escritor e comunista que também se notabilizou pela sua contribuição à psiquiatria no Rio Grande do Sul. Dyonélio Machado faleceu em 1985.
quarta-feira, fevereiro 11, 2015
Rinhedeiro Copacabana: a Porto Alegre dos "galistas" da década de 30
sábado, fevereiro 07, 2015
Flash Gordon no Imperial, na Porto Alegre de 1937
sábado, janeiro 31, 2015
A Rádio Difusora Porto-alegrenses e seus espetáculos radiofônicos nos anos 30
Em 1936, quando Flores da Cunha era o governador do Rio Grande do Sul e um dos donos da rádio Farroupilha ("a mais potente"), as três emissoras radiofônicas que então existiam em Porto Alegre disputavam acirradamente o mercado local. A Difusora, a PRF-9, a segunda inaugurada na capital gaúcha, com 5 quilovates de potência na antena e 25 na torre, enfrentava não só a Farroupilha (100 quilovates na base e 25 nas antenas) como a rádio Sociedade Gaúcha. Em um tempo em que não havia sistema de pré-gravação, tudo, naturalmente, era feito ao vivo. As três emissoras contratavam orquestras e artistas famosos que vinham do Rio e permaneciam em Porto Alegre às vezes por semanas, apresentando-se nos cine-teatros locais. A cidade, com pouco mais de 250 mil habitantes, era a terceira mais rica e importante capital brasileira e dispunha de um público exigente para as apresentações artísticas. Em novembro de 1936, a Difusora apresentava no Imperial - o maior cinema da cidade, com quase 1.700 lugares - o show com um "cast" sensacional para aquele início dos anos de ouro do rádio: Aracy de Almeida, as irmãs Pagã e Jorge Murado, entre outros. Reprodução da coleção do Correio do Povo, coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre.
quinta-feira, janeiro 29, 2015
Inezita Barroso em Porto Alegre, hóspede de Paixão Cortes: maio de 1956.
Há quase sessenta anos, em maio de 1956, a grande Inezita Barroso, então uma jovem com menos de 30 anos, veio a Porto Alegre, onde pesquisou e encantou-se com a música regional que aqui se fazia. Mulher inteligente e vanguardista, essa paulista - que hoje, com quase 90 anos, apresenta o melhor programa de música caipira de raiz do Brasil, o Viola Minha Viola, na TV Cultura - foi recebida de braços abertos pela gauchada que dela se acercou quando foi hóspede de honra do folclorista Paixão Cortes, em sua casa em Porto Alegre. Reprodução da Revista do Globo, coleção do Arquivo Histórico Moysés Vellinho da Prefeitura de Porto Alegre.
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