terça-feira, junho 28, 2016

segunda-feira, junho 27, 2016

Ieda Maria Vargas quase não tem mais tempo para si própria



1963 foi um ano agitado na política brasileira. O governo de João Goulart perdia cada vez mais a sustentabilidade e um clima de radicalização política tomava conta do país. Em dezembro daquele ano - ano marcado também por uma inflação recorde - quem não poderia se queixar de nada era a porto-alegrense Ieda Maria Vargas. A moradora de Petrópolis havia ganho tudo em concursos de beleza - incluindo o Miss Brasil e o Miss Universo. Aclamada, solicitada, paparicada, ela aproveitava a sua fama para percorrer o mundo, conhecer outros países e pessoas interessantes, além de faturar, é claro.Tantos compromissos acabavam fazendo com que quase não tivesse tempo para ela própria, como anotou o cronista Antonio Carlos Ribeiro, no jornal Correio do Povo. Nas reproduções acima, a Miss Universo 1963 volta ao Rio Grande do Sul, depois de uma série de eventos internacionais.

sexta-feira, junho 24, 2016

Em 1991 a novidade do "telefone portátil" surpreendia os brasileiros

1991. Nem faz tanto tempo assim, mas naquele ano em que Fernando Collor de Mello ainda era o primeiro presidente eleito depois do ciclo militar, uma grande novidade tecnológica surgia no Brasil: o telefone celular, ou "portátil", e que já era usado por 3 mil cidadãos cariocas, como se vê nesta matéria da revista Veja. Com o título "o mundo no bolso", a publicação comentava o fenômeno e previa o seu crescimento nos próximos anos. Atualmente, quem diria, há mais telefones celulares do que habitantes no Brasil, e aquela novidade de 25 anos atrás é utilizada até por crianças. 

O futebol feminino, no distante ano de 1970

O futebol feminino é, hoje, algo tão comum que muitas vezes nos surpreendemos, ao olhar para trás, pelo fato de ter causado sensação e até rejeição em seus primórdios. Bem antes de Marta, Formiga e companhia, as jogadoras, no início dos anos setenta, enfrentavam desconfiança e não raro duvidava-se da sua feminilidade - o caso do Brasil. Mas a Alemanha - quase sempre, um passo à frente - foi um dos primeiros países a aceitar isso com normalidade, como se vê nesta notícia do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, de dezembro de 1970 - ano em que a seleção masculina brasileira foi tricampeão mundial no México. 

quinta-feira, junho 23, 2016


Hoje Gaúcho da Fronteira completa 69 anos. E no dia de hoje, em 1998, falecia Maureen O"Sullivan, a Jane do Tarzan.

quinta-feira, junho 09, 2016


Hoje Johnny Deep faz 53 anos e Natalie Portman 35.

Tony Tornado e Trio Ternura no teatro Leopoldina: 1970


Quem tem 50 anos ou mais do que isso lembra daquele negro alto e forte, com cabelo black-power, saracoteando nos palcos e cantando "BR-3" - a gente corre, e a gente morre, na BR 3... Pois isso foi em 1970, quando Antonio Viana Gomes, o Tony Tornado, tornou-se um nome nacional na música brasileira, ao vencer a fase brasileira do V Festival Internacional da Canção. Não parece, mas ele já tinha 40 anos (hoje tem 86, acreditem) e toda o swing e a atitude dos negros norte-americanos. Naquele mesmo ano, aproveitando estar na crista da onda, Tornado veio a Porto Alegre, com com o Trio Ternura - que também fez um relativo sucesso na época - e apresentou-se no Teatro Leopoldina, a grande casa de espetáculos para tal tipo de shows, localizada na Independência e que não mais existe. Tony Tornado se tornaria, depois, ator de tevê, fazendo pequenos papeis em novelas e até em filmes. Ele foi casado com a atriz Arlete Salles.

domingo, junho 05, 2016

Mocidade, não deixeis em abandono a vossa gonorreia...

Antes da invenção das sulfas, as doenças venéreas eram um sério problema de saúde pública não somente no Rio Grande do Sul e Brasil como no restante do mundo. Como a camisinha não tinha seu uso disseminado, e a instrução era pouca - assim como a higiene - muitos homens e mulheres, até de "boas famílias", sofriam com o problema. Um eclético rosário de medicamentos - a maioria ineficazes, obviamente (tipo cloroquina) - era usado para a cura do problema, bem menos sério do que a sífilis. Esta sim, causava grandes danos e também matava. Nesta publicidade publicada no Correio do Povo, de Porto Alegre, em junho de 1941, vemos as qualidades de um produto chamado Neisserina.

sábado, maio 21, 2016

Navegação Arnt com seus navios a vapor para Taquari: 1941

No início do século XX, Porto Alegre - tão bem servida por águas - concentrava um extraordinário serviço de navegação fluvial, via estuário do Guaíba e os outros rios tributários. Mais de vinte companhias faziam percursos aquáticos, com saídas várias vezes ao dia dos armazéns do cais do porto. As embarcações geralmente eram vapores, com refeições a bordo, cabines e até pernoite.  Entre elas estava a Navegação Arnt Ltda, com sede no município de Taquari, como se vê neste anúncio publicado no Correio do Povo no dia 20 de setembro de 1941. Afoto é do famoso vapor "Porto Alegre".  Ao lado, um anúncio da Companhia Costeira - a maior do Brasil, ao lado da Loyyd, e que fazia serviço de cabotagem pelas principais cidades costeiras do Brasil banhadas pelo Atlântico.

domingo, maio 15, 2016

Cabaré que marcou época no JB virou edifício

Esta casa é agora um moderno edifício

Eram os anos cinquenta, que muita gente chama de “anos dourados”, e seu Ruben Carlos Simionovschi vivia a sua infância, adolescência e início da juventude. O local – o bairro Jardim Botânico – nem tinha esse nome, oficialmente.“Em 1950, quando eu tinha oito anos, meu pai comprou uma casa na Guilherme Alves. Naquela época as ruas do bairro eram sem calçamento, somente com o passar dos anos elas foram recebendo melhoramentos, uma a uma – canalização do esgoto, calçamento”, relembra ele.
Aos mais de setenta anos, ainda morador do Botânico (rua Surupá), seu Ruben revive essa época com grande riqueza de detalhes. “Para nos locomovermos, tínhamos a opção de ir até a Protásio Alves, na esquina com a Barão do Amazonas, ou seguir até o final da linha do bonde, que ficava na esquina da rua Carazinho. Interessante que a linha de bonde vinha em dois sentidos, tinha trilhos nos dois lados da Protásio, junto aos postes centrais, mas somente até a Vicente da Fontoura, onde acabava a linha Boa Vista. Os bondes eram tipo “gaiolas”. Depois dali a linha era de um só lado, até o final, na esquina da Carazinho.
"Outra opção era pegar um micro-ônibus na Barão do Amazonas, esquina com a Felizardo. A opção preferida pela maioria era mesmo o bonde para o centro da cidade, já que a passagem saía mais em conta. Lembro que o micro-ônibus era cara. Por exemplo, se a passagem do bonde fosse 0,50 centavos, a do micro-ônibus era 2,00. Depois de alguns anos, a linha de ônibus, já operada pela Secretaria Municipal de Transportes, foi estendida até a esquina da rua Serafim Terra com a Felizardo”.Ele recorda que os ônibus variaram no decorrer dos anos: primeiramente movidos a gasolina, “depois uns ônibus importados, a diesel. Tivemos também ônibus “papa-filas”, cuja dianteira era um cavalinho, o ônibus vinha quase engatado nele”.
FAMOSO CABARÉ – Em uma época em que não havia televisão no Rio Grande do Sul os cinemas dominavam a cena. Ruben lembra: “Tivemos dois cinemas em Petrópolis. Um ficava nos fundos da antiga igreja de São Sebastião, na esquina das ruas Carazinho e João Abott, o Cinema Petrópolis. Já o Ritz, na Protásio, funcionou mais tempo, até ser demolido. Outra lembrança que eu tenho da Colônia Agrícola do Hospital São Pedro que ficava na área ocupada hoje pela SMAN e o Jardim Botânico. Os doentes trabalhavam no cultivo de hortaliças e alguns fugiam e ficavam perambulando pelo bairro.
No bairro, a “Vila São Luiz”, havia também muitos campos de futebol. Onde hoje é a ESEF, por exemplo, tínhamos quatro campos, muito frequentados, onde aconteciam torneios de futebol aos finais de semana. Além deste havia o campo da SMT, no final da Felizardo, esquina com a Buenos Aires. Onde hoje é a rua Pedro Pieretti existia o campo do Clube Amazonas e onde está o Bourbon eram dois campos também”.
Simionovschi recorda que na rua Cervantes, subindo a Dona Inocência, funcionava um famoso cabaré da cidade, o “Casa Branca”, cujo prédio ainda existe, “porém sem o charme de antigamente.“Sei dizer era frequentado por pessoas de algum poder aquisitivo. Lembro que a proprietária era uma senhora que tinha uma filha adolescente, como nós, uma filha muito promissora. Aquela parte alta do bairro era conhecida como Vila Russa”.
DOUTOR TÁCITO – Nos anos 50 não havia esgoto canalizado – os despejos corriam a céu aberto. A maioria das casas tinham latrinas e, algumas, fossa negra. “No início, cavei muito buraco para a nossa latrina”, revela Ruben. Quanto á água, naqueles tempos, já era tratada e canalizada, embora existissem determinados locais onde ela aflorava naturalmente do solo – os moradores mais antigos lembram das “bicas” da Praça Ararigbóia e da praça Nações Unidas.Por esse tempo o arroio Dilúvio – hoje praticamente um esgoto urbano – exibia águas claras, boas para o banho e para a pesca. Ruben presenciou as obras de canalização e o calçamento da avenida Ipiranga. Ex-aluno do colégio Otávio de Souza, lembra dele todo de madeira - “construído no governo Leonel Brizola” - feito com táboas de “macho-e-fêmea” sobre pilares de concreto. Outra recordação é a da Chácara das Camélias, de cultivo de flores, e que começava na Ferreira Viana e terminava na altura do número 200 da Guilherme Alves. “Outra chácara era onde está o Conjunto Felizardo Furtado, de hortigranjeiros, os donos eram uma família, só recordo do nome de um dos filhos, chamado Raul. Outra ficava onde hoje está sendo anunciada a construção do Condomínio Allure, na Felizardo, uma chára de agrião, principalmente, do seu Ângelo, que tem descendentes no bairro – Zé, Luiz, filhos, noras, genros, netos”.Outra pessoa da qual seu Ruben Simionovschi não esquece é do doutor Tácito Castro de Castro, um médico que atendia os pacientes em sua própria casa, na rua La Plata, defronte ao hoje Supermercado Gecepel. “Depois ele manteve o consultório em uma sala no prédio da Barão do Amazonas, em frente ao Posto Ipiranga, esquina Valparaíso. Ali, em uma das lojas, havia a Farmácia Idela, do casal Frontelmo e Léa e mais um sócio”.

Foto: o cabaré que marcou época no JB foi demolido recentemente para dar lugar a um grande edifício. Foto de Vitor Minas, em 2008.

terça-feira, maio 10, 2016

sábado, maio 07, 2016

Getúlio Vargas e Adhemar de Barros, unidos na jogatina?

As eleições de outubro de 1950 foram das mais disputadas e acirradas de toda a história brasileira - por dois motivos: eram as primeiras depois da Revolução de 30 e do Estado Novo. Com o país redemocratizado, e Getúlio Vargas - oficialmente senador da República - antes recolhido em sua fazenda do Itú, quase na fronteira com a Argentina, e agora exaustiva em campanha eleitoral para a presidência do Brasil, as forças udenistas e golpistas, lideradas, entre outros, por Carlos Lacerda, não mediam esforços para impedir que o ex-ditador voltasse ao poder, agora pelo voto popular. Mas Getúlio venceu com larga margem, contando com o fundamental apoio do líder político paulista Adhemar de Barros, que garantiu-lhe muitos votos no mais importante Estado da federação. A campanha movida contra Getúlio incluiu peças como esta acima, publicada no Correio do Povo, de Porto Alegre, e em muitos outros jornais nacionais, relacionando os dois com a volta dos jogos de azar no Brasil - que haviam sido proibidos, poucos anos antes, pelo então presidente, General Eurico Gaspar Dutra.   
Nani, em A Charge Online.

terça-feira, maio 03, 2016

Colgate, creme dental, nas páginas da Revista do Globo: 1942.


Uma das marcas comerciais mais conhecidas do mundo - até mesmo porque está presente no nosso dia a dia - é o creme dental Colgate. O que pouca gente sabe é que tal o dentifrício - revolucionário para a época - foi criado em 1873, anos depois da morte de Willian Colgate, o fundador da empresa Colgate, mais tarde denominada Colgate-Palmolive Company, com sede em Nova Iorque. Inglês de nascimento, emigrado para os Estados Unidos, Willian fundou a sua empresa em 1806, em NY, e logo tornou-se conhecido como o "Rei dos Sabões" norte-americano. Religioso e filantropo, ele colaborava com instituições humanitárias e criou uma Universidade. A Colgate também fabrica o perfume Cashemere Bouquet e o produto de limpeza Ajax, líderes de mercado, Nesta publicidade de janeiro de 1942, publicada na Revista do Globo, de Porto Alegre, vemos uma das antigas propagandas do crime Colgate, bem ao estilo da época. 




Hoje Agnaldo Rayol faz 78 anos, Bruno Mazzeo completa 39, Nélida Piñon faz 79, José Genoíno 70. E no dia de hoje, em 1987, falecia a cantora Dalida, aos 54 anos.
Mariano, em A Charge Online.

segunda-feira, maio 02, 2016

A grande vitória de Emerson Fittipaldi em uma jovem Tarumã


O autódromo Internacional de Tarumã foi inaugurado em novembro de 1970, mas em menos de um ano já tinha entre seus vencedores nada menos do que o bicampeão mundial de Fórmula 1, Émerson Fittipaldi. Em janeiro de 1971 - portanto, logo após a inauguração - Tarumã, que é administrada pelo Automóvel Clube do Rio Grande do Sul -aconteceu na pista de pouco mais de 3 mil metros a prova "100 Milhas de Tarumã", coberta pela Rádio Guaíba, a grande emissora da época. O circuito foi vencido por Emérson Fittipaldi, já considerado um gênio das pistas e que no ano seguinte, já como piloto internacional de Fórmula 1, seria campeão mundial da principal modalidade do automobilismo, título inédito para o Brasil. Note-se que, na equipe de transmissão da Guaíba, estava nada menos do que Pedro Carneiro Pereira, famoso locutor esportivo, ele próprio um corredor quase profissional, e que morreria tragicamente nesse mesmo autódromo dois anos depois, em memorável acidente. E note-se ainda que o quinto colocado na prova era José Carlos Pacce, o Moco, outra grande promessa do automobilismo mundial e falecido em um acidente de avião tempos depois. 


Hoje david Beckham faz 41 anos, Fausto Silva 66 e Tizuka Yamazaki 67.

segunda-feira, abril 25, 2016

Bob Kennedy em Porto Alegre, dois anos depois do assassinato do irmão John



No dia 30 de novembro de 1965 - ou seja, dois anos depois do assassinato do seu irmão John, trigésimo quinto presidente dos Estados Unidos, em Dallas, no Texas - o então senador Robert Kennedy passava por Porto Alegre, onde ficou por breves momentos e causou frisson entre autoridades e populares - especialmente as moças, que, alvoroçadas e aos gritos, insistiam em beijá-lo. Vindo de Buenos Aires a bordo de um Caravelle da Cruzeiro do Sul, Bob driblou o serviço de segurança do aeroporto Salgado Filho e saiu caminhando normalmente pela pista. Saudado em seguida por alunas do Instituto de Educação Flores da Cunha, o político fez um breve pronunciamento antes de embarcar novamente na aeronave que o conduziria a São Paulo. O governador gaúcho, à época, Ildo Meneghetti, não estava na capital e não pode recepcionar a autoridade que, a exemplo do seu irmão, também tombaria assassinada a tiros, três anos depois, em 6 de junho de 1968, no Hotel Ambassador, em Los Angeles, Califórnia, aos 42 anos de idade. Quando passou por Porto Alegre Bob era considerado um potencial candidato a presidente dos EUA e tinha apenas 39 anos. As reproduções são do Correio do Povo.
Jarbas, Dia´rio de Pernambuco. A Charge Online.

domingo, abril 24, 2016

Simonal e seus "cúmplices" já podem voltar a fazer shows no Brasil

Quarenta anos atrás o cantor Wilson Simonal já estava longe de ser o que fora na década de sessenta e no início dos anos setenta. Considerado "dedo-duro" da ditadura militar brasileira, apoiador do regime e "informante do DOPS", o carioca que havia sido um fenômeno da música popular brasileira, lotando inclusive o Maracanãzinho e vendendo centenas de milhares de discos, vivia uma fase de decadência e de boicote por parte da imprensa, que não o perdoava por estar envolvido com a repressão e também, é verdade, por seus posicionamentos arrogantes de "negro norte-americano", um caso de afro-brasileiro bem sucedido que circulava com desenvoltura por todos os ambientes, sempre exibindo um irritante sorriso cínico no rosto. Grande cantor, Simonal - com o passar do tempo - foi sendo melhor compreendido e nunca se provou realmente que tivesse prejudicado outros colegas artistas com as tais "delações" - algo que é reforçado, inclusive, por Nelson Motta. No início de 1976 Wilson Simonal e seus "cúmplices" continuavam a ser notícia, não pelo lado musical e sim pelo criminal, como se vê nesta reprodução do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre.