Em junho de 1934, quando Flores da Cunha era o governador do Estado, o hoje chamado "gauchismo" não estava em voga e nem era muito bem visto - considerava-se isso coisa de gente grossa do interior, e somente no final dos anos quarenta, com Paixão Cortes e Barbosa Lessa, entre outros, é que os "rio-grandenses" iriam assumir com orgulho sua cultura. Mas nem por isso o chimarrão era mal visto, como se observa nesta nota do Correio do Povo, em que se noticia um concurso de "quem toma mais chimarrão". Salvo engano, não há nada similar hoje.
Jardim Botânico, Porto Alegre. Fundado em 2006 por Vitor Minas. Email: vitorminas1@gmail.com
sábado, outubro 07, 2017
sábado, setembro 30, 2017
Os banho de rio na Porto Alegre de 1934
Em junho de 1934 o rio Guaíba - que muitos insistem em chamar de lago - era um rio relativamente limpo e propício ao banho. Naquela época a cidade de cerca de 250 mil pessoas não dava as costas ao Guaíba, como hoje ocorre. A zona sul da capital gaúcha já era explorada pelas suas belezas naturais e por suas praias os meses de verão. Como viajar até o litoral era uma aventura, naqueles tempos de poucas estradas, muita gente preferia ficar por aqui mesmo e desfrutar dos encantos de Ipanema e de outro bairro que surgia - o Espírito Santo. As imobiliárias e construtoras apregoavam, em anúncios de jornais, as vantagens de se adquirir um imóvel nestes locais, como se vê nesta reprodução do Correio do Povo.
domingo, setembro 17, 2017
É isso aí, amizade!
Os tempos passam, e com ele também as gírias, como se vê neste anúncio da edição dominical do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, em outubro de 1972 - 35 anos atrás. Em uma época em que se usava calças boca de sino e correntões no pescoço, nada como ser "moderno" ao dizer "joia bicho", "é isso aí, amizade" ou "vamos transar juntos?" (que não tinha conotação sexual". A propaganda era de uma loja chamada Moka do Kanto. Alguém lembra?
sábado, setembro 16, 2017
Presidente da ABL garante: enquanto eu for vivo, mulher aqui não entra
Se hoje a presença da mulher é absoluta em todos os setores da vida brasileira, tempos atrás isso era visto como, no mínimo, algo estranho, quando não recebia a mais peremptória objeção, como se vê nesta nota do Correio do Povo de agosto de 1972: segundo a notícia, o acadêmico e presidente da Academia Brasileira de Letras, Austregésilo de Athaíde, simplesmente não admitia a presença do belo sexo na instituição criada por Machado de Assis. Vista hoje de forma humorística, a nota reflete o pensamento dominante em uma época não tão distante assim. As coisas, porém, evoluíram: cinco anos depois, em agosto de 1977, a escritora cearense Rachel de Queiroz se tornou a primeira mulher a ser eleita para a ABL, dando fim a um tempo em que somente os homens eram admitidos na casa. "Enquanto eu for vivo, mulher não entra para a Academia", teria dito Austregésilo. O presidente, no entanto, teve de voltar atrás - da posse de Rachel, e até 1993, data da sua morte, viu muitas coisas mudarem no Brasil e no mundo. Quanto a Rachel, morreu em 2003, aos 92 anos de idade.
quinta-feira, setembro 14, 2017
Quando as letras k, y e w eram proibidas para as crianças brasileiras
Em um país como o Brasil, que tem os nomes mais esdrúxulos e inverossímeis do mundo, até bem pouco tempo atrás era vedado a qualquer pai ou mãe colocar as letras w, y e k no nome do recém nascido registrado em cartório - aliás, os próprios cartórios não aceitavam. Mas isso, bem ou mal, foi revogado como norma legal e hoje há um festival das três letras em milhares de crianças brasileiras - Wesley, Wellyngton, Kekeilson . Maykel, etc. Nesta reprodução do Correio do Povo, de 1972, historia-se o início de tudo: o ano de 1931, logo depois que Getúlio Vargas chegou ao poder com sua ideologia nacionalista. O uso dessas três letras foi eliminado da língua portuguesa brasileira pela reforma ortográfica de 1943. Hoje, claro, pode-se até registrar um filho com o nome de Keyeyson.
sexta-feira, setembro 08, 2017
A poderosa Rádio Farroupilha, a mais potente do Brasil em 1935
A Rádio Farroupilha de Porto Alegre foi inaugurada em 1935, ano dos incríveis festejos que comemoraram em todo o Estado os 100 anos da Revolução Farroupilha. A capital gaúcha, então com menos de 300 mil habitantes, era dirigida pelo intendente Alberto Bins, enquanto Flores da Cunha governava o Estado natal de Getúlio Vargas - o presidente brasileiro, vencedor da Revolução de 30. Em uma época em que o rádio florescia como o grande veículo de entretenimento e informação popular, a Farroupilha iniciava suas transmissões na condição da emissora mais potente do Brasil, com nada menos do que 25 kw de potência - que depois seriam ampliados para 50, competindo assim com as concorrentes argentinas. De propriedade do general Flores da Cunha, a Farroupilha foi inaugurada por nada menos do que Carmen Miranda e pelo cantor Mário Reis. Rica e poderosa, tinha uma orquestra própria e contratava artistas famosos de outros pontos do Brasil, e também da Argentina, para o seu "cast" exclusivo. A reprodução é do Correio do Povo.
quinta-feira, setembro 07, 2017
Arthur Clarke faz palestra em Porto Alegre e visita o Banrisul: novembro de 1972
Em novembro de 1972 o escritor, cientista e inventor Arthur Clarke esteve em Porto Alegre, onde participou do Primeiro Congresso Brasileiro de Cibernética e Sistemas que aconteceu na Pontifícia Universidade Católica, PUC-RS. Então às vésperas de completar 55 anos, o inglês - mais conhecido por ser o autor do livro 2001, Uma Odisséia no Espaço, que virou filme de Stanley Kubrick - vinha do Sri Lanka, onde residia e onde veio a falecer em março de 2008, com mais de 90 anos - e deu entrevista ao Correio do Povo, manifestando sobretudo sua grande preocupação com a poluição do planeta Terra e os perigos que ela representa para a humanidade. Clarke, que era chamado de visionário por prever as inúmeras utilidades dos satélites geoestacionários na década de 60, e que hoje povoam as imediações da Terra, veio cercado de um enorme aparato de segurança e, cansado, acabou dormindo em um dos bancos do salão de espera do precário aeroporto Salgado Filho, ainda sem ar condicionado. Na capital gaúcha, o escritor visitou o Banco do Estado do Rio Grande do Sul, onde foi recebido pela diretoria.
segunda-feira, setembro 04, 2017
Rubem Braga homenageado pelos colegas jornalistas em Porto Alegre: outubro de 1935
Em 1935, o jovem jornalista e cronista Rubem Braga - já então um nome nacional na crônica brasileira, gênero em que ele se tornou o maior de todos - estava trabalhando em Porto Alegre, na Caldas Júnior, fugindo da repressão do Estado Novo, do qual era ferrenho opositor. O capixaba de Cachoeiro de Itapemirim ficou uns tempos por aqui, antes de voltar ao Rio, deixando muitos amigos, entre eles o também jornalista, escritor e intelectual Carlos Reverbel. Em outubro de 1935, durante as festividades do centenário da Revolução Farroupilha que galvanizou o Estado, recém chegado, Braguinha foi homenageado pela intelectualidade gaúcha, conforme noticiou o Correio do Povo. É de se espantar que Rubem Braga não contasse então com mais do que 22 anos de idade - um garoto, por assim dizer.
quinta-feira, agosto 31, 2017
Jane Fonda, aos 34 anos, militante pacifista e mulher belíssima
Jane Fonda é hoje uma senhora idosa. Mas quem lembra dela nos anos sessenta e setenta recorda de uma jovem artista e militante - belíssima e talentosa, por sinal - que se opunha com todas as forças a Guerra do Vietnan, chegando mesmo a defender as posições comunistas das tropas do Vietnan do Norte e dos vietcongs. Com o passar do tempo, e com a experiência e sensatez que a vida dá, ela afastou-se de qualquer radicalismo político e passou a ser mais conhecida por defender uma vida ativa e saudável, com muitos exercícios físicos. Prestes a completar 80 anos, em 21 de dezembro próximo, a eterna Barbarella de Roger Vadim, sex simbol e integrante de uma grande família de excelentes atores, aparece nesta matéria do Correio do Povo de setembro de 1972 - portanto, há 45 anos - na flor dos seus 34 anos, discursando pela paz.
terça-feira, agosto 22, 2017
Jornal norte-americano destaca a pujança da economia gaúcha, depois da enchente de 1941
Em julho de 1941, quando Porto Alegre - e a maioria das regiões do Rio Grande do Sul - começavam a se recuperar da Grande Enchente de maio que se tornou notícia na imprensa mundial, o jornal Globe, de Boston, nos Estados Unidos, publicou uma interessante matéria sobre o Estado gaúcho. Reproduzida pelo Correio do Povo, destacava o desenvolvimento da economia local e comparava o Rio Grande ao Texas - segundo a nota, o RS tinha mais do que o dobro das cabeças de gado daquele Estado norte-americano.
domingo, agosto 06, 2017
Cientistas norte-americanos estudam benefícios medicinais da maconha: setembro de 1972
Se agora tem se falado tanto nas propriedades medicinais da maconha, o certo é que o tema é antigo, como se vê nesta notícia do Correio do Povo de 1972. Segundo a nota, cientistas norte-americanos estavam estudando a planta para seu uso no tratamento da leucemia. Mais recentemente, o Uruguai descriminalizou o uso da canabis, que passou a ser vendida legalmente em farmácias.
terça-feira, agosto 01, 2017
Os jornais noticiam a conquista do tetra estadual pelo Inter: agosto de 1972
No dia primeiro de agosto de 1972 os jornais de Porto Alegre noticiavam a conquista antecipada, pelo Internacional, do quarto título estadual de futebol consecutivo - o tetra, em uma época em que o gauchão tinha enorme importância. O jogo, em um domingo à tarde (30 de julho), aconteceu no Beira-Rio, contra o Esportivo, de Bento Gonçalves, com a vitória colorada por dois a zero - gols de Valdomiro e Escurinho. Com isso o clube papou antecipadamente o título, antes do último jogo, contra o Grêmio. A reprodução é do Correio do Povo, que não circulava às segundas-feiras. Ao lado a coluna de Ruy Carlos Ostemann, um dos maiores nomes da crônica esportiva do Rio Grande do Sul durante décadas.
sábado, julho 22, 2017
Chapecó em 1972, uma cidade que já antevia o seu extraordinário desenvolvimento
Hoje com mais de 200 mil habitantes e uma das economias mais ricas e prósperas do sul do Brasil, Chapecó, no oeste catarinense (mais de 400 km de Florianópolis), naquele início dos anos setenta, já havia encerrado o ciclo da madeira, a época pioneira da derrubada de vastos pinheirais, nas primeiras décadas do século vinte - ciclo este que viria a formar o capital inicial que impulsionou o seu extraordinário desenvolvimento. Prestes a completar 100 anos de emancipação - o que acontecerá no próximo dia 25 de agosto - Chapecó é considerada um dos cinco mais importantes municípios de Santa Catarina e ostenta os títulos de "capital da agroindústria" e "capital das feiras de negócios". Grandes empresas de alimentos, sobretudo no ramo de suínos e frangos, estão instaladas na cidade que se tornou, mais recentemente, conhecida dos noticiários internacionais pela tragédia que se abateu sobre o time local de futebol em sua viagem aérea para a disputa da final da Copa Sul Americana de futebol.
Na foto uma vista de Chapecó em 1972 - 45 anos atrás. Reprodução do Correio do Povo.
quinta-feira, julho 20, 2017
Venda moderna e pra frente, com tutu bom. Vamos transar juntos? Joia bicho!
Os tempos passam, e as gírias de antigamente caem em total desuso - quando não se tornam até mesmo ridículas. Em 1972, na época das pantalonas e das jaquetas apache, uma loja de Porto Alegre (Moka do Kanto) publicou um anúncio "moderninho", apelando para a linguagem usual dos jovens urbanos da época, com expressões que fariam qualquer homem ou mulher dos dias atuais (incluindo os hoje sessentões) dar risos de bem humorada zombaria. Jóia, bicho, xuxu beleza, é isso aí amizade, vamos transar juntos (que na época não tinha significado sexual e sim o de interação ) expressões assim ficaram mais do que "quadradas" - simplesmente se tornaram ridiculamente infantis. Reprodução do Correio do Povo.
Sarah Vaughan em Porto Alegre: 17 de outubro de 1972
Na noite de 17 de outubro de 1972 os porto-alegrenses assistiram a um show que se tornaria histórico - pela primeira (e única) vez uma das grandes damas da música norte-americana, Sarah Vaughan, vinha a Porto Alegre, em uma única apresentação no antigo Teatro Leopoldina, na avenida Independência, local que era, à época, a principal casa dos bons espetáculos na capital gaúcha, já que o Teatro São Pedro estava decadente e em vias de ser fechado. Sarah tinha lançado, naquele ano, mais um disco. Aos 48 anos, sua carreira havia sofrido altos e baixos, mas ela - nascida em março de 1924 e que viria a falecer em 3 de abril de 1990, devido a um câncer de pulmão - continuava a ser uma das grandes vozes e intérpretes da música mundial. No final daquela década de 70 Vaughan lançaria outro trabalho, reunindo músicos brasileiros, em especial da bossa-nova. O show no Leopoldina foi gravado pela Rádio Guaíba - ela veio patrocinada pela Companhia Jornalística Caldas Júnior e pelo governo do Estado - e apresentado no programa Discorama, de Osmar Meletti. Não seria má ideia achar tal preciosidade nos arquivos da Guaíba e reapresentá-lo 45 anos depois.
quarta-feira, julho 19, 2017
Jornadas Esportivas Ipiranga: o auge da Rádio Guaíba de Porto Alegre
Em 1972 a rádio Guaíba, de Porto Alegre, era uma das mais ouvidas e respeitadas emissoras brasileiras (100 quilovates). Integrante da Companhia Jornalística caldas Júnior, presidida então por Breno Caldas, seu proprietário maior, a Caldas Júnior liderava, com folga, o setor de imprensa escrita e falada no Rio Grande do Sul, através da Guaíba, fundada 15 anos antes, e do Correio do Povo, o mais importante jornal da região Sul do Brasil. As transmissões esportivas contavam com um time de bons e tarimbados jornalistas e radialistas, muitos deles já falecidos, os quais acompanhavam, fosse onde fosse, os jogos da dupla Gre-Nal. Nesta reprodução das páginas do Correio vemos o anúncio de dois jogos pelo campeonato brasileiro de então, um em Natal, no Rio Grande do Norte, e o outro no Rio de Janeiro. As Jornadas Esportivas Ipiranga contavam com o patrocínio da empresa Ipiranga, uma refinaria de petróleo nascida no Rio Grande do Sul e com inúmeros postos de revenda em todo o País.
terça-feira, julho 18, 2017
OVNIs avistados em São Leopoldo, em setembro de 1972, por dois jovens do Jardim América
A presença de Objetos Voadores Não Identificados sempre foi notícia no mundo todo, a partir do final da década de 40, quando se falava nos tais "marcianos" e nos "homenzinhos verdes" que, talvez, fossem hostis e estivessem a fim de invadir e dominar a terra. Em plena Guerra Fria, tal fenômeno logo encontrou ressonância nos filmes de Hollywood que se tornaram célebres e hoje são cult. O Rio Grande do Sul sempre registrou um grande número de ocorrências. Em setembro de 1972 - 45 anos atrás - dois jovens de São Leopoldo compareceram à redação do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, para relatar um desses casos, como se vê nesta reprodução.
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