1954 foi um ano complicado para o Brasil,com toda a agitação que se seguiu ao atentado da rua Toneleros, a consequente crise político-militar e, finalmente, o trágico suicídio de Getúlio Vargas. Em Porto Alegre, em agosto, a cidade transformou-se quase em teatro de guerra e houve depredações e mortes. Por outro lado, no final do ano, em novembro, aconteceria a célebre tentativa de fuga de quase mil apenados da Casa de Correção, o presídio central da época, localizado ao lado do Gasômetro, no centro da cidade, acontecimento que encheu de medo os porto-alegrenses. Mas 1954 também ficou marcado como o ano em que a jovem baiana Martha Rocha perdeu o título de Miss Universo para uma norte-americana, naquela que teria sido uma das maiores injustiças em termos de concurso de beleza ao longo de toda a história. Aos 18 anos (a sua idade está errada na matéria do CP), contudo, a despeito de tudo, Martha ficou consagrada como a mais célebre miss brasileira. No ano que vem ela completará 80 aninhos de muitas histórias para contar.
Jardim Botânico, Porto Alegre. Fundado em 2006 por Vitor Minas. Email: vitorminas1@gmail.com
sábado, outubro 13, 2018
sexta-feira, setembro 28, 2018
Unidos na jogatina?
As eleições de outubro de 1950 foram das mais disputadas e acirradas de toda a história brasileira - por dois motivos: eram as primeiras depois da Revolução de 30 e do Estado Novo. Com o país redemocratizado, e Getúlio Vargas - oficialmente senador da República - recolhido em sua fazenda do Itú, quase na fronteira com a Argentina, as forças udenistas e golpistas, lideradas, entre outros, por Carlos Lacerda, não mediam esforços para impedir que o ex-ditador e precursor das leis sociais voltasse ao poder, agora pelo voto popular. Mas Getúlio venceu com larga margem (a contagem, nas cédulas de papel, demorou mais de um mês até a sua finalização), contando com o fundamental apoio do líder político paulista Adhemar de Barros, que garantiu-lhe muitos votos no mais importante Estado da Federação. A campanha movida contra Getúlio incluiu peças como esta acima, publicada no Correio do Povo, de Porto Alegre, e em muitos outros jornais nacionais, relacionando os dois com a volta dos jogos de azar no Brasil - que haviam sido proibidos, poucos anos antes, pelo então presidente, General Eurico Gaspar Dutra.
quinta-feira, setembro 20, 2018
O nascimento de um bilionário
No dia 2 de janeiro de 1950, no início do verão, meses antes da Copa do Mundo no Brasil, quando Getúlio Vargas ainda não havia se candidatado oficialmente a presidente e eleito democraticamente em outubro, nasciam os gêmeos Alexandre e Pedro Grendene, no município de Farroupilha, na serra gaúcha. A família já tinha posses, mas ninguém poderia supor que, décadas depois, nos anos oitenta, os dois se tornariam multimilionários graças à fabricação de sandálias de plástico com a hoje clássica sandália Melissa. Alexandre Grendene tornou-se também um bon vivant - tem um impressionante iate de mais de 300 milhões de reais, muitos filhos, muitas empresas e um patrimônio pessoal de mais de dois bilhões de dólares - é considerado, em todos os rankings divulgados, o homem mais rico do Rio Grande do Sul. Nesta reprodução, de uma participação de nascimento, datada de 23 de janeiro, publicada no Correio do Povo e encontrada por mim casualmente, vemos a comunicação do nascimento dos gêmeos.
sábado, setembro 15, 2018
Eurico Lara, o maior ídolo gremista de todos os tempos
7 de Novembro de 1935: morre Eurico Lara, a lenda tricolor
“Porto Alegre, ontem, quando despertava para a sua atividade diária, recebeu uma notícia contristadora: no hospital da Beneficência Portuguesa, falecera, às 7:10 horas, o grande arqueiro Eurico Lara, indiscutivelmente a maior glória desportiva do Rio Grande do Sul”.
A notícia, publicada com grande destaque na página 9 do Correio do Povo de 7 de novembro de 1935, quinta-feira, tinha um título emblemático que resumia o significado desse homem nascido em Uruguaiana e que se tornou uma lenda do futebol gaúcho: “Eurico Lara, o player mais glorioso do Rio Grande do Sul, faleceu ontem, nesta capital”.
Ontem, no caso, era uma quarta-feira do histórico ano do centenário da Revolução Farroupilha e o Lara imortal que falecia na Porto Alegre de menos de 250 mil habitantes e três emissoras de rádio, contava apenas 37 ou 38 anos de idade – na página da Wikipédia, enciclopédia digital, consta que havia nascido 24 de janeiro de 1897, enquanto os jornais, inclusive o Correio, lhe davam um ano a menos – teria nascido em 1898. Seja como for, em sua curta e gloriosa existência, Eurico Lara Fonseca, casado com dona Maria Cândida e pai da menina Odessa, de 12 anos, defendeu apenas as cores de um clube de futebol – o Grêmio Futebol Portoalegrense, agremiação na qual jogou durante 15 anos e onde era tão amado e idolatrado a ponto de Lupicínio Rodrigues, ao compor o hino tricolor em 1953, ter nele incluído os seguintes versos: “Lara, o craque imortal, soube o seu nome elevar, hoje com o mesmo ideal, nós saberemos te honrar”.
Lara chegou ao Grêmio em 1920, ainda na época romântica em que não havia futebol profissional no Brasil, indicado por olheiros tricolores impressionados com aquele “goal-keeper” do Sport Clube Uruguaiana que pegava todos os chutes e era aplaudido de pé até pelos adversários. Em 1922, já famoso por aqui, foi ao Rio defender o selecionado do Exército nacional nas comemorações esportivas pelo centenário da Independência do Brasil, e saiu-se tão bem que, ao final do torneio, recebeu um telegrama do próprio Ministro militar, cumprimentando-o por sua incrível atuação. Também quase lendários foram os mais de 20 chutes que defendeu de Friendereich, o maior craque e primeiro grande astro esportivo brasileiro. O jogo foi realizado no Parque Antartica entre os selecionados paulista e gaúcho e ao final uma multidão invadiu o gramado para cumprimentar o incrível arqueiro gaúcho capaz de tantas proezas milagrosas.
Em crônica não assinada, publicada no Correio do Povo daquele 7 de novembro de 1935, e intitulada “A Glória de Lara”, um repórter escreveu: “Lara morreu pobre, sem nada deixar além de um nome, na época precisa em que o futebol está recheando o bolso dos utilitaristas. Quando meio mundo se locupleta com os proventos da profissão, o jogador mais querido e mais glorioso dos pampas deixa apenas uma trilha limpa, percorrida à custa de muito sacrifício e de incomum espírito de abnegação e de renúncia. Ídolo brasileiro, acima de tudo, esse moço jamais perdeu a modéstia que trouxe do berço, da gloriosa Uruguaiana. Nasceu pobre para morrer entre os humildes. Vezes sem conta atuou sob influência do mal que lhe minava o corpo. Sob dores hepática, saltava como um felino dentro daquele retângulo que só ele sabia defender. E nunca teve uma imprecação, nem deixou transparecer o menor sofrimento. E ontem finalmente morreu como morrem os bons: sem um gemido, de mansinho, sem mesmo ter tempo para um último gemido. O Rio Grande do Sul, envolto em crepe, antes de chorar canta e exalta no dia de hoje a glória imortal de Eurico Lara.”
Lara tinha tuberculose havia três anos, em um tempo em que não havia penicilina ou estreptomicina e a chamada doença dos poetas e dos artistas dizimava milhões de pessoas em todo o mundo. Sua última atuação pelo Grêmio foi mais uma página de glória: o histórico Grenal de setembro de 1935, decidindo o campeonato da cidade no ano festivo do centenário da Revolução Farroupilha, vencido heroicamente pelo Grêmio por dois a zero. Lara saiu de campo para ser hospitalizado na Beneficência Portuguesa, onde encerrou a vida como o maior mito da história do imortal tricolor – a bem da justiça, nem Renato Portalupi, ídolo da era modera, o supera na linha do tempo.
No dia 8 de novembro, ainda repercutindo a morte do mito, o Correio do Povo publicou uma foto em que Lara aparece no momento em que sofreu o último gol da sua vida – precisamente o dia 15 de setembro de 1935, data da comemoração dos 32 anos do chamado “clube da Baixada”. Em jogo contra o Força e Luz pelo campeonato da Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos, AMGEA, uma espécie de liga dos clubes de Porto Alegre e arredores, Lara, atrás de Luiz Luz, não consegue defender o chute de Negrito.
Eurico Lara foi campeão citadino de 1920, 21, 22, 23, 25, 26, 1930, 31, 32, 33 e 35 e campeão gaúcho dos anos de 1921, 22, 26, 1931 e 32. Ídolo das famílias e das crianças, que sonhavam um dia “ser Lara”, foi sepultado com a bandeira do Grêmio e o seu funeral em carro público praticamente parou Porto Alegre. Infelizmente, não existe qualquer registro fonográfico ou cinematográfico deste homem incrível que dizem ter sido o maior goleiro que o Rio Grande do Sul e que entrou para a história como “o goleiro dos goleiros”, simplesmente “a Lenda”.
quinta-feira, agosto 30, 2018
"Maconheiros" eram presos, iam para o presídio e tinham seus nomes e endereços divulgados: 1975
É, os tempos mudaram mesmo. Se hoje se discute a liberação e até a venda pública da maconha, em meados dos anos setenta a política face à canabis sativa era bem diferente, tão diferente que quem fosse pego fumando ia preso e até virava notícia de jornal, como se vê nesta reprodução do Correio do Povo, de Porto Alegre, de julho de 1975. Além de ter seu nome divulgado, ia junto o endereço completo - algo que os jornais, para quaisquer crimes, ou simples denúncias e ocorrência, faziam então. Hoje daria processo, e os detidos levariam uma boa grana. Neste caso, tinha um agravante: além de fumarem maconha, os detidos eram hippies...
Teixeirinha e Wilson Simonal cantando juntos, em show único: maio de 1972
Wilson Simonal, com seu estilo de negro norte-americano, estava por cima da onda em 1972, e o mesmo acontecia com Victor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, chamando então de O Rei do Disco. Em maio de 1972 Simonal veio a Porto Alegre, onde se apresentaria no ginásio do Grêmio, em um show com a participação - vejam só - de Teixeirinha. Indagado sobre a estranheza de tal encontro, Simonal justificou, argumentando que, em sua recente turnê pela Europa, tinha constatado o sucesso do gaúcho por lá, especialmente na Inglaterra - na terra da rainha, Teixerinha chegou a fazer sucesso. Não se sabe se o show dos dois de fato aconteceu (provavelmente sim), mas vai aqui o registro do Correio do Povo daquela época.
terça-feira, agosto 28, 2018
Inezita Barroso recebida por Paixão Côrtes em Porto Alegre, naquele maio de 1956
Há mais de sessenta anos, em maio de 1956, a grande Inezita Barroso, então uma jovem com menos de 30 anos, veio a Porto Alegre, onde pesquisou e encantou-se com a música regional que aqui se fazia. Mulher inteligente e vanguardista, essa paulista, já falecida - que apresentava o melhor programa de música caipira de raiz do Brasil, o Viola Minha Viola, na TV Cultura - foi recebida de braços abertos pela gauchada que dela se acercou quando foi hóspede de honra do folclorista Paixão Cortes, em sua casa em Porto Alegre.
Reprodução da Revista do Globo, coleção do Arquivo Histórico Moysés Vellinho da Prefeitura de Porto Alegre.
Reprodução da Revista do Globo, coleção do Arquivo Histórico Moysés Vellinho da Prefeitura de Porto Alegre.
sábado, agosto 25, 2018
sexta-feira, agosto 24, 2018
Um dos mais antigos condomínios do bairro nasceu em 1971: o IPE
O Condomínio Emanuel Domingues surgiu em 1971, na esquina com a Ipiranga.
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São três andares, 218 apartamentos (máximo de 16 por andar) de dois, três e quatro dormitórios e seis lojas que estão fechadas. Localizado entre a avenida Ipiranga, a rua Alcebíades Caetano da Silva e a Chile, o Conjunto Residencial Emanuel Domingues foi inaugurado em 1971. Destinado inicialmente a funcionários públicos, era um projeto do Instituto de Pensionistas do Estado, IPE, que financiava os imóveis pelo esticado prazo de 15 ou 20 anos. Aos poucos, como é natural, passou a ser habitado por um público variado, mas sempre de classe média e, em sua maioria, idosos – no caso dos proprietários.
Anterior ao Felizardo Furtado e ao da Corsan, o Emanuel Domingues não conta com elevadores e nem um sistema permanente de vigilância – que acontece somente à noite, aos finais de semana e nos feriados. Os furtos e roubos, porém, não chegam ainda a ser um problema, apesar da localização junto à avenida. A infra-estrutura do Residencial é bastante simples: algumas churrasqueiras e uma pequena pracinha para as crianças. Não existem elevadores. Estacionamento existe, mas não em quantidade suficiente. Erguido em uma época em que o bairro era ainda uma espécie de vila formada por muitas casas de madeiras, terrenos baldios e antigos e pequenos prédios de alvenaria, o Emanuel Domingues (homenagem a um antigo morador do Jardim Botânico, dizem alguns) foi projetado originalmente para ir até a rua Valparaíso (por onde, em 1971, passava o Riacho Ipiranga), o que não aconteceu devido às invasões do local.
Universal, um clube que marcou época no Jardim Botânico
O Grêmio Esportivo Universal marcou época no Jardim Botânico. Ainda hoje os mais antigos - e os nem tão antigos assim - lembram dele com saudade e carinho. Com dois campinhos localizados onde hoje está o Shopping Bourbon Ipiranga, o clube era democrático, eclético e papava muitos torneios pelas redondezas. Nesta foto, de 1956, o time do Universal, tendo ao centro, segurando o pavilhão, a sua madrinha, Eliane Squeff.
Alguém se identifica na foto?
(gentileza: dona Dorsa)
quinta-feira, agosto 23, 2018
Jardim Botânico foi o antigo Vale do Sabão
Flagrante: primeira comunhão na antiga igreja de São Luís, na rua Guilherme Alves. Esta igreja situava-se onde, hoje, está sendo construída a nova. A foto não está datada.Possivelmente é do final dos anos sessenta. O retrato pertence à coleção pessoal de dona Dorsa, antiga moradora do JB, e foi obtida por intermédio de seu Rui Cintra, comerciante e também antigo morador do bairro, residente na rua Itaboraí.
Oficialmente, o Jardim Botânico nasceu no ano de 1959, pela lei número 2022, de autoria do vereador e historiador Ary Veiga Sanhudo. Nesse ano foram oficializados inúmeros outros bairros de Porto Alegre. A história do Jardim Botânico corre paralela à da avenida Ipiranga e da canalização do riacho Dilúvio, obras que levaram décadas. No passado, toda essa região ribeirinha ao rio, desde a Agronomia até o Beira-Rio, era conhecida como o “Vale do Sabão”, uma área baixa e alagadiça. As constantes inundações do arroio eram um sério problema.
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Em seu livro “Crônicas da Minha Cidade”, que parece ter sido escrito na década de 50, o historiador Ary Veiga Sanhudo é profético quando ao futuro promissor da região - “a zona mais próspera da cidade”. Escreveu ele, meio século atrás:“O bairro São Luiz, como aliás foi por muito tempo conhecido, não apresenta verdadeiramente qualquer notabilidade maior do que as ajardinadas terras do nosso futuro horto botânico. É um lugar de condições modestas e pela circunstância de se achar encravado entre o Riacho e o cerro de Petrópolis, viveu sempre jugulado à sua embaraçante situação de bairro sem uma via própria de acesso com maior desenvoltura. A sua radial, todavia, é a perimetral rua Barão do Amazonas. (...) No entanto, não nos cabe dúvida que, no dia em que as formidáveis laterais do Arroio Dilúvio – avenida Ipiranga – estiverem completamente urbanizadas, propiciando o extraordinário tráfego desse imenso Vale do Sabão, desde a Agronomia até a Beira-Rio, todo este bairro, como os demais quarteirões ribeirinhos, tomarão outro aspecto e constituirão a zona mais próspera da cidade”.
QUERO-QUERO – Há menos de vinte anos, o Correio do Povo (23 de maio de 1987), em matéria da jornalista Magda Wagner, traçava um perfil do JB: “É um bairro tranquilo, de ruas largas, que mais parece uma cidade do interior (...) Em frente ao maior conjunto habitacional do bairro, na rua Felizardo Furtado, nos deparamos com uma inesperada plantação de agrião, reforçando a idéia de que o Jardim Botânico é, no mínimo, um bairro diferente. Os quero-queros, ave típica dos descampados, proliferam no bairro, alimentados pelas folhas de agrião.” Antes de ser Vila São Luiz, o JB chamava-se Vila Russa, o que é explicado pela presença de imigrantes russos que chegaram aqui no início do século passado, instalando-se na parte alta, do outro lado da hoje avenida Doutor Salvador França.
quarta-feira, agosto 22, 2018
Coleção de serpentes é um dos patrimônios da Fundação Jardim Botânico
Republicação. Publicado originalmente em dezembro de 2009. Algumas informações estão desatualizadas.
* Vitor Minas
Fundação Zoobotânica, avenida Salvador França. Chegando ao prédio administrativo, o mesmo do Museu de Ciências Naturais do Jardim Botânico, desce-se por várias escadarias, até a parte mais baixa, quase no subsolo.^
Lá, em um ambiente mal-cheiroso e úmido, estão Maria Lúcia Machado Alves e Moema Leitão de Araújo, as mais antigas biólogas das instituição, com 38 e 39 anos de casa, respectivamente.
Ao lado de três estagiárias e um bolsista, as duas - Maria formada na URGS e Moema na PUC - trabalham em um local nada comum e até mesmo repelente ou assustador para muitos: o Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre, o maior do Estado, e que já chegou - tempos atrás - a enviar veneno de cobras para, entre outros, o Instituto Butantã e o Vital Brasil, onde é fabricado o soro antiofídico.
TEMPOS MELHORES - O Núcleo existe oficialmente desde 1987, mas na verdade remonta aos anos cinquenta, no início do Jardim Botânico, no tempo do renomado pesquisador e biólogo Thales de Lema, um "herpentólogo" - especialista em serpentes, ou cobras, como são chamadas mais comumente.
O Núcleo de Ofiologia é, hoje, constituido de meia dúzia de salas e tem apenas, como funcionárias efetivas, Maria e Moema. Porém já viveu tempos melhores, especialmente até os anos 80, quando faltou soro anti-ofídico no Brasil, criando-se um problema nacional. "Imagine, faltar o soro no País que inventou esse tipo de soro, descoberto por Vital Brasil!", lembra Maria. "O Brasil obrigou-se a importar o soro da Colômbia, que tinha qualidade inferior".Pressionadas, as autoridades decidiram investir no setor e destinaram verbas aos grandes institutos - com isso o Butantã, entre outros, recuperou-se e modernizou-se, passando a ser auto-suficiente na obtenção dos venenos de cobras, que antes eram enviados por instituições como o Núcleo da Fundação Zoobotânica. Com isso, o Núcleo - que integra o Museu de Ciências Naturais da Fundação - perdeu muito da sua importância e utilidade."O Núcleo já teve seis biólogos, quatro especializados em répteis e dois em amfíbios, e o nosso objetivo principal, que era extrair veneno, deixou de existir. Mudamos os objetivos então", conta Maria Lúcia. Hoje as duas se dedicam mais a auxiliar e assessor pesquisadores e a dar palestras em escolas sobre os ofídios. Trabalham 20 horas por semana em trabalhos científicos - e, também, administram "uma pequena fortuna": como ainda há muito veneno armazenado em freezeres, e como o veneno, segundo Maria Lúcia, "vale mais do que ouro", o Núcleo é quase como uma caixa-forte de um pequeno banco."Para você ter uma idéia, uma grama de veneno é mais cara do que uma grama de ouro. E, no caso da cobra coral, a mais valorizada, se fala em miligramas e não em gramas. Temos aqui uma bela quantia".
MERCADO CLANDESTINO - O veneno extraído das cobras fica cristalizado e permanece assim, sem perder as qualidades, por muitos anos. Poderia-se perguntar: se o veneno de cobra vale mais do que ouro, e se há tanto aqui, porque ele não é vendido para laboratório ou mesmo para outros países, carentes nessa área? Tanto Maria Lúcia como Moema arriscam uma opinião - ou constatação: "Acredito que seja o poder do mercado clandestino, que é muito poderoso. Mas daria para se vender sim, se houvesse interesse", opina Moema.
O Núcleo de Ofiologia conta hoje com 438 cobras venenosas e cerca de 30 não venenosas. São espécies as mais variadas - jararaca, cruzeira, jararaca pintada, coral, cascavel, jibóia, etc. Algumas delas já estão aqui há 14 anos, sem contar filhotes - nascidos no local - com 11 anos. Tais serpentes, em sua maioria, são obtidas de apreensões de autoridades (inclusive da Patrulha Ambiental da Brigada Militar) ou doadas pela Fundação Estadual de Pesquisa e Produção em Saúde, FEPPS, da rua Domingos Crescêncio (e não da avenida Ipiranga). Ou então trazidas por pessoas as mais variadas - agricultores, fazendeiros, pequenos proprietários rurais, sitiantes. "Temos também uma pequena criação", informa Moema.Algumas delas, inclusive venenosas, são expostas ao público visitante, na parte alta do prédio do Museu de Ciências Naturais.
CHEIRO DE RATO - O Núcleo de Ofiologia sofre com a fiscalização do IBAMA, que tem regras rígidas a respeito dos animais - talvez rígidas demais. Por exemplo, um dono de sítio que queira fazer a doação de algumas cobras vivas às biólogas precisa de autorização especial para transportá-la, e pode ser preso se não a tiver. "Como são pessoas simples, e o procedimento é complicado, eles geralmente desistem", informa Mária Lúcia.Visitar o local onde estão alojadas tais ofídios é um programa interessante - mal também nada agradável para as narinas. Como os animais se alimentam de ratos - pequenos e brancos, desenvolvidos em laboratório - e há uma criação destes no local, o cheiro é bem peculiar. As cobras ficam confinadas em seus "apartamentos", com ventilação e água. Recebem alimento diariamente e são vistoradas com frequência. Há casais juntos e um "berçário" para as cobrinhas que nascem. Há cobras novas e outras velhas - que, de tão velhas, mal conseguem comer os ratos e precisam de ajuda. Há pequenas, como a cobra coral, e outras imensas, como a jibóia.Mas tanto as biólogas como as estagiárias já se acostumaram com todas. Elas não só adoram os bichos - "vejam como esta é linda, veja as cores!", diz Maria Lúcia ao repórter, segurando uma imensa serpente venenosa, que acaricia como a um cãozinho de estimação. O mesmo faz a estagiária Bárbara Borges, de 20 anos, estudante do quarto semestre de Biologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Bárbara já tem alguma experiência - fez estágio em um setor semelhante da PUC, já desativado, e diz: "Sempre gostei de cobras".
A estagiária nunca sofreu acidentes com os ofídios - pelo menos por enquanto. Mas as duas biólogas já foram picadas e, garantem, a dor não é tão forte assim. "mas depende da picada, das condições, da cobra, de muitas coisas", lembra Moema, que acabou no Hospital de Pronto-Socorro por conta de um desses "carinhos" de seus bichinhos.
terça-feira, agosto 21, 2018
Palmeiras, o primeiro campeão mundial de clubes: sim ou não?
Na Revista do Globo, de Porto Alegre, o reconhecimento do Palmeiras como o primeiro campeão mundial de clubes,em 51 |
Alguns colorados dizem que o Grêmio não é campeão mundial de clubes. Essa discussão bizantina e sem muito sentido – pois na verdade o torneio intercontinental, fosse Copa Toyota ou qualquer outra coisa, era, sim, um campeonato mundial – não se restringe a colorados e gremistas, santistas ou são-paulinos, flamenguistas ou quaisquer outros clubes da América do Sul e da Europa. Ela, na verdade, começa com aquele que pode, sem dúvida alguma, ser considerado o primeiro torneio mundial de clubes, que aconteceu em julho de 1951, tendo por palcos os gramados brasileiros do Maracanã e do Pacaembu. E o resultado é um só: goste-se ou não, o Palmeiras foi o campeão e seu título lavou um pouco da honra desgastada pela derrota do selecionado brasileiro em 1950.
Em sua edição da primeira quinzena de agosto de 1951, um ano
depois da Copa do Mundo disputada no Brasil, a Revista do Globo dedicava várias
páginas sobre a Copa Rio, ou “Torneio Mundial de Campeões”, vencido pelo
Palmeiras. O jogo final foi contra a Juventus de Turim terminou empatado em 2 a
2, com um público pagante de 150 mil pessoas, o que garantiu, pelo regulamento,
o título ao esquadrão do Parque Antartica, já que antes este havia vencido o
escrete italiano, também no Maracanã, por 1 a 0. Foi a culminância de 22 jogos realizados,
sendo 11 no Maracanã e 11 no Pacaembu. E o número de participantes era bem mais
elevado que o moderno sistema da Fifa: estavam lá o Palmeiras, campeão
paulista, o Vasco da Gama, campeão carioca, base da seleção brasileira e
considerado favorito ao título, o Áustria, campeão da Áustria, o Sporting,
campeão português, o Nacional de Montevidéu, campeão uruguaio, o Estrela
Vermelha, campeão iugoslavo, o Olympique Gymnastique, de Nice, campeão da
França e a Juventus de Torino, vice-campeã italiana, que veio em lugar do
campeão Milan, mas que era talvez o melhor time da Europa. A reportagem adianta
que o torneio era uma iniciativa da então CBD, Confederação Brasileira de
Desportos, com anuência da Fifa. Já de
entrada, a reportagem afirma: “A Copa Rio
finalmente ficou no Brasil, graças ao feito brilhante do Palmeiras, que
conquistou assim a maior vitória do futebol brasileiro. Arrebatando a cobiçada
taça ao categorizado esquadrão italiano do Juventus, o quadro paulista
completou uma série de triunfos futebolísticos magníficos: campeão do Estado de
São Paulo, campeão do Torneio Rio-São Paulo, campeão da cidade de São Paulo e,
agora, campeão do Mundo. Com este último título elevou ainda nosso futebol à
posição que lhe compete.”
A reportagem lamenta apenas a ausência de clubes espanhóis,
atribuindo isso ao fato de que eles, enquanto seleção, haviam sido goleados
pelo Brasil na Copa do Mundo de 50 e receavam apanhar de novo. Outra ausência
lamentada era do Tottenhan, campeão inglês, que não quis vir alegando o
desgaste causado por uma viagem tão longa.
Em uma página que dedica ao assunto, a enciclopédia eletrônica
Wikipédia fala sobre a Copa Rio, esclarecendo muitas coisas: “A Copa Rio tem a sua importância em virtude
de ser a primeira tentativa de organização de uma copa do mundo de clubes de
futebol que na prática teve alcance intercontinental, antes mesmo da Copa
Intercontinental e da Copa do Mundo de Clubes da FIFA.” A ideia, então, era reunir em um torneio os
clubes campeões dos países que haviam participado da Copa do Mundo de 1950,
realizada no Brasil. Aliás, o artilheiro da competição, Giampiero Boniperti, da
Juventus, declarou não faz muito que tanto ele como seus colegas de equipe
entendiam, sim, que aquele era um torneio mundial de clubes.
O torneio também transformou-se um sucesso de público e de
rendas e, ao que tudo indica, foi bem organizado. Os lucros foram de mais de 4 milhões de
cruzeiros, algo difícil de mensurar hoje, sendo que cada clube recebeu 93 mil
cruzeiros e mais 200 mil pagos como garantia por partida. A CBD auferiu 10% do
total e mais 10% sobre a renda de cada partida, em um total de 2 milhões e 400
mil cruzeiros. Segundo a Revista do Globo, “os
paulistas fizeram uma invasão em massa da Capital do país a fim de assistir no
Estádio Municipal de Maracanã ao embate decisivo entre as equipes do Palmeiras,
campeão de São Paulo, e o Juventus de Turim, vice-campeão italianos, os dois
finalistas do torneio. Foi tal o afluxo de visitantes paulistas na Cidade
Maravilhosa que as passagens de avião para o regresso ficaram esgotadas até
três dias depois do jogo. Os torcedores palmeirenses não se decepcionaram. O
espetáculo desportivo que puderam apreciar no Maracanã correspondeu plenamente
a tudo o que dele se esperava. Numa tarde de gala, o Palmeiras escreveu uma
página de glória para o esporte nacional, sagrando-se campeão mundial.”
A Revista do Globo, editada em Porto Alegre mas com relativo
alcance nacional, emendava a reportagem sobre a Copa Rio com outra, detalhando
a trajetória e a história do Palestra Itália, que só passou a se chamar
Palmeiras em 1942, quando o Brasil já era hostil às potências do Eixo, o que
incluía a Itália. A matéria era assinada por Gustavo Renó. “Mas essas são histórias do passado que de modo algum interessam hoje,
salvo como simples registro, já que estamos recordando de passagem, enquanto a
cidade vibra com as suas vitórias, a trajetória brilhante desse “periquito
infernal” que ludibriou as melhores esperanças dos bambas da Áustria, da
Iugoslávia, da França, da Itália, de Portugal, do Uruguai, e que, como
autêntica transfiguração do Zé Carioca, passou a perna no próprio Vasco da
Gama, arrebatando-lhe o título de “campeão mundial de futebol.
Como se vê, o Palmeiras – que ainda não era porco e sim
periquito - pode, com direitos, mesmo que de forma isolada, se considerar o
primeiro campeão mundial de clubes, a despeito da arrogância e das ciumeiras
mesquinhas da FIFA e seus dirigentes. A entidade, aliás, reconhece e não
reconhece o Palmeiras como o primeiro campeão mundial de clubes. Reconhece pois
o alviverde foi, de fato, o legítimo campeão, e não reconhece, talvez, porque
ela, FIFA, não recebeu dinheiro algum pelo torneio. Curiosamente, a mesma
entidade considera o Corinthians campeão do mundo em 2000, sem que ele sequer
tenha sido campeão continental.
sábado, agosto 18, 2018
sexta-feira, agosto 17, 2018
Inter, tetracampeão em 53
1953 foi o ano do centenário gremista e da inauguração do Olímpico, mas quem dominava o futebol estadual, então, era o Internacional, que enfileirava títulos - foi campeão de 50, 51, 52, 53 e 55 (Em 54 foi o Renner). Este é o time campeão de 53, com craques com Florindo, Odorico, Salvador e Bodinho. O técnico era Tetê. O poster é da Revista do Globo.
segunda-feira, agosto 13, 2018
Futebol eficiente, aplicação, valentia e preparação: o Grêmio
é campeão mundial de 1983
Correio do Povo: chamada de página inteira para a transmissão de Tóquio |
Um jogo de muita aplicação e pouca inspiração. Assim a
revista Veja de 21 de dezembro de 1983 noticiou a conquista, pelo Grêmio
Porto-alegrense, do título mundial de clubes disputado em Tóquio, no Japão. A
final, de uma só partida, sem interferência da Fifa, se chamava Copa Toyota –
em alusão ao patrocinador – e também Copa Intercontinental, por envolver os
dois grandes continentes futebolísticos, Europa e América. Em 2017, a entidade
reconheceu o Grêmio como legítimo campeão mundial de clubes daquele ano.
Sob o título “Carnaval
em dezembro – o Grêmio Ganha o
campeonato Mundial de Clubes e brilha na entre-safra do futebol”, a revista
semanal de maior circulação do País destacou o contexto desanimador do futebol
brasileiro de então, que vinha da decepcionante derrota da seleção na Copa de
82, disputada na Espanha. “Qual o País que,
vivendo uma crise de entressafra como a que estamos atravessando, consegue
fazer dois campeões mundiais em apenas três anos?”, perguntava, em tom de
desafio, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Giulite Coutinho.
Ele se referia não só à conquista do tricolor gaúcho como também, dois anos
antes, a do Flamengo, do Rio, que havia se sagrado campeão mundial na capital
do Japão ao vencer do Liverpool da Inglaterra por 3 a 0. Desta vez, ao superar
o Hamburgo da Alemanha por 2 a 1, o Grêmio de Porto Alegre – ainda segundo Veja
– “teve competência suficiente, além de
muita valentia, para vencer um adversário que ganhou o campeonato europeu e
acaba de ser eleito pela revista inglesa Word Soccer a melhor equipe do ano em
todo o mundo”. O Hamburgo havia sido campeão da Liga dos campeões da UEFA
ao vencer a Juventus de Turim por 1 a 0. O Grêmio, por sua vez, conquistara
pela primeira vez a Libertadores ao bater o Penharol de Montevidéu, no Olímpico
Monumental, por 2 a 1 no segundo jogo.
Veja apontava que “sempre
exigentes, torcedores de outros clubes lamentaram a falta de grandes jogadas e
toques mágicos ao longo de uma partida transmitida pela TV para milhões de
espectadores em todo o planeta”, para em seguida ressaltar a apoteose que
foi a chegada da delegação tricolor à capital gaúcha: “Os gremistas não tinham do que se queixar: fiéis ao código das paixões
do futebol, eles improvisaram um carnaval em dezembro para festejar, em Porto
Alegre, o mais luminoso título já alcançado em toda a história do clube”. Traçando
uma analogia do futebol eficiente do Grêmio no Japão, no dia 11 de dezembro,
com o da seleção canarinho que brilhou na Espanha, mas não chegou ao título ao
perder para a Itália no estádio de Sarriá, em Barcelona, a 5 de julho de 82, a
revista sentenciou: “De que adianta
formar um time de artistas se a vitória não viera?”
O feito do Grêmio, 35 anos atrás, tinha também explicações
extra-campo, como destacou a publicação da Editora Abril, ao referir-se à
minuciosa preparação do escrete tricolor e à custosa – para a época –
infraestrutura que precedeu o confronto no Estádio Nacional de Tóquio: “Até que o zagueiro uruguaio Hugo de León,
capitão do Grêmio, pudesse levantar a taça em Tóquio, o time gaúcho teve de
cumprir uma dura, demorada trajetória, durante a qual se viu compelido a mexer
no time e nos cofres. O atacante Tita, por exemplo, um dos heróis da conquista
da Libertadores da América, em julho, foi requisitado pelo Flamengo, que o
emprestara ao Grêmio, e abriu vaga para o veterano Paulo César Caju,
responsável por uma bisonha atuação no jogo de Tóquio.
A preparação do Grêmio para a decisão em Tóquio havia durado
quatro meses, com um gasto de mais de 300 mil dólares, pagos pelos patrocinadores
japoneses, e incluía concentrar os jogadores em uma estância climática em
Gramado, importar teipes das partidas do Hamburgo e fretar um avião para levar
300 pessoas ao Japão.
Veja aproveitou a ocasião para entrevistar um gremista
ilustre que, já longe do poder, pouco falava com a imprensa – o ex-presidente
brasileiro, general Emílio Garrastazzu Médici, então com 78 anos. Médici
interrompeu o seu retiro de verão em Dom Pedrito, na campanha gaúcha, para
seguir de carro, em companhia da mulher, até Porto Alegre, onde, segundo
explicou, a televisão pegava bem melhor do que em sua fazenda. Gremista fiel, o
general torcia também pelo Flamengo, e pelo São Paulo, que naquele ano havia
perdido o título estadual para o Corinthians. Feliz e aliviado, Médici
considerou que “o jogo foi muito duro,
emocionante durante todo o tempo”, especialmente na prorrogação. Mas
comemorou: “Também não é brincadeira, o
Grêmio é campeão do mundo!”. E ainda alfinetou a torcida colorada: “O Inter só é campeão gaúcho porque o Grêmio
preferiu se poupar para o título mundial.” Para o ex-presidente do regime
militar, o Grêmio já tivera times melhores: “O dos últimos anos, por sinal, eram superiores ao atual”.
Com a taça de campeão mundial de clubes nas mãos, uma
comitiva gremista seguiu para Brasília no dia 29 de dezembro de 1983 a fim de
mostrar ao então presidente João Batista Figueiredo e ao chefe da casa civil da
presidência da República e conselheiro do Grêmio, Leitão de Abreu, o troféu conquistado
no Oriente. Estavam lá o novo presidente, Alberto Galia, o recém saído Fábio
Koff, o patrono Fernando Kroeff e o presidente do conselho deliberativo, Flávio
Obino, além de Pajheu Macedo Silva e Pedro da Silva Pereira.
Conselheiro X há 10 anos (agosto 2008): confirmado o Bradesco no Jardim Botãnico
Neste local surgirá a nova agência bancária no Jardim Botânico.
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Está confirmado: o Jardim Botânico ganhará mais uma agência bancária - desta vez do Banco Brasileiro de Descontos, Bradesco, o maior banco privado do País. A agência - cujas obras vão em pleno ritmo - se localizará no coração do bairro, na rua Barão do Amazonas, bem próxima ao restaurante Cavanhas e quase ao lado do banco Itaú que ali existe.
Embora não façam declarações oficiais, fontes do banco - na avenida Protásio Alves - confirmam a notícia e garantem que a agência será inaugurada tão logo as obras estejam concluídas, "ainda este ano".
Com isso o Jardim Botânico, com seus cerca de 15 mil moradores, terá três bancos: a Caixa Econômica Federal, no interior do shopping Bourbon Ipiranga, o Itaú, na Barão do Amazonas, e agora o Bradesco.
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