sábado, novembro 09, 2013

Há 24 anos caía o Muro de Berlim, encerrando uma época

Ele foi o símbolo da divisão do mundo - o mundo capitalista e o mundo socialista, ou comunista. Construído em 1961, o Muro de Berlim foi, durante décadas, um marco da opressão, dividindo a hoje unificada Alemanha em duas, a Ocidental, capitalista, e a Oriental, ou "República Democrática da Alemanha", que de democrática não tinha nada.

O ano era 1989, o mês era novembro. Em uma noite de quinta (dia 8) para sexta-feira, 9, todos os meios de comunicação passaram a transmitir, via satélite, ao vivo, as imagens de jovens munidos de martelos, picaretas, porretes, qualquer coisa - jovens, em sua grande maioria, que botaram abaixo uma grossa e extensa murada de concreto que impedia os habitantes da parte oriental da Alemanha de passarem para o outro lado.

Prisioneiros em seu próprio país - na verdade um satélite soviético - eles cantaram, beberam, se abraçaram e festejaram a derrubada de um símbolo da tirania. Na noite de 12 para 13 de agosto de 1961, uma serpente de cimento e arame farpado de três metros de altura foi erguida às pressas pelo regime comunista para evitar a fuga de seus cidadãos. Ao longo de 28 anos, 191 pessoas morreram tentando a arriscada travessia. Mesmo assim, 5 mil berlinenses conseguiram fugir para a liberdade. A fortaleza (66 km de extensão) era ponteada por torres de onde guardas armados com fuzis, metralhadoras, cães amestrados e potentes holofotes fuzilavam quem tentasse escolher a metade ocidental e capitalista da cidade dividida.No Brasil vivia-se a primeira eleição direta para Presidente da República (Collor seria eleito), depois de quase três décadas sem eleições. Gorbachev era o presidente soviético (a República soviética se desintegraria nos anos seguintes) - o pai da "Glasnost" (degelo" e da "perestroika" (reestruturação econômica) da então "superpotência". A queda do Muro não foi algo aleatório: no dia 4, um sábado, o regime comunista alemão liberou a passagem dos seus cidadãos através da Checolosváquia, transformada em longínqua escala da "fuga para a liberdade". Em seis dias, mais de 50 mil pessoas seguiram essa rota. O regime vivia uma crise política, com a demissão coletiva do Politburgo. Em pouco tempo a brecha se transformou num rombo monumental, ampliando-se para a Checoslováquia e até a Polônia, por onde escaparam dezenas de milhares de pessoas. Em pouco tempo, a piada de sentido universal - "O último que sair apague a luz do aeroporto" - começou a ficar perigosamente próxima da realidade. O êxodo em massa provocou uma dolorosa hemorragia social na Alemanha comunista. Os emigrantes eram, em sua maioria, trabalhadores qualificados, jovens no auge de sua capacidade produtiva. Tantos motoristas de caminhões saíram do país que, em muitas cidades, o abastecimento ficou prejudicado. Trinta por cento dos maquinistas de trem e quase 50% dos motoristas de ônibus largaram seus empregos. Soldados do exército foram colocados a dirigir ônibus.

LOUCURA COLETIVA - Em sua edição de 15 de novembro de 1989, a revista Veja escreveu, sob o título "Já Raiou a Liberdade": "Do lado oriental, a loucura é completa", informou Jeans Richter, cidadão de Berlim Oriental, exultando, depois de cruzar o Checkpoint Charlie, o mais conhecido posto de ligação entre os dois lados de Berlim. Loucura - mas loucura de alegria - provavelmente foi a palavra mais adequada para descrever as cenas que se seguiram. Primeiro em pequenos grupos, como se para testar se o anúncio feito pouco depois das 19 horas (o governo anunciava o direito de ir e vir dos cidadãos, além da liberdade de imprensa) era mesmo para valer, depois às centenas, em seguida aos milhares, os berlinenses foram chegando. Por volta da meia noite, já eram uma multidão enorme, incontrolável. Do lado ocidental, outra massa humana os aguardava. Ao se encontrarem, explodiam em gritos e abraços, como se comemorassem o fim de uma dura e longa guerra - uma guerra iniciada há 28 anos e três meses, quando o monstrengo de concreto foi erguido da noite para o dia. "Acabou, acabou, acabou. Eu não consigo acreditar", dizia um berlinense depois de se arrastar sob as barreiras brancas e vermelhas da travessia da Rua Bornholmer - um ato que, até o começo do ano, lhe custaria a vida". (...) "Não há duvida de que a História está sendo escrita agora. Nós, alemães, devemos enfrentar o desafio", declarava, quase à mesma hora, o chefe do governo da Alemanha Ocidental, Hermuth Kohl. Surpreendido, como o resto do mundo, pela abertura do mundo e de todas as fronteiras entre as duas Alemanhas, no início de uma visita à Polônia, Kohl exibiu perplexidade diante da velocidade vertiginosa dos acontecimentos. "Os desdobramentos disso ainda são imprevisíveis", admitiu com franqueza antes de voltar às pressas para o seu país. Kohl não estava sozinho em seu espanto. Desde que o furacão da abertura tomou de assalto a União Soviética de Mikhail Gorbachev e começou a soprar por toda a Europa Oriental, nunca se viu um processo tão acelerado de desagregação de um regime comunista como na Alemanha do Leste. "Considerado como o mais ortodoxo, o mais dura, o mais inflexível membro da combalida família comunista na Europa, o regime alemão liderava a resistência às reformas. (...) "O Muro vai durar um século", costumava dizer o homem que o ergueu e depois assumiu o comando máximo do regime, Erich Honecker." Somente no primeiro dia após a derrubada, 60 mil pessoas cruzaram a fronteira. "Para mim, ir a Berlim Ocidental foi como fazer uma viagem á Austrália", comparou um alemão que, indo na direção contrária à da grande multidão, já tratava de voltar para casa, na madrugada de quinta para sexta-feira. "Ainda não consigo acreditar".

Escreveu VEJA: "As idas e vindas continuaram madrugada adentro e prosseguiram durante toda a sexta-feira. Do outro lado do Muro, os berlinenses orientais eram recebidos com palmas, garrafas de champanhe e 100 marcos alemães - equivalente a 54 dólares - a título de "dinheiro de boas vindas", pois a moeda da Alemanha comunista não é conversível. Um mundo novo aguardava os visitantes, principalmente os que nunca tinham encontrado um jeito de convencer as autoridades de seu país a deixá-los cruzar o muro. "É coisa demais para a primeira vez. Não consegui escolher nada", disse Uwe Michalski, que, com olhos espantados e o "dinheiro de boas-vindas", firmemente seguro na mão, parecia um tanto perdido num dos maiores paraísos de consumo do mundo. "Para mim, é como se estivesse em outro planeta", comparou uma adolescente que namorava a seção de equipamentos de som numa grande loja de departamentos."Em um mês, esses alemães - crianças, puks, donas de casa, estudantes, trabalhadores - realizaram o impossível, o inimaginável, o assombroso", escreveu VEJA. " (Texto e pesquisa: Conselheiro X.)


Hoje a atriz Maria Ribeiro faz 38 anos e o técnico Luis Felipe Scolari completa 65.

sexta-feira, novembro 08, 2013

Dorinha Duval: o crime célebre que expôs a dura vida de uma mulher e atriz da Rede Globo

Aos 15 anos, ela fora violentada. Três anos mais tarde, passou a prostituir-se por enfrentar dificuldades financeiras e sofreu um aborto. Atriz da Rede Globo (atuou em O Bem Amado), casara-se com o ator e diretor Daniel Filho e fora abandonada por ele. Em seu segundo casamento, com o cineasta Paulo Sérgio Alcântara, viveu uma relação conturbada. A dramática retrospectiva da vida de Dorinha Duval, foi exposta em júri, em 1983, pelo advogado Clóvis Sahione, que defendeu a atriz no processo em que ela era acusada de matar Paulo Sérgio.Por sete votos a zero, Dorinha foi condenada a um ano e meio de prisão com sursis (suspensão condicional da pena). Três anos antes, Dorinha matara com três tiros o marido com quem estava casada havia seis anos. Dez dias depois, em declaração para a polícia, disse que iniciou com o marido uma discussão no quarto. Ela conta que o procurou carinhosamente e foi repelida. Aos 51 anos, 16 a mais que Paulo Sérgio, a atriz reclamou da atitude e, como mostra o livro, o marido disse que Dorinha era uma velha e que só apreciava meninas de corpo rijo.

Dorinha na delegacia, em 1980: ex-atriz que matou marido foi para a prisão aos 62 anos e, hoje, sobrevive como artista plástica Dorinha disse que encararia um cirurgia plástica, mas Paulo Sérgio teria respondido: “Você não dá mais, nem com operação”. Para se defender sob argumento de legítima defesa, Dorinha contou que respondeu aos insultos dizendo ao marido que, quando ele precisava de dinheiro, era a ela que ele recorria. E, a partir de então, Paulo Sérgio a teria agredido até que ela pegou o revólver e atirou.Após a primeira condenação mais branda, Dorinha foi a júri novamente. Acabou condenada a seis anos de prisão em regime semi-aberto. “Dorinha tinha de pagar, já pagou e talvez continue pagando”, diz o ator Paulo Goulart, que foi testemunha de defesa da amiga. “Só lamento que tivesse de modificar toda vida em função de uma tragédia.” Aos 62 anos, ela passou a primeira noite no cárcere, em Niterói (RJ). Dorinha está com setenta e poucos anos, é artista plástica, mora no Leme e vive das obras que faz. Procurada por Gente, limitou-se a dizer: “Ainda não quero falar sobre esse assunto”. (Vertudo, postado por Ruy Otto)
Hoje o ator francês Alain Delon completa 78 anos.

terça-feira, novembro 05, 2013

Hoje fariam aniversário Roy Rogers, Vivien Leigh e o escritor e político brasileiro Rui Barbosa



segunda-feira, novembro 04, 2013

O primeiro helicóptero que apareceu em Porto Alegre: 1947


Por um desses acasos do trabalho de pesquisador, descobri exatamente quando pousou em Porto Alegre o primeiro helicóptero, "um espetáculo inédito para a cidade", conforme noticiou o Correio do Povo. Foi no dia 8 de novembro de 1947, um sábado, quando o aparelho da norte-americana Bell Aircraft fez uma demonstração para os porto-alegrenses. No dia seguinte, domingo, repetiu a cena no Parque Farroupilha (Redenção), à vista de populares.
O helicóptero - que era uma novidade recente, e nem sequer fora usado na recente guerra mundial que acabara dois anos antes - vinha de Buenos Aires e seguia para o Rio de Janeiro. O espetáculo foi patrocinado pela Varig e teve até a presença do então governador Valter Jobim.

domingo, novembro 03, 2013

O crime chocante de Charles Manson, o psicopata que matou Sharon Tate


Foi pior e muito, muito mais assustador do que as principais cenas de "O Bebê de Rosemary", filme de Roman Polanski que fez (e faz) um tremendo sucesso no final dos anos sessenta. Assassinada a facadas, pendurada no teto, a atriz e mulher do diretor Polanski foi uma das cinco vítimas de um psicopata chamado Charles Manson (foto) e de sua "família" - na realidade uma seita satânica formada por jovens desajustados, "hippies" do mal, todos na faixa dos vinte e poucos anos, e que viam em Manson o seu profeta e guru, obedecendo-o cegamente.

Na noite de 8 para 9 de agosto de 1969, na cidade de Los Angeles, Califórnia, um grupo de cinco discípulos de CM penetrou na mansão de Polanski (que estava viajando) e Tate, no elegante bairro de Bel Air, e consumou um dos mais chocantes e rumorosos crimes dos anos sessenta. Vestidos com roupas pretas e capuzes, os assassinos (dois rapazes e três moças) cortaram os fios de eletricidade e do telefone e deram início à matança. À exceção de um, que estava armado com um revólver calibre .22, os demais portavam facas. Sharon, 26 anos, teria implorado pela vida de seu filho, pois estava nos dias finais da gravidez de um bebê que se chamaria Paul. Suas súplicas, no entanto, foram inúteis. Os assassinos penduram o corpo da atriz em uma viga no teto, ao lado do de um outro amigo seu, e depois escreveram à sangue, na porta da casa, a palavra "pigs" (porcos).

O crime - chocante, por si mesmo - atraiu a atenção da imprensa internacional por envolver uma jovem, bela e promissora atriz e seu marido, Polanski, que recentemente havia lançado o estrondoso sucesso "O Bebê de Rosemary", com Mia Farrow - a história de uma seita satânica que se apossa de um bebê, considerado o filho do Diabo.Ouvido por uma emissora de TV, o escritor Truman Capote - também recente sucesso com o seu romance de não-ficção "A Sangue Frio" - era da opinião de que havia um só assassino, provavelmente um maníaco sexual.Na verdade, errou feio, embora a polícia, nos primeiros meses, também não conseguisse chegar a resultados palpáveis.Nesse meio tempo, o pai de Sharon visitava acampamentos hippies, fingindo-se de um deles. Nesse mundo à parte, corria à boca pequena a história do crime; todos sabiam que aquilo fora praticado pela seita de Manson, que vivia em um rancho localizado em um vale próximo a Goler Canyon, arredores de Los Angels. Foi dessa comunidade satânica de mais de 20 pessoas - a "família" - que saíram os assassinos àquela noite.Manson, nascido em 11 de novembro de 1934, o líder da seita, tinha uma biografia apropriada para um psicopata: sua mãe foi abandonada pelo pai aos 16 anos de idade, quando estava grávida. Criado por uma avó materna, a princípio, depois por um casal de tios que não o suportava, acabou em reformatórios do Governo. Místico, racista, tinha poder absoluto sobre a seita. Condenado à morte um ano depois, teve sua pena permutada por prisão perpétua.


Hoje aniversariam Charles Bronson (1921-2003), Eike Batista (nas. 1956) e Luciana Gimenez (43 anos).