Em 1960 o Grêmio porto-alegrense, com um time memorável comandado por Osvaldo Rolla, o "Foguinho", sagrava-se penta campeão gaúcho, em uma época em que tal campeonato tinha um enorme peso esportivo. A reprodução é da Revista do Globo, acervo do Arquivo Histórico Moyses Vellinho, da prefeitura de Porto Alegre.
Jardim Botânico, Porto Alegre. Fundado em 2006 por Vitor Minas. Email: vitorminas1@gmail.com
sábado, outubro 31, 2015
Cordeiro de Farias navegando nas proximidades da Renner, em 1941
Nestes dias em que as chuvas, e a consequente possibilidade de novas enchentes, atormentam Porto Alegre e região metropolitana, nunca é demais lembrar que tal flagelo - as cheias do Guaíba - são um dilema que remonta aos primórdios da colonização da cidade e que tiveram seu ápice na primeira metade do século 20, quando as inundações desalojavam dezenas de milhares de pessoas e se constituíam no principal problema para a população e a economia porto-alegrense. Nestas reproduções, vê, em primeiro, a matéria do Correio do Povo de 1937 (um ano antes ocorrera uma cheia extraordinária) cujo título "infelicidade que não tem fim" bem representa a gravidade do problema. Na segunda foto, da Revista do Globo, aparece o Interventor Federal (governador nomeado), Osvaldo Cordeiro de Farias, em visita à fábrica da Renner, então o maior estabelecimento industrial do Estado. A Renner, em maio de 1941, durante a histórica cheia, ficou com quase dois metros de água em seus interiores e teve grande parte das partidas de lã destruídas.
sexta-feira, outubro 30, 2015
Lupicínio Rodrigues, um dos vencedores do concurso de músicas carnavalescas de 1941
O carnaval de 1941 foi o mais animado dos últimos dez anos em Porto Alegre, e poucos imaginariam que, poucos meses depois, a cidade e o Estado sofreriam a terrível calamidade da grande enchente de maio. Em uma capital de cerca de 300 mil habitantes, com a elegante rua da Praia pontificando, músicos como Lupicínio Rodrigues, que não completara 27 anos (mas já era um nome reconhecido no País) participaram do concurso de músicas carnavalescas promovido pela prefeitura comandada por Loureiro da Silva (hoje considerado o melhor chefe do executivo municipal em todos os tempos), e que encerrava as comemorações do bicentenário da cidade, uma "forçação de barra" de Loureiro, que organizara os grandes festejos de 1940, bem ao estilo ufanista do Estado Novo. Na verdade o prefeito - descendente direto de Jerônimo de Ornellas, o povoador de Porto Alegre dos Casais - se baseara em um documento antigo para fazer retroagir a data primeira da capital gaúcha. A reprodução é do jornal Correio do Povo. Note-se que, naquela época, o auditório Araújo Vianna ficava em frente ao Palácio do governo estadual e era um anfiteatro não coberto.
quinta-feira, outubro 29, 2015
Norberto Jung vence o Circuito Farroupilha, em 1935
O Rio Grande do Sul, ao lado de São Paulo, foi, na primeira metade do século passado, o Estado líder no automobilismo de corridas no Brasil. Circuitos, como o Cristal e Zona Sul, mobilizavam dezenas de "ases do volante", nomes como Catarino Andreatta, Júlio Andreatta, Belmiro Guedes e Norberto Jung, entre outros. Em 1935, por ocasião dos festejos do centenário da Revolução Farroupilha, Porto Alegre transformou-se com a grandiosa exposição montada na Redenção, totalmente remodelada para os eventos, disputas e solenidades. Inúmeras competições esportivas, em todas as áreas, mobilizaram a cidade. Entre elas estava o Circuito Farroupilha, vencido por Norberto Jung, como se vê nestas reproduções da Revista do Globo de novembro 1935 pertencentes ao acervo do Arquivo Histórico Moysés Vellinho, da Prefeitura de Porto Alegre. Note-se os carros e, sobretudo, os equipamentos de segurança - na verdade apenas um capacete de couro que de nada protegia. Jung, na última foto, é festejado pela vitória, com um cigarrinho na boca.
segunda-feira, outubro 26, 2015
O "bafo tumular" da Borregaard, agora chamada de Riocell
Olfativamente Porto Alegre, sem exagero, pode ser dividida em duas ou três épocas: antes, durante e depois da Borreegard-Riocell, empresa de celulose de origem norueguesa que se instalou no município de Guaíba durante o regime militar, aproveitando-se dos incentivos fiscais e até financiamento governamental. Logo a gigante nórdica mostrou que não viera ao Rio Grande do Sul para "promover o desenvolvimento", como apregoava a sua propaganda. Cínica, sem dar a mínima para população, hostilizada pela imprensa, a Borregard empestou durante anos os ares de Porto Alegre e região metropolitana, não contando a poluição nas águas do Guaíba. Sem usar aqui os equipamentos anti-poluentes que se via obrigada a utilizar em países de Primeiro Mundo, despertou a ira da população e solidificou o movimento ecológico que então nascia, liderado pela Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, ainda hoje existente. Nesta matéria do Correio do Povo, de 1978, na época de Breno Caldas, seu proprietário (hoje é da Igreja Universal) vê-se o ódio que despertava. Mais tarde assumindo o nome de Riocell e presidida por um general, obrigou-se a instalar os equipamentos necessários para não exalar o seu "bafo tumular.
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