Para quem não se lembra, Porto Alegre já foi uma cidade fedorenta - muito fedorenta, aliás. Instalada em pleno regime militar - que inclusive ajudou a financiá-la - a norueguesa Borregaard, uma das maiores empresas do mundo na área de celulose, chegou ao Rio Grande do Sul achando que estava aportando em uma terra de índios ingênuos e dóceis. Sem instalar nenhum equipamento antipoluente, como obrigava-se a fazer em terras europeias, a gigante nórdica empestou os ares da região metropolitana e poluiu enormemente o estuário do Guaíba. Hostilizada desde o início pela opinião pública e pela grande imprensa - com destaque para o Correio do Povo - a Borregard acabou indo embora, revendendo o seu mal cheiroso negócio para o Montepio da Família Militar. Transformada, ainda antes, em Riocell, a "famigerada" ainda empestava os ares da capital gaúcha em setembro de 1976, conforme se vê nesta matéria do Correio do Povo, reproduzida da coleção do mesmo jornal do Arquivo Histórico de Porto Alegre.