Jardim Botânico, Porto Alegre. Fundado em 2006 por Vitor Minas. Email: vitorminas1@gmail.com
quarta-feira, janeiro 25, 2017
segunda-feira, janeiro 23, 2017
O talento de Sampaulo, um dos maiores chargistas gaúchos do século 20
Paulo Brasil Gomes de Sampaio era seu nome de batismo, mas ele adotou o pseudônimo de Sampaulo, pelo qual ficou conhecido por suas charges publicadas nos jornais da Companhia Jornalística Caldas Júnior e na Revista do Globo - publicação quinzenal que deixou de circular em 1967. Falecido aos 89 anos, em 1999, Sampaulo - irmão do também cartunista Sampaio, mais velho e não menos notável e que mais recentemente também nos deixou - tinha em Sofrenildo seu personagem mais popular. Porém ele era bem mais do que isso - era, reconhecidamente, um dos maiores chargistas brasileiros, autor de milhares de peças humorísticas (ou não) que fazem parte da história da imprensa gaúcha no século 20. Nesta reprodução da Revista do Globo de 1966, uma mostra do seu talento.
Os fantasmas do Cadeião de Porto Alegre naquele janeiro de 1966
Os porto-alegrenses mais antigos certamente lembram do "Cadeião", oficialmente chamado de Casa de Correção, uma imensa e secular construção situada na chamada Ponta da Cadeia (que ganhou esse nome justamente devido ao presídio), bem no coração da cidade, ao término - ou início - da Rua da Praia. Às margens do rio Guaíba, o cadeião ganhou fama por ser uma "casa dos horrores", uma masmorra medieval superlotada onde acontecia tudo o que hoje acontece nos presídios brasileiros - corrupção, assassinatos, rebeliões, incêndios e até briga de facções criminosas. Considerado uma chaga no centro da capital, o local acabou sendo demolido e seus presos foram sendo transferidos para o presídio do Partenon, ou da Chácara das Bananeiras - o que hoje chamamos Presídio Central. A demolição da Casa de Correção era pedida por todos, especialmente pela imprensa porto-alegrenses, que via nela um antro de perversões, uma escola do crime que não recuperava ninguém (pelo contrário) e um perigo para os cidadãos da cidade, já que o cadeião estava bem no centro e as fugas e rebeliões eram constantes. Nesta matéria do Correio do Povo, de janeiro de 1966, vemos bem isso. Ou seja, constatamos, sem nenhuma surpresa, que, apesar dos discursos, nada efetivamente muda na sordidez do sistema prisional gaúcho e brasileiro.
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