Jardim Botânico, Porto Alegre. Fundado em 2006 por Vitor Minas. Email: vitorminas1@gmail.com
sexta-feira, fevereiro 09, 2018
segunda-feira, maio 04, 2009
35 CTG está no bairro desde os anos setenta
Luiz Carlos Maffei, patrão do "pai do tradicionalismo gaúcho". (2009)
REPUBLICAÇÃO
Pai dos Centros de Tradições Gaúchas, berço do movimento tradicionalista, o 35 CTG está no Jardim Botânico desde 1975, em um terreno próprio ao lado do Bourbon Shopping, na avenida Ipiranga. E, na Semana Farroupilha, ocupa local de honra, no Parque da Harmonia, próximo à Chama Crioula. Nada mais justo para uma instituição que deu origem a tudo o que hoje aí está.Ponto de referência no bairro, com sua churrascaria, seus eventos culturais, sua domingueira, o 35 atrai não só a gauchada costumeira - dos quais a maioria são crianças e jovens - como também turistas dos mais diferentes locais - visitantes e curiosos que desejam conhecer um pouco da vivência, da história e dos costumes e hábitos gauchescos."Somos uma sociedade cultural e recreativa, aberta a todos, com regras próprias", informa Luiz Clóvis Fernandes, durante seis anos patrão da entidade e que hoje é uma espécie de faz-tudo do local. Com cerca de 5 mil sócios, o 35 mantem departamento cultural, artísticos e a culinária típica campeira, do qual a churrascaria Roda de Carreta (que existe há 25 anos) é uma espécie de mostruário, muito embora sirva também buffet normal diariamente. Funcionando diariamente, a Roda de Carreta, com seu espeto corrido (é um dos poucos locais do JB que tem chopp), só não abre aos domingos à noite.
ATIVIDADES - O 35 CTG não pára nunca, com suas atividades diárias, aluguel de espaço (são 2.100 metros quadrados de área construída) a terceiros, além de venda de souvenires gaúchos - camisetas, bottons, etc. Isso garante a renda (a mais expressiva vem das domingueiras) que permite a manutenção da entidade, algo que nem sempre é fácil, como diz Clóvis. Além das atividades internas, há ainda as campeiras, como cavalgadas e rodeios. "Temos cerca de 300 pessoas que participam das mais diferentes atividades, como grupos de dança, e a participação dos jovens é expressiva", afirma Clóvis, para quem "o tradicionalismo é estável, se mantem".O Movimento Tradicionalista Gaúcho foi fundado, oficialmente, em 1948, pelo chamado "grupo dos oito", uma iniciativa que buscava resgatar e valorizar a cultura gaúcha no pós-guerra, quando a influência norte-americana se propagava pelo mundo. O 35 foi fundado em 24 de abril de 1948 - completou 60 anos recentemente. Do "Grupo dos oito", restam dois vivos - dos quais um é o ícone Paixão Cortes, um dos mais destacados folcloristas brasileiros.
TCHÊ MUSIC - Quando se fala em tradições gaúchas, se fala no 35. Não faz muito, a atriz e apresentadora Regina Casé esteve aqui, gravando um programa televisivo que foi para o ar em rede nacional, pela Globo.Guardiã dos hábitos e costumes culturais do Rio Grande do Sul, a entidade, entretanto, não parou no tempo e convive harmonicamente com algumas novidades, como o chamado "Tchê Music", um movimento musical híbrido que mesclou ritmos gaúchos com outras influências.O Tchê Music faz muito sucesso comercial nos Estados do Sul e Centro-Oeste, e gerou algumas irritadas manifestações dos tradicionalistas. Mas Clóvis diz que o 35 não tem nada contra esta novidade, que eles não aceitam como música gaúcha, mas dizem respeitar."É algo válido, até porque eles precisam sobreviver, ganham um bom dinheiro com isso, fazem sucesso comercial, abriram uma nova frente. Não temos nada contra, e vou lhe dizer que a maioria deles nasceu aqui dentro. E, quando tocavam músicas gaúchas, eram excelentes."Conhecido por suas domingueiras, o 35, no próximo sábado, terá o seu "Baile de Candeeiro", evento que acontece há vários anos. "É um baile à moda antiga, sem luz elétrica, com candeeiros iluminando, e tem café campeiro", informa Clóvis Fernandes.Conservador por natureza, o CTG - ao contrário do que muitos pensam - não existe pilcha (o traje gaúcho típico) para quem vai frequentá-lo. "À exceção dos fandangos, quando a pilcha é obrigatório, a pessoa pode se apresentar com traje esportivo discreto", esclarece o tradicionalista. "O tênis também é permitido, até porque é da vestimenta dos jovens", diz Clóvis Fernandes, um empresário natural de Santana do Livramento, sócio do 35 há 44 anos e que reside no bairro Partenon.
REPUBLICAÇÃO
Pai dos Centros de Tradições Gaúchas, berço do movimento tradicionalista, o 35 CTG está no Jardim Botânico desde 1975, em um terreno próprio ao lado do Bourbon Shopping, na avenida Ipiranga. E, na Semana Farroupilha, ocupa local de honra, no Parque da Harmonia, próximo à Chama Crioula. Nada mais justo para uma instituição que deu origem a tudo o que hoje aí está.Ponto de referência no bairro, com sua churrascaria, seus eventos culturais, sua domingueira, o 35 atrai não só a gauchada costumeira - dos quais a maioria são crianças e jovens - como também turistas dos mais diferentes locais - visitantes e curiosos que desejam conhecer um pouco da vivência, da história e dos costumes e hábitos gauchescos."Somos uma sociedade cultural e recreativa, aberta a todos, com regras próprias", informa Luiz Clóvis Fernandes, durante seis anos patrão da entidade e que hoje é uma espécie de faz-tudo do local. Com cerca de 5 mil sócios, o 35 mantem departamento cultural, artísticos e a culinária típica campeira, do qual a churrascaria Roda de Carreta (que existe há 25 anos) é uma espécie de mostruário, muito embora sirva também buffet normal diariamente. Funcionando diariamente, a Roda de Carreta, com seu espeto corrido (é um dos poucos locais do JB que tem chopp), só não abre aos domingos à noite.
ATIVIDADES - O 35 CTG não pára nunca, com suas atividades diárias, aluguel de espaço (são 2.100 metros quadrados de área construída) a terceiros, além de venda de souvenires gaúchos - camisetas, bottons, etc. Isso garante a renda (a mais expressiva vem das domingueiras) que permite a manutenção da entidade, algo que nem sempre é fácil, como diz Clóvis. Além das atividades internas, há ainda as campeiras, como cavalgadas e rodeios. "Temos cerca de 300 pessoas que participam das mais diferentes atividades, como grupos de dança, e a participação dos jovens é expressiva", afirma Clóvis, para quem "o tradicionalismo é estável, se mantem".O Movimento Tradicionalista Gaúcho foi fundado, oficialmente, em 1948, pelo chamado "grupo dos oito", uma iniciativa que buscava resgatar e valorizar a cultura gaúcha no pós-guerra, quando a influência norte-americana se propagava pelo mundo. O 35 foi fundado em 24 de abril de 1948 - completou 60 anos recentemente. Do "Grupo dos oito", restam dois vivos - dos quais um é o ícone Paixão Cortes, um dos mais destacados folcloristas brasileiros.
TCHÊ MUSIC - Quando se fala em tradições gaúchas, se fala no 35. Não faz muito, a atriz e apresentadora Regina Casé esteve aqui, gravando um programa televisivo que foi para o ar em rede nacional, pela Globo.Guardiã dos hábitos e costumes culturais do Rio Grande do Sul, a entidade, entretanto, não parou no tempo e convive harmonicamente com algumas novidades, como o chamado "Tchê Music", um movimento musical híbrido que mesclou ritmos gaúchos com outras influências.O Tchê Music faz muito sucesso comercial nos Estados do Sul e Centro-Oeste, e gerou algumas irritadas manifestações dos tradicionalistas. Mas Clóvis diz que o 35 não tem nada contra esta novidade, que eles não aceitam como música gaúcha, mas dizem respeitar."É algo válido, até porque eles precisam sobreviver, ganham um bom dinheiro com isso, fazem sucesso comercial, abriram uma nova frente. Não temos nada contra, e vou lhe dizer que a maioria deles nasceu aqui dentro. E, quando tocavam músicas gaúchas, eram excelentes."Conhecido por suas domingueiras, o 35, no próximo sábado, terá o seu "Baile de Candeeiro", evento que acontece há vários anos. "É um baile à moda antiga, sem luz elétrica, com candeeiros iluminando, e tem café campeiro", informa Clóvis Fernandes.Conservador por natureza, o CTG - ao contrário do que muitos pensam - não existe pilcha (o traje gaúcho típico) para quem vai frequentá-lo. "À exceção dos fandangos, quando a pilcha é obrigatório, a pessoa pode se apresentar com traje esportivo discreto", esclarece o tradicionalista. "O tênis também é permitido, até porque é da vestimenta dos jovens", diz Clóvis Fernandes, um empresário natural de Santana do Livramento, sócio do 35 há 44 anos e que reside no bairro Partenon.
quinta-feira, fevereiro 08, 2018
Floresta Aurora, o clube dos negros de Porto Alegre no carnaval de 1936
Porto Alegre já foi bem mais animada e, por que não dizer, ingênua em um distante passado, no tempo em que não contava ainda com 300 mil habitantes. No carnaval de 1936 - portanto, há 82 anos - blocos populares se espalhavam pela cidade, em uma folia que tomava conta das ruas e salões. Um dos blocos mais animados era o da Sociedade Floresta Aurora, clube que congregava a população negra e mestiça da capital gaúcha (ainda fortemente discriminatória) e que ainda existe, tendo sua sede social no bairro Belém Velho. Nesta reprodução do Correio do Povo aparece a foto da rainha da entidade naquele ano em que Getúlio Vargas era presidente do Brasil e o país vivia sua era de ouro da rádio e das marchinhas de carnaval. A Floresta Aurora foi fundada em 1872, antes da Abolição da Escravatura, na rua Aurora do bairro Floresta, pelos chamados "pretos forros".
Republicação
quinta-feira, setembro 18, 2008
Com 319 apês, Conjunto da CORSAN é de 1974
Aqui vivem cerca de 1200 pessoas.Mais antigo do que o conjunto Felizardo Furtado, o Condomínio Conjunto Habitacional dos Servidores da CORSAN foi inaugurado em maio de 1974. São três prédios, totalizando 319 apartamentos de um e dois dormitórios, além de um salão de festas, uma churrasqueira, uma quadra de esportes, uma pracinha e uma construção destinada ao setor administrativo.
Entre as ruas Itaboraí e a Felizardo, vizinhando com a Praça Nações Unidas, com oito andares cada, as três construções chamam a atenção de quem passa. Boa parte dos atuais moradores – cerca de 1200 pessoas - estão aqui desde os primeiros anos, como é o caso da síndica-geral (não existem síndicos por prédios), Inajara Silveira.
“Vim para cá em julho de 1974. Lembro que foi feita uma cooperativa dos funcionários da Corsan, que começaram a pagar as prestações dois anos antes, quando do lançamento. Eu comprei o meu de um deles”, recorda ela. “Eles vendiam na planta”. A construtora responsável era a Gus Livonius, a mesma que fez o condomínio da Felizardo e que hoje, ao que tudo indica, não está mais operando no mercado. Quanto aos terrenos, pertenciam então ao senhor Pedro Pieretti – tradicional família do bairro.
Entre as ruas Itaboraí e a Felizardo, vizinhando com a Praça Nações Unidas, com oito andares cada, as três construções chamam a atenção de quem passa. Boa parte dos atuais moradores – cerca de 1200 pessoas - estão aqui desde os primeiros anos, como é o caso da síndica-geral (não existem síndicos por prédios), Inajara Silveira.
“Vim para cá em julho de 1974. Lembro que foi feita uma cooperativa dos funcionários da Corsan, que começaram a pagar as prestações dois anos antes, quando do lançamento. Eu comprei o meu de um deles”, recorda ela. “Eles vendiam na planta”. A construtora responsável era a Gus Livonius, a mesma que fez o condomínio da Felizardo e que hoje, ao que tudo indica, não está mais operando no mercado. Quanto aos terrenos, pertenciam então ao senhor Pedro Pieretti – tradicional família do bairro.
ESTUDANTES – Em estilo antigo, cercado, sólido, com janelas de madeira, pintadas de verde, o Condomínio é formado, basicamente, por proprietários dos imóveis – cerca de 60 ou 70% dos moradores. Estes, em sua maioria, são pessoas de certa idade, “gente que chegou e foi envelhecendo aqui”, informa Inajara, moradora do Jardim Botânico há 40 anos. Ela recorda que por essa época, metade dos anos setenta, onde hoje está o Supermercado Gecepel havia o Supermercado Dalmás. Na volta, dos comerciantes, lembra do seu Alécio, do seu Camilo, do seu filho Zeca, da Padaria da Esquina com a Barão, da Farmácia Ideal, da Léa”.
Habitação tipicamente de classe média, o Condomínio tem alterado o seu perfil nos últimos anos, revela Inajara Silveira.
“Noto que temos muitos estudantes, muitos deles vindos do interior, que alugam os apartamentos entre três ou quatro. Há também gente do interior que compra para os filhos”. Mesmo assim, não há maiores problemas de violência ou confusão entre os moradores, grande parte dos quais se conhece e se cumprimenta. Algumas câmeras de vigilância estão instaladas em pontos estratégicos (mas não nos elevadores) e foi contratada uma empresa especializada nisso – a Dielo.
“Noto que temos muitos estudantes, muitos deles vindos do interior, que alugam os apartamentos entre três ou quatro. Há também gente do interior que compra para os filhos”. Mesmo assim, não há maiores problemas de violência ou confusão entre os moradores, grande parte dos quais se conhece e se cumprimenta. Algumas câmeras de vigilância estão instaladas em pontos estratégicos (mas não nos elevadores) e foi contratada uma empresa especializada nisso – a Dielo.
Outra antiga moradora é dona Vírginia Odiva dos Santos, secretária da administração que está aqui desde os anos oitenta. Segundo ela, a procura pelos apartamentos do conjunto é muito superior à oferta, tanto que, hoje, praticamente não resta nenhum que não esteja ocupado. “Com a chegada do Bourbon, valorizou muito”. A valorização só não é maior pelo fato de só existirem 85 boxes de estacionamento de veículos, o que obriga muitos moradores a deixarem seus carros em outros locais nos arredores.
terça-feira, fevereiro 06, 2018
Almôndegas com Sá e Guarabira e Morris Albert no Gigantinho: 1975
Em 1975 os irmãos Kleiton e Kledir integravam o grupo Almôndegas, que fazia grande sucesso no Rio Grande do Sul e já se projetava para todo o Brasil. Naquele ano de 1975 - em que o Internacional ganhava seu primeiro título brasileiro de futebol - aconteceu um curioso encontro, um show conjunto com os mineiros Sá e Guarabira e mais um cantor que se projetaria mundialmente: Morris Albert, ou Maurício Alberto, um brasileiro que cantava em inglês e fez um sucesso espetacular com Feelings, gravada por nomes como Ella Fitzerald, Sara Vaughan, Andy Willians, Johnny Mathis, Ray Conniff e Paul Mauriat, entre outros. Juntos, eles cantaram no recém inaugurado Gigantinho, um encontro inusitado e que certamente nunca mais se repetiu.
segunda-feira, fevereiro 05, 2018
Nos tempos em que Porto Alegre sofria de "um bafo tumular"
Quem, com mais de 50 anos, não lembra da famigerada Borregaard, uma fábrica nórdica de celulose que se instalou no município de Guaíba, na Grande Porto Alegre, no início dos anos 70, gozando de amplos incentivos fiscais do governo militar. Considerado um dos grandes empreendimentos que iriam então alavancar a economia gaúcha, ela logo mostrou a sua cara: era algo ruinoso para a sociedade. Poluidora, sem dar a mínima para a população à sua volta, a Borregaard não instalou aqui os equipamentos anti-poluições que usava em países de Primeiro Mundo e acabou se tornando a inimiga pública dos moradores de Porto Alegre cidades vizinhas. Exalando um horrível cheiro de ovo podre que se espalhava com os ventos, ela transformou a capital em uma cloaca olfativa que chegava a causar náuseas em muitas pessoas. Tanta foi a pressão, que os noruegueses desistiram do empreendimento e o venderam ao Montepio da Família Militar, que também logo se desfez do negócio. Hoje é uma indústria modelo chamada celulose Riograndense, que não polui e ainda colabora com projetos sociais e culturais, sediada na cidade de Guaíba, as margens do rio que chamam de lago. Nestas reproduções do correio do Povo, de 1978, se constata o ódio que a Borregaard gerava.
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