Mutirão debate desafios da Igreja com as novas mídias
O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe prosseguiu nesta sexta-feira com discussões sobre o papel da Igreja diante das novas tecnologias da mídia. Durante conferência no prédio 50 da PUCRS, o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Dom Cláudio Maria Celli, destacou que a problemática da evangelização não se limita à adequação aos meios, mas diz respeito à necessidade de conhecer as culturas da era digital e estar a serviço da humanidade, oferecendo um diálogo de acolhida, compreensão e consolo.
Sobre o poder das novas mídias, citou que houve 700 mil acessos na primeira semana de veiculação do Vaticano pelo YouTube, em janeiro de 2009. "A interatividade é uma exigência, mas se torna um desafio responder, por exemplo, se 10% dessas pessoas ¿ ou 70 mil ¿ resolvessem entrar em contato." Durante sua fala, com a presença do Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, Dom Cláudio Celli afirmou que é preciso estar onde as pessoas compartilham a vida, seja na forma virtual ou presencial.
Em seminário temático nesta sexta-feira, o padre Leomar Brustolin, professor da Faculdade de Teologia da PUCRS, fez a mesma reflexão, lembrando que, "se não pararmos para escutar as pessoas, não as enxergaremos e ficaremos mudos". Para ele, o trabalho de pastoral deve levar em conta as carências e angústias do ser humano que aparecem em meios como a internet.
Hoje, enfatiza o teólogo, o problema não é chegar às pessoas ¿ pelo grande número de meios ¿ mas saber o que dizer a elas. Brustolin alertou para o risco de a religião ficar a serviço de um comércio de bens simbólicos, como se fosse possível vender curas e soluções rápidas para problemas."Questões de moral e dogma ficam diluídas para ressaltar aspectos pragmáticos." O ser humano religioso e o consumista, apesar de aparentemente em posições ambíguas, buscam a completude. "Numa sociedade que acabou com utopias e transformou os desejos em sonhos de consumo, como não relacionar religião e consumo?", questionou.
Mesmo reconhecendo a possibilidade de evangelização por rádio, TV ou internet, Brustolin pondera que o rito religioso tem um valor testemunhal que jamais é captado totalmente no processo comunicativo. Os símbolos e ritos não são linguagens literais. Podem ser mal interpretados e terem seus significados reduzidos.
O Mutirão é organizado pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), pela Organização Católica Latino-Americana de Comunicação (OCLACC) e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e segue até domingo, 7 de fevereiro.
O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe prosseguiu nesta sexta-feira com discussões sobre o papel da Igreja diante das novas tecnologias da mídia. Durante conferência no prédio 50 da PUCRS, o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, Dom Cláudio Maria Celli, destacou que a problemática da evangelização não se limita à adequação aos meios, mas diz respeito à necessidade de conhecer as culturas da era digital e estar a serviço da humanidade, oferecendo um diálogo de acolhida, compreensão e consolo.
Sobre o poder das novas mídias, citou que houve 700 mil acessos na primeira semana de veiculação do Vaticano pelo YouTube, em janeiro de 2009. "A interatividade é uma exigência, mas se torna um desafio responder, por exemplo, se 10% dessas pessoas ¿ ou 70 mil ¿ resolvessem entrar em contato." Durante sua fala, com a presença do Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, Dom Cláudio Celli afirmou que é preciso estar onde as pessoas compartilham a vida, seja na forma virtual ou presencial.
Em seminário temático nesta sexta-feira, o padre Leomar Brustolin, professor da Faculdade de Teologia da PUCRS, fez a mesma reflexão, lembrando que, "se não pararmos para escutar as pessoas, não as enxergaremos e ficaremos mudos". Para ele, o trabalho de pastoral deve levar em conta as carências e angústias do ser humano que aparecem em meios como a internet.
Hoje, enfatiza o teólogo, o problema não é chegar às pessoas ¿ pelo grande número de meios ¿ mas saber o que dizer a elas. Brustolin alertou para o risco de a religião ficar a serviço de um comércio de bens simbólicos, como se fosse possível vender curas e soluções rápidas para problemas."Questões de moral e dogma ficam diluídas para ressaltar aspectos pragmáticos." O ser humano religioso e o consumista, apesar de aparentemente em posições ambíguas, buscam a completude. "Numa sociedade que acabou com utopias e transformou os desejos em sonhos de consumo, como não relacionar religião e consumo?", questionou.
Mesmo reconhecendo a possibilidade de evangelização por rádio, TV ou internet, Brustolin pondera que o rito religioso tem um valor testemunhal que jamais é captado totalmente no processo comunicativo. Os símbolos e ritos não são linguagens literais. Podem ser mal interpretados e terem seus significados reduzidos.
O Mutirão é organizado pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), pela Organização Católica Latino-Americana de Comunicação (OCLACC) e pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e segue até domingo, 7 de fevereiro.