Na década de quarenta, quando a metade da população brasileira era analfabeta, saber ler e escrever já era uma coisa boa. Neste anúncio da Carris, empresa que pertence à prefeitura de Porto Alegre, oferece-se uma vaga para condutores de bonde - o sistema de transporte coletivo que caracterizou a capital dos gaúchos até o ano de 1970, quando foi desativada a última linha. Observe-se que a exigência era, pelo menos, saber ler e escrever. O anúncio é do ano de 1944 e foi publicado no Correio do Povo. Coleção do Arquivo Histórico Municipal Moysés Vellinho.
Jardim Botânico, Porto Alegre. Fundado em 2006 por Vitor Minas. Email: vitorminas1@gmail.com
sexta-feira, maio 08, 2015
segunda-feira, maio 04, 2015
Casablanca nos cinemas de Porto Alegre: 1944.
Casablanca, de 1942, foi um dos maiores sucessos do cinema em todos os tempos. Em Porto Alegre, que na época contava com cerca de 30 cinemas, a "película" passou no Vera Cruz, então o cinema mais luxuoso da cidade - por luxuoso, nesse caso, entendia-se ter poltronas estofadas, Nesta propaganda, publicada no jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, de outubro de 44, vê-se que a projeção aconteceu em outubro, quando o Brasil já combatia as forças do eixo em solo italiano e a situação de Getúlio Vargas tornava-se complicada no palácio do Catete.
domingo, maio 03, 2015
Iberê Camargo mata um homem a tiros: dezembro de 1980.
Reproduções do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre. Coleção do Arquivo Histórico de Porto Alegre. |
O dia 5 de dezembro de 1985 não foi bom para o pintor gaúcho Iberê Camargo, então já considerado o maior - dependendo do gosto - e mais valorizado pintor brasileiro. Ele, nascido em Restinga Seca, nas proximidades de Santa Maria, acabou por matar um homem de 32 anos, com um tiro da pistola que sempre levava à cinta. Bom atirador nos tempos do Exército, Iberê, com 66 anos, morava no Rio de Janeiro, que vivia a primeira grande onda de violência na cidade e que depois se tornaria permanente. O pintor foi preso, passou mais de um mês na cadeia, mas recuperou-se ao ponto de falar normalmente sobre o assunto, como aconteceu no início dos anos noventa, quando o entrevista para o jornal A Tarde, de Salvador, Bahia. A matéria mereceu uma página inteira em uma edição dominical. Lembro de um Iberê irônico e meio irritado, em sua bela e ampla casa na Vila Nova, em Porto Algere. Ele ainda não sabia que tinha câncer, mal que o mataria poucos anos depois.
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