sexta-feira, outubro 15, 2021

Em maio de 1956 Inezita Barroso veio encontrar Paixão Cortes e sua turma



Há mais de sessenta anos, em maio de 1956, a grande Inezita Barroso, então uma jovem com menos de 30 anos, veio a Porto Alegre, onde pesquisou e encantou-se com a música regional que aqui se fazia. Mulher inteligente e vanguardista, essa paulista, já falecida - que apresentava o melhor programa de música caipira de raiz do Brasil, o Viola Minha Viola, na TV Cultura - foi recebida de braços abertos pela gauchada que dela se acercou quando foi hóspede de honra do folclorista Paixão Cortes, em sua casa em Porto Alegre.Reprodução da Revista do Globo, coleção do Arquivo Histórico Moysés Vellinho da Prefeitura de Porto Alegre.

quinta-feira, outubro 14, 2021

Itália proíbe "Os 120 dias de Sodoma"

Em 1976, e durante grande parte dos anos setenta, a Itália viveu um período de agitação e instabilidade política, com grupos de esquerda declarando guerra ao Estado. E pior que o Estado italiano, corrupto como sempre, também não era lá essas coisas em matéria de democracia, como se vê nesta nota publicada pelo Correio do Povo em janeiro de 76:  Pasolini, um dos maiores diretores de cinema daquele país teve um de seus filmes proibidos para exibição - Os 120 Dias de Sodoma. Aliás, na Itália acontece de tudo, até Fellini - mas eles estão aí, como sempre, desde o império romano. Reprodução do Correio do Povo. Blog do Conselheiro X.

Hippies de Nova Friburgo só pedem que os deixem em paz

 

É, a vida não era mesmo fácil para os hippies naqueles inícios dos anos setenta. Considerados sujos, drogados, vadios e permissivos, eles - naqueles tempos de repressão política e também de costumes - passavam duras penas para fazer o que hoje se vê em qualquer esquina ou qualquer praia. Nesta matéria, reproduzida do Correio do Povo, um grupo de hippies de Nova Friburgo, na zona serrana do Estado do Rio, perseguidos e humilhados pela polícia, só pedem que os deixem trabalhar e viver em paz, como qualquer cidadão brasileira. 

quarta-feira, outubro 13, 2021

Joe Louis, um dos maiores pugilistas de todos os tempos, é barrado em hotel de Copacabana

 

Joe Louis foi uma dos maiores pugilistas de todos os tempos, mantendo o título de campeão mundial dos pesos pesados por 12 anos. Em 1950, já com problemas financeiros, Louis excursionou pelo Brasil, onde realizou diversas lutas no Rio e em São Paulo (conta-se que teve um caso com a cantora e futura apresentadora de TV Hebe Camargo), mediante gordos cachês. Na metade do século XX os Estados Unidos viviam o seu regime de segregação racial, não muito diferente da África do Sul, e nem mesmo o campeão Joe Louis escapava disso, embora fosse famoso. O que ele talvez não esperasse é que, no Brasil, mais propriamente no Rio de Janeiro, o problema da discriminação racial também existia - e no seu nível mais alto. Depois de ser rejeitado em vários hotéis, o norte-americano acabou se hospedando em um modesto hotel carioca, já que, segundo ele, o Copacabana Palace não aceitava "pessoas de cor". Louis faleceu em 12 de abril de 1981, aos 66 anos, tendo sofrido com o vício da cocaína e as alucinações que se seguiam às crises. A reprodução acima é do Correio do Povo, coleção do Arquivo Histórico Moyses Vellinho, de Porto Alegre.

No tempo em que os "vampiros" atacavam as crianças gaúchas para tirar-lhes o sangue

 

Quem quer que tenha nascido no interior do Rio Grande do Sul ou de outros Estados vizinhos sempre ouviu falar nas histórias dos "tiradores de sangue", espécies de vampiros que atacavam as crianças indefesas, geralmente a caminho da escola, e retiravam-lhes com seringa o sangue à força, ou depois de dopadas. Tais relatos - que muitos interpretavam como lendas rurais, inverossímeis até - de fato aconteceram e foram narrados pelos jornais da época, como nesta reprodução do Correio do Povo, de Porto Alegre, em abril de 1980. Naquela época ainda se comercializava sangue no Brasil e não havia uma política de saúde eficaz nesse sentido, o que tornava o comércio e o tráfico - geralmente com o plasma enviado para os Estados Unidos e Europa - algo muito rentável. Curiosamente, não se tem notícia de que nenhum de tais "vampiros" tivesse sido preso, o que certamente contribuiu para dar aos fatos verídicos um tom de lenda ou de histórias que os pais contam para disciplinar e amedrontar as crianças.

terça-feira, outubro 12, 2021

O casamento do engenheiro e deputado Leonel Brizola em março de 1950 teve Getúlio como padrinho

 

Com apenas 28 anos, mas já deputado estadual pelo Partido Trabalhista Brasileiro - do qual era uma das mais promissoras lideranças regionais - Leonel de Moura Brizola saiu na página social do Correio do Povo naquele dia 3 de março de 1950: dois dias antes o jovem político e engenheiro casara-se, em Porto Alegre, com Neusa Goulart Brizola, que vinha a ser irmã de João Goulart - futuro presidente do Brasil, deposto em 1964. Uma importante personalidade (na verdade, padrinho do enlace) se fez presente: Getúlio Vargas, também natural da terra da noiva, São Borja, onde vivia retirado na sua fazenda do Itu (localizada no município de Itaqui e não São Borja). O casal seguiu em viagem de lua-de-mel "para o Prata", como informou o CP.  A reprodução é do Arquivo Histórico Municipal Moysés Vellinho. 

O Circuito Ciclístico Porto Alegre Taquara, em 1950, era uma grande prova de resistência

Andar de bicicleta, hoje, é uma atividade corriqueira, especialmente em grandes cidades. Vista como uma alternativa sustentável e saudável frente ao poluente e agressivo automóvel, ela reúne grupos de ciclistas e aficcionados desse meio de transporte que, na primeira metade do século 20, era visto bem


mais como um esporte. E nisso o Rio Grande do Sul também se destacava, com a realização de inúmeras provas de pequeno, médio e longo curso que atraíam muitas pessoas - os "circuitos ciclísticos". Um dos mais famosos de então era a prova "de resistência" Porto Alegre-Taquara, ligando as duas cidades que distam cerca de 70 quilômetros. Eventos como esse eram amplamente noticiados nos jornais, como se vê nesta matéria do Correio do Povo de julho de 1950.