Petersen: diretor da ESEF há muitos anos, ele coordena pessoalmente o Projeto Navegar.
Quem antes corria ou caminhava na Escola Superior de Educação Física, ESEF, na rua Felizardo, notou a modificação: a pista - ou, melhor dizendo, trilha - que contornava todo o terreno, margeando as divisas, agora está parcialmente pavimentada (da entrada até as piscinas) e já não é mais de terra batida, como foi durante longos anos. Com isso, facilitou a passagens de veículos e, por outro lado, passou a oferecer algumas dificuldades aos corredores e caminhantes.
"A pista continua a dar para correr. A nossa idéia é fazer uma separação entre pedestres e carros, traçando um itinerário que ainda vai ser definido", explica o diretor da Faculdade, o professor Ricardo Petersen. Segundo ele, a obra se tornou necessária para facilitar o acesso dos matriculados nos cursos de Extensão, que acontece no ginásio de natação, mais ao fundo.
"Ainda vamos construir um estacionamento defronte às piscinas. A questão é que estávamos perdendo alunos para esses projetos de Extensão, que representam uma fonte de renda para nós. Eles reclamavam muito do acesso e do barro", informa.
QUERO-QUERO - Modernizando-se na medida do possível, a ESEF (com cerca de 7oo alunos regulares) abraçou o Projeto Quero-Quero, uma iniciativa social que é patrocinada pelo Instituto Ayrton Sena e voltado a crianças carentes do bairro e dos seus arredores, quase todos alunos de escola públicas.
"O Projeto foi criado em 2003 e atende hoje 300 crianças carentes, com atividades educacionais e esportivas, com frequência de três a 5 vezes por semana, incluindo aulas de informática e de inglês", diz o diretor. Coordenado pela professora Nadia Cristina Valentini, o Quero-Quero forma cidadãos através de inúmeras atividades, todas supervisionadas por estagiários de Psicologia, Pedagogia e Educação Física da UFRGS. Segundo ele, a rotatividade é expressiva e, portanto, ainda existem vagas.
ANEXO - Outra importante obra está em seus fundamentos - a construção do anexo ao Ginásio 2, no terreno que dá para a rua Felizardo Furtado. Destinada à luta olímpica e ao judô, a obra tem custos estimados de R$ 400 mil, dos quais cerca de 180 mil já foram captados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal. O judô é, aliás, um dos destaques da Escola.
RU - Uma antiga reivindicação dos alunos da ESEF - o Restaurante Universitário, RU - deverá ser inaugurado no mês de setembro, garante Ricardo Petersen. O RU do Campus Olímpico será uma extensão dos outros RUs da UFRGS, com bandeijões a preços idênticos. Antes disso acontecer, havia aqui um restaurante, "que não se sustentou", conforme diz o diretor. "É preciso entender que os estudantes, em sua maioria, têm pouco dinheiro e nem sempre podem pagar certos preços".
Outra importanmte novidade, desta vez para o ano de 2009: a Escola implantará dois novos cursos - o de Licenciatura em Dança e o de Bacharelado em Fisioterapia. "Estarão em funcionamento no primeiro semestre", afirma Petersen.
PROJETO NAVEGAR - Mesmo com uma agenda complicada no seu dia-a-dia, o professor Ricardo Petersen coordena também o Projeto Navegar, iniciativa que busca aproveitar a riqueza do lago Guaíba com finalidades sócio-educativas.
O Navegar atende a 200 alunos de cinco escolas públicas do bairro Humaitá e é financiado pelo Ministério do Esporte. O objetivo maior é proporcionar o contato de estudantes de baixo poder aquisitivo com a prática da vela, do remo e da canoagem. As atividades acontecem no Parque Náutico do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.
"Abordamos as técnicas desses três esportes náuticos, mas as crianças também recebem orientação sobre educação ambiental, convivência com o meio aquático e importância da preservação da água. Neste ano adicionamos a prática do xadrez para os dias de vento e muito frio. O projeto trata ainda da cidadania e da responsabilidade, porque os esportes náuticos se prestam ao desenvolvimento dessas questões".
O professor está orgulhoso dos resultados do Navegar - que existe desde 2004 - e cita a dissertação de mestrado de um professor que buscou informações sobre o projeto e concluiu que o "resultado foi muito positivo".
História - A ESEF está no Jardim Botânico desde julho de 1963, mas sua história remonta ao final dos anos 30, quando o Governo do Estado resolveu criar o Departamento Estadual de Educação Física por recomendação do Interventor Osvaldo Cordeiro de Farias.
As profissões ligadas ao esporte tinham sido regulamentadas naquele ano e o Rio Grande do Sul não quis ficar atrás. Foi então nomeado como diretor da Escola o capitão Olavo Amaral da Silveira. A seu lado estava um grupo de entusiastas – Valdir Calvet Echart, Frederico Gaelzer, João Gomes Moreira Filho e Max Hanke.
Não havia um local centralizado e cada modalidade tinha aulas em diferentes pontos da cidade. O curso durava dois anos e a primeira turma formou-se em 1941 – eram 98 homens e 26 mulheres. Em 1942, a Escola transferiu-se para o Estádio do Cruzeiro, a “Colina Melancólica”. Em 1956 estava no prédio da Associação Cristã de Moços. No dia 21 de outubro de 1969 o ministro da Educação, Tarso Dutra, assinou o decreto de federalização da Escola, o que de fato só aconteceu a 16 de setembro de 1970, com a vinda do ministro Jarbas Passarinho e a presença do governador Perachi Barcellos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário