segunda-feira, setembro 10, 2012

Varig, 1989: quando o piloto foi herói e vilão

PUBLICADO NESTE BLOG EM 2007, REPUBLICADO AGORA
Domingo, 3 de setembro de 1989. O Brasil estava em plena campanha eleitoral, nas primeiras eleições diretas para Presidente da República depois da redemocratização que sucedeu o regime militar. Nesse dia, às 9 horas da manhã, o Boeing 737-200, prefixo PP-VMK, da Varig, decolava para uma viagem (vôo 254) que se transformaria em um estranho desastre aéreo, matando onze pessoas. Partindo de São Paulo, o vôo tinha como destino a cidade de Belém do Pará, passando por Marabá, no sul daquele estado. A bordo, nessa última escala, estavam 48 passageiros. Muitos já haviam desembarcado antes, em aeroportos como o de Uberaba, Uberlândia, Goiânia, Brasília e Imperatriz do Maranhão - afinal, era um típico roteiro "ping-pinga".Quando já estava começando a cair a noite o avião - pilotado pelo comandante César Augusto Padula Garcez, de 32 anos - sobrevoava a selva amazônica, onde não há pistas de pouso e qualquer problema se torna um grande problema.
Naquele momento, sem saber, o piloto estava completamente perdido, sem saber o que fazer. Na verdade, ele havia cometido um erro grotesto em seu plano de navegação: em vez de acionar a rota de 27 graus norte, direcionou o avião para 270 graus oeste - o que, se levado a efeito, em linha reta, levaria o aparelho a sobrevoar a Cordilheira dos Andes, rumo a La Paz.Acontece que, ao descobrir o erro, o piloto também descobriu que já não tinha combustível e o jeito foi mesmo tentar, em plena noite, sem nenhuma luz a orientá-lo, tentar uma aterrissagem em uma clareira da floresta amazônica, na região de São José do Xingu, no Mato Grosso, a 500 quilômetros da cidade de Carajás e 1000 de Belém do Pará.Quase milagrosamente, e graças à maestria do piloto abilolado, o avião de 56 toneladas pousou corretamente na selva: o piloto reduziu a velocidade a 210 km por hora e, usando os flaps (freios aerodinâmicos), caiu de cauda e depois pousou o resto do corpo, o que amenizou o impacto. Quando, por fim, o inferno daquele momento passou, quando a maioria dos passageiros certificou-se de que estava vivo, quase uma dezena de passageiros estavam mortos. A maioria morreu esmagada pelas poltronas que se soltaram na hora da aterrissagem.Naquele instante, para os sobreviventes, incluindo dezenas de feridos, iniciava um outro drama: esperar pelo resgate, o que só aconteceria na quarta-feira. Uma série de trapalhadas, descaso e incompetência das autoridades aeronáuticas e militares custou a vida de mais algumas pessoas que se encontravam feridas, em estado grave.

5 comentários:

Anônimo disse...

GARCEZ POUSOU CORRETAMENTE, NAO ERA PARA TER MORRIDO ABSOLUTAMENTE NINGUEM. SO HOUVE MORTES PELO DESPRENDIMENTO E ESMAGAMENTO DAS CADEIRAS.AS CADEIRAS QUE NAO SE SOLTARAM FORAM DOS POSSAGEIROS QUE NAO SOFRERAM NENHUMA LESAO

Anônimo disse...

GARCEZ

Anônimo disse...

GARCEZ FOI INDUZIDO A ERRO PELA CÓPIA BOSTA DO PLANO DE VOO QUE FOI ENTREGUE PELA EMPRESA, ONDE DEVERIA CONSTAR 027.0 CONTAVA 0270, NA CÓPIA BOSTA NÃO APARECEU O PONTO SEPARANDO AS CASAS DECIMAIS. AINDA ASSIM REALIZOU UM POUSO DE EMERGÊNCIA DE FORMA PROFISSIONAL, E NÃO FOSSE AS CADEIRAS BOSTA DAQUELA AERONAVE (FIXADAS COM COLA ESCOLAR PROVAVELMENTE) NINGUÉM TERIA MORRIDO.

Anônimo disse...

culpados todos. negligência... nao precisa ser gênio ... ensino médio já basta pra entender. O destino final era norte... norte... por que ia a oeste? nao faz sentido a rota era sempre sentido norte...podia nao tem GPS, mas uma bússola impossível que não tinha.

Dion disse...

O Garcez foi um gênio. Quem ja sentou na cabine de um 737-200 pode garantir que pousar na selva de calda e nao morrer (o cmte é fica na proa) sem ajuda de gps ou absolutamente nenhuma tecnologia moderna.. gênio.