Toda grande cobertura jornalística (não falo em qualidade e sim em duração de tempo) acaba uma hora ou outra por encher o saco, e é justamente o caso desta visita do Papa ao Brasil, durante a tal Jornada Mundial da Juventude. Como até a Record, que é dos bispos da Universal, concorrente dos católicos em quase tudo, está transmitindo a visita com destaque, não sobra muita coisa na grade da telinha. Se a gente mudar de canal, tem a mesma coisa, ou pior - tem o nascimento do bebê real inglês, também massacrante.
Quanto ao papa, eu, que não sou religioso, vejo basicamente como a visita de um chefe de Estado ao Brasil e não tenho maiores interesses no que ele vai dizer ou no que ele recomenda ou condena - isso é problema dos católicos e dos religiosos. Mas isto é questão minha.
Só não acho certo, por respeito ao telespectador em geral, chamar-se o tal Papa Francisco de "o santo padre", o que já implica em um conceito religioso e, diria até, em subserviência um tanto ridícula, já que somos um país laico. Sei que pode ser força de expressão, necessidade jornalística, jargão, mas o correto é, no meu entender, chamá-lo sempre de coisas como Sumo Pontífice, Autoridade Maior dos Católicos, líder religioso, etc. Outra coisa que acho equivocado da nossa estranha e superficial imprensa: quando se fala na questão de Nossa Senhora Aparecida, falar-se sempre "em tal local onde aconteceu a aparição de Nossa Senhora". Não seria mais adequado então se falar em "suposta aparição", já que hoje os jornais e telejornais usam e abusam desse "suposto", mesmo quando é o caso de um bandido preso em flagrante? Já vi reporterzinho de tevê chamando de "suposto assassino" um cara que foi flagrado matando outro com a arma na mão. Por que não aplicar-se então a mesma regra para o "Santo Padre" de vocês?
Um comentário:
muito bem! Não tenho nenhuma religião, sequer acredito em deus! Gosto muito de nietzsche e seus aforismos/ditirambos!
Concordo ipsis litteris com o seu post. Coro de vergonha de ver homens de meia idade ajoelhados diante de outro igual. Dizem-se 'cristãos' e sequer conhecem o seu livro-bússola, a bíblia, cujo deus, criado pelo homem, condena a idolatria pois não aceita 'concorrentes!'
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