A situação dos negros no Brasil melhorou muito nas últimas décadas. Há sete décadas, todavia, o contexto era bem outro, especialmente no Rio Grande do Sul, um dos Estados mais racistas do país. Hoje já não se fala no 13 de maio como a data magna da libertação dos escravos, nem se tece elogios à Princesa Isabel como a "libertadora" - agora se fala em Zumbi dos Palmares. Nesta matéria, de maio de 1941, quando a grande enchente daquele ano mal havia baixado, o célebre Bataclan - um homem negro que se tornou conhecido como um dos primeiros publicistas de Porto Alegre (anunciava produtos com seu vozeirão na Rua da Praia - além de atleta (era corredor de rua), incentivador cultural e defensor de uma vida saudável (era vegetariano) iniciava um movimento para conseguir fundos a fim de construir um monumento à Princesa e que seria localizado na cidade de Curitiba, de onde muitos diziam que tal fascinante e misterioso personagem era natural. O certo é que Bataclan marcou época na capital gaúcha e foi um dos primeiros negros reconhecidos e aceitos pela sociedade porto-alegrense, como se vê nesta matéria do Diário de Notícias, jornal que não mais existe.
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