Quarenta anos atrás o cantor Wilson Simonal já estava longe de ser o que fora na década de sessenta e no início dos anos setenta. Considerado "dedo-duro" da ditadura militar brasileira, apoiador do regime e "informante do DOPS", o carioca que havia sido um fenômeno da música popular brasileira, lotando inclusive o Maracanãzinho e vendendo centenas de milhares de discos, vivia uma fase de decadência e de boicote por parte da imprensa, que não o perdoava por estar envolvido com a repressão e também, é verdade, por seus posicionamentos arrogantes de "negro norte-americano", um caso de afro-brasileiro bem sucedido que circulava com desenvoltura por todos os ambientes, sempre exibindo um irritante sorriso cínico no rosto. Grande cantor, Simonal - com o passar do tempo - foi sendo melhor compreendido e nunca se provou realmente que tivesse prejudicado outros colegas artistas com as tais "delações" - algo que é reforçado, inclusive, por Nelson Motta. No início de 1976 Wilson Simonal e seus "cúmplices" continuavam a ser notícia, não pelo lado musical e sim pelo criminal, como se vê nesta reprodução do jornal Correio do Povo, de Porto Alegre.
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