O projeto Rondon marcou época no tempo do Brasil comandado por militares; o objetivo de tal iniciativa, de âmbito federal, era dar assistência às populações pobres e desassistidas dos grotões tupiniquins e, ao mesmo tempo, propiciar uma nova visão de vida e nacionalidade aos estudantes brasileiros, ainda em formação. Moças e rapazes de diferentes Estados eram, assim, enviados às mais remotas regiões brasileiras, para conhecer in loco a realidade nacional, o que, muitas vezes, produzia incontornáveis choques culturais - gente das grandes cidades, com seus costumes modernos, e moradores de localidades remotas e paradas no tempo. Em fevereiro de 1975 - 41 anos atrás, portanto - o prefeito de um município chamado Campo Grande, a 200 km de Maceió, capital de Alagoas, simplesmente proibiu a presença de estudantes de cabelos longos que integravam o Rondon no território que governava. "O homem só tem duas desculpas para ser cabeludo; ou quer mudar de fisionomia para assassinar alguém ou está com desgosto de ser homem", justificou ele. Imaginem o que diria tal veneranda figura hoje, quando grande parte dos jovens tem tatuagens no corpo, usam brincos e cabelos à moicano...
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