No distante ano de 1972 o Brasil vivia uma radicalização política, tendo de um lado o regime militar e de outros os grupos guerrilheiros, ou terroristas, como os classificava o governo, que queriam destituir o sistema e substituí-lo por uma ditadura comunista. Nessa luta obviamente os militares levaram a melhor, não poupando esforços - inclusive os mais cruéis e desnecessários - para liquidar com os "subversivos", como se vê nestas duas notas, publicadas no Correio do Povo - uma dando conta da expulsão de estrangeiros que estavam no Brasil, "por terem se tornado nocivos aos interesses do país", e outra informando da morte do jovem Ismael Silva de Jesus, que ainda não completara 19 anos e que teria, segundo a versão oficial, se suicidado dentro de uma cela da prisão onde estava detido pelo Exército, em Goiânia, Goiás.
Estudante secundarista em Goiânia, militante do PCB, Ismael morreu por enforcamento, a exemplo do que se disse de Vladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, anos mais tarde. O que se sabe é que foi submetido a uma intensa sessão de torturas e não resistiu ao sofrimento. Hoje ele - que estaria com sessenta e poucos anos de idade - dá nome a uma escola estadual em Goiânia.
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