terça-feira, setembro 05, 2006

Orwell, quem diria, era um dedo-duro!



Ele escreveu um livro que é considerado um libelo contra o totalitarismo, a obra que previa o "Big Brother" dos nossos dias, só que em um mundo dominado pela tirania. Pois é, o inglês George Orwell (na verdade, um pseudônimo), o autor de "1984", "A Revolução dos Bichos", entre outros, quem diria, foi um dos colaboradores do serviço secreto inglês no período da Guerra Fria, fornecendo a eles uma lista com nomes de supostos "simpatizantes do comunismo". Curiosamente, ele, durante muito tempo, foi considerado um intelectual de esquerda que se desiludiu com a Rússia - a mãe de todas as revoluções - quando conheceu de perto a experiência de Stalin.
A tal "lista de Orwell", com 130 nomes, teria sido elaborada em 1949, quando o macartismo dominava os EUA e a Inglaterra, fiel aliada, não ficava muito atrás. Orwell, que sofria de tuberculose (morreu disso), teria sido procurado por uma funcionária do Departamento de Pesquisa de Informações por quem o escritor era apaixonado e que, como ele, tinha sido simpatizante do stalinismo, desiludindo-se enormemente em seguida. Ela era cunhada de um amigo de Orwell, Arthur Koestler, outro ex-comunista.
A idéia era de que George escrevesse uma série de artigos anti-soviéticos, o que ele recusou - propondo-se em troca a elaborar a tal lista. Nela, incluiu os nomes de Bernard Shaw e, é claro, de Charles Chaplin. Um ano depois de elaborar a lista - que foi publicada em 1998, na edição das obras completas do escritor - George Orwell morreu. Sua obra, porém, continua atual ao denunciar as tiranias e os totalitarismos, como em a Revolução dos Bichos.
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