Foi Mcluhan quem cunhou essa expressão, Aldeia Global, ainda nos anos sessenta. Fez isso sem imaginar (ou talvez imaginasse, já que não li os livros dele) que surgiria, muitos anos depois, a rede mundial de computadores, o e-mail, o site, o blog.
Pois hoje, de fato, o mundo é uma aldeia global, no qual um sujeito do Sri Lanka se comunica com um outro de Itapipoca, no Ceará, que por sua vez conversa com um alemão, um inglês, um grego, um sul-africano, um coreano, um saudita. Todo mundo fala com todo mundo, instantaneamente, manda fotos, tem acesso a filmes, troca informações. Isso sem sair do sacrossanto recesso do seu lar: lá está o internauta, de madrugada, dialogando com outras partes do mundo, tendo acesso a informações (nem sempre confiáveis) que antes eram dificílimas e custosas - geralmente estavam nas enciclopédias.
Falo isso porque, a medida que os dias passam, fico mais fascinado com a "aldeia global", e com o poder da Internet e do blog - que serão ainda mais avassaladores a cada ano, a cada mês. Hoje, a gente não pede o telefone de outra pessoa ao conhecê-la - quer o seu e-mail, o seu endereço eletrônica, e diz "te mando isso pela Internet".
Vejam o caso deste blog do Conselheiro: olhando as procedências dos navegadores que nos acessam, encontro gente dos cinco continentes, de quinze países, em quatorze línguas. Caramba, é isso mesmo! Tenho (e acredito que aconteça isso com todos os outros) visitantes de países tão remotos como Coréia, Arábia Saudita, Grécia, Romênia, Peru (esse nem tão remoto assim), Timor Leste, Hungria, Alemanha, Japão, China, e por aí afora. No caso do Brasil, São Paulo é a segunda cidade que mais nos acessa, seguida de Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Mas tem gente lá dos interiorzão de Goiás, da Bahia, de Rondônia.
Quando eu era criança - e isso foi ontem, acreditem - morava em zona rural, quase no meio do mato, onde não havia luz elétrica, água encanada, geladeira, televisão, nada praticamente. O mundo nos chegava através do rádio de ondas curtas. A Rádio Globo do Rio de Janeiro chegava lá, no noroeste gaúcho, com um som melhor do que qualquer rádio de Porto Alegre (sou Flamengo até hoje, adorava os comentários de João Saldanha: "Meus amigos!) . À noite, eu sintonizava as ondas curtas e ouvia a Rádio Canadá Internacional, a BBC, a Rádio Japão, a Voz da América. Esses países mantinham tais emissoras com transmissão de uma hora, toda noite, direcionada aos "países de língua portuguesa".
Eles pediam que escrevêssemos a eles, dizendo como estava a qualidade do som, dando sugestões de programação. Comecei então a escrever - cartas escritas à mão, com a caligrafia sofrível (até hoje é assim) de um menino de dez anos, e que depois eram levadas até a pequena agência postal da cidadezinha mais próxima e de lá seguiam para o exterior - acreditem - via navio. A correspondência levava quase um mês para chegar ao seu destino e a resposta outro mês para chegar.
Mas chegava, que se tem alguma coisa que funciona no Brasil são os Correios. Aquele envelope, vindo de outro continente, era motivo de emoção e orgulho. Geralmente continha o que eu pedia - selos, muitos selos de todos os cantos do mundo (eu era metido a filatelista), além de fôlderes e prospectos enaltecendo as maravilhas desses países. Todos eram muito legais, porém os canadenses se superavam. Não só mandavam tudo o que eu pedia como uma vez - suprema emoção - leram a minha cartinha e disseram o meu nome no ar, orgulhosos de terem um ouvinte lá no sertão brasileiro. Mais, uma criança que os ouvia toda noite e pedia selos.
Que emoção aquela, suprema glória: ter meu nome lido para "todos os países de língua portuguesa" e ainda receber elogios pela voz de uma mulher que, com certeza, tinha a voz mais doce e bonita do mundo.
Até hoje gosto muito do Canadá e dos canadenses, mesmo sem nunca ter ido lá. Quanto aos selos, perdi todos. Mas, na era da Internet e da comunicação global instantânea, fui, por assim dizer, um dos precursores. Fui no papel, na carta, no navio - mas já fui ao Canadá, posso dizer aos meus visitantes que acessam o Conselheiro lá desse simpático país, o segundo maior do mundo, terra de gente civilizada. Abraços, amigos canadenses.
Pois hoje, de fato, o mundo é uma aldeia global, no qual um sujeito do Sri Lanka se comunica com um outro de Itapipoca, no Ceará, que por sua vez conversa com um alemão, um inglês, um grego, um sul-africano, um coreano, um saudita. Todo mundo fala com todo mundo, instantaneamente, manda fotos, tem acesso a filmes, troca informações. Isso sem sair do sacrossanto recesso do seu lar: lá está o internauta, de madrugada, dialogando com outras partes do mundo, tendo acesso a informações (nem sempre confiáveis) que antes eram dificílimas e custosas - geralmente estavam nas enciclopédias.
Falo isso porque, a medida que os dias passam, fico mais fascinado com a "aldeia global", e com o poder da Internet e do blog - que serão ainda mais avassaladores a cada ano, a cada mês. Hoje, a gente não pede o telefone de outra pessoa ao conhecê-la - quer o seu e-mail, o seu endereço eletrônica, e diz "te mando isso pela Internet".
Vejam o caso deste blog do Conselheiro: olhando as procedências dos navegadores que nos acessam, encontro gente dos cinco continentes, de quinze países, em quatorze línguas. Caramba, é isso mesmo! Tenho (e acredito que aconteça isso com todos os outros) visitantes de países tão remotos como Coréia, Arábia Saudita, Grécia, Romênia, Peru (esse nem tão remoto assim), Timor Leste, Hungria, Alemanha, Japão, China, e por aí afora. No caso do Brasil, São Paulo é a segunda cidade que mais nos acessa, seguida de Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Mas tem gente lá dos interiorzão de Goiás, da Bahia, de Rondônia.
Quando eu era criança - e isso foi ontem, acreditem - morava em zona rural, quase no meio do mato, onde não havia luz elétrica, água encanada, geladeira, televisão, nada praticamente. O mundo nos chegava através do rádio de ondas curtas. A Rádio Globo do Rio de Janeiro chegava lá, no noroeste gaúcho, com um som melhor do que qualquer rádio de Porto Alegre (sou Flamengo até hoje, adorava os comentários de João Saldanha: "Meus amigos!) . À noite, eu sintonizava as ondas curtas e ouvia a Rádio Canadá Internacional, a BBC, a Rádio Japão, a Voz da América. Esses países mantinham tais emissoras com transmissão de uma hora, toda noite, direcionada aos "países de língua portuguesa".
Eles pediam que escrevêssemos a eles, dizendo como estava a qualidade do som, dando sugestões de programação. Comecei então a escrever - cartas escritas à mão, com a caligrafia sofrível (até hoje é assim) de um menino de dez anos, e que depois eram levadas até a pequena agência postal da cidadezinha mais próxima e de lá seguiam para o exterior - acreditem - via navio. A correspondência levava quase um mês para chegar ao seu destino e a resposta outro mês para chegar.
Mas chegava, que se tem alguma coisa que funciona no Brasil são os Correios. Aquele envelope, vindo de outro continente, era motivo de emoção e orgulho. Geralmente continha o que eu pedia - selos, muitos selos de todos os cantos do mundo (eu era metido a filatelista), além de fôlderes e prospectos enaltecendo as maravilhas desses países. Todos eram muito legais, porém os canadenses se superavam. Não só mandavam tudo o que eu pedia como uma vez - suprema emoção - leram a minha cartinha e disseram o meu nome no ar, orgulhosos de terem um ouvinte lá no sertão brasileiro. Mais, uma criança que os ouvia toda noite e pedia selos.
Que emoção aquela, suprema glória: ter meu nome lido para "todos os países de língua portuguesa" e ainda receber elogios pela voz de uma mulher que, com certeza, tinha a voz mais doce e bonita do mundo.
Até hoje gosto muito do Canadá e dos canadenses, mesmo sem nunca ter ido lá. Quanto aos selos, perdi todos. Mas, na era da Internet e da comunicação global instantânea, fui, por assim dizer, um dos precursores. Fui no papel, na carta, no navio - mas já fui ao Canadá, posso dizer aos meus visitantes que acessam o Conselheiro lá desse simpático país, o segundo maior do mundo, terra de gente civilizada. Abraços, amigos canadenses.
A propósito: Mcluhan era canadense. Fiquei saben do pela busca na Internet. (Conselheiro X.)
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