sábado, agosto 30, 2008

Ruas do Botânico homenageiam figuras históricas

O Barão do Amazonas na verdade era o Almirante Barroso, aquele que fez suas naus colidirem de proa contra os navios inimigos, na guerra do Paraguai.

De um modo geral, as ruas do Jardim Botânico homenageiam vultos, datas e figuras históricas, em especial na área militar e religiosa, como a Barão do Amazonas, a Roque Gonzalez. Mas há outras, como a Felizardo, a Felizardo Furtado e a Guilherme Alves, que dizem respeito à história da cidade.


RUA BARÃO DO AMAZONAS – Na realidade bem poderia se chamar “Almirante Barroso”, pois o Barão é nada menos do que o Almirante Francisco Manoel Barroso, o herói da Guerra do Paraguai. Comandando a corveta “Amazonas”, durante a Batalha do Riachuelo, o Barão ordenou ao timoneiro que a fizesse colidir de proa contra os navios inimigos, selando a sorte da guerra em favor do Brasil. A Barão tem mais de três quilômetros de extensão e atravessa Petrópolis, Jardim Botânico, Partenon e o bairro Santo Antonio, iniciando na avenida Protásio Alves e terminando na Paulino Azurenha. Até a década de 1930 era conhecida tanto como Barão do Amazonas como “rua Esmeralda”. Uma lei municipal de 6 de julho de 1936 oficializou o atual nome. Nas décadas seguintes, com o desenvolvimento de Petrópolis, seguiu até a Protásio Alves e, em sentido oposto, subiu o morro, superou a sua crista e desceu no rumo da Glória, até encontrar a Paulino Azurenha.

RUA DOUTOR SALVADOR FRANÇA – Salvador França Martins, nascido e falecido em Porto Alegre, foi um grande proprietário de terras na cidade no século XIX e XX. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo. Casou-se com Dona Inocência Prates de Castilhos, irmã do político republicano Júlio de Castilhos.

RUA DONA INOCENCIA – Homenagem à esposa do doutor Salvador França.

RUA FELIZARDO – Joaquim José Felizardo (1839-1899) foi um grande comerciante e partidário do abolicionismo. Muito antes da lei que libertou os escravo, eles já havia dado liberdade a todos os seus. Foi proprietário de terras no Caminho do Meio, alturas do hoje bairro Santa Cecília, naquela época conhecida por Chácara Felizardo, além de vereador de Porto Alegre.

RUA FREITAS CABRAL – João Francisco de Freitas Cabral, educador e político, nasceu em Viamão e morreu em Porto Alegre, em 1890. Foi marinheiro dos 18 aos 21 anos e depois tornou-se professor. Também elegeu-se deputado provincial. A rua, antigamente, se chamava rua Carlos Barbosa.

RUA FERREIRA VIANA – Divisa de Petrópolis com o Botânico. Homenageia Antonio Ferreira Viana, pelotense de nascimento, nascido em 1832 e falecido em 1905, no Rio de Janeiro. Formado em Direito pela Faculdade de São Paulo, foi deputado, senador e conselheiro do Império, além de ministro da Justiça de D. Pedro II. Espírito brilhante, grande orador, escritor de estilo primoroso, magoou o Imperador com um de seus pronunciamentos, porém nunca deixou de ser adepto do império. Antes de receber tal nome a rua chamava-se Simão Rosa.
RUA ROQUE GONZALES – Roque Gonzalez foi declarado santo pelo Papa João Paulo II, quando da sua visita ao Paraguai, em 1988. Da ordem dos Jesuítas, é considerado, junto com Afonso Rodrigues, um dos primeiros evangelizadores do Rio Grande do Sul e um dos primeiros mártires da nossa terra, já que os dois foram assassinados pelos índios guaranis no dia 15 de novembro de 1628, onde hoje é a localidade de Caiboaté. Roque, que tinha então 52 anos de idade, morreu com uma pancada de machado de pedra na cabeça e seu corpo foi depois queimado pelos índios que não concordavam com sua missão evangelizadora. Gonzales era filho de uma rica e importante família de Assunción, Paraguai, de onde veio. Junto com Afonso e um outro missionário chamado João del Castilhos, fundou várias missões – ou “reduções” no Paraguai, Argentina e Brasil, além de ter oficiado a primeira missa em terras do Rio Grande do Sul.

RUA AFONSO RODRIGUES – Afonso Rodrigues, também jesuíta, foi morto junto com Roque Gonzales e também foi declarado santo pelo Papa João Paulo II. Natural da Espanha, seu corpo foi queimado pelos guaranis.

RUA GUILHERME ALVES – É uma via que corta tanto o Jardim Botânico quanto o Partenon, iniciando na Ferreira Viana, passando pela Ipiranga e acabando na rua Mário de Artagão, no Partenon. Na planta municipal de 1916 aparece com o nome de “rua Progresso”. Em 1936 passou a ter o nome atual. Guilherme Alves, nascido em 1878 e falecido em 1930, foi o primeiro construtor dos grandes armazéns da zona do cais do porto, armazéns estes que mais tarde passariam a partencer à Cia. Costeira de Navegação. O nome da rua, porém, tem mais a ver com o fato de ter sido ele um dos primeiros construtores residenciais do bairro Partenon. Segundo se sabe, o progresso da rua foi lento mas firme. Na planta municipal de 1928, era apenas um logradouro do Partenon, sem ainda ter passado do arroio Dilúvio. Na planta de 1949 já aparece nos limites do Jardim Botânico.

RUA 18 DE SETEMBRO – É aquela pequena rua ao lado do shopping Bourbon. A data marca a rendição do Paraguai ao Brasil, na Guerra do Paraguai. Nesse dia, em 1865, em Uruguaiana, as forças paraguaias, cercadas pelos exércitos brasileiros, decidiram capitular. Na história, o dia 18 de novembro também registra fatos marcantes: foi nesse dia, em 1950, que entrou no ar a TV Tupi, de São Paulo, de propriedade de Assis Chateaubriand, a primeira emissora de televisão do Brasil. Em 1946, também nesse dia, é promulgada a Constituição Brasileira, a primeira depois da ditadura Vargas e que só seria alterada em 1988. Em 1969, é sancionada a Lei de Segurança Nacional do governo militar, prevendo inclusive pena de morte, prisão perpétua e banimento do país. Em 1984 o brasileiro Amir Klink completou a travessia do oceano Atlântico em um simples caíque, a primeira de suas muitas proezas. A data registra ainda a morte de Jimi Hendrix (1970), o nascimento da atriz Greta Garbo (1905), a fundação da CIA – Central Inteligency Agency, em 1947, a fundação do jornal New York Times(1851), além da Independência do Chile (1818).

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