Solana Star: o navio foi abandonado e leiloado. Mas os usuários "da lata" (na foto, a original) lembram daquele verão, perfeitamente.
No dia 22 de setembro de 1987 um navio chamado Solana Star estava sendo perseguido pela Marinha Brasileira, apoiada por agentes do Drug Enforcement Agency ((DEA), órgão anti-drogas norte-americano. Acuados no litoral do Rio de Janeiro - Angra dos Reis - eles largaram toda a sua carga ao mar, a uma distância de 100 milhas marítimas do litoral e, em seguida, se dirigiram sorrateiramente ao porto do Rio, onde abandonaram o navio. A bordo ficou apenas o cozinheiro da embarcação, o norte-americano Stephen Shelkon - imediatamente detido e, depois, condenado a 20 anos de cadeia, cumpridos no presídio Ari Franco, do RJ.O episódio do Solana Star virou lenda: navio procedente da Austrália (outros dizem que da Indonésia), com destino aos Estados Unidos, carregado com cerca de 20 mil latas de maconha (22 toneladas), (1,25 kg cada lata), das quais apenas 10% foram apreendidas - o restante foi jogado ao mar e acabou chegando às praias brasileiras, no trecho entre o Espírito Santo e o Rio Grande do Sul.
As latas continuaram chegando à costa até o mês de março, fazendo daquele verão (1988) o "verão da lata". Acondicionados em latas de alumínio, fechadas a vácuo, com canabis sativa de altíssima qualidade, foram - dizem muitos - o "último suspiro hippie do Rio de Janeiro" ("A maconha vinha do mar, como dádiva de Deus", comentou um consumidor). O carregamento teria sido feito no porto de Cingapura - o Solana Star tinha bandeira panamenha.
O "verão da lata" jamais foi esquecido pelos apreciadores do produto, dentre os quais se incluem muitos gaúchos e catarinenses. Levada pelas correntes oceânicas, a maconha chegou com fartura ao litoral do Rio Grande do Sul e ensejou viagens alucinadas à sua procura. Muitos a revenderam e, ilegalmente, ganharam dinheiro com isso. A maioria, porém, apenas fumou uma erva de elevado teor de THC. O Verão da Lata acabou virando filme - com o diretor João Falcão - e livro ("O Verão da Lata", de Oscar Cesarotto, editora Iluminuras, 2005). Muitos comentam que "fora do País, ninguém acredita que isso aconteceu". Mas aconteceu. Veja o depoimento de alguns que viveram esse episódio e assumem que o fizeram.
As latas continuaram chegando à costa até o mês de março, fazendo daquele verão (1988) o "verão da lata". Acondicionados em latas de alumínio, fechadas a vácuo, com canabis sativa de altíssima qualidade, foram - dizem muitos - o "último suspiro hippie do Rio de Janeiro" ("A maconha vinha do mar, como dádiva de Deus", comentou um consumidor). O carregamento teria sido feito no porto de Cingapura - o Solana Star tinha bandeira panamenha.
O "verão da lata" jamais foi esquecido pelos apreciadores do produto, dentre os quais se incluem muitos gaúchos e catarinenses. Levada pelas correntes oceânicas, a maconha chegou com fartura ao litoral do Rio Grande do Sul e ensejou viagens alucinadas à sua procura. Muitos a revenderam e, ilegalmente, ganharam dinheiro com isso. A maioria, porém, apenas fumou uma erva de elevado teor de THC. O Verão da Lata acabou virando filme - com o diretor João Falcão - e livro ("O Verão da Lata", de Oscar Cesarotto, editora Iluminuras, 2005). Muitos comentam que "fora do País, ninguém acredita que isso aconteceu". Mas aconteceu. Veja o depoimento de alguns que viveram esse episódio e assumem que o fizeram.
"Encontrei em Cidreira, naquele tempo ia pros butecos todo dia. Encontrei uma lata, o restante do pessoal pegou o resto. Aí veio a Polícia Civil. Mas não tinha como segurar todo mundo. A maconha vinha vedada, totalmente vedada, se abria com abridor de lata. Da nossa turma só pegamos uma, mas a notícia se espalhou. Quem tinha automóvel em Porto Alegre saiu adoidado percorrendo a orla e se deu bem. A lata era amarelada. Foi a melhor maconha que até hoje entrou no Brasil".
Hélio, "Mão", 46 anos, morador do Jardim Botânico.
"Encontrei surfando, em Magistério. Vi a lata boiando, peguei e fui ver o que era. Fechamos dois e fumamos. Foi de dia. De noite é que soubemos da notícia. Era uma paulada. Coisa boa"
Alex, 40 anos, morador do Jardim Botânico.
Alex, 40 anos, morador do Jardim Botânico.
"Me falaram que tinha um bagulho forte na praia, em Pinhal. Fui de moto ver e encontrei. Trouxe umas cinco latas de lá. Era só camarão. Peguei um quase nada e ele molhou. Foi o melhor bagulho que eu fumei em 50 anos, dizem que era indiano, era melhor que manga-rosa e cabeça-de-negro. A cor do bagulho era amarela, tinha que abrir com abridor de lata. Dava um cheirão, era prensada a vácuo."G.B., morador do Jardim Botânico.
"Fumei a da lata. Daquele, nunca mais vai aparecer. Eram umas latas parecidas com azeite, amarelas. O efeito era melhor do que cocaína. Não existia coisa melhor. Era um tempo de curtição. Tinha gente que saía de carro daqui, para ir ao litoral, buscar".
C.P., morador do Jardim Botânico.
C.P., morador do Jardim Botânico.
3 comentários:
Muito bom o post,é preciso legalize para nosso povo brasileiro nao mais morrer comprando de traficante e policia e ainda ter um produto sem misturas maleficas...legalize ja
Bons tempos da lata,eu morava em Ubatuba qdo este fato ocorreu, a maioria das latas entraram entre o litoral do RJ e de SP,parando a gde maioria nas ilhas,assim sendo qdo chegou ao litoral e a policia tomou conhecimento do que era foi filmado pela rede globo um surfista chamado Cabelo surfando entre as latas na praia grande e os policiais entrando de farda para recolher as latas.Na verdade a canabis nao e sativa e sim indica,sendo de uma variedade que tem um teor superior de thc por isso sendo mais forte e de melhor aroma e gosto.Cada lata era um fumo diferente,pois cada uma variava o peso entre 700g a 1300g,os melhores de cor amarela e aveludados que nao tinham sementes eram as femeas nao fecundadas os famosos sem simila vinham com 700g em media e os com gosto de oregano eram os que tinham bastante sementes eram os hermafroditas e as femeas fecundadas,sendo assim de pior qualidade, a lata abriu a cabeca do povo brasileiro com relacao ao uso da maconha,tinham pessoas que queriam experimentar por que veio do mar e diziam que Deus tinha mandado,bem na verdade o folclore em cima da lata e gigantesco,Funk da Lata e cia,depois da lata o brasileiro descobriu que o paraguaio e normal e o pernambucano e paia brava.Existe uma publicacao que se chama High Times,onde os adeptos e saudosos da lata podem matar a saudade vendo as semelhancas.
Mais uma coisa as latas eram de cor prateada e eram do tamanho das latas de catchup,se alguem diz que viu amarela,so se for de ferrugem do mar,e nao foi so um verao que bombou,pois as latas que a policia afundou a galera mergulhava para buscar,rolou ate 1990,nas ilhas teve gente que trocou barco de madeira por traineira de ferro,tem muita gente que fica esperando acontecer novamente,quem sabe?
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