segunda-feira, novembro 03, 2008

Parque Ararigbóia tem atividades até dezembro

As fotos, por ordem: equipe de vôlei da professora Denise - Loreti, a coordenadora -Leônidas e Josias - Ariel, de 12 anos. * Clique nas imagens para ampliá-las.





O Parque Ararigbóia, na rua Saicã, encerra suas atividades normais no próximo dia 15 de dezembro, entrando em recesso até março, quando acontecem as inscrições para as novas vagas oferecidas para o primeiro semestre de 2009. Nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro os professores do Parque serão transferidos para os chamados "centros de comunidade" mantidos pela Secretaria Municipal de Esporte, Recreação e Lazer.
Com cerca de 700 alunos, ou participantes, o Parque Ararigbóia é o principal centro de lazer e esportes aberto à comunidade em geral nos bairros Jardim Botânico e Petrópolis. Segundo a coordenadora, professora Loreti Rucati, a exemplo que que vem acontecendo nos últimos anos, a procura sempre supera o número de vagas ofertadas, o que obriga a escolha através de sorteio. "Nem gostamos muito de divulgar isso pois não temos mais vagas", afirma, lembrando que as inscrições agora só acontecerão na primeira quinzena de março, em dia ainda a ser definido.
VOLEIBOL - Nesta segunda-feira à tarde a Escolinha de Voleibol realizava seus treinos, na quadra poliesportiva do ginásio, comandados pela professora Denise Oliveira, que está aqui há três anos, dando aulas específicas desta modalidade esportiva. A atividade acontece em três horários distintos, para alunos a partir de 10 anos de idade, gratuitamente, às segundas e quartas-feiras. São cerca de 50 jovens, homens e mulheres, a maioria residentes no Jardim Botânico e em Petrópolis, embora existam alguns que procedem de outros bairros e até mesmo de Viamão. O treino dura 1 hora e 15 minutos, com moças e rapazes jogando nos dois times.
Conforme a professora Denise - que, antes de fazer concurso para a Prefeitura de Porto Alegre, foi professora aposentada do Estado - a maioria dos alunos vem simplesmente para aprender, e porque gostam do esporte, "ou tem dificuldades na escola". Mesmo assim, notou ela, em geral não são de famílias de baixa renda, como acontece, por exemplo, no futebol. "Acho isso curioso. E também temos certa dificuldade para preencher a turma, a procura não é grande ("Nunca passou de mais de 20"), só acontece mesmo com mais intensidade na época das Olimpíadas", informa, ressaltando que seu compromisso como professora "é fazer com que eles saiam daqui melhores do que chegaram".
SOGIPA - Entre os que circulavam no ginásio estava a pequena Rejane Borges, de 15 anos, moradora do Jardim Botânico, e Lucas Ariel, um garoto de 12 anos que quer ser jogador de vôlei, embora ainda não tenha estatura para isso. Lucas está no Parque há apenas um mês, e ecombina as aulas de vôlei com as de tênis, que faz na Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a ESEF, na rua Felizardo.
Morador da avenida Salvador França, ele vem de um lar problemático - o pai foi assassinado - e encontrou no esporte uma forma de ocupar o tempo: "Não tenho nada que fazer nesse horário". Lucas estuda na sexta séria da Escola Padre Rambo, na avenida Bento Gonçalves, e tem mais um irmão, que joga futebol, além de duas irmãs casadas.
Já Josias Góis tinha vindo ao Parque Ararigbóia hoje especialmente para rever Denise, sua primeira professora de vôlei, quando ele tinha apenas 11 anos e frequentava um centro comunitário no bairro Partenon. Felizes da vida, os dois se cumprimentaram - "esse foi meu aluno e já está se formando", disse ela, com satisfação.
De fato, Josias - que é filho de um engenheiro mecânico e de uma secretária, e reside perto do Carrefour - cursa o sétimo semestre de Educação Física na ESEF, e se formará no ano que vem. Embora more com seus pais, ele já dá aulas em um colégio da URGS no bairro Agronomia, para alunos de primeiro e segundo graus. Josias saiu do Ararigbóia para jogar na SOGIPA - a Sociedade Ginástica de Porto Alegre, nas equipes infantil, infanto-juvenil e juvenil, indicado pela professora Denise. "Mas em 2006 a Sogipa cortou a verba do vôlei para investir no Judô e no Atletismo. Agora estão voltando".
O futuro professor ficou feliz em encontrar um amigo, Leônidas Soares Pereira, que reside com os pais na rua Itaboraí, e é, claro, em rever a professora que o revelou.

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