Documentos, manuscritos, obras e objetos, entre eles a raríssima coleção da Ensiqlopédia ou seis mezes de huma enfermidade (na grafia inventada pelo autor), do dramaturgo Qorpo Santo, e 45 mil fotos da Revista do Globo estarão reunidos em um só local a partir do dia 4 de dezembro. Na data, a PUCRS inaugura o Delfos - Espaço de Documentação e Memória Cultural, às 16h, no 7º andar da Biblioteca Central Irmão José Otão, prédio 16 do Campus Central (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre).
São 150 mil itens na soma dos 27 acervos de caráter, literário, lingüístico, bibliográfico, arquitetônico, filmográfico, fotográfico, de história e discográfico. Além de vitrine de épocas e culturas, trata-se do testemunho do processo criativo dos mais prestigiados intelectuais do Sul do País. Junto aos Acervos Especiais, no 6º andar da Biblioteca, ficam os materiais de P. F. Gastal, Henrique Padjem e a rica biblioteca do bibliófilo Júlio Petersen, todos parte do Delfos.
O ambiente oferece condições propícias para o armazenamento, a preservação dos itens e a pesquisa. Em 800 metros quadrados há salas individuais com computadores, local para estudo e investigação. Uma climatização adequada controla os níveis de temperatura e umidade, mantendo-os dentro das escalas compatíveis com os melhores padrões internacionais.
Um dos principais objetivos do Delfos é disponibilizar os acervos para estudos. Atua em paralelo o Centro de Pesquisa de Memória Cultural, que reúne docentes da Universidade e bolsistas de projetos que usam como base os materiais colecionados no local. "O Delfos não se resume a um depósito inorgânico de bens; são bens sobre os quais se realizam relevantes pesquisas", enfatiza o coordenador-geral, Luiz Antonio de Assis Brasil. Dada a rara natureza dos materiais, o acesso será voltado exclusivamente a pesquisadores. A comunidade pode conhecer o local e os acervos por meio de visita previamente agendada.
Os materiais foram doados ou cedidos por empréstimo (comodato) por períodos variáveis. Além de documentos, cartas, manuscritos e originais de obras inéditas ou publicadas, o Espaço inclui bibliotecas particulares (que mostram a história de leitura dos escritores, por exemplo), a fortuna crítica dos autores (dados biográficos, críticas, notícias, resenhas), medalhas, certificados, máquinas de escrever, objetos de decoração e móveis, entre outros. O Delfos possui o gabinete do escritor e psiquiatra Cyro Martins - seu divã profissional e poltrona - e a escrivaninha de trabalho e cadeiras de Manoelito de Ornellas. Assis Brasil destaca que os ambientes serão recriados em exposições.O nome Delfos
Delfos (nome português para Delphus) lembra o célebre oráculo da Antigüidade, situado na Grécia, no qual os mortais podiam entrar em contato com Zeus, o deus supremo. No complexo do templo, havia os Thesaurus, pequenas capelas que guardavam as preciosas doações dos consulentes. "O Delfos igualmente é depositário das preciosidades que lhe são confiadas; não mais tesouros de valor material, mas de incalculável valor cultural e humano", diz o coordenador-geral, Luiz Antonio de Assis Brasil.Os acervos
Acervos literários: Celso Pedro Luft, Cyro Martins, Dyonélio Machado, Eduardo Guimaraens, Elvo Clemente, Francisco Fernandes, J. O. Nogueira Leiria, Lila Ripoll, Manoelito de Ornellas, Moysés Vellinho, Oscar Bertholdo, Patrícia Bins, Paulo Hecker Filho, Pedro Geraldo Escosteguy, Reynaldo Moura e Zeferino Brasil.
Arquivos de autor vivo: Moacyr Scliar.
Acervos Cinematográficos: Henrique Padjem e P. F. Gastal.
Outros acervos: Fotografias da Revista do Globo, Júlio Petersen, Oswaldo Goidanich, Roberto Eduardo Xavier e Theodor Wiederspahn, José Honório Rodrigues, Manuscritos da Coleção de Angelis e Laboratório de Pesquisa em História OralDetalhes sobre os acervos do Delfos
Celso Pedro Luft - (Montenegro, RS, 1921; Porto Alegre, RS, 1995). Licenciado em Letras Clássicas, foi, além de professor, estudioso da língua portuguesa e poeta. Dedicava-se a questões de linguagem na coluna diária Mundo das Palavras, publicada no Correio do Povo até 1984. Seus livros ainda hoje são referência no estudo do idioma português: Nomenclatura gramatical brasileira (1959), Novo guia ortográfico (1973), Moderna Gramática brasileira (1974), Dicionários práticos de regência verbal (1987), Dicionários práticos de regência nominal (1992), A arte velada de Machado de Assis - ensaios sobre literatura (1958) e sob o pseudônimo de Celso Pedro Lima publicou Arcos de solidão (1958) e 66 poemas (1959).
Cyro Martins - (Quarai, RS, 1908; Porto Alegre, RS, 1995). Médico, psicanalista, dedicou-se também à vida literária, publicando romances, contos e ensaios científicos e literários. Entre seus livros evidencia-se Trilogia do gaúcho a pé, composta por Sem rumo (1937), Porteira fechada (1944) e Estrada nova (1954). Publicou, além da Trilogia, as seguintes obras ficcionais: Campo fora (1934), Enquanto as águas correm (1939), Um menino vai para o colégio (1942), A entrevista (1968), Sombras na correnteza (1979), A dama do saladeiro (1980), O príncipe da vila (1982), Gaúchos no obelisco (1984), Na curva do arco-íris (1985), O professor (1988) e Um sorriso para o destino (1991).
Dyonélio Machado - (, RS, 1895; Porto Alegre, RS, 1985). Médico psiquiatra, romancista, contista e jornalista. Estreou na ficção com os contos Um pobre homem (1927). O romance Os ratos (1935) recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, juntamente com Erico Verissimo, João Alphonsus e Marques Rebelo. Sua obra é composta pelos seguintes títulos: Política espontânea (1923), Um pobre homem (1927), Os ratos (1935), O louco do Cati (1942), Deuses econômicos (1966), primeiro livro da Trilogia da liberdade, formada ainda por Sol subterrâneo (publicados durante a década de 1980) e Prodígios Endiabrados (1980), Fada (1982), Ele vem do fundão (1982) e em O cheiro de coisa viva (1995) reuniram-se textos esparsos e o romance O estadista.
Eduardo Guimaraens - (Porto Alegre, RS, 1892; Rio de Janeiro, RJ, 1928). Foi bibliotecário, tradutor e poeta. Publicou em 1916 A divina quimera, seu livro mais importante. Durante sua estada no Rio de Janeiro foi colaborador dos jornais A Imprensa, Boa Hora e Fon-Fon. Em Porto Alegre foi subdiretor e diretor da Biblioteca Pública do Estado. Dirigiu as revistas Mensário do Sul e Máscara e foi também redator do jornal A Federação. Como tradutor, trabalhou com as obras de grandes autores: Francis James, Dante, Verlaine e Baudelaire. Suas obras são: A divina quimera (1916), Poemas escolhidos e adaptados de Rabindranah Tagore (1925).
Elvo Clemente - (Maróstica, Itália, 1921; Porto Alegre, RS, 2007). Irmão Marista. Doutor em Letras Clássicas e professor titular da Faculdade de Letras da PUCRS, sendo um dos fundadores dos seus cursos de pós-graduação. Realizou estudos avançados em Filologia Românica na Universidade de Salamanca. Na PUCRS, ocupou ainda os cargos de Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e de Extensão. Ex-presidente do Conselho Estadual de Cultura também presidia a Academia Rio-Grandense de Letras e era membro de entidades como a Academia Sul-Brasileira de Letras, da União Brasileira de Escritores, a Associação Rio-Grandense de Imprensa e de instituições de pesquisas lingüísticas e literárias. É autor de diversas obras literárias e teóricas.
Francisco Fernandes - (Arcos, MG, 1905; Porto Alegre, RS, 1965). Funcionário da Livraria do Globo, na qual trabalhou no Departamento de Enciclopédias e Dicionários. Professor da UFRGS, dicionarista e filólogo. Foi também redator-chefe da Gazeta de Formigas (MG). Em 1942, seu Dicionário de verbos e regimes recebeu o Prêmio Francisco Alves da Academia Brasileira de Letras que, com isso, consagrou, definitivamente, o valor da obra. Suas obras são: Dicionário de verbos e regimes (1940), Dicionário de sinônimos e antônimos da língua portuguesa (1945) e Dicionário de regimes de substantivos e adjetivos (1950).
Henrique Padjem - (Porto Alegre, RS, 1929). Arquiteto foi precursor da Arquitetura de Interiores. Colecionador de itens referentes ao cinema. Iniciou sua coleção de histórias em quadrinhos quando tinha oito anos de idade. Por volta de 1938 começou a colecionar fotografias de cowboys e seriados. Ao longo de anos foi ampliando sua coleção de livros, cartazes e revistas que contam a história do cinema. Muitas das peças foram compradas pelo colecionador em outros países, sendo cobiçadas por sua importância e raridade. Na coleção do arquiteto encontram-se materiais diversos sobre astros hollywoodianos e os filmes de faroeste.
João Otávio Nogueira Leiria - (São Francisco de Assis, RS, 1908; Porto Alegre, RS, 1972). Advogado, poeta, escritor e jornalista. Trabalhou na Revista do Globo e no jornal Correio do Povo. Também exerceu funções públicas em sua cidade natal e em âmbito estadual. Faleceu poucos meses antes de ser concluída a primeira edição de sua tradução de Martín Fierro, lançada na Feira do Livro da 1987. Essa tradução é considerada a melhor em língua portuguesa.
Júlio H. Petersen - (Taquara, RS, 1918; Porto Alegre, RS, 2003). Goleiro de grandes times como o Internacional e o Grêmio, manteve-se no meio esportivo como também árbitro de futebol. Foi bibliófilo e, como tal, organizou a maior biblioteca privada sobre o Rio Grande do Sul. Seu envolvimento com os livros fez com que participasse, em 1966, com alguns companheiros e outros pesquisadores, da fundação do Círculo de Pesquisas Literárias, o CIPEL, que presidiu de 1983 a 1986, e cujo Boletim foi sua criação e divulgação. Colaborou com diversos pesquisadores para a conclusão de trabalhos, disponibilizando os livros de sua preciosa biblioteca. Seus estudos acerca de algumas obras foram publicados em revistas e jornais.
Lila Ripoll - (Quarai, RS, 1905; Porto Alegre, RS, 1967). Professora, jornalista pianista e poetisa. Foi colaboradora do jornal Correio do Povo, Revista Universitária e A Tribuna Gaúcha. O livro de poesias Céu vazio (1941), conferiu-lhe o prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras, e Novos Poemas (1951) recebeu o prêmio Pablo Neruda da Paz, do Conselho Mundial da Paz, de Praga. Sua obra é composta pelos seguintes livros: De mãos postas (1938); Céu Vazio (1941), Por quê (1949), Novos poemas (1951), Primeiro de maio (1954), Poemas e canções (1957), Um colar de vidro - peça de teatro - (1958), Um coração descoberto (1961), Poesias (1964) e Águas móveis (1965).
Manoelito de Ornellas - (Itaqui, RS, 1903; Porto Alegre, RS, 1969). Foi professor no ensino superior, tradutor, conferencista, redator e colaborador e diversos jornais. Foi também diretor da Biblioteca Pública do Estado, da Imprensa Oficial, do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda e do Arquivo Público. Recebeu o Prêmio Joaquim Nabuco da Academia Brasileira de Letras pela obra Máscaras e murais de minha terra (1965). Suas obras são: Rodeio de estrelas (1928), Arco-Íris (1930), Vozes de Ariel (1939), Tiaraju (1948) Símbolos bárbaros (1940), Gaúchos e beduínos (1948), Máscaras (1966) entre outras.
Moacyr Scliar - (Porto Alegre, RS, 1937). Médico especialista em saúde pública, é autor de ensaios, crônicas, contos e romances. Suas crônicas são publicadas semanalmente no jornal Zero Hora. É membro da Academia Brasileira de Letras. Alguns de seus livros foram traduzidos e publicados em muitos países, como Estados Unidos, França, Alemanha, Israel, Espanha e Holanda. Em sua obra, destacam-se os romances: A guerra no Bom Fim (1972), O exército de um homem só (1973), Os deuses de Raquel (1975), Mês de cães danados (1977), Os voluntários (1979), O centauro no jardim (1980), Sonhos Tropicais (1992) e Ciumento de carteirinha (2006). Entre seus livros de contos, figuram: O olho enigmático (1986), A orelha de Van Gogh (1989) e Contos reunidos (1995).
Moysés Vellinho - (Santa Maria, RS, 1901; Porto Alegre, RS, 1980). Advogado, escritor, jornalista, político, historiador, ensaísta e crítico literário. Foi redator de A Federação, colunista do Correio do Povo e diretor da revista Província de São Pedro, além de integrante do Grupo da Livraria do Globo. Exerceu cargos administrativos e políticos no Governo do Rio Grande do Sul. Sua obra é composta pelos seguintes livros de ensaios: Machado de Assis: histórias mal contadas e outros assuntos (1960), Letras da província (1944), Capitania d´el-Rei (1964) e Fronteira (1973). Postumamente foi publicado Aparas do tempo (1981).
Oscar Bertholdo - (Nova Roma do Sul, RS, 1935; Farroupilha, RS, 1991). Além de poeta, foi diretor do Jornal da Cidade de Farroupilha e colaborador da Folha de Hoje de Caxias do Sul. Estreou em livro participando da antologia Matrícula (1967). Depois publicou: As cordas (1968), O guardião das vinhas (1970), A colheita comum (1971), Poemimprovisos (vencedor do prêmio do Instituto Estadual do Livro (1973), Lugar (1974), Vinte e quatro poemas (1977), Ave, árvore e tempo de assoalho (1980), Informes de ofício e outras novidades (1982), Canto de amor a Farroupilha (1985), C´antigas (1986). Após sua morte foram publicados: Amadas raízes, Poemas avulsos, Boca chiusa e Molho de chaves.
Oswaldo Goidanich - (Porto Alegre, RS, 1917 ¿ 1995). Jornalista, criou a primeira entidade governamental de turismo no Brasil. Também trabalhou no Touring Club do Rio Grande do Sul, escrevendo e editando a Revista do Touring. Os esforços pelas atividades na área de turismo concederam-lhe uma cadeira na Academia Brasileira de Turismo. Trabalhou nos jornais: Diário de Notícias, A Nação e Correio do Povo. No jornal Correio do Povo, foi editor do Caderno de Sábado, suplemento de cultura do jornal. Foi presidente da Ospa e participou da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa onde promoveu o 1º Salão Moderno de Artes Plásticas.
Patrícia Bins - (Rio de Janeiro, RJ, 1930; Porto Alegre, RS, 2008). Formada em Artes Plásticas. Foi romancista, poeta, cronista. Colaborou no Correio de Povo e na Zero Hora. Sua criação literária rendeu diversos prêmios, entre eles Prêmio Afonso Arinos e José de Alencar da Academia Brasileira de Letras. Foi patronesse da 44ª Feira do Livro de Porto Alegre, sendo a terceira mulher a ocupar este lugar. Suas obras são: O assassinato dos pombos - Cronicontos (1982), Jogo de fiar (1984), Antes que o amor acabe (1987), Janela do sonho (1987), Pele nua do espelho (1989), Theodora (1994), Sarah e os anjos (1994).
Paulo Hecker Filho - (Porto Alegre, RS, 1926-2005). Advogado, crítico, romancista, dramaturgo, poeta e tradutor Foi colaborador dos Jornais Zero Hora e O Estado de São Paulo. Seu primeiro livro foi Diários (1949). Na década de 1980 começa a publicar seus livros de poemas iniciando por Perder a vida. Algumas de suas obras: Perder a vida (1958), Cartas de mor (1986), A noite não se importa (1987), Araponga (1988); Os adeuses (1990), Juventude (novelas, 2º edição 1998), Febre de viver (contos, 2º edição 1998), Adolescente (1952), O provocador (1957), O Sal da Terra, peça em três atos (1958) entre outras.
Paulo Fontoura Gastal - (Pelotas, RS, 1922; Porto Alegre, RS, 1996). Jornalista, foi um dos pioneiros da crítica cinematográfica do Estado. Começou a escrever sobre cinema no jornal Diário Popular de Pelotas em 1941. Transferindo-se para Porto Alegre, trabalhou de 1949 a 1979 no Correio do Povo no qual era responsável pelo Caderno de Sábado, que publicou os primeiros textos dos grandes escritores do Rio Grande do Sul, e no qual pontificava Guilhermino César. Foi um dos fundadores do Clube de Cinema de Porto Alegre e um dos criadores e incentivadores do Festival de Gramado. Parte da obra crítica de Gastal está reunida no livro Os cadernos de cinema de P.F. Gastal (1997).
Pedro Geraldo Escosteguy - (Santana do Livramento, RS, 1916; Porto Alegre, RS, 1989). Médico, foi também artista plástico e poeta, engajando-se em projetos na área cultural, mostrando-se sempre fascinado por novas possibilidades de expressão. Seus primeiros poemas foram Entre imagens e canções e Adágio. De sua participação no Grupo Quixote resultaram Canto à beira do tempo, Poesia Quixote (1956), A palavra e o dançarino, deixando inéditos os poemas de Madrugadas primitivas. Faleceu durante a organização de O livro de haicais (1989), e Tarô poético.
Reynaldo Moura - (Santa Maria, RS, 1900; Porto Alegre, RS, 1965). Jornalista, ensaísta, poeta e romancista, também foi autor de crônicas e novelas. Suas crônicas foram publicadas nos jornais Diário de Notícias, Zero Hora, Folha Manhã e Folha da tarde. Foi redator de A Federação, jornal oficial do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Sua obra é composta pelos seguintes títulos: A ronda do anjos sensuais (1935), Um rosto noturno (1946), O poder da carne (1954), Romance no Rio Grande (1958), A estranha visita (1962) e O crime no apartamento (1995). Seus poemas estão publicados em dois livros: Outono (1936) e Mar do tempo (1944).
Roberto Eduardo Xavier - (Rio Grande, RS, 1931; Porto Alegre, RS, 1989). Jornalista e publicitário. Foi Secretário de Turismo e do Meio Ambiente. Como publicitário foi fundador da RP - Relações Públicas Ltda, a primeira agência do ramo no estado. Trabalhou nos jornais A Gazeta, A Hora, Rio Grande, Cruzeiro do Sul e redator da Revista do Globo. Também trabalhou na Rádio Gaúcha, Companhia Caldas Júnior (Folha da Tarde e Correio do Povo). Participou também do Conselho Municipal de Turismo, da Fundação CDL (Clube dos Diretores Lojistas) e da Secretaria Extraordinária do Governo Estadual.
Theo Wiederspahn - (Wiesbaden, Alemanha, 1878; Porto Alegre, RS, 1952). Arquiteto. Em sua vinda para Porto Alegre, inicialmente assumiu a responsabilidade do Departamento de Projetos da firma de Rudolf Ahrons, o mais importante construtor do estado antes da Primeira Guerra Mundial. Produziu obras memoráveis espalhadas por todo o Estado. Foi criador da primeira escola de artes e ofícios, e do primeiro sindicato de arquitetos e construtores. Seu título maior é o de ter sido o arquiteto mais importante da história da arquitetura do Rio Grande do Sul. Entre suas obras figuram: Casa de Cultura Mário Quintana, Museu de Artes do Rio Grande do Sul e a Cervejaria Brahma.
Zeferino Brazil - (Porto Alegre, RS, 1870 - 1942). Foi professor, jornalista, poeta, teatrólogo, romancista e cronista colaborando em diversos jornais sob pseudônimos. Em 1920 recusou o convite para integrar a Academia Brasileira de Letras. Sua grande popularidade atribuiu-lhe o apelido de "Príncipe dos Poetas do Rio Grande do Sul". Pertenceu às sociedades literárias Apeles Porto Alegre em 1883, e Castro Alves em 1890 ambas em Porto Alegre. Suas obras são: Comédia da vida (1897), Na vida e na morte (1901), Juca, o letrado (1901), Vovó Musa (1903), Visão do ópio (1906), Alma gaúcha (1931) e Boemia da pena (1932) entre outras.Acervos especiais
Acervo Fotográfico da Revista do Globo - A revista, que circulou de 1929 a 1967, é útil para muitas áreas. Tem relevância em diversos aspectos: cultural, social, econômico e político, sendo referência para pesquisas. O periódico, que era publicado quinzenalmente, contava com seções que abordavam moda, sociedade, política, economia e literatura, traduções de autores estrangeiros, além de artigos sobre cinema e artes plásticas. Artistas plásticos relevantes ilustravam a revista. O acervo de fotos da Revista do Globo conta com aproximadamente 43.000 fotos.
Cartilhas, seletas e outros materiais de leitura - materiais representativos da história do aprendizado da leitura da literatura e sua circulação no ambiente de ensino (cartilhas, seletas, antologias, livros escolares). O acervo está organizado do ponto de vista de sua natureza cultural e científica, o qual foi selecionado a partir das transformações ocorridas na linha do tempo quanto às concepções de leitura da literatura que a escola vem assumindo em sua trajetória.
Acervo da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - neste momento é constituído por materiais do historiador José Honório Rodrigues (Rio de Janeiro, RJ, em 1913 - 1987). Professor, historiador e ensaísta, fez parte da Academia Brasileira de Letras. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, de Institutos Históricos estaduais, da Sociedade Capistrano de Abreu, da Academia Portuguesa da História, da American Historical Association (EUA), da Royal Academy of History (Inglaterra) e da Sociedade Histórica de Utrech (Holanda). Algumas de suas obras: Civilização holandesa no Brasil (1940); Independência: revolução e contra-revolução (1976); História, corpo do tempo (1976); O Conselho de Estado. O Quinto Poder? (1978). Também compõe o acervo da FFCH um conjunto documental microfilmado, conhecido como Manuscritos da Coleção De Angelis, que reúne a mais completa coleção de documentos sobre o Brasil Colonial e sobre o complexo das Reduç ões Jesuíticas, bem como a maior parte da documentação sobre os indígenas Guarani. Além destes, deve-se destacar que as investigações históricas que recorrem à oralidade têm tradição no PPGH da PUCRS, que mantém em funcionamento um Laboratório de Pesquisa em História Oral, cujo acervo pode contemplar diferentes temáticas. Várias teses e dissertações já foram defendidas e aprovadas, muitas delas publicadas com o apoio do Laboratório. Assim, este visa produzir, organizar e manter o acervo de fontes orais, contemplando a emergência de pesquisas e auxiliando com orientação teórico-metodológica específica. Futuramente, outros acervos históricos serão também incorporados ao Delfos, como os documentos pertencentes à extinta AIB/PRP e os documentos do ex-Deputado Federal Freitas e Castro.
São 150 mil itens na soma dos 27 acervos de caráter, literário, lingüístico, bibliográfico, arquitetônico, filmográfico, fotográfico, de história e discográfico. Além de vitrine de épocas e culturas, trata-se do testemunho do processo criativo dos mais prestigiados intelectuais do Sul do País. Junto aos Acervos Especiais, no 6º andar da Biblioteca, ficam os materiais de P. F. Gastal, Henrique Padjem e a rica biblioteca do bibliófilo Júlio Petersen, todos parte do Delfos.
O ambiente oferece condições propícias para o armazenamento, a preservação dos itens e a pesquisa. Em 800 metros quadrados há salas individuais com computadores, local para estudo e investigação. Uma climatização adequada controla os níveis de temperatura e umidade, mantendo-os dentro das escalas compatíveis com os melhores padrões internacionais.
Um dos principais objetivos do Delfos é disponibilizar os acervos para estudos. Atua em paralelo o Centro de Pesquisa de Memória Cultural, que reúne docentes da Universidade e bolsistas de projetos que usam como base os materiais colecionados no local. "O Delfos não se resume a um depósito inorgânico de bens; são bens sobre os quais se realizam relevantes pesquisas", enfatiza o coordenador-geral, Luiz Antonio de Assis Brasil. Dada a rara natureza dos materiais, o acesso será voltado exclusivamente a pesquisadores. A comunidade pode conhecer o local e os acervos por meio de visita previamente agendada.
Os materiais foram doados ou cedidos por empréstimo (comodato) por períodos variáveis. Além de documentos, cartas, manuscritos e originais de obras inéditas ou publicadas, o Espaço inclui bibliotecas particulares (que mostram a história de leitura dos escritores, por exemplo), a fortuna crítica dos autores (dados biográficos, críticas, notícias, resenhas), medalhas, certificados, máquinas de escrever, objetos de decoração e móveis, entre outros. O Delfos possui o gabinete do escritor e psiquiatra Cyro Martins - seu divã profissional e poltrona - e a escrivaninha de trabalho e cadeiras de Manoelito de Ornellas. Assis Brasil destaca que os ambientes serão recriados em exposições.O nome Delfos
Delfos (nome português para Delphus) lembra o célebre oráculo da Antigüidade, situado na Grécia, no qual os mortais podiam entrar em contato com Zeus, o deus supremo. No complexo do templo, havia os Thesaurus, pequenas capelas que guardavam as preciosas doações dos consulentes. "O Delfos igualmente é depositário das preciosidades que lhe são confiadas; não mais tesouros de valor material, mas de incalculável valor cultural e humano", diz o coordenador-geral, Luiz Antonio de Assis Brasil.Os acervos
Acervos literários: Celso Pedro Luft, Cyro Martins, Dyonélio Machado, Eduardo Guimaraens, Elvo Clemente, Francisco Fernandes, J. O. Nogueira Leiria, Lila Ripoll, Manoelito de Ornellas, Moysés Vellinho, Oscar Bertholdo, Patrícia Bins, Paulo Hecker Filho, Pedro Geraldo Escosteguy, Reynaldo Moura e Zeferino Brasil.
Arquivos de autor vivo: Moacyr Scliar.
Acervos Cinematográficos: Henrique Padjem e P. F. Gastal.
Outros acervos: Fotografias da Revista do Globo, Júlio Petersen, Oswaldo Goidanich, Roberto Eduardo Xavier e Theodor Wiederspahn, José Honório Rodrigues, Manuscritos da Coleção de Angelis e Laboratório de Pesquisa em História OralDetalhes sobre os acervos do Delfos
Celso Pedro Luft - (Montenegro, RS, 1921; Porto Alegre, RS, 1995). Licenciado em Letras Clássicas, foi, além de professor, estudioso da língua portuguesa e poeta. Dedicava-se a questões de linguagem na coluna diária Mundo das Palavras, publicada no Correio do Povo até 1984. Seus livros ainda hoje são referência no estudo do idioma português: Nomenclatura gramatical brasileira (1959), Novo guia ortográfico (1973), Moderna Gramática brasileira (1974), Dicionários práticos de regência verbal (1987), Dicionários práticos de regência nominal (1992), A arte velada de Machado de Assis - ensaios sobre literatura (1958) e sob o pseudônimo de Celso Pedro Lima publicou Arcos de solidão (1958) e 66 poemas (1959).
Cyro Martins - (Quarai, RS, 1908; Porto Alegre, RS, 1995). Médico, psicanalista, dedicou-se também à vida literária, publicando romances, contos e ensaios científicos e literários. Entre seus livros evidencia-se Trilogia do gaúcho a pé, composta por Sem rumo (1937), Porteira fechada (1944) e Estrada nova (1954). Publicou, além da Trilogia, as seguintes obras ficcionais: Campo fora (1934), Enquanto as águas correm (1939), Um menino vai para o colégio (1942), A entrevista (1968), Sombras na correnteza (1979), A dama do saladeiro (1980), O príncipe da vila (1982), Gaúchos no obelisco (1984), Na curva do arco-íris (1985), O professor (1988) e Um sorriso para o destino (1991).
Dyonélio Machado - (, RS, 1895; Porto Alegre, RS, 1985). Médico psiquiatra, romancista, contista e jornalista. Estreou na ficção com os contos Um pobre homem (1927). O romance Os ratos (1935) recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, juntamente com Erico Verissimo, João Alphonsus e Marques Rebelo. Sua obra é composta pelos seguintes títulos: Política espontânea (1923), Um pobre homem (1927), Os ratos (1935), O louco do Cati (1942), Deuses econômicos (1966), primeiro livro da Trilogia da liberdade, formada ainda por Sol subterrâneo (publicados durante a década de 1980) e Prodígios Endiabrados (1980), Fada (1982), Ele vem do fundão (1982) e em O cheiro de coisa viva (1995) reuniram-se textos esparsos e o romance O estadista.
Eduardo Guimaraens - (Porto Alegre, RS, 1892; Rio de Janeiro, RJ, 1928). Foi bibliotecário, tradutor e poeta. Publicou em 1916 A divina quimera, seu livro mais importante. Durante sua estada no Rio de Janeiro foi colaborador dos jornais A Imprensa, Boa Hora e Fon-Fon. Em Porto Alegre foi subdiretor e diretor da Biblioteca Pública do Estado. Dirigiu as revistas Mensário do Sul e Máscara e foi também redator do jornal A Federação. Como tradutor, trabalhou com as obras de grandes autores: Francis James, Dante, Verlaine e Baudelaire. Suas obras são: A divina quimera (1916), Poemas escolhidos e adaptados de Rabindranah Tagore (1925).
Elvo Clemente - (Maróstica, Itália, 1921; Porto Alegre, RS, 2007). Irmão Marista. Doutor em Letras Clássicas e professor titular da Faculdade de Letras da PUCRS, sendo um dos fundadores dos seus cursos de pós-graduação. Realizou estudos avançados em Filologia Românica na Universidade de Salamanca. Na PUCRS, ocupou ainda os cargos de Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e de Extensão. Ex-presidente do Conselho Estadual de Cultura também presidia a Academia Rio-Grandense de Letras e era membro de entidades como a Academia Sul-Brasileira de Letras, da União Brasileira de Escritores, a Associação Rio-Grandense de Imprensa e de instituições de pesquisas lingüísticas e literárias. É autor de diversas obras literárias e teóricas.
Francisco Fernandes - (Arcos, MG, 1905; Porto Alegre, RS, 1965). Funcionário da Livraria do Globo, na qual trabalhou no Departamento de Enciclopédias e Dicionários. Professor da UFRGS, dicionarista e filólogo. Foi também redator-chefe da Gazeta de Formigas (MG). Em 1942, seu Dicionário de verbos e regimes recebeu o Prêmio Francisco Alves da Academia Brasileira de Letras que, com isso, consagrou, definitivamente, o valor da obra. Suas obras são: Dicionário de verbos e regimes (1940), Dicionário de sinônimos e antônimos da língua portuguesa (1945) e Dicionário de regimes de substantivos e adjetivos (1950).
Henrique Padjem - (Porto Alegre, RS, 1929). Arquiteto foi precursor da Arquitetura de Interiores. Colecionador de itens referentes ao cinema. Iniciou sua coleção de histórias em quadrinhos quando tinha oito anos de idade. Por volta de 1938 começou a colecionar fotografias de cowboys e seriados. Ao longo de anos foi ampliando sua coleção de livros, cartazes e revistas que contam a história do cinema. Muitas das peças foram compradas pelo colecionador em outros países, sendo cobiçadas por sua importância e raridade. Na coleção do arquiteto encontram-se materiais diversos sobre astros hollywoodianos e os filmes de faroeste.
João Otávio Nogueira Leiria - (São Francisco de Assis, RS, 1908; Porto Alegre, RS, 1972). Advogado, poeta, escritor e jornalista. Trabalhou na Revista do Globo e no jornal Correio do Povo. Também exerceu funções públicas em sua cidade natal e em âmbito estadual. Faleceu poucos meses antes de ser concluída a primeira edição de sua tradução de Martín Fierro, lançada na Feira do Livro da 1987. Essa tradução é considerada a melhor em língua portuguesa.
Júlio H. Petersen - (Taquara, RS, 1918; Porto Alegre, RS, 2003). Goleiro de grandes times como o Internacional e o Grêmio, manteve-se no meio esportivo como também árbitro de futebol. Foi bibliófilo e, como tal, organizou a maior biblioteca privada sobre o Rio Grande do Sul. Seu envolvimento com os livros fez com que participasse, em 1966, com alguns companheiros e outros pesquisadores, da fundação do Círculo de Pesquisas Literárias, o CIPEL, que presidiu de 1983 a 1986, e cujo Boletim foi sua criação e divulgação. Colaborou com diversos pesquisadores para a conclusão de trabalhos, disponibilizando os livros de sua preciosa biblioteca. Seus estudos acerca de algumas obras foram publicados em revistas e jornais.
Lila Ripoll - (Quarai, RS, 1905; Porto Alegre, RS, 1967). Professora, jornalista pianista e poetisa. Foi colaboradora do jornal Correio do Povo, Revista Universitária e A Tribuna Gaúcha. O livro de poesias Céu vazio (1941), conferiu-lhe o prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras, e Novos Poemas (1951) recebeu o prêmio Pablo Neruda da Paz, do Conselho Mundial da Paz, de Praga. Sua obra é composta pelos seguintes livros: De mãos postas (1938); Céu Vazio (1941), Por quê (1949), Novos poemas (1951), Primeiro de maio (1954), Poemas e canções (1957), Um colar de vidro - peça de teatro - (1958), Um coração descoberto (1961), Poesias (1964) e Águas móveis (1965).
Manoelito de Ornellas - (Itaqui, RS, 1903; Porto Alegre, RS, 1969). Foi professor no ensino superior, tradutor, conferencista, redator e colaborador e diversos jornais. Foi também diretor da Biblioteca Pública do Estado, da Imprensa Oficial, do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda e do Arquivo Público. Recebeu o Prêmio Joaquim Nabuco da Academia Brasileira de Letras pela obra Máscaras e murais de minha terra (1965). Suas obras são: Rodeio de estrelas (1928), Arco-Íris (1930), Vozes de Ariel (1939), Tiaraju (1948) Símbolos bárbaros (1940), Gaúchos e beduínos (1948), Máscaras (1966) entre outras.
Moacyr Scliar - (Porto Alegre, RS, 1937). Médico especialista em saúde pública, é autor de ensaios, crônicas, contos e romances. Suas crônicas são publicadas semanalmente no jornal Zero Hora. É membro da Academia Brasileira de Letras. Alguns de seus livros foram traduzidos e publicados em muitos países, como Estados Unidos, França, Alemanha, Israel, Espanha e Holanda. Em sua obra, destacam-se os romances: A guerra no Bom Fim (1972), O exército de um homem só (1973), Os deuses de Raquel (1975), Mês de cães danados (1977), Os voluntários (1979), O centauro no jardim (1980), Sonhos Tropicais (1992) e Ciumento de carteirinha (2006). Entre seus livros de contos, figuram: O olho enigmático (1986), A orelha de Van Gogh (1989) e Contos reunidos (1995).
Moysés Vellinho - (Santa Maria, RS, 1901; Porto Alegre, RS, 1980). Advogado, escritor, jornalista, político, historiador, ensaísta e crítico literário. Foi redator de A Federação, colunista do Correio do Povo e diretor da revista Província de São Pedro, além de integrante do Grupo da Livraria do Globo. Exerceu cargos administrativos e políticos no Governo do Rio Grande do Sul. Sua obra é composta pelos seguintes livros de ensaios: Machado de Assis: histórias mal contadas e outros assuntos (1960), Letras da província (1944), Capitania d´el-Rei (1964) e Fronteira (1973). Postumamente foi publicado Aparas do tempo (1981).
Oscar Bertholdo - (Nova Roma do Sul, RS, 1935; Farroupilha, RS, 1991). Além de poeta, foi diretor do Jornal da Cidade de Farroupilha e colaborador da Folha de Hoje de Caxias do Sul. Estreou em livro participando da antologia Matrícula (1967). Depois publicou: As cordas (1968), O guardião das vinhas (1970), A colheita comum (1971), Poemimprovisos (vencedor do prêmio do Instituto Estadual do Livro (1973), Lugar (1974), Vinte e quatro poemas (1977), Ave, árvore e tempo de assoalho (1980), Informes de ofício e outras novidades (1982), Canto de amor a Farroupilha (1985), C´antigas (1986). Após sua morte foram publicados: Amadas raízes, Poemas avulsos, Boca chiusa e Molho de chaves.
Oswaldo Goidanich - (Porto Alegre, RS, 1917 ¿ 1995). Jornalista, criou a primeira entidade governamental de turismo no Brasil. Também trabalhou no Touring Club do Rio Grande do Sul, escrevendo e editando a Revista do Touring. Os esforços pelas atividades na área de turismo concederam-lhe uma cadeira na Academia Brasileira de Turismo. Trabalhou nos jornais: Diário de Notícias, A Nação e Correio do Povo. No jornal Correio do Povo, foi editor do Caderno de Sábado, suplemento de cultura do jornal. Foi presidente da Ospa e participou da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa onde promoveu o 1º Salão Moderno de Artes Plásticas.
Patrícia Bins - (Rio de Janeiro, RJ, 1930; Porto Alegre, RS, 2008). Formada em Artes Plásticas. Foi romancista, poeta, cronista. Colaborou no Correio de Povo e na Zero Hora. Sua criação literária rendeu diversos prêmios, entre eles Prêmio Afonso Arinos e José de Alencar da Academia Brasileira de Letras. Foi patronesse da 44ª Feira do Livro de Porto Alegre, sendo a terceira mulher a ocupar este lugar. Suas obras são: O assassinato dos pombos - Cronicontos (1982), Jogo de fiar (1984), Antes que o amor acabe (1987), Janela do sonho (1987), Pele nua do espelho (1989), Theodora (1994), Sarah e os anjos (1994).
Paulo Hecker Filho - (Porto Alegre, RS, 1926-2005). Advogado, crítico, romancista, dramaturgo, poeta e tradutor Foi colaborador dos Jornais Zero Hora e O Estado de São Paulo. Seu primeiro livro foi Diários (1949). Na década de 1980 começa a publicar seus livros de poemas iniciando por Perder a vida. Algumas de suas obras: Perder a vida (1958), Cartas de mor (1986), A noite não se importa (1987), Araponga (1988); Os adeuses (1990), Juventude (novelas, 2º edição 1998), Febre de viver (contos, 2º edição 1998), Adolescente (1952), O provocador (1957), O Sal da Terra, peça em três atos (1958) entre outras.
Paulo Fontoura Gastal - (Pelotas, RS, 1922; Porto Alegre, RS, 1996). Jornalista, foi um dos pioneiros da crítica cinematográfica do Estado. Começou a escrever sobre cinema no jornal Diário Popular de Pelotas em 1941. Transferindo-se para Porto Alegre, trabalhou de 1949 a 1979 no Correio do Povo no qual era responsável pelo Caderno de Sábado, que publicou os primeiros textos dos grandes escritores do Rio Grande do Sul, e no qual pontificava Guilhermino César. Foi um dos fundadores do Clube de Cinema de Porto Alegre e um dos criadores e incentivadores do Festival de Gramado. Parte da obra crítica de Gastal está reunida no livro Os cadernos de cinema de P.F. Gastal (1997).
Pedro Geraldo Escosteguy - (Santana do Livramento, RS, 1916; Porto Alegre, RS, 1989). Médico, foi também artista plástico e poeta, engajando-se em projetos na área cultural, mostrando-se sempre fascinado por novas possibilidades de expressão. Seus primeiros poemas foram Entre imagens e canções e Adágio. De sua participação no Grupo Quixote resultaram Canto à beira do tempo, Poesia Quixote (1956), A palavra e o dançarino, deixando inéditos os poemas de Madrugadas primitivas. Faleceu durante a organização de O livro de haicais (1989), e Tarô poético.
Reynaldo Moura - (Santa Maria, RS, 1900; Porto Alegre, RS, 1965). Jornalista, ensaísta, poeta e romancista, também foi autor de crônicas e novelas. Suas crônicas foram publicadas nos jornais Diário de Notícias, Zero Hora, Folha Manhã e Folha da tarde. Foi redator de A Federação, jornal oficial do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Sua obra é composta pelos seguintes títulos: A ronda do anjos sensuais (1935), Um rosto noturno (1946), O poder da carne (1954), Romance no Rio Grande (1958), A estranha visita (1962) e O crime no apartamento (1995). Seus poemas estão publicados em dois livros: Outono (1936) e Mar do tempo (1944).
Roberto Eduardo Xavier - (Rio Grande, RS, 1931; Porto Alegre, RS, 1989). Jornalista e publicitário. Foi Secretário de Turismo e do Meio Ambiente. Como publicitário foi fundador da RP - Relações Públicas Ltda, a primeira agência do ramo no estado. Trabalhou nos jornais A Gazeta, A Hora, Rio Grande, Cruzeiro do Sul e redator da Revista do Globo. Também trabalhou na Rádio Gaúcha, Companhia Caldas Júnior (Folha da Tarde e Correio do Povo). Participou também do Conselho Municipal de Turismo, da Fundação CDL (Clube dos Diretores Lojistas) e da Secretaria Extraordinária do Governo Estadual.
Theo Wiederspahn - (Wiesbaden, Alemanha, 1878; Porto Alegre, RS, 1952). Arquiteto. Em sua vinda para Porto Alegre, inicialmente assumiu a responsabilidade do Departamento de Projetos da firma de Rudolf Ahrons, o mais importante construtor do estado antes da Primeira Guerra Mundial. Produziu obras memoráveis espalhadas por todo o Estado. Foi criador da primeira escola de artes e ofícios, e do primeiro sindicato de arquitetos e construtores. Seu título maior é o de ter sido o arquiteto mais importante da história da arquitetura do Rio Grande do Sul. Entre suas obras figuram: Casa de Cultura Mário Quintana, Museu de Artes do Rio Grande do Sul e a Cervejaria Brahma.
Zeferino Brazil - (Porto Alegre, RS, 1870 - 1942). Foi professor, jornalista, poeta, teatrólogo, romancista e cronista colaborando em diversos jornais sob pseudônimos. Em 1920 recusou o convite para integrar a Academia Brasileira de Letras. Sua grande popularidade atribuiu-lhe o apelido de "Príncipe dos Poetas do Rio Grande do Sul". Pertenceu às sociedades literárias Apeles Porto Alegre em 1883, e Castro Alves em 1890 ambas em Porto Alegre. Suas obras são: Comédia da vida (1897), Na vida e na morte (1901), Juca, o letrado (1901), Vovó Musa (1903), Visão do ópio (1906), Alma gaúcha (1931) e Boemia da pena (1932) entre outras.Acervos especiais
Acervo Fotográfico da Revista do Globo - A revista, que circulou de 1929 a 1967, é útil para muitas áreas. Tem relevância em diversos aspectos: cultural, social, econômico e político, sendo referência para pesquisas. O periódico, que era publicado quinzenalmente, contava com seções que abordavam moda, sociedade, política, economia e literatura, traduções de autores estrangeiros, além de artigos sobre cinema e artes plásticas. Artistas plásticos relevantes ilustravam a revista. O acervo de fotos da Revista do Globo conta com aproximadamente 43.000 fotos.
Cartilhas, seletas e outros materiais de leitura - materiais representativos da história do aprendizado da leitura da literatura e sua circulação no ambiente de ensino (cartilhas, seletas, antologias, livros escolares). O acervo está organizado do ponto de vista de sua natureza cultural e científica, o qual foi selecionado a partir das transformações ocorridas na linha do tempo quanto às concepções de leitura da literatura que a escola vem assumindo em sua trajetória.
Acervo da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas - neste momento é constituído por materiais do historiador José Honório Rodrigues (Rio de Janeiro, RJ, em 1913 - 1987). Professor, historiador e ensaísta, fez parte da Academia Brasileira de Letras. Era membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, de Institutos Históricos estaduais, da Sociedade Capistrano de Abreu, da Academia Portuguesa da História, da American Historical Association (EUA), da Royal Academy of History (Inglaterra) e da Sociedade Histórica de Utrech (Holanda). Algumas de suas obras: Civilização holandesa no Brasil (1940); Independência: revolução e contra-revolução (1976); História, corpo do tempo (1976); O Conselho de Estado. O Quinto Poder? (1978). Também compõe o acervo da FFCH um conjunto documental microfilmado, conhecido como Manuscritos da Coleção De Angelis, que reúne a mais completa coleção de documentos sobre o Brasil Colonial e sobre o complexo das Reduç ões Jesuíticas, bem como a maior parte da documentação sobre os indígenas Guarani. Além destes, deve-se destacar que as investigações históricas que recorrem à oralidade têm tradição no PPGH da PUCRS, que mantém em funcionamento um Laboratório de Pesquisa em História Oral, cujo acervo pode contemplar diferentes temáticas. Várias teses e dissertações já foram defendidas e aprovadas, muitas delas publicadas com o apoio do Laboratório. Assim, este visa produzir, organizar e manter o acervo de fontes orais, contemplando a emergência de pesquisas e auxiliando com orientação teórico-metodológica específica. Futuramente, outros acervos históricos serão também incorporados ao Delfos, como os documentos pertencentes à extinta AIB/PRP e os documentos do ex-Deputado Federal Freitas e Castro.
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