Se hoje qualquer um tem telefone celular móvel, quatro décadas atrás - quando a telefonia, pelos padrões atuais, ainda vivia na idade da pedra lascada - ter uma linha e um aparelho funcionando significava muita coisa, até mesmo a sobrevivência de uma pequena empresa. Como naqueles tempos o sistema era estatal (com a Companhia Riograndense de Telecomunicações, CRT) e burocratizado ao máximo, conseguir uma linha - mesmo pagando - poderia levar meses e até anos. Muitos usuários que compravam telefone acabavam entrando na Justiça, para que a CRT instalasse de fato a linha e pudessem assim ter direito a receber e fazer chamadas, algo hoje impensável. Com tantas dificuldades e entraves, algumas pessoas formavam quadrilhas que se especializavam em dar "um jeitinho", sob o argumento de que conheciam pessoas chaves na estatal e que tais indivíduos poderiam acelerar a instalação da linha, mediante, é claro, um pagamento. Às vezes isso funcionava, outras vezes não passava de puro golpe, o "golpe do telefone". É o que se vê nesta matéria do Correio do Povo de novembro de 1975 - portanto, há quase 41 anos.
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