segunda-feira, fevereiro 05, 2018

Nos tempos em que Porto Alegre sofria de "um bafo tumular"


Quem, com mais de 50 anos, não lembra da famigerada Borregaard, uma fábrica nórdica de celulose que se instalou no município de Guaíba, na Grande Porto Alegre, no início dos anos 70, gozando de amplos incentivos fiscais do governo militar. Considerado um dos grandes empreendimentos que iriam então alavancar a economia gaúcha, ela logo mostrou a sua cara: era algo ruinoso para a sociedade. Poluidora, sem dar a mínima para a população à sua volta, a Borregaard não instalou aqui os equipamentos anti-poluições que usava em países de Primeiro Mundo e acabou se tornando a inimiga pública dos moradores de Porto Alegre cidades vizinhas. Exalando um horrível cheiro de ovo podre que se espalhava com os ventos, ela transformou a capital em uma cloaca olfativa que chegava a causar náuseas em muitas pessoas. Tanta foi a pressão, que os noruegueses desistiram do empreendimento e o venderam ao Montepio da Família Militar, que também logo se desfez do negócio. Hoje é uma indústria modelo chamada celulose Riograndense, que não polui e ainda colabora com projetos sociais e culturais, sediada na cidade de Guaíba, as margens do rio que chamam de lago. Nestas reproduções do correio do Povo, de 1978, se constata o ódio que a Borregaard gerava.  

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