quarta-feira, julho 02, 2008

O blá-blá-blá do Conselheiro


Vocês já devem ter reparado: hoje em dia tudo é bastante, não existe mais muito.
Não se sabe o porquê, mas, de uns tempos prá cá, em qualquer veículo de comunicação, em qualquer conversa na tevê ou no rádio, o que sobra, e bastante, é o bastante.
Os repórteres dizem que está "bastante frio", "bastante quente", "bastante ruim", bastante bom", "bastante alto", "bastante mal feito". Tudo é bastante, e estamos conversados.
Bom, vivemos de modismos, de frases feitas, de clichês, de atentados à lingua. Já teve a época do "prazeiroso" (ou será "prazeroso"?) - que, em última instância, quer dizer "agrádável". Até o nosso presidente, com a sua língua presa, acha tudo prazeiroso - jamais agradável.
Agora vivemos a era do "bastante". Um general espartano,de dezoito estrelas, esses dias, na tevê, disse que a Amazônia tem "bastante estrangeiros".
Vou procurar no Dicionário para saber o que é, exatamente, bastante. Tenho a leve impressão que bastante é o que basta, o suficiente. Como, hoje, o dia foi bastante cinzento, acho que isso é o que nos basta, e estamos conversados. Será que me fiz entender "bastante bem"? (Conselheiro X.)

Nenhum comentário: