terça-feira, novembro 18, 2008

A vida sofrida de Neuza Goulart Brizola

Neusa conheceu Brizola em uma convenção do PTB. Na foto abaixo, ela ainda jovem e bonita.
Ela foi a grande companheira de Leonel Brizola - e, em toda a sua vida, habituou-se a conviver com o poder. Isso, porém, não a impediu de ter uma existência sofrida, cheia de altos e baixos, e de, por uns tempos, tornar-se alcoólatra.
Neuza Goulart Brizola, mulher do ex-governador gaúcho e fluminense - o amado e odiado homem que garantiu a Legalidade e a posse de Jango, seu irmão - faleceu em 7 de abril de 1993, uma quarta-feira, aos 71 anos de idade, na clínica Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, onde morava. O laudo atestou infecção generalizada e sérios problemas respiratórios. Foi enterrada em São Borja, assim como Jango, assim como Getúlio Vargas (que foi seu pardinho de casamento), assim como Leonel, também falecido (sem ter nunca ter realizado o seu sonho de se presidente).
Elegante, discreta, bonita, Neuza conheceu Leonel em uma convenção do Partido Trabalhista Brasileiro, em São Borja, onde nasceu, ainda nos anos quarenta. Conta-se que trocou um outro pretendente rico por um jovem engenheiro em início de carreira política. Quando casaram-se, ela tinha 28 anos - e nunca se arrependeu da opção: a união dela com o temperamental Brizola parece ter sido amorosa, senão apaixonada. O marido chamava-a de "queridinha", era seu confidente e amigo. Foram apaixonados por toda a vida e tiveram três filhos - João Vicente, João Otávio e a problemática Neusinha - hoje bem mais calma.
Não era para menos: ao lado do líder trabalhista, Neuza suportou muitos anos de exílio (15 longos anos) e perseguições políticas em terras estranhas, sem jamais esmorecer. Antes, quando Brizola era governador do Rio Grande do Sul, chegou a doar uma de suas sete fazendas - que herdou dos pais - para a reforma agrária que seu marido promoveu no Estado, e vendeu outras quatro para garantir o sustento da família, no período da Ditadura, quando viveram no Uruguai e depois em Portugal e nos Estados Unidos. Vendeu mais uma, quando voltaram ao Brasil, em 1979, para comprar o apartamento na avenida Atlântica, em Copacabana - o QG de Brizola, e onde morou até a sua morte.
DEPRESSÃO - Os primeiros seis anos de exílio foram duros. No frio Uruguai, viveram em um apartamento sem calefação ou ar condicionado. Depois a família mudou-se para uma fazenda, a 250 km de Montevidéo - lá não havia energia elétrica ou telefone. Mulher prendada, pela primeira vez obrigou-se a cozinhar. Disse mais tarde, sobre isso: "Só quem passou pelo exílio sabe como é triste ser brasileiro fora de sua pátria".
Em 1983, no Brasil, tratou-se durante 75 dias, nos Estados Unidos, de uma crise de depressão, algo cada vez mais comum - sequer chegou a asistir à posse do marido no Palácio Laranjeiras. Mais tarde internou-se em uma clínica para recuperação de alcoólatras, na Espanha.
Em 7 de janeiro de 1993, em Nova York, foi internada às pressas em um hospital, com uma úlcera perfurada. Permaneceu dois meses na UTI, sedada. Carinhoso, Brizola a visitava duas vezes por dia e passava longas horas à beira da cama, afagando seus cabelos. Alguns dias antes da sua morte, sem poder falar, trocava bilhetes com o marido.
Talvez por tudo isso, Neuza abusava dos calmantes e antidepressivos, bebia muito e fumava. Em 1986, ela e Leonel combinaram de parar de fumar - o que ele conseguiu, ela não. A esse tempo já havia se submetido a uma operação para a retirada de um tumor em um dos seios. Sofreu também com as brigas entre seu marido e o irmão Jango - reconciliados enfim em 1976, pouco antes do presidente deposto morrer.
Seu maior sonho, no entanto, nunca aconteceu: voltar e envelhecer junto ao marido, na sua São Borja, de preferência bem longe da política. (Pesquisa e texto: Conselheiro X.)


19 comentários:

Silva Jr. disse...

Relato breve e siscinto da vida de um pessoa ligada à política brasileira, que passou despercebida pela história.

Unknown disse...

Esposa de um grande Homem, sofreu as consequências de uma mulher que foi vítima da política de um país corrupto. Tenho certeza que foi uma grande mulher e ajudou o governador Brizola a trabalhar com honestidade.

Unknown disse...

Foi uma grande pena essa família ter sofrido tanto!!!...Uma família tão alegre e unida!!! Coitados!!!...Eu acho que a caçula se meteu com drogas devido a maus conselhos de invejosos. Maria Juliana.

Julio disse...

Figura discreta mas de relevância na política nacional. Ótimo relato

Marcos Adriano disse...

Pobre senhor.... irmã de um socialista, mulher de um arrivista.... Brizola era um idiota esquerdista, que fez acordo com os traficantes de drogas quando era Governador do Rio: os traficantes não desciam para as ruas, e a PM não subia os morros... virou o que virou... quem defende esse crápula que pesquisa a "noite das garrafadas"!

Anônimo disse...

Que triste 😢

Anônimo disse...

Este Março Adriano é um verdadeiro imbecil.

Marcos Adriano disse...

Este Anônimo que me xingou, é um covarde... mostre sua cara imbecil!

Anônimo disse...

Muito bom. Eu já tinha ouvido falar disso . Era muita demagogia né !

Anônimo disse...

É triste ler tantas injustiças a respeito de um vulto histórico da nossa Nação ,ao cidadão que escreveu este comentário tão caluniosa,meus sentimentos e uma sugestão, informe-se melhor da história para depois escrever...

Marcos Adriano disse...

"vulto histórico"???
🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
Cara, saia do anonimato, isso é coisa de covarde.
Esse Brizola era um esquerdista, veja a "Noite das Cadeiradas"!
Uma gente que só pensava no seu projeto de poder!

Anônimo disse...

Credo quanta violência nas palavras... covarde é vc!

Marcos Adriano disse...

Continuo a afirmar: você é um covarde que se esconde no anonimato!
Ponto final!

Anônimo disse...

BRIZOLA LUTOU INCASAVELMENTE PELA EDUCAÇÃO!!!!!!!

Marcos Adriano disse...

As pessoas que elogiam Leonel Brizola, não conhecem sua biografia... um canalha, que teve de sair de sua terra natal porque lá era odiado... fixou-se no Rio de Janeiro, e lá construiu carreira política baseada em sua sordidez de esquerdista.
Par exemplificar, cito apenas um episódio: a noite das cadeiradas... recomendo que quem defende esse canalha, e sempre se escondem no anonimato, estudem!

https://www.jornalja.com.br/arquivo/category/golpe64-parte1/

Anônimo disse...

Leonel de Moura Brizola, o maior estadista que esse pais ja conviveu.Criou o maior programa educacional do Brasil, mais de quinhentas escolas em tempo integral, onde aprendiam nao somente Português, matematica e ciencias. Cidadania era o lema daquelas unidades.Ponto final

Marcos Adriano disse...

Dizer que o Brisola foi "o maior estadista que esse pais ja conviveu", é desconhecer fatos históricos! Basta lembrar a notória "noite das cadeiradas"!

Isaias Moraes disse...

Brizola foi o último estadista que o Brasil teve. O ódio que o capitalismo tem dele resulta do fato de implantar uma sistema educacional onde crianças e jovens pobres tinham a mesma educação das classes exploradoras.

Anônimo disse...

Tu é um abobado, calhorda fanfarrao. Diteitista de merda