*Obter mais de 50% de retorno financeiro com transferência de tecnologia sobre o volume de recursos aplicados em pesquisa e desenvolvimento no ambiente acadêmico. Essa é uma amostra da performance da Yssum Companhia de Transferência de Tecnologia, empresa responsável por gerenciar e comercializar patentes de inovações da Universidade Hebraica de Jerusalém, de Israel. A apresentação do caso de sucesso foi feita, em fluente português, pela gestora do escritório israelense Renée Ben-Israel, nesta quinta-feira, 19 de junho, durante o "Seminário Internacional Inovação, Universidade e Relação com a Sociedade", organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS (PRPPG).
Na prática, a Yssum tem a missão de avaliar o potencial econômico da pesquisa, estudar os melhores meios de protegê-la e elaborar estratégias de marketing
para tornar o resultado da investigação acadêmica atrativo ao mercado e útil à sociedade. Essa estrutura, criada em 1964, potencializa a Universidade Hebraica de Jerusalém, hoje a 12ª em pesquisa científica no mundo. Outros indicadores valorizados são os seis prêmios Nobel (Economia, Física e Química) diretamente relacionados à instituição e o acervo do seu ex-docente e maior expoente da Física, Albert Einstein.
Renée defende a proteção e a busca de retorno comercial por acreditar que "a pesquisa universitária é incipiente, e não dispõe dos elementos para ser levada adiante". Porém, com a patente gerada, garante-se a titularidade da invenção sendo possível condicionar seu direcionamento ao bem público. A gestora exibiu o ciclo virtuoso que se forma a partir dessa lógica, iniciando pela Universidade, que gera pesquisa, resultando em inovações, abrindo novas empresas, gerando empregos, renda, insumos e impostos. "Cria-se todo um sistema social em torno da região da universidade, evitando a fuga de cérebros", sustenta. No entanto, fez questão de lembrar que para cada dez mil medicamentos criados, apenas um é aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), agência norte-americana de saúde. E, para financiar esse volume de investigações, são necessários 800 milhões de dólares.
Outra argumentação forte da israelense sobre o papel da Yssum foi sobre a autonomia no ambiente de pesquisa. "Embora tenhamos uma postura pró-ativa, não podemos influenciar os pesquisadores", ressalta. A estratégia está centrada em identificar situações e oportunidades, ter flexibilidade, respeitar liberdade acadêmica e agir com profissionalismo, mencionando que os funcionários da empresa não têm outra função na Universidade.
Em 2008, houve 128 inovações e, destas, 112 tiveram os pedidos de patente depositados pela Yssum em diferentes mercados. "Precisamos visar o resto do mundo, visualizando a tríade EUA, Europa e Japão", justifica, pois Israel conta com pouco mais de 7 milhões de habitantes e horizontes restritos. Quando há um licenciamento, os pesquisadores têm direito a 60% dos ganhos, sendo 20% direcionados ao projeto de pesquisa. O restante fica com a Universidade.
Apesar dos resultados positivos apresentados, Renée não deixa de fazer questionamentos e mostrar preocupação com questões como a possibilidade de privatização dos resultados da ciência e os possíveis desvios da atividade acadêmica em função da transferência de tecnologia.
Como fatores determinantes para o sucesso do escritório, destaca a excelência nas investigações da Universidade, articulação entre pesquisadores e faculdades, rede qualificada de contatos e apoio do Estado, visto que Israel investe 4,7% do Produto Interno Bruto em pesquisa e desenvolvimento, considerado o maior volume do mundo.
O "Seminário Internacional Inovação, Universidade e Relação com a Sociedade" encerra-se nesta sexta-feira, dia 19, abordando os temas Formação de Recursos Humanos e o Compromisso e Responsabilidade Social. As palestras ocorrem no prédio 50 do Campus Central (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre).
Na prática, a Yssum tem a missão de avaliar o potencial econômico da pesquisa, estudar os melhores meios de protegê-la e elaborar estratégias de marketing
para tornar o resultado da investigação acadêmica atrativo ao mercado e útil à sociedade. Essa estrutura, criada em 1964, potencializa a Universidade Hebraica de Jerusalém, hoje a 12ª em pesquisa científica no mundo. Outros indicadores valorizados são os seis prêmios Nobel (Economia, Física e Química) diretamente relacionados à instituição e o acervo do seu ex-docente e maior expoente da Física, Albert Einstein.
Renée defende a proteção e a busca de retorno comercial por acreditar que "a pesquisa universitária é incipiente, e não dispõe dos elementos para ser levada adiante". Porém, com a patente gerada, garante-se a titularidade da invenção sendo possível condicionar seu direcionamento ao bem público. A gestora exibiu o ciclo virtuoso que se forma a partir dessa lógica, iniciando pela Universidade, que gera pesquisa, resultando em inovações, abrindo novas empresas, gerando empregos, renda, insumos e impostos. "Cria-se todo um sistema social em torno da região da universidade, evitando a fuga de cérebros", sustenta. No entanto, fez questão de lembrar que para cada dez mil medicamentos criados, apenas um é aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), agência norte-americana de saúde. E, para financiar esse volume de investigações, são necessários 800 milhões de dólares.
Outra argumentação forte da israelense sobre o papel da Yssum foi sobre a autonomia no ambiente de pesquisa. "Embora tenhamos uma postura pró-ativa, não podemos influenciar os pesquisadores", ressalta. A estratégia está centrada em identificar situações e oportunidades, ter flexibilidade, respeitar liberdade acadêmica e agir com profissionalismo, mencionando que os funcionários da empresa não têm outra função na Universidade.
Em 2008, houve 128 inovações e, destas, 112 tiveram os pedidos de patente depositados pela Yssum em diferentes mercados. "Precisamos visar o resto do mundo, visualizando a tríade EUA, Europa e Japão", justifica, pois Israel conta com pouco mais de 7 milhões de habitantes e horizontes restritos. Quando há um licenciamento, os pesquisadores têm direito a 60% dos ganhos, sendo 20% direcionados ao projeto de pesquisa. O restante fica com a Universidade.
Apesar dos resultados positivos apresentados, Renée não deixa de fazer questionamentos e mostrar preocupação com questões como a possibilidade de privatização dos resultados da ciência e os possíveis desvios da atividade acadêmica em função da transferência de tecnologia.
Como fatores determinantes para o sucesso do escritório, destaca a excelência nas investigações da Universidade, articulação entre pesquisadores e faculdades, rede qualificada de contatos e apoio do Estado, visto que Israel investe 4,7% do Produto Interno Bruto em pesquisa e desenvolvimento, considerado o maior volume do mundo.
O "Seminário Internacional Inovação, Universidade e Relação com a Sociedade" encerra-se nesta sexta-feira, dia 19, abordando os temas Formação de Recursos Humanos e o Compromisso e Responsabilidade Social. As palestras ocorrem no prédio 50 do Campus Central (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre).
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