sexta-feira, dezembro 18, 2009

Primeiros módulos fotovoltaicos com células inéditas são apresentados na PUCRS

Na tarde desta quinta-feira, 17 de dezembro, a PUCRS, por meio do Núcleo Tecnológico de Energia Solar (NT-Solar), da Faculdade de Física, apresentou a tecnologia de fabricação de módulos fotovoltaicos, inédita na América Latina. Os módulos são formados por várias células solares industriais, desenvolvidas e fabricadas no Núcleo, sob a coordenação dos professores Adriano Moehlecke e Izete Zanesco.
Os estudos começaram em 2005 com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Companhia Estadual de Energia Elétrica (Ceee), Eletrosul e Petrobras. Além do Reitor, Joaquim Clotet, estiveram presentes o diretor de Transmissão da Ceee, José Francisco Pereira Braga, o diretor de Engenharia da Eletrosul, Ronaldo Custódio, o gestor de Projeto e Pesquisa da Petrobrás William Schmitt, e o secretário de Tecnologia de Energia da FINEP Laércio de Sequeira, todos parceiros do projeto, entre outras autoridades.
"Os coordenadores do Núcleo realizam hoje um sonho. Como dedicados e competentes pesquisadores, demonstraram a vontade de mudar o mundo, transformando o conhecimento gerado na academia em contribuição em escala industrial para a sociedade poder utilizar uma energia limpa e renovável", destacou o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade, Jorge Audy.
O gestor de projetos da Petrobrás falou do orgulho em participar do projeto de alta eficiência. "Mesmo na Petrobrás havia dúvidas se alcançaríamos tão elevada eficiência ¿ e conseguimos superar a média mundial", disse Schmitt.
A energia solar fotovoltaica é a forma de produção de energia elétrica que menos contamina o meio ambiente. O projeto "Planta Piloto para Fabricação de Módulos Fotovoltaicos com Tecnologia Nacional" obteve cerca de 6 milhões de reais entre recursos públicos e privados. Foram entregues às empresas parceiras os 200 módulos fabricados conforme o projeto. Na ocasião, também foi inaugurado o laboratório 96H no Parque, onde está o segundo simulador solar para certificar módulos fotovoltaicos segundo as normas do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização, e Qualidade Industrial (Inmetro).
Mercado Mundial
Em nível mundial, o uso da energia solar fotovoltaica está avançado e em pleno crescimento, principalmente nos países desenvolvidos, nos quais há fortes incentivos financeiros, tanto para a instalação de sistemas fotovoltaicos quanto para o desenvolvimento científico, tecnológico e para a divulgação desta tecnologia. Desde 2003 a indústria de módulos fotovoltaicos vem crescendo a taxas de 40% a 69% ao ano, sendo a forma de produção de energia elétrica que mais cresce no mundo. Por exemplo, em 2007 a produção mundial foi de 4.279 MW em módulos fotovoltaicos, equivalente a praticamente 1/3 da potência de Itaipu, a maior usina hidroelétrica brasileira. Em 2008, o mercado mundial cresceu 80%. Na América do Sul não há fábricas de células solares nem de módulos fotovoltaicos.
NT-Solar
O Núcleo Tecnológico de Energia Solar (NT-Solar), antigo Grupo de Energia Solar, tem 12 anos. Coordenado pelos professores Izete Zanesco e Adriano Moehlecke, está instalado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Física, no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), e abriga a planta piloto para fabricação de células solares e módulos fotovoltaicos (que transformam energia solar em elétrica), bem como diversos projetos que visam a redução dos custos e aumento da eficiência destes equipamentos. Foram obtidas eficiência de conversão da energia solar em elétrica, de 15,4 % e 13% com o processo de fabricação de alta eficiência e de baixo custo, respectivamente. O valor de 15,4 % é ligeiramente superior a média mundial da indústria, que é de 14%. O objetivo do projeto foi transferir a tecnologia desenvolvida pelos professores do NT-Solar de células solares de baixo custo para uma linha de produção em escala.
Pesquisador venceu o Prêmio Jovem Cientista em 2002
Vencedor do Prêmio Jovem Cientista em 2002 na categoria graduado, Adriano Moehlecke, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS), produziu equipamentos para a geração de energia solar em escala industrial com a mesma eficiência de concorrentes internacionais, mas a custos inferiores. E os primeiros 200 módulos fotovoltaicos fabricados com tecnologia nacional foram entregues nesta quinta-feira a quem apostou na pesquisa vencedora, os patrocinadores Petrobras, Eletrosul, Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia). A solenidade ocorre no auditório Talento Empreendedor da Tecnopuc, na PUC.
O trabalho do pesquisador premiado em 2002 pelo Prêmio Jovem Cientista serve de exemplo a outros jovens graduados e também a estudantes do Ensino Médio e do Ensino Superior interessados em participar da 24ª edição do PJC, que está com inscrições abertas até 30 de junho do próximo ano. Coincidentemente, o projeto de Moehlecke conquista o mercado no ano em que a premiação, uma das principais do gênero na América Latina, trata do tema Energia e Meio Ambiente ¿ Soluções para o Futuro. Nesta edição, o PJC, que é uma iniciativa da Gerdau, Fundação Roberto Marinho e CNPq, desafia os jovens cientistas a apontarem soluções para problemas ambientais, apresentando, por exemplo, alternativas para controle de emissão de poluentes e fontes renováveis de energia. As possibilidades de estudo incluem ainda exploração racional dos recursos energéticos, edificações inteligentes, produção sustentável de biodiesel e controle de emissão de poluentes, entre outros. Outras informações no site www.jovemcientista.org.br.

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