terça-feira, setembro 23, 2008

Dança e Fisioterapia, os novos cursos da ESEF

Ricardo Petersen, diretor da Escola Superior de Educação Física, ESEF (rua Felizardo, JB)
Quem antes corria ou caminhava na Escola Superior de Educação Física, ESEF, na rua Felizardo, notou a modificação: a pista - ou, melhor dizendo, trilha - que contornava todo o terreno, margeando as divisas, agora está parcialmente pavimentada (da entrada até as piscinas) , já não é mais de terra batida, como foi durante longos anos. Com isso, facilitou a passagens de veículos e, por outro lado, passou a oferecer algumas dificuldades aos corredores e caminhantes.
"A pista continua a dar para correr. A nossa idéia é fazer uma separação entre pedestres e carros, traçando um itinerário que ainda vai ser definido", explica o diretor da Faculdade, o professor Ricardo Petersen. Segundo ele, a obra se tornou necessária para facilitar o acesso dos matriculados nos cursos de Extensão, que acontece no ginásio de natação, mais ao fundo.
"Ainda vamos construir um estacionamento defronte às piscinas. A questão é que estávamos perdendo alunos para esses projetos de Extensão, que representam uma fonte de renda para nós. Eles reclamavam muito do acesso e do barro", informa.
QUERO-QUERO - Modernizando-se na medida do possível, a ESEF (com cerca de 7oo alunos regulares) abraçou o Projeto Quero-Quero, uma iniciativa social que é patrocinada pelo Instituto Ayrton Sena e voltado a crianças carentes do bairro e dos seus arredores, quase todos alunos de escola públicas.
"O Projeto foi criado em 2003 e atende hoje 300 crianças carentes, com atividades educacionais e esportivas, com frequência de três a 5 vezes por semana, incluindo aulas de informática e de inglês", diz o diretor. Coordenado pela professora Nadia Cristina Valentini, o Quero-Quero forma cidadãos através de inúmeras atividades, todas supervisionadas por estagiários de Psicologia, Pedagogia e Educação Física da UFRGS. Segundo ele, a rotatividade é expressiva e, portanto, ainda existem vagas.
ANEXO - Outra importante obra está em seus fundamentos - a construção do anexo ao Ginásio 2, no terreno que dá para a rua Felizardo Furtado. Destinada à luta olímpica e ao judô, a obra tem custos estimados de R$ 400 mil, dos quais cerca de 180 mil já foram captados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal. O judô é, aliás, um dos destaques da Escola.
RU - Uma antiga reivindicação dos alunos da ESEF - o Restaurante Universitário, RU - deverá ser inaugurado até o final do mês de setembro, garante Ricardo Petersen. O RU do Campus Olímpico será uma extensão dos outros RUs da UFRGS, com bandeijões a preços idênticos. Antes disso acontecer, havia aqui um restaurante, "que não se sustentou", conforme diz o diretor. "É preciso entender que os estudantes, em sua maioria, têm pouco dinheiro e nem sempre podem pagar certos preços".
Outra importante novidade, desta vez para o ano de 2009: a Escola implantará dois novos cursos - o de Licenciatura em Dança e o de Bacharelado em Fisioterapia. "Estarão em funcionamento no primeiro semestre", afirma Petersen. As inscrições - abertas - seguem o cronograma da UFRGS para o Vestibular.
PROJETO NAVEGAR - Mesmo com uma agenda complicada no seu dia-a-dia, o professor Ricardo Petersen coordena também o Projeto Navegar, iniciativa que busca aproveitar a riqueza do lago Guaíba com finalidades sócio-educativas.
O Navegar atende a 200 alunos de cinco escolas públicas do bairro Humaitá e é financiado pelo Ministério do Esporte. O objetivo maior é proporcionar o contato de estudantes de baixo poder aquisitivo com a prática da vela, do remo e da canoagem. As atividades acontecem no Parque Náutico do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.
"Abordamos as técnicas desses três esportes náuticos, mas as crianças também recebem orientação sobre educação ambiental, convivência com o meio aquático e importância da preservação da água. Neste ano adicionamos a prática do xadrez para os dias de vento e muito frio. O projeto trata ainda da cidadania e da responsabilidade, porque os esportes náuticos se prestam ao desenvolvimento dessas questões".
O professor está orgulhoso dos resultados do Navegar - que existe desde 2004 - e cita a dissertação de mestrado de um professor que buscou informações sobre o projeto e concluiu que o "resultado foi muito positivo".
HISTÓRIA - A ESEF está no Jardim Botânico desde julho de 1963, mas sua história remonta ao final dos anos 30, quando o Governo do Estado resolveu criar o Departamento Estadual de Educação Física por recomendação do Interventor Osvaldo Cordeiro de Farias.
As profissões ligadas ao esporte tinham sido regulamentadas naquele ano e o Rio Grande do Sul não quis ficar atrás. Foi então nomeado como diretor da Escola o capitão Olavo Amaral da Silveira. A seu lado estava um grupo de entusiastas – Valdir Calvet Echart, Frederico Gaelzer, João Gomes Moreira Filho e Max Hanke.
Não havia um local centralizado e cada modalidade tinha aulas em diferentes pontos da cidade. O curso durava dois anos e a primeira turma formou-se em 1941 – eram 98 homens e 26 mulheres. Em 1942, a Escola transferiu-se para o Estádio do Cruzeiro, a “Colina Melancólica”. Em 1956 estava no prédio da Associação Cristã de Moços. No dia 21 de outubro de 1969 o ministro da Educação, Tarso Dutra, assinou o decreto de federalização da Escola, o que de fato só aconteceu a 16 de setembro de 1970, com a vinda do ministro Jarbas Passarinho e a presença do governador Perachi Barcellos.


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