Considerado um dos homens a serviço da ditadura militar, acusado de direitista, reacionário e tantas outras coisas, o empresário Roberto Marinho, dono das Organizações Globo, falecido não faz muito em provecta idade, vivia entre duas espadas: o ódio da esquerda radical e o ódio, não menor, dos radicais da direita. Apesar de haver, em O Globo, apoiado abertamente o golpe de 64, Marinho era um homem de imprensa e não gostava da censura e da interferência governamental na sua emissora - que, aliás, dava emprego a muitos comunistas, como Dias Gomes, por exemplo. Em 1976, durante o governo Geisel, com sua abertura política "lenta, gradual e segura", Marinho também sofreu com a ação dos terroristas da extrema-direita, ligados aos porões da ditadura. É o que se vê nesta matéria do Correio do Povo, de Porto Alegre, de setembro de 1976, quando a residência do todo-poderoso big-boss da comunicação foi sacudida pela explosão de uma bomba.
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