Os estrangeiros - europeus, principalmente - que chegam ao Brasil reclamam de um item alimentar que, segundo eles, falta a nossa mesa, as saladas. De fato, isso pode ser constatado por qualquer um, inclusive pelos próprios nativos, desde que sejam do Sul, principalmente do Rio Grande, onde a variedade e a quantidade de saladas é abundante em qualquer restaurante de comida a quilo ou se self service. Sempre que viajava - hoje dou voltas em redor de minha cama e faço incursões até o supermercado - sentia falta das saladas e lamentava, até me irritava, com a pobreza da oferta. Vinham algumas rodelas de tomate, às vezes verde, e o restante, no mais, era pura comida de panela. Quando se pedia a saladas, os atendentes se espantavam, uma vez que lhes parecia natural comer aquelas coisinhas como se fossem, digamos, guarnições. Uma pesquisa revelou que o brasileiro, de um modo geral, come poucas saladas, porém os estrangeiros que reclamam disso são aqueles que não vêm ao Sul e ficam lá pelo Rio ou pelo Nordeste. Ou seja, a esmagadora maioria. Querem saladas, gringos, e venham ao Sul ou à região colonial italiana e verão o que é bom e como o Brasil é diferente. No mais, gringada, não se queixem e ao menos procurem adotar outro hábito tupiniquim, vigente de norte a sul e tão raro no hemisfério norte: tomar banho todo dia e escovar os dentes depois das refeições.
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