Entrar e permanecer lá é uma terapia: árvores e plantas por todos os lados, um laguinho onde se avistam grandes carpas e tartarugas nadando e mergulhando, sem nenhum receio de serem incomodadas. A quietude natural desse espaço verde só é quebrada pelo som dos passarinhos ou quando tartarugas saem do seu banho de sol e jogam-se novamente na água. Em volta, ouve-se o vento sacudir a copa das árvores e zunir entre as taquaras e os bambus. De vez em quando a voz de crianças, de casais de namorados, de colegiais em excursão.
Instituição que deu nome ao bairro, um dos cinco mais importantes do País, o Jardim Botânico é o refúgio perfeito para quem busca uma ilha de tranquilidade em meio à agitação urbana. Localizado junto à Terceira Perimetral, a história desse local confunde-se com a da comunidade à sua volta. Com 41 hectares de área total, perdeu muito da sua extensão original, que já foi de mais de 8O hectares. Parte de suas terras foi repassada à ESEF, outro tanto à PUC e ao Círculo Militar. Mesmo assim, abriga a mais completa coleção da fauna nativa do Rio Grande do Sul – e é esta, justamente, a filosofia da instituição.
“A idéia é representar o máximo possível a flora nativa do Estado”, informa Elisabete Martins da Silva, que dirige o setor de Comunicação Social e trabalha aqui há 30 anos. “Quando iniciei, era um descampado, não tinha quase nada”, recorda ela. “Mas o Jardim Botânico teve um salto de qualidade muito grande nos últimos anos”.
CAIXINHA DE SURPRESAS – No local funciona, além do Jardim, a administração central da Fundação Zoobotânica (que engloba o Zoológico de Sapucaia) e o Museu de Ciências Naturais. “O pessoal não sabe o que é isto aqui, nós somos uma caixinha de surpresa”, afirma Elisabete.
Poucas pessoas sabem, mas, além de local de visitação e lazer, há importantes trabalhos de pesquisa, de educação ambiental e até um serpentário (aberto à visitação pública) com mais de 400 cobras e serpentes, cujos venenos são extraídos e enviados para institutos fisioterápicos a fim de se produzir soros e medicamentos, trabalho executado pelo Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre, NOPA. A maior parte desses ofídios é capturada por pesquisadores, embora muitas pessoas disponham-se espontaneamente a trazer exemplares e doá-los à instituição.
São 11 mil metros quadrados de área construída e uma história com muitos altos e baixos. O prédio central, por exemplo, foi construído para servir como instalações da Televisão Educativa do Estado, a TVE, Canal 7 – que, aliás, nunca chegou a funcionar no Botânico. “Fizemos adaptações na estrutura, na qual estamos hoje”, diz a jornalista.
TRISTE MEMÓRIA - Idéias equivocadas por parte dos administradores públicos estaduais quase destruíram a concepção original do Jardim Botânico. Inaugurado em 10 de setembro de 1958, o período que vai de 1964 a 1974, especialmente, é de triste memória para os funcionários da casa. Esta ficou quase sem investimentos, desprestigiada, a área original foi repartida e pensou-se até em construir aqui um grande Centro de Convenções, come estacionamento para mais de mil veículos, o que seria o caos.
A partir de 1974, com a administração do professor Albano Backes, a situação melhorou, organizou-se novas coleções, retomou-se as expedições em busca de novas plantas e houve a definição – que vigora hoje – de se focar os trabalhos na flora nativa. Nos final dos anos 80 implantou-se um núcleo de educação e, em 1997, foram construídas as instalações para o Banco de Sementes e novas casas de vegetação, além de novos prédios, da compra de equipamentos modernos e contratação de mais funcionários (hoje são cerca de 100). Outra importante atividade são os estudos para licenciamento de empreendimentos de geração de energia eólica (ventos) no Estado, uma fonte de energia limpa em crescente valorização.
Em 2003, através de lei estadual, o Jardim Botânico foi declarado Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul. O presidente da Fundação Zoobotânica é Carlos Rubem Schreiner. Ney Gastal é o diretor do Museu de Ciências Naturais e João Carlos Correa Jardim o diretor do Parque Zoológico.
Instituição que deu nome ao bairro, um dos cinco mais importantes do País, o Jardim Botânico é o refúgio perfeito para quem busca uma ilha de tranquilidade em meio à agitação urbana. Localizado junto à Terceira Perimetral, a história desse local confunde-se com a da comunidade à sua volta. Com 41 hectares de área total, perdeu muito da sua extensão original, que já foi de mais de 8O hectares. Parte de suas terras foi repassada à ESEF, outro tanto à PUC e ao Círculo Militar. Mesmo assim, abriga a mais completa coleção da fauna nativa do Rio Grande do Sul – e é esta, justamente, a filosofia da instituição.
“A idéia é representar o máximo possível a flora nativa do Estado”, informa Elisabete Martins da Silva, que dirige o setor de Comunicação Social e trabalha aqui há 30 anos. “Quando iniciei, era um descampado, não tinha quase nada”, recorda ela. “Mas o Jardim Botânico teve um salto de qualidade muito grande nos últimos anos”.
CAIXINHA DE SURPRESAS – No local funciona, além do Jardim, a administração central da Fundação Zoobotânica (que engloba o Zoológico de Sapucaia) e o Museu de Ciências Naturais. “O pessoal não sabe o que é isto aqui, nós somos uma caixinha de surpresa”, afirma Elisabete.
Poucas pessoas sabem, mas, além de local de visitação e lazer, há importantes trabalhos de pesquisa, de educação ambiental e até um serpentário (aberto à visitação pública) com mais de 400 cobras e serpentes, cujos venenos são extraídos e enviados para institutos fisioterápicos a fim de se produzir soros e medicamentos, trabalho executado pelo Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre, NOPA. A maior parte desses ofídios é capturada por pesquisadores, embora muitas pessoas disponham-se espontaneamente a trazer exemplares e doá-los à instituição.
São 11 mil metros quadrados de área construída e uma história com muitos altos e baixos. O prédio central, por exemplo, foi construído para servir como instalações da Televisão Educativa do Estado, a TVE, Canal 7 – que, aliás, nunca chegou a funcionar no Botânico. “Fizemos adaptações na estrutura, na qual estamos hoje”, diz a jornalista.
TRISTE MEMÓRIA - Idéias equivocadas por parte dos administradores públicos estaduais quase destruíram a concepção original do Jardim Botânico. Inaugurado em 10 de setembro de 1958, o período que vai de 1964 a 1974, especialmente, é de triste memória para os funcionários da casa. Esta ficou quase sem investimentos, desprestigiada, a área original foi repartida e pensou-se até em construir aqui um grande Centro de Convenções, come estacionamento para mais de mil veículos, o que seria o caos.
A partir de 1974, com a administração do professor Albano Backes, a situação melhorou, organizou-se novas coleções, retomou-se as expedições em busca de novas plantas e houve a definição – que vigora hoje – de se focar os trabalhos na flora nativa. Nos final dos anos 80 implantou-se um núcleo de educação e, em 1997, foram construídas as instalações para o Banco de Sementes e novas casas de vegetação, além de novos prédios, da compra de equipamentos modernos e contratação de mais funcionários (hoje são cerca de 100). Outra importante atividade são os estudos para licenciamento de empreendimentos de geração de energia eólica (ventos) no Estado, uma fonte de energia limpa em crescente valorização.
Em 2003, através de lei estadual, o Jardim Botânico foi declarado Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul. O presidente da Fundação Zoobotânica é Carlos Rubem Schreiner. Ney Gastal é o diretor do Museu de Ciências Naturais e João Carlos Correa Jardim o diretor do Parque Zoológico.
Áreas temáticas, aves, anfiteatro, fauna e flora nativas. E muita pesquisa
Passear pelo Botânico é conhecer a flora nativa do Estado, embora existam espécies de muitas partes do mundo. A criação de “áreas temáticas” foi muito importante para a sistematização dos trabalhos. Hoje existem muitas delas, como a de plantas perfumadas, a de plantas medicinas, a das ameaçadas de extinção, etc. Biológos – e muitos fazem estágio aqui – partem para o interior, à cata de novas espécies, as chamadas “expedições”. Também merece destaque o trabalho com fósseis nativos.
Não só a flora como a fauna recebe atenção dos pesquisadores. “Nós temos o registro de 105 aves nossas e, inclusive, vamos fazer uma publicação destinada a elas”, conta Elisabete. Os biólogos e outros pesquisadores igualmente desenvolvem um trabalho de educação ambiental, proferindo palestras em colégios, para estudantes de todas as idades.
Outra coisa que pouca gente sabe é que o Museu tem um setor destinado à comercialização de mudas da flora nativa para qualquer pessoa interessada. Há também um anfiteatro, destinado a shows, concertos e apresentações musicais que já chegou a reunir 10 mil pessoas alguns anos atrás, conquanto hoje não esteja sendo muito usado.
Aberto ao público de terça a domingo, integrado à comunidade, tanto o Jardim Botânico quanto o Museu de Ciências Naturais (chamado Museu Padre Balduíno Rambo, em homenagem a um dos fundadores e primeiro diretor da Fundação Zoobotânica) recebe milhares de visitantes a cada mês. Mesmo assim, a segurança não chega a ser um problema (até porque é uma área policiada e cercada) e não se registram invasões de seus limites. A Vila Juliano Moreira, localizada nos seus fundos, com dois hectares, já foi desapropriada pelo Governo do Estado e deverá ser regularizada e entregue aos seus moradores atuais de forma legal. A idéia é urbanizá-la.
COLÔNIA AGRÍCOLA - Falar em Juliano Moreira é falar no passado do local, quando aqui funcionava a Colônia Agrícola do Hospital Psiquiátrico São Pedro, conhecida como “Casa de Passagem Juliano Moreira”. Destinada a pacientes com problemas mentais (que muitas vezes fugiam e vagavam pelas ruas do bairro), junto a ela foram construídas residências para os funcionários que trabalhavam no local. Com a desativação da estrutura maior, as casas foram passando dos pais para os filhos, originando a pequena vila em direção à avenida Cristiano Fischer.
JARDIM BOTÂNICO – Av. Salvador França, 1427. Tel.:3320.2024 – Email: jbotanico@fzb.rs.gov.br – Serpentário aberto de terça a domingo, das 10 às 16 horas.
Não só a flora como a fauna recebe atenção dos pesquisadores. “Nós temos o registro de 105 aves nossas e, inclusive, vamos fazer uma publicação destinada a elas”, conta Elisabete. Os biólogos e outros pesquisadores igualmente desenvolvem um trabalho de educação ambiental, proferindo palestras em colégios, para estudantes de todas as idades.
Outra coisa que pouca gente sabe é que o Museu tem um setor destinado à comercialização de mudas da flora nativa para qualquer pessoa interessada. Há também um anfiteatro, destinado a shows, concertos e apresentações musicais que já chegou a reunir 10 mil pessoas alguns anos atrás, conquanto hoje não esteja sendo muito usado.
Aberto ao público de terça a domingo, integrado à comunidade, tanto o Jardim Botânico quanto o Museu de Ciências Naturais (chamado Museu Padre Balduíno Rambo, em homenagem a um dos fundadores e primeiro diretor da Fundação Zoobotânica) recebe milhares de visitantes a cada mês. Mesmo assim, a segurança não chega a ser um problema (até porque é uma área policiada e cercada) e não se registram invasões de seus limites. A Vila Juliano Moreira, localizada nos seus fundos, com dois hectares, já foi desapropriada pelo Governo do Estado e deverá ser regularizada e entregue aos seus moradores atuais de forma legal. A idéia é urbanizá-la.
COLÔNIA AGRÍCOLA - Falar em Juliano Moreira é falar no passado do local, quando aqui funcionava a Colônia Agrícola do Hospital Psiquiátrico São Pedro, conhecida como “Casa de Passagem Juliano Moreira”. Destinada a pacientes com problemas mentais (que muitas vezes fugiam e vagavam pelas ruas do bairro), junto a ela foram construídas residências para os funcionários que trabalhavam no local. Com a desativação da estrutura maior, as casas foram passando dos pais para os filhos, originando a pequena vila em direção à avenida Cristiano Fischer.
JARDIM BOTÂNICO – Av. Salvador França, 1427. Tel.:3320.2024 – Email: jbotanico@fzb.rs.gov.br – Serpentário aberto de terça a domingo, das 10 às 16 horas.
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