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Kurt Donald Cobain (Aberdeen, Washington, 20 de fevereiro de 1967 — Seattle, Washington, 5 de abril de 1994) foi um músico norte-americano, mais conhecido por ser o guitarrista e compositor da banda Nirvana, dos arredores de Seattle, Washington. É tido como um dos maiores artistas da década de 90.[1]
Cobain formou o Nirvana juntamente com o baixista e amigo Krist Novoselic em 1987. Em dois anos, a banda fixou-se como um dos principais grupos do cenário local. Em 1991, a chegada da música "Smells Like Teen Spirit" marcou o início de uma dramática e eletrizante mudança no mundo do rock & roll, que afastou dos holofotes os estilos glam metal, arena rock e dance-pop para dar lugar a um estilo de rock mais sujo, pesado, originando o som denominado grunge e ao rock alternativo. A indústria da música considerou a canção como "hino de uma geração inteira" e, com isso, Cobain ganhou o título de "porta-voz" da denominada Geração X.
Kurt viveu uma vida marcada pela depressão, desgastes emocionais e vícios em drogas. Os últimos anos de sua vida foram castigados pela dependência exagerada de heroína, pela forte pressão exercida pela mídia e por sua conturbada relação com a esposa Courtney Love. No dia 5 de abril de 1994, Kurt Cobain foi encontrado morto em sua casa em Seattle.
Infância e juventude
Kurt Cobain é filho de Wendy e Donald Cobain e nasceu às seis horas e cinquenta e sete minutos [2] do dia 20 de fevereiro de 1967, no Hospital Comunitário do condado de Grays Harbor, em Aberdeen, estado de Washington, Estados Unidos. Kurt passou os seis primeiros anos de sua vida morando em Hoquiam, até que seus pais mudaram-se para Aberdeen. Logo na infância ele começou a desenvolver interesse pela música. De acordo com sua tia Mari, "Kurt começou a cantar desde que tinha dois anos - cantarolava músicas dos Beatles, como "Hey Jude", e tinha muito carisma, apesar da pouca idade."
A vida de Kurt mudou muito quando ele tinha apenas nove anos, época em que seus pais divorciaram-se, em fevereiro de 1976 - um evento que mais tarde citaria como um dos mais impactantes de sua vida. Sua mãe notou que sua personalidade havia mudado drasticamente e que o garoto havia se tornado extremamente tímido e quieto.
Numa entrevista concedida em 1993, Cobain diz: "Lembro que me senti muito envergonhado, por alguma razão. Eu tinha vergonha dos meus pais. Não conseguia mais encarar meus colegas de escola porque eu queria voltar a ter desesperadamente aquele clássico sentimento de família - mãe, pai. Eu queria aquela segurança, então passei a guardar rancor dos meus pais por muitos anos a partir de então."[3]
Depois de um ano vivendo com sua mãe após o divórcio, Cobain mudou-se para a cidade de Montesano, também em Washington, onde foi morar com seu pai. Contudo, após alguns anos, sua rebelião juvenil tornou-se tão esmagadora que ele se viu morando ora com amigos, ora com parentes.[4]
Na escola, Kurt se interessava pouco por esportes. Depois de uma grande insistência por parte de seu pai, ele entrou para o time de luta livre do ginásio. Embora tenha sido um bom lutador, Kurt abandonou o time depois de um tempo. Também fez parte da equipe de atletismo de um colégio que estudou. Além disso, seu pai o colocou para jogar na liga local de beisebol, mas logo Kurt tratou de apagar seu nome da lista de inscritos. Ao invés de se dedicar à esportes, focou-se nas artes em geral. Kurt desenhava muito durante as aulas: carros, caminhões, guitarras, cartuns e até sua própria pornografia. No seu décimo quarto aniversário, Kurt ganhou sua primeira guitarra elétrica.
O interesse de Kurt pelo Rock n'Roll só crescia ao longo dos anos. De Aerosmith a Journey, passando por AC/DC, ele acabou por descobrir o punk rock quando assistiu um show da banda Melvins em 1983. Criou um laço de amizade com Buzz Osbourne, cantor e guitarrista da banda, que começou a emprestar a Kurt discos e revistas punk. Ele havia finalmente descoberto o que estava procurando. Descobriu várias bandas novas e antigas como Creedence Clearwater Revival e Cheap Rum, nas quais se baseou muito nas suas posteriores musicas. Não era difícil encontrar Kurt em seu quarto desfrutando vários discos de suas bandas preferidas. Kurt conheceu o amigo Krist Novoselic em 1984. Os dois só se conheciam de vista na escola. Robert, irmão de Krist, era amigo de Kurt na época e acabou por apresentá-lo como seu irmão mais velho, um rapaz que ouvia e gostava muito de punk rock. Cobain logo formou um laço de amizade com Krist, que só se fortaleceu ao longo dos anos. Os dois compartilhavam um gosto musical muito peculiar, além de uma admiração pelos Melvins. Ambos tinham muitos amigos em comum e logo começaram a sair juntos. Pouco tempo depois, Kurt deu a Novoselic uma fita demo de sua banda ou projeto pessoal, Fecal Matter. Depois de alguns meses de indecisão, Krist finalmente ouviu a fita e gostou. Acabou por concordar em formar uma banda juntamente com seu mais novo amigo, que resultaria no Nirvana.
Faltando poucas semanas para se formar pelo Ensino Médio, Kurt abandonou a escola ao dar-se conta de que não tinha notas suficientes para a graduação. À essa altura, Kurt voltara a morar com a mãe, depois de muito tempo morando na rua, na casa de amigos e de parentes. Sua mãe deu-lhe um ultimato: ou ele encontraria um emprego ou seria expulso de casa. Depois pouco tempo, Kurt brigou com Wendy e ela lhe disse que ele deveria ir embora da casa dela. Kurt passou a viver em casas de amigos, algumas vezes na rua e até mesmo dormindo por algumas noites em salas de espera de hospitais, fingindo ser parente de algum paciente. Ele trabalhou em vários lugares nas proximidades de Aberdeen até que conseguiu ganhar o suficiente para dividir um apartamento com um amigo, em junho de 1985. Contudo, foi obrigado a se mudar mais uma vez, pois encontrou-se sem condições de arcar com o aluguel. Nessa altura, Kurt viu-se mais uma vez tendo que viver na rua ou em casas de amigos. Até que, no final de 1986, Kurt mudou-se para uma casa em que finalmente pôde viver sozinho. Pagava o aluguel com o que ganhava trabalhando num resort na costa de Washington.[5] Nessa época, Kurt viajava muito para Olympia, outra cidade dos arredores, para conferir os shows de rock que frequentemente aconteciam por ali. Kurt teve um número incontável de empregos e, no começo de 1987, teve sua primeira namorada firme, Tracy Marander, com quem se relacionou até 1990. Depois, Kurt passou a namorar Tobi Vail, integrante da banda Bikini Kill.
Quando ganhou sua primeira guitarra elétrica no seu décimo quarto aniversário, depois de escolher entre esta e uma bicicleta, Kurt logo começou a aprender algumas músicas e tocava alguns covers, como "Back in Black" do AC/DC. Sem demora, começou a trabalhar em suas próprias canções.[4]
Durante o Ensino Médio, quando Kurt aprimorava seu dom de guitarrista, nunca encontrou ninguém para tocar de modo espontâneo e divertido, até que conheceu Krist Novoselic. A mãe de Krist era dona de um salão de beleza e os dois começaram a ensaiar eventualmente na sala que ficava no último andar do prédio. Nessa época, Cobain deu a Novoselic uma fita demo de sua banda ou projeto pessoal, Fecal Matter. Depois de alguns meses de indecisão, Krist finalmente ouviu a fita e gostou. Acabou por concordar em formar uma banda juntamente com seu mais novo amigo, que mais terde resultaria no Nirvana.[6]
Cobain e Novoselic formam sua primeira banda, chamada Stiff Woodies, que logo se desfez. Quando estavam em vias de cada um seguir seu próprio caminho, a dupla descobriu que os Melvins conseguiam ganhar 80 dólares por show realizado. Isso deu ânimo aos dois, que passaram a atuar sob o nome de The Sellouts, fazendo covers de Creedence Clearwater Revival. Kurt tocava bateria, Novoselic tocava guitarra e cantava, e um garoto chamado Steve Newman assumia o baixo. Em janeiro de 1987, Cobain e Novoselic conhecem Aaron Burckhardt, que passa a ser o baterista fixo do trio, que seguiria mudando de nome até 1988: Skid Row, Bliss, Throat Oyster, Pen Cap Chew e Windowpane. Nesse período Kurt e Novoselic assumiram seus postos musicais fixos: vocalista/guitarrista e baixista, respectivamente. Kurt tornara-se também o compositor da banda. Em 17 de abril, com o nome de Skid Row, o trio tocou ao vivo na rádio comunitária KAOS, na Evergreen State College, em Olympia. A apresentação se transformou na primeira fita demo da banda. Em outubro, Aaron saiu da banda, que passou a ensaiar com Dale Crover, que integrava os Melvins. Era uma solução breve, apenas para a gravação de uma fita demo decente em um verdadeiro estúdio.
Em 23 de janeiro de 1988, Kurt, Krist e Crover gravaram no Reciprocal Studios, em Seattle, com o produtor Jack Endino. O trio sem nome definido gravou dez músicas em seis horas. Naquela noite, a banda se apresentaria com o nome de Ted Ed Fred em Tacoma, cidade vizinha. Em fevereiro, Jonathan Poneman, da Sub Pop, ouviu a fita demo depois de um toque de Jack Endino e gostou. Marcou uma conversa com Kurt Cobain em um café em Seattle. Os dois acertam a gravação de um compacto. Em março, a banda escolheu seu nome definitivo, Nirvana, que foi usado pela primeira vez num show em Tacoma, com Dave Foster na bateria. Ele logo seria dispensado. Em maio, Chad Channing assume o posto de baterista definitivo. Em junho, o Nirvana gravou músicas para seu primeiro compacto pela Sub Pop. "Love Buzz/Big Cheese" saiu em novembro.
O interesse por um álbum crescia, não só pela banda, mas também pelos funcionários da Sub Pop. As sessões finais de gravação para o disco de estréia da banda - Bleach - aconteceram em dezembro de 1988. Em fevereiro de 1989, Jason Everman foi escalado como segundo guitarrista da banda e fez sua estréia em um show na Universidade de Washington. Amigo de Chad Channing, Everman emprestou 600 dólares para pagar o tempo de estúdio das gravações de Bleach. Embora não tocasse no disco, seu nome foi impresso na capa como membro da banda e segundo guitarrista. Em 15 de Junho, o trabalho foi finalmente lançado pela Sub Pop e bem aceito pelo público e crítica. A banda sai em turnê, inclusive pela Europa, e ganha holofotes de grandes mídias.
O baterista Chad Channing foi "despedido" do Nirvana e em 1990, Buzz Osborne, encorajaram Kurt e Krist a procurarem por uma banda punk chamada Scream. A dupla ficou muito impressionada com seu baterista, Dave Grohl. Semanas depois, o Scream desintegrava-se e Dave entrou para o Nirvana. Dave ligou para Osborne dando o recado, quando Osborne deu a ele o número de telefone de Krist. Krist acabou convidando Dave para viajar até Seattle para uma conversa bastante promissora. O baterista fez um teste e passou com louvor. O Nirvana encontrava seu melhor baterista e a banda transforma-se numa verdadeira máquina.
A banda começou a gravar seu segundo disco, a obra-prima Nevermind, lançada em setembro de 1991. O disco catapultou a banda para o mainstream e transformou-a num fenómeno mundial . O disco vendeu cerca de 25 milhões de cópias no mundo todo e é considerado um dos mais importantes e influentes da história do rock.
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Kurt Cobain na gravação do Acústico MTV
A banda seguiu sua enérgica carreira e lançou novos discos: a compilação de raridades e lados-B "Incesticide", em 1992, e um terceiro álbum de estúdio, em 1993, In Utero. No mesmo ano, o grupo gravou uma apresentação acústica para a MTV, o "Nirvana Unplugged In New York". Todos os discos tornaram-se verdadeiras obras de arte e são aclamadas mundialmente. O Nirvana acabou por se desintegrar após a trágica morte de Kurt Cobain.
Casamento
Courtney Love viu Kurt pela primeira vez durante um show do Nirvana em Portland, estado de Oregon, no ano de 1989. Os dois tiveram uma rápida conversa naquela noite e Love logo desenvolveu uma queda pelo cantor. De acordo com o jornalista Everett True, os dois foram formalmente apresentados apenas em maio de 1991, em Los Angeles, durante um concerto das bandas L7 e Butthole Surfers].[7] Nas semanas que se seguiram, depois de descobrir através de Dave Grohl que Cobain também sentia-se atraído por Courtney, ela começou a persegui-lo. Mais algumas semanas e os dois se viram saindo juntos, o que começou no outono de 1991.
O namoro resultou na gravidez de Courtney Love, que descobriu estar esperando um bebê de Kurt em janeiro de 1992. Logo o casal decidiu se casar, uma cerimônia que aconteceu em 24 de fevereiro de 1992, na Praia de Waikiki, no Havaí. Na época, Kurt disse à Sassy durante uma entrevista: "Nos últimos dois meses me tornei noivo e minhas atitudes mudaram radicalmente. Não acreditava no quanto estava feliz. Muitas vezes nem me tocava que estava numa banda em plena atividade, de tanto que eu estava cegamente apaixonado. Sei que isso parece meio constrangedor, mas é verdade. Poderia abandonar a banda bem agora. Isso não importa, mas estou sob contrato."
Em 18 de agosto de 1992 Courtney Love dá a luz à Frances Bean Cobain, uma criança linda e saudável. Seu nome do meio (que significa "feijão" em português) foi dado a ela por Kurt, que dizia que a filha parecia um feijãozinho durante os primeiros exames de ultra-som. O primeiro nome parece ter vindo de uma admiração que Kurt tinha por Frances Farmer (atriz de cinema e teatro) e/ou por Frances McKee (cantora da banda The Vaselines).
Courtney costuma ser bastante impopular pelos fãs do Nirvana. As críticas mais ferozes acusam Courtney de ter se aproximado de Kurt apenas com o intuito de tornar-se famosa, já que quando começaram a namorar a carreira do Nirvana ia de vento em popa, enquanto Courtney ainda era uma mera desconhecida. Rumores apontam que o disco "Live Through This", considerado o melhor álbum da banda Hole, banda de Love, teria sido quase que totalmente composto por Kurt. O boato tornou-se ainda mais forte após o surgimento de uma versão de "Asking for It" em que Kurt cantava nos backing vocals, mas não existem evidências fortes que confirmem a veracidade dos rumores.
Na época, uma canção do Hole co-escrita por Cobain foi inteiramente creditada ao Hole. Se trata de "Old Age", que apareceu num lado-B no single de "Beautiful Son" e que o Hole tocou durante sua apresentação para o Acústico MTV em 1995. Entretanto, em 1998, surgiu uma versão da música totalmente tocada pelo Nirvana. Krist Novoselic confirmou que a canção havia sido gravada pelo Nirvana em 1991, gerando ainda mais provas do envolvimento de Kurt com o Hole. A versão da música foi lançada oficialmente no box do Nirvana "With the Lights Out", em 2004, e totalmente creditada a Kurt. Eric Erlandson, guitarrista do Hole, afirmou que acreditava que Cobain havia escrito as notas, mas nunca as letras - elas teriam sido escritas por Courtney na versão gravada pelo Hole.
Em 1992, circulou uma edição da revista Vanity Fair que trazia Courtney Love afirmando fazer uso de heroína durante a gravidez. Kurt e Courtney ficaram muito estremecidos e perturbados com a notícia. Courtney insiste que a revista citou erroneamente alguma fala sua. O romance entre Kurt e Love sempre atraiu a atenção da mídia, mas o casal se viu cercado de repórteres como nunca antes após a publicação daquela Vanity Fair. Depois que o artigo foi publicado, muitos queriam saber, acidamente e sem qualquer pudor, se Frances era uma viciada em drogas ao nascer. A Comarca do Departamento de Serviços à Criança de Los Angeles levou o casal Cobain à corte, alegando que o uso de drogas fazia dele pessoas desqualificadas para serem pais. Quando Frances tinha apenas duas semanas de idade, o juiz ordenou que a guarda fosse retirada dos Cobain e concedida à irmã de Courtney, Jamie, por várias semanas. Para obterem novamente a guarda de Frances, Kurt e Courtney tiveram que ser submetidos a diversos exames de urina e visitas regulares de assistentes sociais, para que se pudesse assegurar as boas condições dos pais. Depois de meses de brigas legais e judiciais, o casal conseguiu obter a total custódia de sua filha.
Vício nas drogas
Praticamente do começo ao fim de sua vida, Cobain lutou contra a depressão, bronquite crônica e uma intensa dor estomacal nunca diagnosticada corretamente.[8] Este seu último problema parecia associado ao seu bem-estar emocional, apesar das inúmeras tentativas que Kurt fez para descobrir sua causa verdadeira - nenhum dos médicos consultados foi capaz de especificar com precisão a causa dessa sua forte dor.
Certamente, seu problema com as drogas foi um dos maiores de todos os problemas que Kurt enfrentara na vida. Kurt começou a experimentar drogas na oitava série, em 1980, quando passou a fumar maconha e a tomar LSD. Ele fumava baseados nas festas, depois com os amigos e, por fim, sozinho e diariamente. Quando chegou à nona série, era um rematado maconheiro. A maconha era barata e abundante em Monte - a maioria cultivada em casa -, e ajudava Kurt a esquecer seus problemas domésticos. O que começou como um ritual social se tornou seu anestésico favorito.
Ironicamente, tendo sido criado no fascínio pelo rock n' roll, ele estava bem ciente de que muitos músicos que idolatrava haviam sucumbido ao abuso de drogas. E embora tivesse fumado maconha como um viciado, freqüentemente bebesse demais e fosse conhecido por inalar gases de latas de creme de barbear vazias, Kurt jurava que jamais sofreria um destino similar. Em uma história pessoal de drogas construída mais tarde na vida, Kurt escreveu que ele primeiro havia usado heroína em Aberdeen no final dos anos 80, mas não se sabe da veracidade do fato - seus amigos contestam, já que ele tinha medo de agulhas na época e não era possível achar heroína em seu círculo.
No outono de 1990, magoado por problemas em seu relacionamento com Tobi Vail ele superou seu medo de agulhas e pela primeira vez (de que se sabe oficialmente) se injetou heroína com um amigo em Olympia. Descobriu que os efeitos eufóricos da droga o ajudavam temporariamente a fugir de suas dores de cabeça e de estômago.
Mas a heroína foi apenas uma pequena parte de 1990 para Kurt, e, na maior parte, ele manteve sua promessa de tomá-la apenas ocasionalmente. Ele era distraído de tudo o mais pelo fato de que sua carreira estava decolando como nunca antes. Contudo, seu uso de heroína só foi aumentando com o passar dos anos. Na época de Nevermind, em 1991, o uso da droga começou a afetar diretamente não só a vida de Kurt, mas como também o Nirvana. Cobain passava mal durante shows e sessões de fotos. Um memorável exemplo de um fato como este aconteceu durante a performance da banda no programa humorístico Saturday Night Live, em 1992, quando o Nirvana fazia uma sessão de fotos com o fotógrafo Michael Levine. Cobain mostrava sonolência, ficava oscilando entre um estado acordado e um adormecido, mesmo de pé (sonolência é um dos efeitos da droga). Sobre essa ocasião, Kurt falou ao principal biógrafo do Nirvana, Michael Azerrad: "Quero dizer, o que eles podiam fazer? Não podiam me fazer parar. Então eu não estava nem aí. Evidentemente, para eles parecia que eu estava sob o efeito de alguma bruxaria ou coisa do tipo. Não sabiam de nada sobre o assunto então imaginavam que a qualquer segundo eu poderia morrer". Com o agravamento do vício, Cobain reconheceu que precisava mudar. Sua primeira tentativa de se livrar dos vícios aconteceu em no começo de 1992, logo que Kurt e Courtney descobriram que seriam pais. Courtney também tentou se limpar.
No dia 4 de agosto de 1992, Kurt internou-se na unidade de reabiltitação de drogas do hospital Cedars-Sinai para sua terceira reabilitação. Ele havia começado a se consultar com um novo médico e concordara com um programa de desintoxicação intensiva de dois meses. Foram dois meses de "fome e vômito. Enganchado a uma intravenosa e gemendo alto com a pior dor de estômago que eu jamais havia sofrido", escreveu em seu diário. Sua reabilitação não estava indo bem - ele se via incapaz de ingerir comida e passava a maior parte do tempo dormindo ou vomitando. No dia seguinte, Kurt escapou da unidade de desintoxicação do hospital.
Em 2 de setembro, em Los Angeles, Kurt ainda tomava metadona e estava em reabilitação, embora tivesse trocado de centro de tratamento e agora fosse um paciente do Exodus, em Marina Del Rey. Krist o visitou no centro e achou que ele parecia mal: "Ele só ficava deitado na cama (...) Depois disso, melhorou (...) Tudo era muito pesado; ele era pai, estava casado, era um astro do rock e tudo aconteceu de uma vez. Para quem quer que passasse por tudo aquilo, era muita pressão, mas ser viciado em heroína quando se estava passando por aquilo, é muito diferente." Kurt passava o tempo todo no Exodus fazendo terapia individual, em grupo e até reuniões dos 12 Passos.
Ele encontrou mais sucesso em seu tratamento quando começou a consultar o dr. Robert Fremont, um conselheiro de Los Angeles que também estava cuidando da dependência química de Courtney. Em setembro de 1992, Fremont começou a usar um plano experimental - e na época legal - de tratamento em Kurt, que envolvia ministrar-lhe doses diárias de buprenorfina. Derivado da morfina, este narcótico relativamente benigno estimula os receptores do opiato do cérebro e, com isso, pode cortar o desejo pela heroína, ou assim supunha Fremont. Em Kurt, o método funcionou, pelo menos temporariamente.
Mas em maio de 1993 a emergência do 911 foi chamada na residência dos Cobain. Kurt havia sofrido uma overdose e Courtney disse aos policiais que ele se injetara "o equivalente a 30 ou 40 dólares de heroína". Kurt, além de ter ficado azul e parecer estar morto, havia se trancado no quarto. Love conseguiu fazer com que a mãe e a irmã de Kurt viessem até o local, para ajudar. Courtney jogou água fria em Kurt, andou com ele pela casa, deu-lhe Valium e, finalmente, injetou-lhe Narcan, uma droga usada para neutralizar a heroína, mas nada disso o reanimou inteiramente (um estoque de Narcan, também obtida ilegalmente, era sempre mantido na casa para esta finalidade). No verão de 1993, Kurt continuou com seu vício pesado em drogas. Ele sentia-se culpado porque raramente conseguia se manter sóbrio.
Suas últimas semanas e morte
Durante o começo de 1994 o Nirvana fazia uma turnê na Europa. O último show do Nirvana aconteceu em Munique, Alemanha, em 1 de março. Kurt vai para Roma, Itália, para descansar, se medicar e encontrar com Courtney Love. Courtney chega a Roma no dia 3 e encontra Kurt no Hotel Excelsior. O casal passou várias semanas sem se ver. As expectativas de Kurt pelo reencontro levam um banho de água gelada quando Courtney diz que está exausta e quer dormir. Quando ela acordou na manhãzinha do dia 4, Kurt estava no chão, com o nariz sangrando, usando um casaco de veludo e com um maço de notas de mil em sua mão. Ele havia tomado champanhe e cerca de 50 pílulas do tranqüilizante Rohypnol. Kurt deixou uma carta de despedida com três folhas, caracterizando a tentativa de sucídio. Mas, oficialmente, o fato foi divulgado como uma dose excessiva e acidental de medicamentos. Na carta, Kurt diz que Courtney não o ama mais, e que ele preferia morrer a passar por mais um divórcio (o primeiro foi o de seus pais). Internado no hospital Umberto I, Kurt sai do coma no dia 5 e é transferido para o American Hospital, também em Roma. Recebe alta no dia 8 e volta para os Estados Unidos no dia 12.
Kurt se interniu no Exodus, em Los Angeles, Califórnia, em 30 de março. No dia 1º, por volta das 19:30h, Kurt saiu pelas portas dos fundos da Exodus sob o pretexto de fumar um cigarro, escalou o muro de pouco menos de dois metros de altura e fugiu. Duas horas depois, Kurt usou seu cartão de crédito para comprar uma passagem de primeira classe para Seattle no vôo 788 da Delta. Antes de embarcar, ligou para a Seattle Limusine e marcou para ser apanhado no aeroporto - pediu explicitamente para que não enviassem uma limusine. Tentou falar com Courtney, mas ela não estava - deixou uma mensagem dizendo que havia ligado.
Courtney cancelou todos os seus cartões de crédito. Nos dois dias que se seguiram, houve notícias dispersas de que Kurt havia sido visto. Na noite de domingo, 3, ele foi visto no restaurante Cactus, jantando com uma mulher magra, provavelmente sua traficante, Caitlin Moore, e um homem não identificado. Naquele domingo, Courtney ligou para detetives particulares das Páginas Amarelas de Los Angeles, até que encontrou um que estava trabalhando naquele fim de semana.
O corpo de Kurt Cobain foi encontrado pelo eletricista Gary Smith, que chegou à casa para instalar um novo sistema de segurança. Às 8:40h da sexta-feira, 8, Smith estava perto da estufa e olhou para dentro dela. "Eu vi um corpo estendido lá no chão. Pensei que fosse um manequim. Depois notei que havia sangue na orelha direita. Vi uma espingarda estendida ao longo de seu peito, apontando para seu queixo", relatou Gary.
Suicídio?
Embora seja dito que Kurt Cobain se suicidou, existem muitas evidências de que ele tenha sido assassinado. Alguns acreditam que a suposta tentativa de suicídio de Roma tenha sido na verdade a primeira tentativa de assassinato, já que a carta que ele deixou em Roma apenas dizia que ele estava deixando Courtney e iria divorciar-se dela. Ele ia também alterar o contrato pré-nupcial e o testamento, excluindo o nome de Courtney. Há ainda outros fatos que apontam assassinato como:
A suposta carta de suicídio de Kurt, não é uma carta de suicídio. É uma carta que explica a decisão de Kurt de abandonar a música, as turnês. Segundo os maiores especialistas em caligrafia nos EUA, as frases finais da carta de despedida foram escritas por outra pessoa e teve frases incluídas.
Quando a polícia chegou ao local da morte de Kurt, ele estava com a arma encostada em seu peito, mais, por supostamente ter atirado em sua cabeça, a arma deveria ter saltado para longe do corpo.
O músico Eldon Hoke, mais conhecido como “El Dulce” afirma ter recebido uma proposta de Courtney para matar Kurt: "Ela me ofereceu 50 mil dólares para matar o marido, eu devia ter aceitado...". Ele chegou a fazer o conhecido TESTE DA MENTIRA e, segundo o Dr. Edward Gelb, um perito no assunto, ele falava a VERDADE. Curiosamente, oito dias após dar a declaração, El Dulce foi atropelado por um trem, perto de sua casa e faleceu. Ele disse ainda, antes de morrer, que sabia quem tinha aceitado a proposta de Courtney, mas que não diria o nome do assassino, por medo de ser morto. Curiosamente, ele foi encontrado morto uma semana depois, atropelado por um trem.
A autópsia apontou que havia 1,25 mg de heroína no sangue de Kurt, misturados a Valium. Essa é uma quantidade três vezes maior do que um viciado no último grau de dependência precisaria para morrer. Kurt teria caído inconsciente em segundos, sem poder se mexer, principalmente puxar o gatilho de uma arma e atirar em sua cabeça. E se Kurt tivesse a ele próprio com overdose de heroína, porque é que ele iria também dar um tiro na cabeça com uma espingarda, deixando sua filha bebê- o amor de sua vida – com recordações horríveis para se lembrar dele? Porque ele não escolheria apenas dormir com uma overdose e nunca mais acordar?
Na arma, na caneta usada para escrever a carta, nos cartuchos de bala da arma e nas seringas de heroína que Kurt teria usado para se aplicar à droga não foram encontradas digitais de Kurt. Na verdade não foi encontrado nenhuma digital, o que nos remete à hipótese de assassinato, já que a pessoa pretendia não deixar sinais do crime.
Três dias antes de morrer, Kurt declarou a um amigo que “temia por sua vida”.
Roubo das cinzas
As cinzas que estavam na casa de Courtney Love em Los Angeles foram roubadas em Maio de 2008. Os ladrões, junto com as cinzas de Kurt, levaram jóias e roupas de Courtney. A ex-esposa de Cobain, diz que se não tiver as cinzas de volta não saberá o que fazer, e diz que se sente como se tivesse perdido Kurt outra vez.
Em Outubro deste mesmo ano, a artista australiana Natascha Stellmach diz que adquiriu as cinzas roubadas de Cobain e vai fumar-las como parte de uma performance intitulada "Set me free" em uma galeria em Berlim [9].
Questionada sobre como havia conseguido o material, a artista respondeu à revista "Artworld" de maneira enigmática: "É confidencial e de certa forma, mágico. Ele veio até mim. E eu o estou libertando" [10].
Entretanto, Courtney Love informou, através do seu assessor, Alan Nierob, que as cinzas nunca foram roubadas.
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