A capixaba Luz del Fuego pertencia a uma das mais tradicionais e ricas famílias do Espírito Santo quando, ainda nos anos quarenta, resolveu chutar o balde e aderir ao naturismo, ou nudismo, cuja bandeira levantou e foi precursora no Brasil. Muito à frente de sua época, enfrentou toda sorte de hostilidades e perseguições, até a sua morte trágica, assassinada por homens que roubaram os pertences da sua casa -com ela foi morto o caseiro..Nesta matéria do Correio do Povo de 1950, Dora Vivacqua, o seu nome real, sofria outro revés, desta vez na conservadora Belo Horizonte, onde pretendia fazer uma de suas apresentações para os detentos do presídio no "Dia do Encarcerado", evento que, de fato, existia antigamente. A polícia simplesmente não deixou.
Imaginem se esta dançarina revolucionária (apresentava-se com enormes cobras jiboias enroscadas sobre o seu corpo) voltasse à vida hoje, quando o nudismo e a evolução do comportamento humano tornaram o nudismo algo natural e aceito socialmente. Luz del Fuego foi morta em 1967, na ilha onde morava, na baía de Guanabara. Em 1950 ela, que nascera em Cachoeira de Itapemirim, "a capital secreta do Espírito Santo", tinha 33 anos de idade. Em 1982 o diretor David neves fez um filme sobre a sua vida.
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