Um escore desenvolvido no Hospital São Lucas da PUCRS permite avaliar de forma mais precisa o risco pré-operatório de pacientes que precisam ser submetidos à cirurgia cardíaca para a troca de válvulas (cirurgia valvar). É o primeiro instrumento desenvolvido no Brasil com essa finalidade.
Os hospitais brasileiros costumam se orientar pelo chamado EuroSCORE, que não contempla exatamente as características da população brasileira. A escala, criada a partir dos dados das cirurgias de válvulas realizadas na última década na instituição, aparece como uma proposta para os demais hospitais brasileiros, que poderão testar a metodologia e adaptá-la à sua realidade. O instrumento, desenvolvido pelo cardiologista João Carlos Guaragna, será apresentado no Congresso Brasileiro de Cardiologia, em setembro, na Bahia.
No mundo inteiro é muito estudada a cirurgia de revascularização miocárdica, conhecida popularmente como ponte de safena. Existem mais de 100 escores. O mais comum é o EuroSCORE, que foi feito em vários centros europeus. “Só que ele não serve especificamente para a cirurgia de válvula”, afirma o médico. Já existem instrumentos específicos, mas em poucos centros no mundo, como Reino Unido, Nova Iorque e New England
. Na prática, o cardiologista ressalta que o escore europeu superestimava ou subestimava o risco dos pacientes em muitos casos.
O trabalho
O escore foi criado por Guaragna em sua tese de doutorado, defendida no final de 2008. Diversos fatores foram analisados na tese: idade, sexo, tipo de cirurgia (valvar isolada ou associada à ponte de safena), pressão alta, diabetes, ocorrência de AVC, capacidade funcional do paciente, função renal etc.
Resultado final
O trabalho identificou quais fatores foram importantes para a mortalidade dos pacientes. O estudo constatou que apresentam os maiores riscos:
- Pessoas acima de 60 anos;
- Pacientes submetidos a cirurgia valvar de emergência;
- Mulheres;
- Pacientes que apresentam a força do coração diminuída ou que fizeram cirurgia de ponte de safena junto;
- Pacientes com pressão alta nos pulmões;
- Pacientes com falta de ar após esforço pequeno ou, até mesmo, em repouso;
- Paciente com função renal um pouco ou bastante alterada.
Escore
A partir desses fatores, houve a criação de uma espécie de tabela onde é inserido o risco de óbito. Dependendo da quantidade de pontos obtidos, é possível estimar o risco do paciente em baixo, médio, alto, muito alto ou extremamente elevado. Outras instituições poderão adaptar o escore à sua própria realidade. Guaragna enfatiza que é preciso ter consciência de que o instrumento funciona como uma estimativa. A tese será enviada para publicação nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia.
Cirurgia valvar
Em torno de 30% do movimento cirúrgico cardíaco é de procedimento envolvendo válvulas. No Hospital São Lucas da PUCRS existe o Ambulatório de Valvulopatias. O paciente fica ligado à instituição com consultas periódicas e se consegue identificar o momento certo de indicação para a cirurgia.
A mortalidade no procedimento ainda é alta em determinadas situações. Por exemplo, se a cirurgia valvar é realizada em caráter de emergência, a chance de o paciente morrer é de 60%. Para evitar que a situação chegue a esse ponto, o ideal é realizar a cirurgia o mais precocemente possível. “É preciso operar na hora certa, não deixar passar o melhor momento e isso inclui pessoas que não sentem nada, aquelas que descobrem uma patologia grave em uma consulta de rotina”, destaca. Nesse caso, a mortalidade pode ser tão baixa quanto 2%. O procedimento é indicado em casos de pacientes cujas válvulas cardíacas têm seu funcionamento comprometido por alguma patologia como, por exemplo, febre reumática, endocardite (infecção) ou por calcificação acentuada.
Os hospitais brasileiros costumam se orientar pelo chamado EuroSCORE, que não contempla exatamente as características da população brasileira. A escala, criada a partir dos dados das cirurgias de válvulas realizadas na última década na instituição, aparece como uma proposta para os demais hospitais brasileiros, que poderão testar a metodologia e adaptá-la à sua realidade. O instrumento, desenvolvido pelo cardiologista João Carlos Guaragna, será apresentado no Congresso Brasileiro de Cardiologia, em setembro, na Bahia.
No mundo inteiro é muito estudada a cirurgia de revascularização miocárdica, conhecida popularmente como ponte de safena. Existem mais de 100 escores. O mais comum é o EuroSCORE, que foi feito em vários centros europeus. “Só que ele não serve especificamente para a cirurgia de válvula”, afirma o médico. Já existem instrumentos específicos, mas em poucos centros no mundo, como Reino Unido, Nova Iorque e New England
. Na prática, o cardiologista ressalta que o escore europeu superestimava ou subestimava o risco dos pacientes em muitos casos.
O trabalho
O escore foi criado por Guaragna em sua tese de doutorado, defendida no final de 2008. Diversos fatores foram analisados na tese: idade, sexo, tipo de cirurgia (valvar isolada ou associada à ponte de safena), pressão alta, diabetes, ocorrência de AVC, capacidade funcional do paciente, função renal etc.
Resultado final
O trabalho identificou quais fatores foram importantes para a mortalidade dos pacientes. O estudo constatou que apresentam os maiores riscos:
- Pessoas acima de 60 anos;
- Pacientes submetidos a cirurgia valvar de emergência;
- Mulheres;
- Pacientes que apresentam a força do coração diminuída ou que fizeram cirurgia de ponte de safena junto;
- Pacientes com pressão alta nos pulmões;
- Pacientes com falta de ar após esforço pequeno ou, até mesmo, em repouso;
- Paciente com função renal um pouco ou bastante alterada.
Escore
A partir desses fatores, houve a criação de uma espécie de tabela onde é inserido o risco de óbito. Dependendo da quantidade de pontos obtidos, é possível estimar o risco do paciente em baixo, médio, alto, muito alto ou extremamente elevado. Outras instituições poderão adaptar o escore à sua própria realidade. Guaragna enfatiza que é preciso ter consciência de que o instrumento funciona como uma estimativa. A tese será enviada para publicação nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia.
Cirurgia valvar
Em torno de 30% do movimento cirúrgico cardíaco é de procedimento envolvendo válvulas. No Hospital São Lucas da PUCRS existe o Ambulatório de Valvulopatias. O paciente fica ligado à instituição com consultas periódicas e se consegue identificar o momento certo de indicação para a cirurgia.
A mortalidade no procedimento ainda é alta em determinadas situações. Por exemplo, se a cirurgia valvar é realizada em caráter de emergência, a chance de o paciente morrer é de 60%. Para evitar que a situação chegue a esse ponto, o ideal é realizar a cirurgia o mais precocemente possível. “É preciso operar na hora certa, não deixar passar o melhor momento e isso inclui pessoas que não sentem nada, aquelas que descobrem uma patologia grave em uma consulta de rotina”, destaca. Nesse caso, a mortalidade pode ser tão baixa quanto 2%. O procedimento é indicado em casos de pacientes cujas válvulas cardíacas têm seu funcionamento comprometido por alguma patologia como, por exemplo, febre reumática, endocardite (infecção) ou por calcificação acentuada.
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