sexta-feira, dezembro 17, 2010

Fui invadido por hakers. Sério mesmo. Essas duas fotos que estão aqui abaixo não foram postadas por mim. Mas como sou gremista, e como adorei a derrota do Inter, tá liberado: é África no pedaço, mano! Viu só como estou!
Tecnicamente é que me preocupa.
Viva a Mama África! Viva o Congo!!

terça-feira, dezembro 14, 2010

Ninguém merece

Há coisa mais ridiculamente asquerosa do que aquele "Doctor Rey" da rede TV, o tal cirurgião plástico-bichinho da goiaba que dá conselhos sobre tudo, vende toda espécie de produtos suspeitos e tem sempre uma mecha do cabelo de mauricinho caído sobre a testa?
Perto dele, aquele andrógino do "Ligue Djá!" que aparecia em tudo que é canal, uns dez anos atrás, ganha de dez a zero. Como é que era mesmo o nome dele, ou dela?

Bahia, campeão brasileiro

Encontro, por acaso, em um exemplar da revista Veja de primeiro de março de 1989 - o ano das eleições diretas para Presidente - uma matéria a respeito do Bahia - Esporte Clube Bahia, melhor dizendo. O time de Bobô e Charles, treinado por Evaristo Macedo, ganhou as finais contra o Inter, vencendo na Fonte Nova por 1 a 0 e ampatando em Porto Alegre.
O que achei estranho é que o jogo foi em março de 1989, decidindo o título da "Copa União" de 1988. Vê só a bagunça que era o campeonato brasileiro de então.
Diz a Veja a respeito do carnaval que tomou conta de Salvador: o prefeito Fernando José liberou o funcionalismo público e 20 mil pessoas lotaram o aeroporto 2 de Julho (que ACM depois rebatizou com o nome do filho morto). Os torcedores do Vitória se uniram à festa, que consideraram uma vitória do futebol baiano e não apenas do Bahia. Vejam se isso seria possível no Rio Grande do Sul!
A propósito: hoje - aliás, daqui a pouco - o Inter joga contra aquele time do Congo, pelo Mundial de Clubes. Não vou secar, propriamente, porque não adianta. Mas bem que eu gostaria que eles sifu. O colorado bicampeão do mundo será insuportável. Precisaremos mudar de Estado.
Pior que eles tiveram que nos aguentar por muitos anos, e olhe que nós éramos extremamente arrogantes e nojentos. Agora a roda girou e estamos nessa, infelizmente. Dá-lhe, Congo!

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Galinhólogo

Ari de Oliveira, 21 anos, com sólida e precoce reputação em serviços de gatunagem na praça paranaense, foi capaz de resistir às técnicas de interrogatório da polícia, mas sucumbiu às ameaças de desmoralização diante dos colegas de ofício, ao ser autuado como "ladrão de galinhas", quarta-feira passada, na Delegacia de Roubos e Furtos de Curitiba. E escolheu o próprio gabinete do delegado para rememorar as glórias de sua carreira - um ano e meio de detenção, incontáveis assaltos, alguns arrombamentos - e fazer a defesa de sua tradicionalmente desacreditada especialidade. "É preciso muita técnica e coragem", discursou Oliveira do alto do seu título de "Oficial do Roubo de Galinhas". Ensinou a apanhar primeiro o galo, porque "se a gente começa pelas galinhas, ele começa a gritar e acorda todo mundo"; a segurar os animais sempre pelo pescoço e as asas, "nunca pelos pés"; e por fim "colocar a cabeça da bichinha debaixo da asa que ela continua dormindo". Com essa requintada arte, visitou impunemente durante dois meses os galinheiros curitibanos. Agora, vai provavelmente estudar a etiqueta comercial, pois foi preso por vender aves abatidas acima da tabela da Sunab.
(Revista Veja, página 19, 4 de setembro de 1974)
Os Trabalhadores do Mar, romance de Victor Hugo: "A solidão faz gênios ou idiotas".
Comprei esse livro em 1977, na livraria Cultura, em Ijuí.

Lembranças de Pelotas

Estavam falando em Pelotas e nas peculiaridades da cidade, quando então perguntei se ainda havia por lá o bar Cruz de Malta, na rua XV.
Muito campari tomei ali, na época do Diário Popular, que fica quase em frente. Isso foi lá por 94, 95, quando o balcão ainda era de madeira.
O Cruz de Malta bombava todas as noites, especialmente nas sextas. Havia um outro Cruz de Malta, na avenida Bento, mas parece que não tinha nada a ver com o da XV.
Pelotas, nessa época, era uma cidade extremamente agradável, com mulheres bonitas e bem vestidas e uma vida noturna que nunca iniciava antes da uma hora da matina.
Não adiantava sair antes dessa hora. E a coisa mesmo só iria esquentar lá pelas três.
O Andrade era o editor do Diário Popular. Bon vivant, tinha um barco, em sociedade com um amigo que era delegado de polícia em outro município. O barco era uma espécie de matadouro, para usar a expressão machista.
Nunca cheguei a frequentar. Mas lembro do dia em que o Andrade, com uns uísques a mais nas idéias, meteu o seu carro na traseira de um caminhão parado no escuro, sem sinalização. Ficou alguns dias entre a vida e a morte, sendo que esta última prevaleceu.
Acho que ele não tinha mais que quarenta e dois ou três anos.
Figuraça, sempre vestido de preto, bonitão, cabelos grisalhes, bonachão, sempre brincando, foi ele quem me admitiu.
Trabalhar no Diário era ótimo. Empresa séria, dificilmente alguém era demitido dali - para isso teria que fazer muitas lambanças. Pagamento no dia certo, muitas vezes até antecipado, direito sociais garantidos, respeito. Boas lembranças.

Estrelas do mar

Na foto eu tenho três anos de idade, no início dos anos sessenta, e sou uma criança morena com os pés dentro da água do mar e um barco de pesca ao fundo. Mais adiante, casas e chalés de madeira.
Tá aqui a data - 1964. Local: praia de Itapema.
Itapema não era nada, então. Aluguava-se a casa dos pescadores por merrecas, e se ficava por lá o verão inteiro. Comprava-se peixe dos próprios pescadores e à noite não havia luz elétrica - só milhares de estrelas refulgindo contra o profundo céu escuro. Uma grande lua surgia de repente, e todos passeava na beira da praia, que era segura e silenciosa.
Havia muitas conchas, conchas enormes e lindas, além de estrelas do mar, também imensas. catávamos aquilo e trazíamos como souvenir para a nossa casa, em um posto indígena no interior do Rio Grande do Sul.
Hoje não há mais casas de madeira na beira mar de Itapema, e as conchas e as estrelas do mar praticamente desapareceram. Quem comprou terrenos e casas no litoral catariense, naquela época de simplicidade e barateza, hoje está rico.

Três vítimas

Já tenho três seguidores, o que me obriga a fazer postagens mais frequentes. Bobagens por bobagens, deixa eu me expandir.

Nova Idade do Gelo

Nova idade glacial em Porto Alegre na véspera da chegada do verão. Nesta madrugada de domingo para segunda a temperatura desabou por aqui. Hoje, ao acordar, liguei o rádio na Band News, como geralmente faço, e descobri que estava fazendo 13 graus na maior parte da cidade. Achei que era bola fora da repórter, mas, ao levantar e abrir a janela - com direito a uma visão panorâmica do Presídio Central ao longe - vi que fazia frio mesmo e que o negócio era botar uma jaqueta.
A propósito de radio, radialistas e jornalistas, a gente ouve cada coisa de doer: não é que a moça repórter da Band falava em algo que estava acontecendo na "Capital carioca".
Capítal carioca! Tá bom. E a capital fluminense fica aonde?
Lembro de um colega meu, que hoje mora e trabalha em Brasília, que, ao fazer uma matéria policial, com um morto caído, perguntou ao delegado "quem era o suspeito de ser a vítima". Bom, mas esse meu amigo era atrapalhado mesmo, e além do mais era fotógrafo e não repórter de texto. Aliás, gente boa, vacariano, fumava uma maconha que vou te contar - dizia que ajudava na hora de fotografar.
Uma vez, em Santa Catarina, quando o Esperidião Amim era governador, em pleno palácio, durante uma coletiva ou solenidade, ele deixou cair um tubo de filme, daqueles pretos, e o governador achou e abriu a tampa. Adivinhe o que tinha dentro? "É de alguém?", perguntou Amim. A história é lembrada até hoje por quem trabalhou em Santa nos anos oitenta.