quinta-feira, junho 13, 2013

Que saudade do fedor da Borregaard!... Parece piada, e é.
O fato é que a gente recorda Porto Alegre nos anos setenta (vocês, pois eu eu era menino no interior desassistido) e nem sempre tem motivos para saudosismos. Poucos telefones, muita violência, muito assalto, muitos acidentes, repressão, e ainda por cima o "odor nauseabundo" da fábrica de celulose que, no final de 75, mudou o nome para Riocell, foi nacionalizada e passou - claro - a ser controlada por um general. E continuou a lançar suas "emanações fétidas", gerando uma das maiores ondas de repulsa da população porto-alegrense contra uma única empresa, transformada em Inimigo Público. O Correio do Povo, mesmo conservador na sua linha editorial, não poupava a fábrica instalada em Guaíba, conforme vocês poder ver nesta nota publicada em setembro de 1976, quando a ex-indústria norueguesa arrepiou até as narinas das autoridades presentes ao lançamento da Semana da Pátria daquele ano, no Parque da Redenção.
Simonal já morreu, e muita gente tem opinião diferente sobre ele. Uma coisa é certa - que era balaqueiro, era, mas que fosse dedo-duro, já é diferente. De qualquer maneira, seduzido pelos tempos, que eram de militarismo e de repressão, ele se valeu de um "amigo" no sistema para dar uma prensa em quem ele achava que o estava roubando. Sei lá - não vou julgar.
Achei esta matéria, provavelmente de agência, no Correio do Povo de Porto Alegre, edição de 6 de janeiro de 76. Simonal é tratado simplesmente como dedo-duro e informante da ditadura, coisa que Nelson Mota, que entende desse riscado, nega e até dá risada: "mas ele estava por fora de tudo, como poderia informar?" (Vitor)