terça-feira, fevereiro 27, 2018

Tacho, no jornal NH, de Novo Hamburgo, RS. A Charge online.

Dom Elias Figueroa, o melhor da América, na campanha contra o fumo: 1976


Hoje com 71 anos, quem diria, dom Elias Figueroa, quase lendário futebolista do Sport Clube Internacional na década de setenta, conquistou o bicampeonato brasileiro pelo Inter no ano de 1976, quando também foi escolhido pelo prestigioso jornal El Mundo, de Caracas, o melhor jogador da América. Zagueiro imponente e capitão do time, Elias Ricardo Figueroa Brander nasceu em Valparaíso, no Chile, e fez seu nome no incrível time do Peñarol, de Montevidéu, ainda nos anos sessenta e início dos setenta - transferiu-se para o Internacional em 1972. Eleito o melhor zagueiro da Copa do Mundo de 1974, ele conquistou dois títulos brasileiros, antes de regressar ao seu país, no final do ano de 1976 (era então o mais bem pago atleta do Brasil), quando tinha 30 anos. Em Porto Alegre o zagueiro colorado - galã futebolístico - estrelou diversos comerciais e também fez campanhas educativas, como esta contra o fumo, conforme reprodução do Correio do Povo. Figueroa naturalizou-se brasileiro e transita com a mesma desenvoltura pelo Chile e Brasil.

segunda-feira, fevereiro 26, 2018



Hoje Maria Creuza faz 74 anos, Domingos Montagner faria 56 e Johnny Cash completaria 86.

domingo, fevereiro 25, 2018

Poucos lembram de Rejane Vieira da Costa, gaúcha que foi segunda colocada no Miss Universo de 1972


Rejane Vieira da Costa, Miss Brasil 1972, quase ganhou o título de Miss Universo em Porto Rico

Todo o Rio Grande, sobretudo Pelotas, receberam a Miss de maneira apoteótica.
Ela foi dona de uma beleza marcante, a mesma beleza que a fez Miss Pelotas, Miss Rio Grande do Sul, Miss Brasil (em 23 de junho) e vice-miss Universo, tudo isso em 1972 - 45 anos atrás, portanto. Rejane Vieira da Costa (Goulart, depois de casada) era uma moça simples que trabalhava em uma loja de calçados, em Pelotas, ainda menor de idade, quando foi incentivada a concorrer em concursos de beleza. Não deu outra: a cachoeirense de nascimento (nasceu em Cachoeira do Sul, em 1954) tornou-se a quarta brasileira a ser vice mundial em concursos de misses, desta vez em Porto Rico. Ela perdeu o título máximo para a australiana Kerry Anne Wells. 
De volta ao Brasil, aclamada e paparicada, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar em programas de humor da Rede Globo, além de participações em novelas da mesma emissora, seriados e filmes.Trabalhou, no final, na Rede Record.
Faleceu no dia 26 de dezembro de 2013, vítima de um AVC, quando se recuperava de uma cirurgia na perna causada por uma queda, seguida de trombose. Rejane tinha apenas 59 anos e deixou dois filhos e a lembrança de uma das mais belas mulheres de um Estado pródigo nessa área.
A beleza marcante de Rejane, Miss Brasil 1972.

sexta-feira, maio 30, 2014



REPUBLICAÇÃO
O trânsito de Porto Alegre é um espetáculo anárquico, triste e perigoso
Vitor Minas


Porto Alegre faz toscas maquiagens para receber os milhares de turistas que aqui aparecerão durante os dias da Copa do Mundo que se aproximam. Uma pintura aqui, uma placa lá, uma calçada modernizada mais adiante, um bar que muda a fachada e o cardápio, gramas aparadas nos canteiros da avenida Ipiranga, muita polícia nas ruas e avenidas principais.
Mas a capital gaúcha, em que conte algumas inegáveis qualidades, é uma cidade provinciana e isolada cujas autoridades e população ruminam a sua bovina e plácida satisfação conformista. Um lugarejo conservador e um tanto sonolento e inodoro: aqui ninguém quer ultrapassar os sinais, ir muito adiante, propor modificações maiores. Digamos, um clube restrito e de regras tácitas, uma espécie de Portugal salazarista, uma Espanha franquista na qual não se quer mudar a posição dos móveis e nem sequer trocar os mais usados ou avariados, até porque dá trabalho. Quem faz isso acaba se dando mal e é ou ignorado ou hostilizado, com o surgimento de grupos radicais, discursos e ofensas pessoais.


Fala-se no espetáculo da Copa e de tudo o que ela representa. A palavra legado - que nem o Felipão sabia o que era conforme demonstrou na televisão - talvez seja representada pelo grande número de obras inacabadas locais e pelo transtorno dos ônibus urbanos que passaram a mudar drasticamente seu itinerário devido à obstrução das ruas e avenidas nos últimos meses. Em termos coletivos e públicos, não é muito mais do que isso. Até o tal metrô, que se falou tanto há pouco tempo, já foi inteiramente esquecido por todos, nem se fala mais nele. Pior ainda: nem sequer se falou na despoluição do arroio Dilúvio e nem na cloaca do rio Guaíba, como se fazia nos anos setenta, o que talvez fosse querer muito, já que somos um povo pouco imaginativo.
Mas há algo em que deveremos, sem sombra de dúvida, surpreender os visitantes de países ditos de primeiro mundo - o nosso trânsito, a nossa "mobilidade urbana", como gostam de dizer. 
A Espanha tem as suas touradas sangrentas e vibrantes, herança "cultural", mas nós, gaúchos e porto-alegrenses, temos bem mais do que isso - temos o nosso trânsito, a peculiar riqueza humana do nosso trãnsito. E que trânsito, torcida brasileira, que trânsito!... O mais espantoso e medieval trânsito de todo o Brasil (alguém contestará?), onde os motoristas, novos e velhos, homens e mulheres, dirigindo como loucos, não respeitam pedestres, sinais de parar, faixas de segurança, nada. Uma gente que, no momento em que passa a pilotar um veículo motor, seja ele carro, caminhão, ônibus ou moto, se julga o destemido e invencível centauro dos pampas, um lanceiro vingador e inatingível enrolado na bandeira do Rio Grande, investindo contra o inimigo, na certeza da vitória prometida.
Sem querer me vangloriar da pretensa qualidade, mas sou um inveterado, ainda que inócuo e inútil, pesquisador das atualidades do passado, de antigos jornais e revistas, especialmente as da nossa província. Ou seja, procuro ter memória, mesmo daquilo que não vivi. E nisso, nas páginas amarelecidas e dormidas que retratam os fatos acontecidos, o que sobremodo sempre me chamou a atenção é a permanência da impune e despreocupada mentalidade selvagem dos nossos motoristas, naquilo que o jornal Correio do Povo de 1950, com feliz exatidão, chamou de "mentalidade de cancha-reta" dos gaúchos. Ou seja, o nosso querido e altaneiro povo acha que as nossas (?) ruas e avenidas são locais de disputa de provas, cancha-retas onde o carro é o cavalo que está disputando as célebres carreiras do nosso interior Em um país semi-bárbaro, em que o trânsito é esse horror sanguinolento que todos bem conhecem, conseguimos ser ainda piores.. 
Para se dar um exemplo de como isso é crônico: em dezembro de 1974, portanto há 40 anos e quando havia bem menos veículos na cidade, o Correio observava, em editorial: "O trânsito de Porto Alegre é um espetáculo anárquico, triste e perigoso. Jogam-se os carros nas ruas e avenidas sem muita preocupação com os demais. O pedestre parece que se tornou simplesmente um obstáculo que deve ser afastado a qualquer preço. E os veículos usados para a condução das massas, quando não se encontram em condições precárias, são conduzidos com um mínimo de cuidado  e o máximo de velocidade possível."
Imaginem então: um holandês, um francês médio que aqui chega para assistir a um jogo do selecionado de futebol do seu país - a princípio nem melhor e nem pior do que os nossos grossos xirus - e passa, por exemplo, na rua Guilherme Alves, bem defronte ao Bourbon Ipiranga, o que esse sujeito observará da nossa bela terra sulina?  
Pois eu respondo: observará este escrevinhador brigando com motoristas que saem dos subterrâneos do shoping sem respeitar quem está atravessando a faixa de pedestres, tocando o veículo por cima, xingando, rindo, debochando. E às vezes também atropelando, ferindo, mutilando e matando. Mas isso é assunto para depois, para amanhã, que o espaço já se esgotou. 

Pedro Carneiro Pereira, histórico narrador da Guaíba, em julho de 1968

Em 1968 a Companhia Jornalística Caldas Júnior, com seus veículos líderes - Correio do Povo e Rádio Guaíba - virtualmente detinha o controle da opinião pública gaúcha, graças à incrível penetração da emissora e do jornal, esta último então o maior da região sul do Brasil. A Guaíba, com seu padrão elegante e sua grande potência e credibilidade, ditava as regras do bom gosto em rádio e contava com os melhores profissionais também no esporte. Era o caso do narrador Pedro Carneiro Pereira, o maior nome das transmissões futebolísticas da rádio de Breno Caldas. Além de radialista, Pedro tinha também o hobby de pilotar carros de corrida, o que lhe foi fatal no domingo, 21 de outubro de 1973, quando veio a falecer devido a um terrível acidente no autódromo de Tarumã, recentemente inaugurado. Ele tinha 35 anos e deixava mulher e filhos. Nesta reprodução do Correio, de 1968, Carneiro é notícia pela Copa do Mundo do México, que se avizinhava e a qual ele transmitiria diretamente pela Caldas Júnior

Gisele aos 14 anos, sonhando com o estrelato no mundo da moda




Na edição da revista Veja de 28 de setembro de 1994, quando a campanha eleitoral acirrava-se entre Fernando Henrique e Lula (Itamar Franco era o presidente), uma estudante gaúcha chamada Gisele Bundchen, de apenas 14 anos, era notícia na página Gente: ela tirara o quarto lugar em um concurso na Espanha e assinava o seu primeiro contrato internacional, no valor de 50 mil dólares. Seguia os passos de Cindy Crawford... (Arquivo: Conselheiro X.)