sábado, agosto 09, 2008

A esquina que une Dona Inocência e Salvador


Quem foi, afinal, o doutor Salvador França, que dá nome a uma das mais importantes artérias do Jardim Botânico, hoje parte integrante da Terceira Perimetral?
Pois o Doutor Salvador França não era médico e sim advogado. Nascido e falecido em Porto Alegre, foi um grande proprietário de terras na cidade, isso no final do século XIX e início do século XX. Formado em Ciências Jurídicas e Socais pela Faculdade de Direito de São Paulo, era casado com Dona Inocência - também nome de uma rua do nosso bairro.
Dona Inocência Prates de Castilhos era irmã do líder republicano e Presidente do Estado, Júlio de Castilhos, um dos rio-grandenses mais ilustres. (Júlio de Castilhos redigiu praticamente sozinho a Constituição do Rio Grande do Sul e teve como discípulo Borges de Medeiros. Era o mandatário do Estado quando estourou a sangrenta Revolução Federalista de 1893-1894, na qual morreram mais de 10 mil soldados.)
Talvez por isso, pelo fato de Salvador França e dona Inocência formarem um casal, as duas vias se encontram e se unem, como se vê na foto acima, feita justamente naquela esquina.

Gripe Espanhola: Porto Alegre, cidade fantasma

Na Inglaterra, quem saía às ruas, para pegar o bonde, levava consigo máscaras e lenços, na tentativa de proteger-se do vírus. No Brasil não foi diferente.
Pesquisa e texto de Vitor Minas. Especial para o Conselheiro X. Inédito.

* Baseado nos jornais e revistas da época.




Nunca se viu nada igual: a rua da Praia vazia, as casas comerciais fechadas, os bares e os cafés desertos, os bondes elétricos paralisados, os colégios sem alunos ou professores e a entrega de correspondência suspensa. O desabastecimento atingia toda a cidade – faltavam remédios, leite, lenha, gasolina e gêneros alimentícios e tudo encarecia do dia para a noite. Cortejos fúnebres se encontravam nas esquinas; nos cemitérios detentos condenados substituíam os coveiros que morriam em serviço. Mesmo assim, os caixões disponíveis eram insuficientes para tantos óbitos e centenas de pessoas eram sumariamente enterradas em valas coletivas, enquanto dezenas de corpos amontoavam-se à espera de sepultamento.

A cada edição os jornais publicavam a relação oficial dos mortos. Havia cenas de histeria pública, os casos de suicídio aumentavam e ninguém se sentia seguro em parte alguma. Quem podia abandonava a cidade em busca de ares mais saudáveis. Nas calçadas os raros transeuntes seguiam a passos apressados. Dos sinos da igreja matriz partiam dobres tristes anunciando novas vítimas da “influenza espanhola”, a maior pandemia da história da Humanidade, com um bilhão de infectados, a metade da população da época, e cerca de 20 milhões de mortos. Somente no Brasil foram mais de 300 mil óbitos, dos quais18 mil no Rio de Janeiro.

A Grande Guerra Mundial iniciada quatro anos antes estava para terminar. Faminto e debilitado, o Velho Continente transformara-se em um território propício a toda espécie de doenças. Na América, no Brasil arcaico e rural da Velha República, grassavam a tuberculose, a varíola, a varicela, o tifo, a escarlatina, a malária, a sífilis, a lepra. Em Porto Alegre, de cada 1.000 bebês mais de 300 morriam antes de completar 2 anos.

LEITE FALSIFICADO - A capital gaúcha , com 170 mil habitantes, era então um amontoado de casas velhas e vielas estreitas e escuras. A água municipal não recebia qualquer tratamento e, nos dias de chuva, as torneiras despejavam uma desagradável mistura da cor do barro, embora a maioria da população se valesse do serviços dos aguadeiros - ou “pipeiros”.

A rede de esgoto servia tão somente os bairros nobres – Independência, Duque de Caxias, parte do Menino Deus - o recolhimento de lixo não seguia nenhuma diretriz rigorosa e as fétidas “casinhas” externas desempenhavam o papel de vasos sanitários. Comerciantes inescrupulosos vendiam alimentos falsificados ou deteriorados: carne velha, pão feito de fava e milho, pimenta do reino misturada a pó de sapato, leite aguado e manteiga rançosa. Não bastasse, vivia-se uma aguda crise econômica, com carestia, endividamento, inflação, greves operárias em São Paulo e insatisfação generalizada.

A “influenza” chegaria ao País em meados de setembro a bordo dos navios que vinham da Europa. Das capitais litorâneas ou portuárias – Belém, São Luís, Fortaleza, Recife, Salvador, Rio - rapidamente estendeu-se para os quatro cantos do território nacional. Chegou a pontos remotos da “hinterland” brasileira, não poupando cidades, vilas, de sul a norte, matando e dizimando tribos inteiras da região amazônica. Com quase 1 milhão de habitantes, clima insalubre e alta densidade demográfica, a Capital da República transformou-se em um vasto hospital. Centenas de pessoas morreram diariamente entre outubro e novembro e 70% da população caiu de cama, acometida da estranha moléstia cuja origem, afinal, ninguém precisava. Em São Paulo foram 350 mil infectados – 65% da população – e 5100 mortos oficialmente contabilizados. Da virulenta peste sabia-se apenas que era diferente de tudo o que até então se vira e que provavelmente se originasse da Espanha, convencionando-se então chamá-la de “gripe” ou “influenza hespanhola”, embora nenhuma nação - muito menos a própria Espanha (que a cognominou “febre russa”), assumisse a paternidade. Na Rússia foi denominada de “febre siberiana”, na Sibéria de “febre chinesa” e na França de “catarro hespanhol”. Fez 5 milhões de vítimas fatais na Índia e 450 mil nos Estados Unidos. Espalhando-se rapidamente pelos quatro cantos do Mundo, matou os primeiros brasileiros na costa da África, em setembro de 1917. Do efetivo de 2 mil militares da Divisão naval brasileira – dois navios de patrulha e uma missão médica - que, tardiamente, iriam participar da Grande Guerra(o conflito acabou um dia depois da chegada ao front), 90% foram atingidos pela doença e mais de cem morreram nas proximidades de Dakar, no Senegal.

Por mar a moléstia aportou na costa brasileira e logo fez morada nas principais cidades litorâneas. No início de outubro a Capital Federal sucumbiria à doença. Em seu livro de memórias “Chão de Ferro”, o médico e escritor Pedro Nava descreve o que foram aqueles dias na cidade do Rio de Janeiro.

“Além da fome, da falta de remédio, de médicos, de tudo, as folhas noticiavam o número nunca visto de doentes e cifras pavorosas de obituário. As funerárias não davam vazão – havia falta de caixões. Até de madeira para fabricá-las(...) Era muito defunto para os poucos coveiros do trivial – assim mesmo desfalcados pela doença. Foram contratados amadores a preços vantajosos. Depois vieram os detentos. (...) Era de ver as ruas vazias cortadas de raro em raro pelos rabecões e caminhões de cadáveres(...) Um ou outro passante andando como se estivesse fugindo e trazendo no rosto a expressão das figuras do quadro de Eduard Munch: Angst. Isso mesmo, angústia: faces de terror, crispações de pânico, vultos de luto correndo, pirando, dando o fora e, no fundo, um céu vangogue sangue ocre.”

ELA CHEGOU A BORDO DOS NAVIOS - Oficialmente, a espanhola chegou ao Rio Grande do Sul no dia 9 de outubro, uma quarta-feira, a bordo do navio Itajubá, vindo do Rio de Janeiro: 38 de seus tripulantes apresentavam os sintomas da febre. Ao atracar em Rio Grande, seu comandante comunicou o fato às autoridades portuárias, descrevendo, sucintamente, uma febre de “caráter benigno”. Por sua vez as autoridades sanitárias gaúchas limitaram-se a examinar os tripulantes, para isolá-los em seguida. O navio foi desinfetado e – como de praxe - o fato comunicado ao Palácio Piratini.

Três dias depois o navio Itaquera – que, devido à doença, havia sido impedido de atracar em portos do Paraná e Santa Catarina – chegou a Rio Grande, transferindo-se seus 32 doentes para o lazareto da cidade. Cumpridas as formalidades sanitárias, o vapor prosseguiu viagem pela Lagoa dos Patos, chegando a Porto Alegre a 14 de outubro. Dois dias após, com outros 7 doentes confirmados, atracava no cais da Capital o navio de cabotagem Mercedes, do Lloyd Brasileiro, procedente de Rio Grande. Não havia nenhum médico a bordo e somente 48 depois da chegada seus tripulantes seriam postos em isolamento. No dia 17 finalmente atracou na Capital o Itajubá, trazendo consigo os tripulantes que haviam sido submetidos a uma curta quarentena em Rio Grande.

No dia 18, por fim, surgiram notícias de alguns casos da estranha gripe, com três registros em pontos diferentes; um funcionário da higiene Pública e mais dois homens pediram espontaneamente para serem isolados. Uma moça também compareceu à Diretoria de Higiene do Estado apresentando os mesmos sintomas dos demais: calafrios em todo o corpo; prostração intensa; febre que chegava a 40 graus; dores musculares, dores de cabeça e na barriga, nos olhos, nos ombros, nas costas, nos rins e nas pernas; catarro abundante e muita tosse, bem como sensibilidade extrema à luz, náuseas, vômitos, calor no rosto, vertigens e lágrimas.

A tais sintomas acrescentava-se uma profunda depressão psíquica e, muitas vezes, sensíveis alterações cardíacas ou respiratórias que levavam à morte.

Nos dias 20 e 21 seriam notificados mais 12 casos suspeitos, todos, ressaltavam as autoridades gaúchas, “benignos”. Outros quatro caixeiros viajantes recém chegados à cidade também apresentavam os mesmos sintomas. No dia 23, somavam 21 pessoas recolhidas ao isolamento. Em outra porta de entrada do Estado, na mesma data, comunicava-se o fato extraordinário às autoridades da Capital: à exceção de um telegrafista, todos os funcionário da estação de trens de Marcelino Ramos, na divisa com Santa Catarina, haviam caído vítimas da “influenza”. Em poucos dias, no Hospital da Brigada, na Capital, baixaram, vítimas da febre, mais de 30 praças. Outros 130 soldados foram colocados em isolamento compulsório. Depois de percorrer mundo, a gripe espanhola era também gaúcha.

A “IMUNDICIE” DA SANTA CASA- Em 1918 o intendente José Montaury, do Partido Republicano Riograndense, comandava a municipalidade. Espécie de títere do presidente do Estado, o caudilho Antonio Augusto Borges de Medeiros, Montaury, um fluminense nascido em Niterói, assumiu o cargo em 1897 e exerceu-o por longos 27 anos, período no qual não faltaram os mais variados surtos epidêmicos. A última fora a de varicela, em 1916.

Ainda que uma das mais populosas cidades brasileiras a Capital do Rio Grande do Sul resumia-se então ao centro e alguns bairros de difícil acesso. Os carros de praça “motorizados” competiam com outros movidos a parelhas de cavalos e aos bondes elétricos. Via-se as comédias mudas de Carlitos e no final da tarde fazia-se o “footing” na rua da Praia, com homens de chapéu e bengala e mulheres de grandes e pesados vestidos. A Confeitaria Rocco, o Café Colombo, na Andradas, o Chalé da Praça XV, a Livraria do Globo, os cine-teatros Guarani – o mais “luxuoso” – e o popular Apolo, o Petit Casino, o Clube do Comércio, o Germania, o Caixeiral, o Clube dos Caçadores (na verdade, um cabaré) e o Hipódromo do Moinhos de Vento incluíam-se entre os pontos de referência da sociedade mundana da época – industriais, comerciantes, funcionários públicos, advogados, jornalistas, poetas, boêmios e desocupados em melhor situação financeira.

Os principais jornais - Correio do Povo, A Federação, A Gazeta do Povo e O Independente, recebiam, via cabo submarino, os acontecimentos do restante do mundo que os leitores liam com dias de atraso. As revistas Kodak e “Máscara” – de entretenimento, cultura e variedades - douravam a vida social e cultural da capital e das principais cidades gaúchas: Pelotas, Rio Grande, Bagé, Santa Maria. Havia futebol – ou “matchs” - aos domingos e pescarias e esportes náuticos no rio Guaíba, cujas águas, limpas e calmas, espraiavam-se até a Cidade Baixa. As noites eram previsivelmente calmas e escuras – a iluminação elétrica ainda convivia com os velhos lampiões dos postes. Comandadas pelo doutor Mário Totta, as famílias mais chiques veraneavam no “arrabalde” da Tristeza e a praia da Pedra Redonda, um dos cartões postais da cidade, servia de cenário para concorridas festas e saraus onde não faltavam intelectuais e escritores como Augusto Meyer, Olyntho Sanmartin, Teodomiro Tostes e afetados poetas parnasianos.

No centro, à noite, pontificavam os discretos “rendez-vous” e cabarés mais caros com as necessárias mulheres francesas e polacas. Quase tanto quanto a tuberculose, a sífilis impunha cuidados e cobrava seu preço aos moços desprevenidos. A cidade dispunha de seis precários hospitais e quatro médicos voltados ao atendimento público em igual número de postos de saúde. Por seu lado, o Departamento de Higiene, com 56 funcionários em todo o Estado e duas ambulâncias e seis carroças na Capital, pouco tinha a oferecer. Os médicos mais renomados – Sarmento Leite, Mário Totta, Jacinto Gomes, Ivo Corseuil, Landell de Moura e Protásio Alves, hoje nomes de ruas e avenidas – dividiam-se entre a clínica estabelecida e o atendimento familiar a domicílio.

Os portoalegrenses abastados, contudo, tratavam-se em casa, evitando a promiscuidade, a sordidez, as infecções e a imundície dos quartos da Santa Casa, “um atentado à higiene”, na descrição do doutor Mário Totta. Fiel ao imaginário da época e às noções da medicina do início do século, as mães fortificavam e depuravam seus filhos com Emulsão de Scott e óleo de rícino, reputação milagrosa e restauradora dividida com os “banhos de mar” (naquele ano inaugurava-se o “luxuoso” balneário do Cassino), e os bons ares da serra e do litoral, embora todo o cuidado fosse pouco para evitar-se os mortíferos “golpes de ar”.

Na última semana de outubro esta simplória Porto Alegre transformou-se subitamente em uma cidade enferma. Nem mesmo os esforços irritantes e patéticos do Governo positivista de Borges de Medeiros, para o qual não havia motivos de alarma ou pânico, já que a gripe, a princípio, não mostrava-se tão virulentamente fatal, evitaram que a população se apercebesse claramente da extensão da epidemia: chegara à cidade a peste que viera da Europa.

De súbito, hordas de populares aglomeraram-se às portas das farmácias, disputando toda espécie de medicamentos indicados para a prevenção da doença, em especial o quinino, que havia se mostrado eficaz em outras ocasiões. Os estoques do produto, de purgantes, de óleo de rícino e mesmo as sortidas de limão e pencas de cebola vendido nas feiras e armazéns sumiram do mercado ou encareceram de forma exorbitante. Os balconistas das farmácias – aqueles que mantinham-se de pé - não descansavam um só instante. Hospitais como a Santa Casa de Misericórdia – abrigando um terço dos doentes do Estado – recebiam levas de novos pacientes, acomodados à maneira possível. À falta de leitos improvisavam-se toscas enfermarias e o Governo – finalmente reconhecendo a situação mas fugindo à sua real extensão e gravidade – passou a organizar hospitais improvisados e equipes de emergência para percorrer as residências e levar assistência médica à população pobre.

Recomendava-se, a princípio, cama, higiene e repouso, além de limpar a boca e as fossas nasais várias vezes ao dia com uma lavagem de água e sabão, sem esquecer dos proverbiais gargarejos com água oxigenada ou boricada. Os portoalegrenses, no entanto, apelavam para tudo que estivesse ou não estivesse à mão – chá de eucalipto, cachaça com mel e limão, aspirina, suco de cebola, vinho, caldo de galinha, purgantes, infusões, preces, benzimentos, promessas, talismãs. O uso abusivo do quinino não raro causava intoxicações, com prejuízos irreparáveis à audição e à visão. Charlatões, curandeiros e vivaldinos encontravam terreno fértil para a venda dos mais bizarros produtos ou receitas: pílulas, chocolates, filtros de água e até cigarros que “preveniam ou afastavam o mal”.

A partir de 21 de outubro haviam sido registrados os primeiros óbitos. Os jornais da Capital, habitualmente voltado à cobertura da Grande Guerra e aos acontecimentos políticos no Rio de Janeiro, abriram suas páginas para a evolução da “peste”. No início de novembro informava-se que a Escolha de Engenharia, o colégio Sevigné, o colégio Militar, Ginásio Anchieta e outros estabelecimentos de ensino da cidade haviam decidido suspender as aulas e adiar os exames finais. Sem movimento de público, o comércio e as repartições fechavam suas portas e os teatros e os cinemas comunicavam a suspensão dos espetáculos. Na tradicional Confeitaria Rocco a maioria dos empregados caíra doente.

CIDADE TINHA "ASPECTO FÚNEBRE" - Na Livraria do Globo 62 funcionários contraíram a influenza e o Correio do Povo passou diariamente a oferecer vagas de entregador em substituição àqueles que iam sendo atingidos pela epidemia. O “turbilhão’ da rua da Praia deu lugar a calçadas vazias. Sem carteiros, os Correios suspenderam as entregas e a Companhia telefônica, desfalcada de 285 funcionários, pediu à população que só fizesse uso do telefone em caso de extrema urgência. Os guardas desapareceram das esquinas, os horários dos bondes foram suspensos ou adiados, a Assembléia Legislativa cancelou as suas sessões ordinárias. A Companhia Força e Luz ficou sem foguistas. Todos se recolhiam mais cedo, evitando contatos.

“A cidade tem durante o dia um aspecto doloroso e à noite este aumenta, tornando-se fúnebre. Raro é o transeunte que anda. Os cafés, os bares, tudo escuro, dando à Capital a forma de uma cidade morta e sem vida”, escreveu o jornal O Independente em seu número de primeiro de novembro.

Temendo o contágio ou já atingidos pela doença, até os costumeiros leiteiros que vinham da periferia deixaram de vender o produto às portas das residências.À aproximação do feriado de Finados, as autoridades alertavam as pessoas para que não fossem aos cemitérios, a fim de evitar aglomerações e o possível contágio. Inicialmente pensou-se que o vírus pudesse ser transmitido pela água, ou até mesmo pelo ar.

“O pavor coletivo, o alarma social, se está tornando mais grave do que a própria epidemia. Alguns suicídios o demonstram”, escrevia o jornal A Federação, vinculado ao governo de Borges de Medeiros. O Dr. Mário Totta advertia: “Em todas as epidemias são justamente os que mais medo têm são os que mais depressa são levados de lufada”. Os padres oficiavam missas, pedindo a Deus o afastamento da “peste”, os clubes decidiram suspender as partidas de futebol e nas páginas dos jornais surgiam anúncios de remédios miraculosos contra a doença.

Já as autoridades municipais e estaduais insistiam em pedir calma à população, ao mesmo tempo em que apregoavam que a situação estava sob controle e que a epidemia já mostrava sinais de refluxo. “Povo! Não devemos entregar-nos à morte, sem nada fazer pela vida: devemos esforçar-nos para combater o mal”, concitava o boletim da União Metalúrgica distribuído à população.

Em sua edição de 5 de novembro a revista Máscara insistia na tese de que o pior já passara e que dentro em breve a cidade voltaria à normalidade.

“E esqueçamos...

“Conforme previmos em nosso número passado, a epidemia entrou em declínio em princípios desta semana. As notas fornecidas pela Diretoria de Higiene da imprensa foram sempre as mais animadoras, o que faz supor a estas horas que os casos novos da gripe sejam raros. E agora, que tudo promete voltar à normalidade, agora que a nossa cidade lembra um hospital, tal é o número de convalescentes que se arrastam pelas calçadas, com as faces cavadas e pálidas, os olhos fundos e abatidos, agora que um frisson de vitória abafa a nossa alma, mesmo os que fremem em corpos combalidos, e nosso dever afastar o mais possível da recordação popular esses tristíssimos dias de angústia e sobreexcitação nervosa a fim de que possamos beber novamente a grandes haustos a vida que o “anjo da paz ‘ promete dulcificar.(...)”


A realidade, contudo, revelava-se bem diferente, e a própria imprensa tornaria a adotar tons sombrios. A 9 de novembro o Correio do povo noticia: “Das 18 horas de ante hontem às 18 horas de hontem foram registrados nesta Capital 32 óbitos de pessoas que faleceram em consequência da “influenza hespanhola”.

Na lista dos falecidos “em domicílio” constavam pessoas de todas as idades e moradores das principais ruas da cidade: Juvenal Faria Dias, de 29 anos, residente à rua General Auto, 35; Sabina Antonia da Silva, 50 anos, moradora do número 123 da rua José de Alencar; Angela Teixeira Nunes, da rua Ramiro Barcelos, 133, "menina Catharina, filha de Ariosto Menezes, rua Lima e Silva, 147-B; Jorge Anto, residente no Hotel Lagache; Rubens Santos, de 32 anos, morador da rua Aquidaban, 9; “menino Alziro”, filho de Frederico Castro, com endereço à rua Santa Luíza, 66; Antonio Monteiro, morador da rua Moinhos de Vento, 70; Antonieta Rabello Gorfmann, residente à rua Fernandes Vieira, 36; Bibiana Rodrigues, 20 anos, “mixta, solteira, residente à rua Santana, 7”. Na edição do dia 11 a lista incluía, dentre os óbitos em domicílio, os seguintes nomes: Carlos Albuquerque, 52 anos, residente à rua Andrade Neves, 6; Carlos Haesbaeri, 39 anos, morador da rua Garibaldi, 32; Dante Matteoli, 17 anos, rua Castro Alves, 156; Mathilde de Michaelsen Wolff, 43 anos, da rua General Vitorino, 13. Na mesma data nominava-se a ocorrência de novos casos da doença: “Ontem enfermaram sete pessoas da família do major Edmundo Arnt; a exma. Esposa do Dr. Joaquim Gaffrée; o Dr. Gaspar Saldanha, sua senhora e três filhos; sete pessoas da família do major Labieno Jobim; “o nosso colega Lourival Cunha, da Kodak”(revista); as senhoritas Aracy, Júlia, Odette e Nayr Bacellar, filhas do capitão Bacellar Júnior”.

Uma pequena nota, vinda de Buenos Aires, onde também grassava a gripe, informava de uma campanha de combate às moscas – “veículo de imundícies de toda espécie e transmissora de várias moléstias”- desencadeada pelas autoridades portenhas junto à população.

A GRIPE ATRÁS DAS GRADES - Dos mais de 600 detentos da casa de Correção metade estava enferma, informava o Dr. Ivo Corseuil, médico da diretoria de Higiene. Nas residências, a gripe não poupava vítimas mais ilustres: o Dr. Jacinto Gomes, diretor da enfermaria de Gripados da Santa Casa de Misericórdia, contraíra a gripe e teve que ser substituído. No dia 10 de novembro o Correio do Povo, em sua coluna de necrologia, destacava o sepultamento de algumas figuras da sociedade portoalegrense:“Com grande acompanhamento, realizou-se ontem o enterro do doutor Álvaro Nunes Furtado, clínico residente, nesta capital, e que, como noticiamos, faleceu vitimado pela influenza hespanhola”. “Faleceu ontem, nesta capital, vitimado pela influenza hespanhola, o jovem Antenor Maciel Júnior, filho do tenente Antenor Maciel.“O infortunado jovem que, com bastante brilho, fazia o curso do Colégio Militar, deixa profunda saudade entre o grande número de seus colegas, no seio dos quais se fazia estimar.“Ele era natural de Uruguaiana, onde também contava com um grande círculo de relações.“O enterro, realizado ontem mesmo às 16 horas, esteve bastante concorrido, vendo-se sobre o caixão mortuário grande número de coroas”.

Dia 13, uma quarta-feira, a Empresa de navegação Cahy comunicava a suspensão de todas as viagens ao longo do rio “visto a maior parte dos seu empregados estarem enfermos”. No mesmo dia um anúncio de rodapé, na capa do Correio do Povo, oferecia um novo e rápido serviço de impressão: “Nas oficinas desta folha apromptam-se com presteza convites para enterro”. Vários funcionários da casa – incluindo jornalistas – estavam enfermos.

Da distante Europa vinham notícias mais alentadoras, publicadas pelo mesmo diário, e que repercutiam em todo o Estado, especialmente na região colonial italiana: fora assinado o armistício no dia 11 e a Grande Guerra que matara mais de 10 milhões de pessoas chegara ao seu final. A Itália estava entre os países vencedores.

“Garibaldi, 12 – Esta vila está em festa com a notícia da assinatura do armistício com a Alemanha. Sobem ao ar girândolas de foguetes. Os sinos repicam. Bandas de música percorrem as ruas. Quase todas as casas estão embandeiradas. Reina grande alegria.”

Os jornais noticiavam a derrota da Alemanha, a fuga do kaiser Guilherme II e, no Rio Grande do Sul, a influenza espanhola que, em vez de declinar, seguia em crescendo. Cortejos fúnebres de pessoas a pé, segurando os caixões aos ombros, cruzavam-se a caminho dos cemitérios, os coveiros trabalhavam sem interrupção, nas casas e cortiços improvisavam-se rápidos velórios. Prostrados e reclusos em seus barracos, os moradores mais pobres viravam-se como podiam em tais circunstâncias. Famílias inteiras adoeciam e os poucos em condições de caminhar percorriam quilômetros a pé para disputar os donativos distribuídos às portas de algumas instituições filantrópicas – igreja católica, maçonaria, centros espíritas.

À peste somava-se agora a falta de alimentos e a especulação desenfreada dos preços praticada por comerciantes e aproveitadores. “Está tudo pela hora da morte”, constatou o jornal Gazeta do Povo em 11 de novembro. Leite e aves sumiram do mercado, a canja de galinha passou a custar os olhos da cara, a lenha para os fogões dobrou de preço e até os aluguéis dispararam. Os diários locais imploravam por entregadores, os médicos não dispunham de gasolina suficiente para abastecer seus carros e visitar os doentes mais distantes e as farmácias vendiam quinino e óleo de rícino como se fossem especiarias. A cadeia produtiva fora interrompida pela epidemia e a cidade, paralisada, não encontrava forças para reagir. O que havia em remédios e alimentos não bastava para uma época , sob todos os aspectos, absolutamente anormal.

AUTORIDADES CENSURARAM A IMPRENSA - A censura à imprensa imposta pelas autoridades estaduais(incomodadas pelas críticas à ineficiência e morosidade das medidas de combate à epidemia) a partir de primeiro de novembro não calava o pavor coletivo e – em evidente efeito contrário - só fazia aumentar os boatos a respeito da mortandade.

O Correio do Povo que, assim como os demais veículos, recebera a ordem de não publicar a lista diária das vítimas da gripe, após informar da determinação aos seus leitores optara, em protesto, por deixar colunas em branco. Particularmente visado pela censura borgista, o jornal insistia em apontar as ineficiências e morosidades no combate à epidemia e as falhas no socorro à população mais pobre, que, a par da doença, sofria com a fome e da desassistência. Famílias inteiras estavam acamadas, sobrevivendo do pouco que ainda possuíam em casa. Os que encontravam forças de sair às ruas apelavam para os donativos – feijão, café, açúcar, banha – distribuídos pela Maçonaria, pela Federação Operária do Rio Grande do Sul ou por alguns comerciantes mais generosos ou em melhor situação financeira. O clima geral era de pânico.


“O boato no Coração da Cidade“

(...) Eu vi com estes olhos cinco mortos na rua dos Andradas, disseram-me que os coveiros cavam noite e dia as sepulturas; “Fulano(que está vivo e um poucochinho doente) acaba de morrer...” e outras e outras afirmações que só a polícia correcional podia evitar.“Desta forma andam pelas ruas, ilesos, os ‘boateiros”, explorando a situação enferma da cidade, acendendo perigo onde não existem(...)”( Máscara, 23 de novembro)


A partir da segunda metade de novembro, descrente das autoridades, a população falava em centenas ou mesmo milhares de mortos diários. A epidemia fugia a qualquer controle e a relação dos óbitos fornecida pela Secretaria de Higiene voltou às páginas dos diários. Ignora-se contudo os falecimentos sem assistência médica, numerosos nos bairros pobres.

Se até ali, de modo geral, a imprensa oficialista insistia no progressivo recuo da epidemia, atribuindo todas as culpas aos espíritos alarmistas e boateiros de plantão, a partir de quinta-feira, 14, tornou-se impossível mascarar a realidade visível, que, se não era tão terrível – afinal, não morria-se aos milhares - tampouco conferia com a versão das autoridades: entre as 18 horas de terça e as 18 horas de quarta-feira 34 pessoas haviam morrido em decorrência da influenza. Outras 24 faleceram sem assistência médica no mesmo período, totalizando 58 óbitos. No Domingo, 17, o Correio do Povo listaria mais 62 mortos nas últimas 24 horas, e, na terça, outros 49 óbitos entre o final da tarde de Sábado e o final da tarde de Domingo – o jornal não circulava às segundas.

Notícias enviadas pelos correspondentes do interior apontavam nos estragos que a espanhola estava causando em Passo Fundo, Santa Maria, Rio Grande, Pelotas, Arroio Grande, Tapes, São Gabriel, Encruzilhada, Carlos Barbosa, Rio Pardo, Taquari, Cruz Alta, Ijuí. Em Quaraí lamentava-se o suicídio do comandante do Sétimo Regimento de Cavalaria, que desferiu um tiro de revólver contra a própria cabeça. O major, informou o correspondente, “se achava doente, atacado de forte neurastenia, tendo ficado muito impressionado com o número de soldados enfermos na unidade que comandava, e ainda pela falta de recursos”. Cacequi, noticiava o jornal, “está transformada num vasto hospital. Há ali um número superior a 150 doentes, não havendo sequer uma pequena farmácia de campanha”. Em cada local a intensidade do surto epidêmico variava de acordo com as condições sanitárias, a densidade populacional e o clima, muito embora praticamente nenhum município do Estado tenha escapado ao flagelo.

Confundido inicialmente com o tifo, o vírus mutante da influenza gerava infecções bacterianas e punha em evidência moléstias latentes em cada organismo, afetando em especial os cardíacos, os asmáticos e os fracos de pulmão. A moléstia ia e vinha, com melhoras e recaídas. Para curá-la recomendava-se tão somente o repouso, a assepsia, quinino, purgantes e bons ares.

DE REPENTE ELA FOI EMBORA - Quase tão repentinamente como havia chegado, sem aviso, sem lógica ou explicação, a epidemia rapidamente declinou no final do mês de novembro. No dia 21, Quinta-feira, os diários da Capital já falavam em seu progressivo recuo. A reabertura de muitas lojas no centro, a crescente afluência de transeuntes às calçadas antes desertas, a volta dos rangidos dos bondes e dos apitos dos guardas de trânsito refletiam as estatísticas do Departamento de Higiene – números reais, desta vez: os casos novos eram cada vez mais raros e a mortandade estava em queda livre.

O Club Monte Carlos, o Brazil Club e o Clube dos Caçadores voltaram a funcionar. O teatro Apolo apresentava, aqueles dias, em matiné, episódios de a “Garra de Ferro”, em oito atos e, à noite, “uma grandiosa obra americana em sete belíssimos atos: New York.”. Na terça-feira, 26, reabriram suas portas o cine-teatro Coliseu e o Petit Casino. O Hipódromo do Moinhos de Vento também anunciava o retorno das atividades.

Na Sexta-feira os jornais noticiaram apenas 8 óbitos e a 3 de dezembro as autoridades informaram não ter conhecimento de novos casos de influenza espanhola. Na mesma data um pequeno anúncio publicado na capa do Correio do Povo atestava o final da tempestade.


Leitaria

“Previno a minha distinta freguesia que reabri minha leitaria pelo nome Barroza Número 4. O motivo de estar fechada foi meu empregado estar doente”.


Em poucos dias reabriram-se as repartições públicas, os principais colégios chamaram de volta alunos, funcionários e professores, os cafés do centro festejavam a volta da velha clientela e a rua da Praia foi novamente tomada por moças e rapazes ao final do dia. No dia 29 apenas 8 óbitos foram registrados nas últimas 24 horas e, finalmente, a 3 de dezembro, a Diretoria de Higiene afirmou não ter conhecimento de nenhum novo caso da doença - as mortes registradas diziam respeito aos já infectados.

Notícias alvissareiras vinham do interior do Estado e, a exemplo do que faziam antes da peste, os jornais direcionavam novamente suas atenções aos informes vindos da Europa, à fuga do Kaiser e a redefinição das fronteiras nacionais no Velho Continente. Os correspondentes do Correio do Povo já expressavam tons de otimismo.

Durante 57 longos dias, sitiada pela doença, a capital gaúcha convivera com a morte de uma maneira jamais observada em sua História. As qualidades dos homens e mulheres, postas à prova, diferenciaram grupos, revelaram aproveitadores e heróis, contrastando à prática real cotidiana as propaladas boas intenções de muitos. Desse jogo de luz e sombra emergiram algumas verdades.

“A hespanhola, de súbito, fez-nos ir até essas pobres vítimas da fome e da indigência, quando não no-los trouxe até as nossas portas”, reconheceu a elegante revista Máscara( “Os Nossos Pobres”, 23.11.1918), ao comentar a procissão sombria de homens e mulheres fracos e famintos que vinham dos subúrbios da cidade “com as faces covadas e pálidas, os olhos fundos, se arrastando pelas calçadas”.

Foram eles – cidadãos anônimos, desempregados, operários, comerciários, biscateiros, moradores dos bairros São João, Navegantes, Colônia Africana, no Quarto Distrito - as principais vítimas da influenza espanhola.No tocante ao total de óbitos, a historiadora Janete Silveira Abrão – autora da(infelizmente pouco conhecida) dissertação de Mestrado do curso de pós-graduação em História do Brasil do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Pontifícia Universidade Católica, “Banalização da Morte na Cidade Calada: a Hespanhola em Porto Alegre, 1918(Edipucrs, 1995), tese universitária transformada em livro – observa: “Todavia é impossível precisar as taxas de morbidade e de mortalidade ocorridas, visto que muitos casos não foram notificados pelas autoridades sanitárias”.

Oficialmente foram 1316 óbitos em Porto Alegres causados pela influenza, dos quais 1209 na cidade e o restante na zona rural. Ainda segundo as estatísticas oficiais, até 31 de dezembro de 1918 a gripe matara 3971 pessoas em todo o Estado. Somente em Rio Grande morreram 343, em Pelotas 321, em Bagé 191, em Cruz Alta 132 e em Itaqui, 40.

Algo parece certo: são números “chutados” e nunca se soube e jamais se saberá efetivamente o número exato, ou mesmo aproximado, das vítimas causadas pela gripe espanhola de 1918. Dois mil? Quatro mil? Cinco mil? Se as estatísticas oficiais falam em cerca de 70 mil infectados - “talvez abaixo da realidade”, nas palavras de Protásio Alves - e pouco mais de 1300 mortos em todo o município de Porto Alegre podemos, sem temor ao exagero, somar a isso um número impreciso de óbitos não contabilizados que aconteceram longe das vistas das autoridades sanitárias, em casebres, cortiços ou em esquecidas casinhas da zona rural, sem contar os enterros clandestinos – comuns a uma época em que os recém nascidos tornavam-se adultos sem portar qualquer documento. Alia-se a isso o fato de que somente aqueles aos quais os médicos reconheciam a morte em função da epidemia eram inclusos nas listas dos vitimados pela peste, excluindo-se destas quem falecia - de acordo com o ponto de vista médico - de outras causas: doenças cardíacas ou tuberculose, para citarmos dois exemplos que no entanto poderiam ter sua origem no vírus da própria gripe.

Segundo a historiadora Janete, um simples cotejar dos dados oficiais do período demonstra números subestimados: o Livro de Óbitos da Santa Casa de Misericórdia registrou, de 21 de outubro de 1918 a 11 de janeiro de 1919 2420 mortes e o Departamento de Higiene do Rio Grande do Sul contabilizou naquele ano 30.219 falecimentos no Estado. Nos últimos três meses de 1918, aconteceram 12.811 óbitos, dos quais 5840 na Capital. Ainda segundo o Governo, 42% das mortes decorreram de moléstias transmissíveis.

Porém, passado o furacão, no início do verão de 1918/19, poucos queriam voltar os olhos às dores passadas. Epidemias vinham e iam, estar vivo e era o que contava e tentava-se a todo custo recuperar a alegria e o tempo perdidos. A gripe, todavia, ainda não morrera em definitivo. Depois de abandonar Porto Alegre e outras cidades às quais chegara de forma quase simultânea, dirigiu-se em seguida às localidades da Serra e lá fez mais uma nova legião de vítimas. Dela, contudo, já se falara muito, e a ordem era esquecer.

Dava-se início ao período de festas de final de ano. Alinhados no clube do Jocotó e centrados na figura do doutor Mário Totta – médico e bom vivant - com alívio redobrado, homens e mulheres da sociedade portoalegrense reencontrava-se agora nos elegantes saraus do arrabalde da Tristeza. Ali, à beira do Guaíba, embalados por orquestras típicas especialmente contratadas, em meio a barulhentas batalhas de confetes, poucos lembravam da epidemia que, sozinha e silenciosa, em menos de dois meses fizera mais vítimas do que todos os combates da Grande Guerra e causara a todos um prejuízo econômico dificilmente mensurável.

Em “Solo de Clarineta”- primeiro volume de suas memórias(1974), Érico Veríssimo recorda:


“Em 1918 a influenza espanhola atirou na cama mais da metade da população de Cruz Alta, matando algumas dezenas de pessoas. Não se dignou, porém, contaminar-me. Lembro-me da tristeza de nossas ruas quase desertas durante o tempo que durou a epidemia, e dos dias de calor daquele dramático novembro bochornoso. Era como se os próprios dias, as pedras, a cidade inteira estivessem amolentados pela febre. A escola achava-se em recesso e eu podia passar dias inteiros a ler romances.(...) Foi durante a influenza em 1918 que li pela primeira vez Eça de Queirós (Os Maias), Dostoiévski (Recordações da Casa dos Mortos e Crime e Castigo).(...) Passada a epidemia a cidade entrou em lânguida e trêmula convalescença.”


Tardiamente, quando tudo parecia encerrado, em janeiro de 1919, a “influenza hespanhola” faria a sua vítima mais ilustre em terras brasileiras: o presidente eleito Rodrigues Alves, que já havia exercido este mandato de 1902 a 1906, período em que incumbiu Osvaldo Cruz de sanear o Rio de Janeiro e livrá-lo da febre amarela, morreu justamente deste mal que vacina nenhuma conseguiu evitar e que em poucos meses matou mais do que todos os combates da Primeira Grande Guerra.

A Influenza Espanhola foi a última grande epidemia globalizada com altíssimo poder de contágio e mortandade da História mundial. Para a capital do Rio Grande do Sul teve, ao menos, um efeito benéfico – a partir daí passou-se a dar atenção à qualidade da água servida à população, com a construção de uma grande hidráulica ainda no governo de José Montaury.

Classi X.

ACADEMIA COMPANY seleciona professores de Spnning. Enviar currículo para companyfitness@terra.com.br

SELEÇÃO PARA MONITORIA VOLUNTÁRIA - Disciplina: Educação Física Infantil e Fundamental. Professora Miriam Stock Palmas. Agendar entrevista no Departamento de Educação Física. Trazer cópia do Histórico Escolar para a entrevista e ter disponibilidade, no semestre 2008/2, às segundas e quartas-feiras, das 9h30min às 11h30min ou 13h30min às 15h30min.

ACADEMIA ZONA NORTE seleciona: Professor (a) de Step/local, para terças e quintas-feiras às 20 horas. Seleciona ainda: Professor (a) para Combat para terças-feiras e quintas, às 19 horas.

ESTAGIÁRIO MUSCULAÇÃO - Quinto Semestre, para turno da noite. Contato 8447-9458

ESTÁGIO REMUNERADO - Sesc Campestre seleciona estudantes do curso de Educação Física (Quinto semestre) para atuarem na academia, auxiliando em musculação e ginástica. Vagas no turno da noite. Informações 3382-8826 ou macampestre@sesc-rs.com.br

SELEÇÃO PARA BOLSISTA VOLUNTÁRIO - Escola Postural. Segundo semestre 2008. Pré-requisitos: ter cursado a disciplina de Educação Postural, ter conhecimentos de informática, ter disponibilidade nas terças e quintas-feiras. Marcar entrevista na Secretaria de Extensão da ESEF - Escola Superior de Educação Física da UFRGS (rua Felizardo, 750, Jardim Botânico).

ESTÁGIO - Interessados em estagiar na área de musculação. Quality Fitness. 3347-5174, com Fernanda ou Danielle, ou qualityacademia@gmail.com

ACADEMIA TREINAR - Vagas para estágio. Manhã e tarde. 3024-5423. Vagas para recepção e vendas, todos os turnos.

DIVIDO APARTAMENTO 2 quartos com universitária. Local: rua Ferreira Viana, Jardim Botânico, ao lado da ESEF. Valor aproximado: R$ 350,00. Informações 9299-1591, com Sandra. Apê todo mobiliado e condomínio com segurança.


* O semestre começa movimentado para os alunos de Jornalismo Especializado da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS (Famecos). Na próxima segunda-feira, dia 11 de agosto, o jornalista Polibio Braga fará uma palestra para os estudantes da turma da manhã da disciplina, falando sobre sua experiência profissional e tendências para o futuro. Na terça-feira, dia 12 de agosto, será a vez do jornalista Eugênio Esber, diretor de Redação da Revista Amanhã, que participará do encontro com os estudantes da turma da noite da mesma disciplina. Os dois jornalistas foram convidados pelos professores da cadeira, Almir Freitas e Gilberto Leal.
* A partir desta segunda-feira, dia 11 de agosto, a Livraria da Edipucrs passa a comercializar a "Linha Eco", projeto desenvolvido para estimular a consciência ecológica dentro das comemorações de seus 20 anos. Serão oferecidos produtos de papelaria que respeitem o meio ambiente e que buscam alternativas que não agridam a natureza, como a caneta esferográfica ecológica, que tem corpo em material reciclado; clips de madeira reflorestada; blocos e cadernos de folhas recicladas e sacolas de algodão. Além disso, o objetivo é criar uma marca própria de produtos com consciência ambiental e que compensem o impacto ambiental causado pela impressão dos livros. Cada mil quilos de papel reciclado correspondem a 20 árvores poupadas, por exemplo. A Livraria fica no prédio 41 do Campus Central (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Outras informações pelo telefone (51) 3320-3711 ou pelo e-mail livraria@pucrs.br.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Nas alturas


Cena do dia: na rua Felizardo, defronte ao Condomínio FF, um trabalhador realiza o seu difícil e perigoso ofício - consertar linhas da rede elétrica. Ao fundo, uma das torres do edifício Allure, cujas obras têm seu término previsto para o próximo verão.

* A Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia da PUCRS (Faenfi) promove a "1ª Jornada dos Formandos de Nutrição - PUCRS". O evento vai abordar temas como obesidade infantil, manejo nutricional na cirurgia bariátrica, nutrição e oncologia, entre outros. Também será realizado jantar por adesão em comemoração ao dia do Nutricionista, com acadêmicos, diplomados e professores. A atividade, que acontece nos dias 27, 28 e 29 de agosto, será realizada no auditório do prédio 32, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Outras informações e inscrições pelo site www.pucrs.br/faenfi.
* A Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS (Face) e o Centro de Pastoral e Solidariedade da Universidade promovem mais uma edição do projeto "Sinergia Digital". A ação busca a integração social de crianças e adolescentes carentes através da inclusão digital. Neste semestre, poderão participar das aulas os ex-alunos que freqüentaram o projeto em 2005, 2006 e 2007, com seleção a partir de critérios como notas, participação, comprometimento, presença e responsabilidade. Também serão selecionadas 14 crianças da Clínica Esperanças, que receberão treinamento na área da informática, além de participar de atividades de cunho evangelizador, jogos e momentos de integração. As aulas serão realizadas até o dia 29 de novembro, com previsão de formatura para 13 de dezembro. Outras informações no Centro de Pastoral e Solidariedade, prédio 17 do Campus Central (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre), pelo site www.pucrs.br/sinergiadigital ou pelo telefone (51) 3320-3576.
* O Laboratório de Mercado de Capitais da PUCRS (Labmec) realiza o curso "Aprenda a Investir na Bolsa de Valores - Ênfase em Análise Fundamentalista e Técnica". As aulas serão ministradas pelo professor Leandro Rassier e serão divididas em dez módulos. O objetivo é apresentar os benefícios de um planejamento financeiro pessoal e explicar o funcionamento do mercado de ações, através de atividades práticas de como analisar empresas, precificar ações, montar uma carteira segura de investimentos e possibilitar investimentos de ações a curto prazo. A atividade acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de agosto, das 15h às 19h, e é voltada aos profissionais liberais, executivos, investidores, professores e estudantes. Inscrições podem ser feitas através do site http://www.labmec.com.br/ ou na Pró-Reitoria de Extensão (Proex), sala 201 do prédio 40, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Outras informações pelo telefone (51) 3384-4449 ou (51) 3320-3500, ramal 7753.
* A Editora Universitária da PUCRS (Edipucrs) está relançado o "Programa de Apoio a Bibliografia". Além dos benefícios previamente oferecidos, como 30% de desconto na compra de livros da Edipucrs e de outras editoras universitárias, poderão ser solicitadas obras de qualquer editora comercial, que serão disponibilizadas com o maior desconto possível. O objetivo do programa, que existe desde o primeiro semestre de 2008, é facilitar o contato do estudante com o livro e colaborar com o professor, oferecendo apoio às obras indicadas nos planos de ensino das disciplinas nos cursos dos campi Porto Alegre, Viamão e Uruguaiana. Para participar, o professor deverá preencher uma ficha on-line que está disponível no site www.pucrs.br/edipucrs. As obras indicadas na bibliografia das disciplinas serão adquiridas pela Livraria Edipucrs e repassadas aos alunos e professores, em promoção especial. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3906, e-mail livraria@pucrs.br ou pelo site citado.
* A revista eletrônica "Textos & Contextos", lançada pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da PUCRS, já está disponível na web. O veículo, que é uma publicação semestral, divulga resultados de pesquisas, relatos de experiências e resenhas bibliográficas. Ela busca mediar o debate de idéias no Serviço Social e em áreas afins, tendo sido avaliada como conceito "A" em nível nacional pelo sistema Qualis, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e indexada pelo Sistema Internacional Latindex. As editoras da são a diretora da Faculdade de Serviço Social, Jussara Maria Rosa Mendes, e a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Beatriz Gershenson Aguinsky. A publicação pode ser acessada através do site www.pucrs.br/textos.
* O Departamento de História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS (FFCH) promove mais uma edição do ciclo de palestras "História e Historiografia: Breves Reflexões". No mês de agosto, a história do Brasil será o tema dos encontros. O evento, que ocorre desde abril deste ano, já abordou história antiga, medieval, moderna e contemporânea. Na terça-feira, dia 26 de agosto, Maria José Barreras fala sobre Sérgio Buarque, Gilberto Freyre e Caio Prado: seus diferentes olhares sobre o Brasil Colonial. No dia 27, o ciclo de palestras continua com a mediação de René Gertz, abordando Centro e Periferia no Brasil Império. Ainda no mesmo dia, Migração e identidades: presença italiana no Brasil e no Rio Grande do Sul será o tema exposto por Núncia Constantino. Encerrando as atividades deste mês, no dia 28, A elite e povo na República Brasileira é tratada em palestra novamente proferida por René Gertz. Todas as atividades acontecem das 17h45min às 19h, no auditório do prédio 5, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). A entrada é franca, mediante doação de 1 quilo de alimento não-perecível. As inscrições devem ser feitas na hora e local de cada atividade. Informações complementares na secretaria da FFCH, pelo telefone (51) 3320-3555.

ESEF terá dois novos cursos em 2009

Petersen: diretor da ESEF há muitos anos, ele coordena pessoalmente o Projeto Navegar.
Quem antes corria ou caminhava na Escola Superior de Educação Física, ESEF, na rua Felizardo, notou a modificação: a pista - ou, melhor dizendo, trilha - que contornava todo o terreno, margeando as divisas, agora está parcialmente pavimentada (da entrada até as piscinas) e já não é mais de terra batida, como foi durante longos anos. Com isso, facilitou a passagens de veículos e, por outro lado, passou a oferecer algumas dificuldades aos corredores e caminhantes.

"A pista continua a dar para correr. A nossa idéia é fazer uma separação entre pedestres e carros, traçando um itinerário que ainda vai ser definido", explica o diretor da Faculdade, o professor Ricardo Petersen. Segundo ele, a obra se tornou necessária para facilitar o acesso dos matriculados nos cursos de Extensão, que acontece no ginásio de natação, mais ao fundo.

"Ainda vamos construir um estacionamento defronte às piscinas. A questão é que estávamos perdendo alunos para esses projetos de Extensão, que representam uma fonte de renda para nós. Eles reclamavam muito do acesso e do barro", informa.

QUERO-QUERO - Modernizando-se na medida do possível, a ESEF (com cerca de 7oo alunos regulares) abraçou o Projeto Quero-Quero, uma iniciativa social que é patrocinada pelo Instituto Ayrton Sena e voltado a crianças carentes do bairro e dos seus arredores, quase todos alunos de escola públicas.

"O Projeto foi criado em 2003 e atende hoje 300 crianças carentes, com atividades educacionais e esportivas, com frequência de três a 5 vezes por semana, incluindo aulas de informática e de inglês", diz o diretor. Coordenado pela professora Nadia Cristina Valentini, o Quero-Quero forma cidadãos através de inúmeras atividades, todas supervisionadas por estagiários de Psicologia, Pedagogia e Educação Física da UFRGS. Segundo ele, a rotatividade é expressiva e, portanto, ainda existem vagas.

ANEXO - Outra importante obra está em seus fundamentos - a construção do anexo ao Ginásio 2, no terreno que dá para a rua Felizardo Furtado. Destinada à luta olímpica e ao judô, a obra tem custos estimados de R$ 400 mil, dos quais cerca de 180 mil já foram captados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal. O judô é, aliás, um dos destaques da Escola.

RU - Uma antiga reivindicação dos alunos da ESEF - o Restaurante Universitário, RU - deverá ser inaugurado no mês de setembro, garante Ricardo Petersen. O RU do Campus Olímpico será uma extensão dos outros RUs da UFRGS, com bandeijões a preços idênticos. Antes disso acontecer, havia aqui um restaurante, "que não se sustentou", conforme diz o diretor. "É preciso entender que os estudantes, em sua maioria, têm pouco dinheiro e nem sempre podem pagar certos preços".

Outra importanmte novidade, desta vez para o ano de 2009: a Escola implantará dois novos cursos - o de Licenciatura em Dança e o de Bacharelado em Fisioterapia. "Estarão em funcionamento no primeiro semestre", afirma Petersen.
PROJETO NAVEGAR - Mesmo com uma agenda complicada no seu dia-a-dia, o professor Ricardo Petersen coordena também o Projeto Navegar, iniciativa que busca aproveitar a riqueza do lago Guaíba com finalidades sócio-educativas.
O Navegar atende a 200 alunos de cinco escolas públicas do bairro Humaitá e é financiado pelo Ministério do Esporte. O objetivo maior é proporcionar o contato de estudantes de baixo poder aquisitivo com a prática da vela, do remo e da canoagem. As atividades acontecem no Parque Náutico do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense.
"Abordamos as técnicas desses três esportes náuticos, mas as crianças também recebem orientação sobre educação ambiental, convivência com o meio aquático e importância da preservação da água. Neste ano adicionamos a prática do xadrez para os dias de vento e muito frio. O projeto trata ainda da cidadania e da responsabilidade, porque os esportes náuticos se prestam ao desenvolvimento dessas questões".
O professor está orgulhoso dos resultados do Navegar - que existe desde 2004 - e cita a dissertação de mestrado de um professor que buscou informações sobre o projeto e concluiu que o "resultado foi muito positivo".
História - A ESEF está no Jardim Botânico desde julho de 1963, mas sua história remonta ao final dos anos 30, quando o Governo do Estado resolveu criar o Departamento Estadual de Educação Física por recomendação do Interventor Osvaldo Cordeiro de Farias.
As profissões ligadas ao esporte tinham sido regulamentadas naquele ano e o Rio Grande do Sul não quis ficar atrás. Foi então nomeado como diretor da Escola o capitão Olavo Amaral da Silveira. A seu lado estava um grupo de entusiastas – Valdir Calvet Echart, Frederico Gaelzer, João Gomes Moreira Filho e Max Hanke.
Não havia um local centralizado e cada modalidade tinha aulas em diferentes pontos da cidade. O curso durava dois anos e a primeira turma formou-se em 1941 – eram 98 homens e 26 mulheres. Em 1942, a Escola transferiu-se para o Estádio do Cruzeiro, a “Colina Melancólica”. Em 1956 estava no prédio da Associação Cristã de Moços. No dia 21 de outubro de 1969 o ministro da Educação, Tarso Dutra, assinou o decreto de federalização da Escola, o que de fato só aconteceu a 16 de setembro de 1970, com a vinda do ministro Jarbas Passarinho e a presença do governador Perachi Barcellos.

Cleo Pires, quando tinha apenas 11 anos


Cleo Pires tem hoje 25 anos. Quatorze anos anos, em maio de 1994, ela era uma criança de 11 anos que debutava na televisão, na série global Memorial de Maria Moura. A garotinha cresceu e virou um mulherão e, com certeza, não quer mais ser arqueóloga, "para procurar dinossauros."
Fomos buscar no fundo do baú uma matéria publicada na revista Istoé, de 25 de maio de 1994, que reproduzimos agora.
* Clique nas imagens para ampliá-las e lê-las perfeitamente.

quinta-feira, agosto 07, 2008


Dança ucraniana: beleza, rapidez e ritmo.
* 35 CTG (avenida Ipiranga, ao lado do Bourbon Shopping) realiza no dia 16, sábado, a sua Festa das Etnias 2008. O evento, gratuito e aberto ao público, inicia às 19 horas, com apresentações de grupos de danças danças alemãs, polonesas, ucranianas, argentinas, espanholas, libanesas e brasileiras, em comemoração ao Dia do Folclore - 23 de agosto. O 35 CTG tem como patrão Luis Carlos Maffei. Acesse o link do 35 ao lado, no Blog do Conselheiro.
* Dom Dadeus Gringgs, Arcebispo de Porto Alegre, estará presente na Missa Festiva dos 40 Anos de instalação da Paróquia São Luiz Gonzaga (rua Guilherme Alves, próximo ao supermercado Gecepel), comorados dias 17, domingo. A missa será seguida de um almoço comunitário. Entre os convidados, estarão antigos párocos da igreja, como o Padre Irineu. O atual padre responsável é Paulo Kunrath. Informações pelo Tel.: 3336-1065.

Imagens do Jardim Botânico (1)

Desde quando se chamava Vila Russa e, depois, Vila São Luís, o Jardim Botânico sempre manteve uma estreita ligação com o Arroio Dilúvio (ou Riacho Ipiranga). Os moradores mais antigos ainda se lembram dos banhos e das pescarias que aconteciam em uma época de poucos automóveis, de chão batido, de bondes, de chácaras - enfim, de uma existência quase rural.
O Riacho de 2008 é poluído e já não tem peixes - apenas toneladas de toda espécie de lixo que ali são jogados diariamente e que, na ex- "Capital da Qualidade de Vida", correm para o Guaíba sem nenhum tratamento.
A despeito disso, quem percorrer as suas margens (hoje repletas de moradores de rua) ainda encontrará cenas bucólicas como esta - a de uma bela árvore que se debruça sobre as águas, como a mirar-se vaidosamente.

Imagens do Jardim Botânico

A imagem de uma grande placa de publicidade da rede norte-americana McDonalds (um dos símbolos da cultura de massa e das refeições rápidas), contrasta com a sede de madeira do 35 CTG - baluarte da tradição gaúcha e defensor da vida simples e natural.
A placa, note-se, está no pátio do Bourbon Shopping. Projetada, porém, sobre o espelho das águas do arroio Dilúvio, não deixa de formar uma bela moldura.
* A Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) está com inscrições abertas para os cursos preparatórios à carreira do MP, pelos quais passaram 80% dos promotores que atuam no Estado. A instituição oferece dois formatos: o regular (1210 horas) e o anual (950 horas). As aulas iniciam no dia 11 de agosto.
As inscrições podem ser feitas no site www.fmp.com.br (com exceção do Regular) ou no setor de atendimento da instituição, na Rua Coronel Genuíno, 421, 6º andar, no Centro de Porto Alegre. Informações pelo telefone: (51) 3027-6565.
Alunos e ex-alunos da FMP têm 5% de desconto. Instituições conveniadas também são beneficiadas com abatimentos nas mensalidades, como é o caso da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP/RS). Os funcionários e dependentes da SSP/RS têm 10% de desconto nas mensalidades dos cursos preparatórios da FMP. Os preparatórios da FMP são os únicos reconhecidos como oficiais pelo Ministério Público. Valem como comprovação de prática jurídica, exigida para o concurso de promotor. O quadro de professores é composto por membros do próprio MP, entre outros profissionais de reconhecida experiência. Estudantes do último ano de Direito também são aceitos nos cursos. A grade curricular é dividida em cinco áreas: Direito do Estado, Ciências Penais, Direito Privado, Direito Processual Civil e Direito Processual Penal. Os preparatórios apresentam um novo currículo, revisto e amparado nas modernas atribuições do MP, o que os torna ainda mais atualizados às tendências do concurso.

Com 218 apês, Condomínio IPE surgiu em 1971

De frente para a Ipiranga, o conjunto não conta com elevadores
São três andares, 218 apartamentos (máximo de 16 por andar) de dois, três e quatro dormitórios e seis lojas que estão fechadas. Localizado entre a avenida Ipiranga, a rua Alcebíades Caetano da Silva e a Chile, o Conjunto Residencial Emanuel Domingues foi inaugurado em 1971.
Destinado inicialmente a funcionários públicos, era um projeto do Instituto de Pensionistas do Estado, IPE, que financiava os imóveis pelo esticado prazo de 15 ou 20 anos. Aos poucos, como é natural, passou a ser habitado por um público variado, mas sempre de classe média e, em sua maioria, idosos – no caso dos proprietários. “Já os que alugam são geralmente jovens”, informa Clari Tende, ex-síndica geral e moradora do condomínio há 19 anos.
Anterior ao Felizardo Furtado e ao da Corsan, o Emanuel Domingues não conta com elevadores e nem um sistema permanente de vigilância – que acontece somente à noite, aos finais de semana e nos feriados. Os furtos e roubos, porém, não chegam ainda a ser um problema, apesar da localização junto à avenida, garante a síndica. A infra-estrutura do Residencial é bastante simples: algumas churrasqueiras e uma pequena pracinha para as crianças. Não existem elevadores. Estacionamento existe, mas não em quantidade suficiente.
Erguido em uma época em que o bairro era ainda uma espécie de vila formada por muitas casas de madeiras, terrenos baldios e antigos e pequenos prédios de alvenaria, o Emanuel Domingues (homenagem a um antigo morador do Jardim Botânico, dizem alguns) foi projetado originalmente para ir até a rua Valparaíso (por onde, em 1971, passava o Riacho Ipiranga), o que não aconteceu devido às invasões do local.

Omo e Biotônico Fontoura.

Duas marcas antigas e tradicionais: Biotônico Fontoura e Omo. Resgatamos dois anúncios desses produtos, possivelmente dos anos 40 e 50.
O Biotônico Fontoura é um medicamento fortificante e antianêmico, criado em 1910 pelo farmacêutico brasileiro Cândido Fontoura. Seu slogan inicial era "Ferro para o sangue e fósforo para os músculo e nervos" e seu jingue "Be, á. Bê, e, bé. Bê, i, bi... otônico Fontoura!"
UNILER, UMA DAS MAIORES DO MUNDO
A história da Unilever começa no século XIX, na Inglaterra. William Hesketh Lever – fundador da Empresa que hoje é uma das maiores do mundo na área de alimentos, higiene e beleza – teve uma idéia original e muito bem aceita: dar nome e embalagens individuais aos sabões que fabricava.
Assim nasceu o Sunlight. Numa época em que o sabão era um produto genérico, vendido por peso, ele se tornou um sucesso com seu nome atraente e bela embalagem. Mas claro que não foi só por isso: Sunlight também era mais suave que os outros sabões e protegia as mãos das donas-de-casa.
O sucesso veio rápido e logo a Empresa expandiu sua atuação para outros países. Em 1929, a Lever Brothers ampliou mercados unindo-se a um grupo holandês da área de alimentos. Nascia a Unilever, que no mesmo ano chegaria ao Brasil, com a fundação da Irmãos Lever na cidade de São Paulo. (Assessoria)
* Clique nas imagens para ampliá-las.


* O Laboratório de Mercado de Capitais da PUCRS (Labmec) realiza o "Curso de Análise Técnica". A atividade busca demonstrar como entender o mercado acionário através da análise técnica. O encontro será focado no entendimento das principais ferramentas gráficas existentes, como formações gráficas, suporte e resistência, rastreadores e osciladores de mercado. O curso é voltado aos profissionais liberais, executivos, investidores, professores e estudantes que tenham interesse em iniciar ou que já tenham começado suas operações no mercado financeiro. O ministrante será o professor Fernando Pisa. A aula acontece no próximo sábado, dia 9 de agosto, das 8h às 12h e das 13h às 18h, no Labmec, 7° andar do prédio 50, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). As inscrições podem ser feitas pelo site http://www.labmec.com.br/. Outras informações pelo telefone (51)3320-3500, ramal 7753.
* No dia 21 de agosto os novos alunos serão recebidos pela PUCRS no "Stand Calouros", um ambiente de lazer, troca de experiências e acolhida. A atividade será realizada no Centro de Eventos da Universidade, prédio 41 do Campus Central (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). O "Stand" é um espaço de convivência entre os acadêmicos, onde eles podem esclarecer dúvidas, conversar, realizar atividades de arte e música, jogar e interagir com a comunidade universitária. Na ocasião, os estudantes também receberão um kit (agenda e camiseta). A administração superior da Instituição fará a recepção aos novos alunos nos turnos da manhã e noite, de acordo com escala previamente combinada, seguida por uma apresentação do vídeo institucional da Universidade. As atividades são organizadas pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (Prac), com o apoio das unidades acadêmicas. Informações complementares pelo telefone (51) 3320-3708, site www.pucrs.br/standcalouros e e-mail futuroscalouros@pucrs.br. Os calouros que não retiraram seu kit durante o "Stand" devem procurá-lo na Prac, sala 109 do prédio 1.
* A PUCRS realiza nesta sexta-feira, dia 8 de agosto o seminário gratuito "Atualização em DST/HIV/AIDS e Controle Social de Políticas Públicas em Saúde pelos Terreiros". A atividade é destinada a representantes de conselhos de saúde e pesquisadores, lideranças religiosas de terreiros, militantes de movimentos sociais negros, gestores e trabalhadores em saúde. O evento é promovido pelo Grupo de Pesquisa Processos e Organizações dos Pequenos Grupos, da Faculdade de Psicologia da PUCRS, em parceria com a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde / Núcleo-RS e a Comunidade Terreiro Ilê Axé Iyemonjá Omi Olodo.
O encontro acontece no auditório do 9º andar prédio 11, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). As vagas são limitadas e a inscrição deve ser feita pelo e-mail nedio.seminotti@pucrs.br. Outras informações pelo telefone (51) 3320-3500, ramal 7747.
* A Faculdade de Biociências da PUCRS recebe inscrições para o curso de extensão "Educação Sexual na Escola: (re)visitando aspectos da biologia e focando questões polêmicas". A atividade busca abrir um espaço para discutir e refletir sobre questões da sexualidade na escola, rever aspectos da biologia, propondo metodologias e recursos para esse trabalho. É dirigido a educadores e acadêmicos e aberto a toda comunidade escolar. As aulas têm início no dia 15 agosto e serão realizadas às sextas-feiras, das 18h45min às 22h, e aos sábados, entre 8h30min e 11h30min, na sala 603 do prédio 12, no Campus Central da Instituição (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Entre as atividades estão previstas leituras, filmes, jogos e debates. Inscrições e informações complementares por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex), sala 201 do prédio 40, ou pelo telefone (51) 3320-3680.
* O Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Direito da PUCRS está com inscrições abertas, até 25 de agosto, para o Curso de Especialização em Direito e Cultura Indígena. A atividade, destinada a profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, tem como objetivo proporcionar uma compreensão sobre a cultura e as formas de contato existentes entre as populações indígenas e outros povos, além de criar um foro permanente de estudo e discussão para oferecer soluções aos problemas enfrentados pelos índios nos mais diversos setores. O curso foi idealizado por Édison Hüttner, coordenador do Núcleo de Cultura Indígena. Os encontros serão realizados às sextas-feiras (tarde e noite) e aos sábados (manhã), com início previsto para 5 de setembro. Outras informações pelo telefone (51) 3320-3537, pelo site www.pucrs.br/direito/pos/especializacaoculturaindigena ou e-mail mestradodir@pucrs.br.
* Nesta quarta-feira, 6 de agosto, a PUCRS recebeu o acervo do arquiteto alemão Theodor Alexander Josef Wiederspahn, notabilizado por obras como o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Edifício Ely (Tumelero), Casa de Cultura Mario Quintana e Memorial do Rio Grande do Sul, todos no Centro de Porto Alegre. Alemão, Wiederspahn migrou para o Brasil no início do século XX. No acervo há 687 pastas com projetos e estudos, além de desenhos e aquarelas feitos pelo arquiteto. O coordenador-geral do Delfos, professor Luiz Antonio de Assis Brasil, destacou que a Universidade recebe o material como um bem precioso, que transcende a arquitetura e atinge a cultura do Rio Grande do Sul e do País. "Nós contamos com o privilégio de ter esse arquiteto aqui em nosso Estado. Esse acervo está no melhor lugar onde poderia estar." A assinatura do contrato de cessão do material para a PUCRS ocorreu no Salão Nobre da Reitoria. O Reitor Joaquim Clotet recebeu os familiares do arquiteto. Estiveram presentes, ainda, os diretores das Faculdades de Arquitetura e Urbanismo, Paulo Regal, e de Filosofia e Ciências Humanas, Draiton Gonzaga de Souza, além do diretor da Biblioteca Central, César Mazzillo, e de Günter Weimer, professor convidado do pós-graduação da Arquitetura, que escreveu a biografia de Wiedespahn, a ser lançada na Feira do Livro de Porto Alegre deste ano. Depois da cerimônia, os participantes conhecerem o Delfos - Espaço de Documentação e Memória Cultural, no 7º andar da Biblioteca Central Irmão José Otão, que guardará os acervos da PUCRS e será inaugurado em dezembro. Vera Maria Lütz Uber, neta de Wiederspahn, teve uma surpresa agradável. "Ouvi falar do local, mas está acima das expectativas da família", comentou, com a concordância da irmã Marion Lütz Kroeff. Elas também enfatizaram o fato de o material ficar disponível para consulta. Assis Brasil, e a coordenadora executiva do Delfos, Alice Moreira, apresentaram o espaço e o trabalho desenvolvido pela Faculdade de Letras e Biblioteca, com a participação de 17 alunos (contando somente os da PUCRS).

quarta-feira, agosto 06, 2008

Condomínio da Corsan é um dos mais antigos


Mais antigo do que o conjunto Felizardo Furtado, o Condomínio Conjunto Habitacional dos Servidores da CORSAN foi inaugurado em maio de 1974. São três prédios, totalizando 319 apartamentos de um e dois dormitórios, além de um salão de festas, uma churrasqueira, uma quadra de esportes, uma pracinha e uma construção destinada ao setor administrativo.
Entre a Itaboraí e a Felizardo, vizinhando com a Praça Nações Unidas, com oito andares cada, as três construções chamam a atenção de quem passa. Boa parte dos atuais moradores – cerca de 1200 pessoas - estão aqui desde os primeiros anos, como é o caso da síndica-geral (não existem síndicos por prédios), Inajara Silveira.

“Vim para cá em julho de 1974. Lembro que foi feita uma coooperativa dos funcionários da Corsan, que começaram a pagar as prestações dois anos antes, quando do lançamento. Eu comprei o meu de um deles”, recorda ela. “Eles vendiam na planta”.

A construtora responsável era a Gus Livonius, a mesma que fez o condomínio da Felizardo e que hoje, ao que tudo indica, não está mais operando no mercado. Quanto aos terrenos, pertenciam então ao senhor Pedro Pieretti – tradicional família do bairro.

ESTUDANTES – Em estilo antigo, cercado, sólido, com janelas de madeira, pintadas de verde, o Condomínio é formado, basicamente, por proprietários dos imóveis – cerca de 60 ou 70% dos moradores. Estes, em sua maioria, são pessoas de certa idade, “gente que chegou e foi envelhecendo aqui”, informa Inajara, moradora do Jardim Botânico há 40 anos.

Ela recorda que por essa época, metade dos anos setenta, onde hoje está o Supermercado Gecepel havia o Supermercado Dalmás. Na volta, dos comerciantes, lembra do seu Alécio, do seu Camilo, do seu filho Zeca, da Padaria da Esquina com a Barão, da Farmácia Ideal, da Léa”. Habitação tipicamente de classe média, o Condomínio tem alterado o seu perfil nos últimos anos, revela Inajara Silveira.

“Noto que temos muitos estudantes, muitos deles vindos do interior, que alugam os apartamentos entre três ou quatro. Há também gente do interior que compra para os filhos”, afirma.

Mesmo assim, não há maiores problemas de violência ou confusão entre os moradores, grande parte dos quais se conhece e se cumprimenta. Algumas câmeras de vigilância estão instaladas em pontos estratégicos (mas não nos elevadores) e foi contratada uma empresa especializada nisso – a Dielo.

Outra antiga moradora é dona Vírginia Odiva dos Santos, secretária da administração que está aqui desde os anos oitenta. Segundo ela, a procura pelos apartamentos do conjunto é muito superior à oferta, tanto que, hoje, praticamente não resta nenhum que não esteja ocupado. “Com a chegada do Bourbon, valorizou muito”.

A valorização só não é maior pelo fato de só existirem 85 boxes de estacionamento de veículos, o que obriga muitos moradores a deixarem seus carros em estacionamentos pagos situados nas imediações.

O dia de 1938 em que os marcianos chegaram

Welles: a brincadeira do diretor de "Citizen Kane" causou um tremendo pânico.

Além de ator e cineasta genial, Orson Welles protagonizou um dos mais conhecidos episódios de pânico coletivo já registrados nos Estados Unidos.
Foi em 1938, 30 de outubro, data que, nos EUA, é uma espécie de primeiro de abril brasileiro - o dia dos bobos, das brincadeiras e dos trotes. No caso, levava-se ao ar a adaptação do famoso livro de H. G. Wells, The War of the Worlds, "A Guerra dos Mundos", publicado no ano de 1989 e um dos clássicos dos primórdios da ficção científica, narrando a invasão da Terra por seres alienígenas - marcianos, no caso.
Na época acreditava-se na existência de uma civilização marciana e nos famosos "canais" do planeta vermelho. Nesse dia, por volta das 8 horas da noite, a emissora Columbia Broadcasting System, CBS, de Nova Iorque, passou a transmitir ao vivo a adaptação do romance encenada no The Mercury Theatre. Super-realista, muito bem feita, a peça - uma adaptação de Howard Koch - foi tida como um fato verdadeiro, embora vários avisos, antecedendo o programa e mesmo ao longo deste, avisassem que aquilo era apenas ficção. Não adiantou: mal o "Theatre Mercy" iniciou a sua introdução padronizada, tocando músicas de dança, muito ouvidas em hotéis e salões de baile, a música cessou e entrou a voz de um locutor: "Senhoras e senhores, interrompemos a nossa programação de dança para um boletim especial da Intercontinental Rádios News. Aos 20 minutos para as 8 horas, o professor Farrel, do Observatório do Monte Jennings, em Chicago, comunicou haver observado uma série de explosões de gás incandescente a intervalos regulares no planeta Marte. O espectroscópio indica que o gás é hidrogênio e se dirige para a Terra com fantástica velocidade (...)"
Minutos depois, a música seria interrompida novamente para outros boletins, dando conta de que o Governo norte-americano havia solicitado aos observatórios que vigiassem Marte, uma vez que um astrônomo canadense havia confirmado as explosões iniciais e que um abalo, "quase da intensidade de um terremoto", havia ocorrido perto de Princeton. Em breve, as informações se tornaram mais alarmantes: "Informa-se que um enorme objeto flamejante, possivelmente um meteorito, caiu numa fazenda nas vizinhanças do Grovers Mill, Nova Jersey. O rastro de luz no céu foi visto num raio de centenas de quilômetros, e o impacto foi ouvido em Elisabeth, muito ao norte".
O pânico começou a se instalar entre ou ouvintes, que julgavam tratar-se de autênticos boletins jornalísticos, tanto que várias pessoas pegaram seus automóveis e saíram a procurar o local da queda, incluindo aí o próprio diretor do Departamento de Geologia da Universidade de Princeton. O próximo informe era ainda mais alarmante: "O flamejante objeto que caiu do céu não era meteorito, mas um enorme cilindro de 30 metros de diâmetro, semi-enterrado numa cratera. O professor assegura que o cilindro é, positivamente, extraterrestre".
Quando isso foi levado ao ar, os telefones da polícia e dos jornais de inúmeras cidades começaram a estrilar histéricamente, com multidões apavoradas perguntando se aquela história era verdadeira - só o Times recebeu 875 chamadas. O mesmo aconteceu com o escritório da Associated Press de Kansas City. As ligações vinham de diferentes cantos do país - Los Angeles, Salt Lake City, do Texas. Algumas pessoas asseguravam ter visto as chamas e um velhinho, vestindo apenas pijama, correu para a casa do vizinho, dizendo "não querer morrer sozinho."
Em bando, congestionando todas as vias de saída da cidade, os nova-iorquinos amontoavam-se em seus carros para fugir da "invasão marciana". Alguns homens se ofereceram para lutar e "expulsar" o invasor e uma mulher tentou o suicídio ingerindo veneno - só não conseguiu pois o marido conseguiu tomar-lhe os comprimidos das mãos. Em algumas localidades do Alabama o povo se reuniu para rezar e centenas de médicos e enfermeiros se apresentavam para prestar serviços. Pessoas com crises nervosas, muitas delas em estado de choque, baixavam os hospitais - somente na localidade de Newark foram 15.
Nessas alturas o monstro marciano já tinha mostrado a sua cara e já fazia estragos incríveis. Conforme o programa "a batalha que teve lugar esta noite terminou com a nossa derrota (era a voz de um capital do Exército) (...) Sete mil homens esmagados pelos pés de metal do monstro ou reduzidos a cinzas pelo raio quente. (...) O monstro domina a parte central de Nova Jersey (...) As estrada para o norte, para o sul e para o oeste estão congestionadas pelo tráfego humano".
O invasor marciano era mesmo de aparência apavorante - uma espécie de serpente cinzenta, se arrastando sobre tentáculos, a boca em forma de V, "com as salivas pingando dos lábios sem borda, que parecem tremer e pulsar."
Orson Welles, apesar de já conhecido em seu País, ganhou notoriedade mundial com o episódio da "invasão dos marcianos". Ele contava apenas 28 anos de idade e ainda não havia feito o seu célebre filme - Cidadão Kane, de 1941. De qualquer forma a "invasão alienígena" de 1938 mostrou a que ponto as pessoas são influenciáveis e, de certa forma, como isso é contagioso. (Pesquisa: Conselheiro X.)

* O Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Letras da PUCRS (Fale) promove o "1º Colóquio Lingüística & Literatura". A atividade tem como objetivo divulgar os trabalhos feitos pelos estudantes do programa de pós-graduação, incentivar futuras pesquisas nas áreas da lingüística e da literatura e promover a integração de universitários da graduação com os alunos da pós-graduação. O encontro é aberto ao público e acontece de 11 a 14 de agosto, das 9h às 17h. As inscrições são gratuitas, mediante doação de um livro infanto-juvenil, e podem ser feitas até sexta-feira, dia 8 de agosto, na secretaria da Fale, 4º andar do prédio 8, no Campus Central da PUCRS (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Os livros serão doados a uma escola ou instituição que será escolhida pelo grupo. Outras informações pelo telefone (51) 3320-3676 ou pelo site www.pucrs.br/fale.
* O Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG) realiza nesta quinta-feira, 7 de agosto, a palestra gratuita "Demência e Envelhecimento", ministrada pelo médico geriatra Cesar Diogo. O encontro tem vagas limitadas e será realizado das 11h às 12h na sala 2 do IGG, 3º andar do Hospital São Lucas, no Campus Central da Universidade (avenida Ipiranga, 6690 - Porto Alegre). Outras informações e inscrições pelo telefone (51) 3336-8153.
* A Faculdade de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia da PUCRS (Faenfi) realiza o "Curso de Extensão de Primeiros Socorros". A atividade tem como objetivo disponibilizar treinamento básico nas Paradas Cardiorrespiratórias (PCR), cuidados de emergência, prevenção de acidentes, entre outros. As aulas ocorrem de 12 a 27 de agosto, nas terças e quartas-feiras, das 18h30min às 22h30min. As inscrições podem ser feitas na Pró-Reitoria de Extensão, sala 201 do prédio 40, no Campus Central da PUCRS (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Outras informações pelo telefone (51) 3320-3680.
* A Faculdade de Direito da PUCRS, através do Departamento de Direito Público, promove a 10ª edição do "Grupo de Estudos e Pesquisa em Direito Internacional Econômico". Os encontros, que acontecem de 23 de agosto até 29 de novembro, são coordenados pelos professores Ricardo Koboldt de Araújo e Guilherme Pederneiras Jaeger. O objetivo é ressaltar no meio acadêmico a análise e discussão de questões do direito internacional público e privado, vinculadas à economia mundial. A atividade será dividida em três módulos: O Direito do comércio internacional, Os contratos internacionais e Os investimentos internacionais. As aulas acontecerão aos sábados, das 9h às 12h. As inscrições podem ser feitas na Pró-Reitoria de Extensão (Proex), sala 201 do prédio 40, no Campus Central da PUCRS (avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). Outras informações pelo telefone (51) 3320-3680 ou pelo site www.pucrs.br/cursoseeventos.
* O Instituto de Cultura Musical da PUCRS (ICM), em parceria com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), promove o projeto "Repensar a Vida". A proposta é executar ações de tratamento penal, inclusão social e cidadania por meio da música. A atividade inclui a formação e execução de oficinas de música aos apenados dos diversos regimes e, também, atividades com os que cumprem pena alternativa de limitação de final de semana, além da criação de um coral. O projeto será inaugurado com a apresentação da Camerata da Orquestra Filarmônica da Universidade aos apenados no dia 6 de agosto, às 15h30min, no Auditório do Presídio Central de Porto Alegre. O concerto, em homenagem ao Dia dos Pais, vai inaugurar uma grande, criativa e ousada parceria, promovida por entidades que acreditam na música como elemento transformador do ser humano. Serão executadas as músicas "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, "Amigo", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, "Pai", de Fabio Junior, "Eu sei que vou te amar", de Vinicius de Morais e Tom Jobim, "Guri", de Cesar Passarinho, "Vento Negro", de José Fogaça, e "Amigos para sempre", de A. Lloyd Weber. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3582.

terça-feira, agosto 05, 2008

O significado dos nomes das ruas do JB

Rua 18 de Setembro: nesse dia nasceu Greta Garbo - que não lutou na Guerra do Paraguai...

O Jardim Botânico tem ruas com nomes sonoros e expressivos - Chile, Buenos Aires, Valparaíso, Itaboraí, Barão do Amazonas etc. Veja abaixo o significado de algumas delas, onde muitos de vocês residem ou trabalham.
A rua 18 de Setembro, aquela ao lado do Bourbon e onde está a churrascaria do 35 CTG, homenageia a rendição dos inimigos na Guerra do Paraguai.

BARÃO DO AMAZONAS – Rua que atravessa os bairros Petrópolis e Partenon. Começa na Protásio e acaba na Paulino Azurenha, com mais de 3 km de extensão. Na Planta Municipal de 1916, convergiam para a atual Bento Gonçalves duas pequenas vias, que eram então novas e de pequena extensão: a própria Barão, vinda dos lados do Arroio Dilúvio, e a avenida Esmeralda, que subia até a meia encosta do morro de Santo Antonio.
Até a década de 30 essa duplicidade de nomes continuou. Com a unificação, pela lei de 6.7.1936, mudou-se a denominação de avenida Esmeralda para Barão do Amazonas. Com o desenvolvimento de Petrópolis, esta rua prolongou-se até a Protásio Alves e, no sentido oposto, do Partenon, subiu o morro e superou a crista, descendo no rumo da Glória, até se encontrar com a Paulino Azurenha. O nome é uma homenagem ao Almirante Francisco Manoel Barroso, o Barão do Amazonas, herói da Batalha do Riachuelo, quando, ousadamente, mandou seu frota chocar-se contra as naves inimigas, afundando-as. A Batalha praticamente decidiu a guerra. A sua - a nave capitânea - se chamava "Amazonas". Para homenageá-lo, o governo imperial concedeu-lhe o título de Barão do Amazonas.

GUILHERME ALVES - Atravessa os bairros Jardim Botânico e Partenon. Começa na Ferreira Viana, passa pela Ipiranga e acaba na rua Mario de Artagão, Partenon. Aparece na planta de 1916 com o nome de rua Progresso. Pela lei número 2, de 6.7.1936, ganhou a denominação atual. Guilherme Alves, para quem não sabe (e poucos sabem), foi o primeiro construtor dos grandes e modernos trapiches na rua 7 de Setembro, no centro de Porto Alegre, aqueles mesmos armazéns que mais tarde passaram a ser propriedade da Cia Costeira. Graças à sua iniciativa, foram construídas várias edificações residenciais no Partenon, precisamente na atual rua Guilherme Alves, que ele organizou e construiu. O progresso da rua foi vindo aos poucos. Na planta de 1928, era apenas um logradouro do Partenon, sem ter ainda ultrapassado o Arroio. Na planta de 1949 já se achava plenamente instalada no Jardim Botânico.

FELIZARDO - Jorge Godofredo Felizardo nasceu em 9.11.1901, em Porto Alegre, e faleceu em primeiro de fevereiro de 1966. Foi engenheiro agrônomo, professor catedrático de Zoologia da Faculdade de Agronomia da URGS e do curso de História Natural da Faculdade de Filosofia da PUC, além de alto funcionário da Secretaria de Agricultura. Foi ainda genealogista e membro do Instituto Histórico e Geográfico do RS.

18 DE SETEMBRO – A data marca a rendição do Paraguai, na Guerra do Paraguai, quando forças paraguaias, cercadas pelo exército brasileiro, em Uruguaiana, se renderam sem condições. Dezenove anos depois, para comemorar o fato, foram libertados todos os escravos existentes na cidade. Conforme os registros da História, no dia 18 de Setembro aconteceu também, em diferentes anos, os seguintes feitos: o brasileiro Amyr Klink completa, em 1984, a travessia do oceano Atlântico em um caíque, sua primeira de muitas proezas; o governo militar senciona a Lei de Segurança Nacional, em 1969, prevendo inclusive pena de morte, prisão perpétua e banimento; em 1946, a teceira constituinte brasileira promulga a Constituição Brasileira. É também o Dia dos Símbolos Nacionais, Dia do Perdão. Santos do dia: José de Copertino, Metódio de Olimpo, Ricarda. Curiosidades: em 18 de setembro de 1950 entrou no ar a TV Tupi, de São Paulo, dando início à Era da TV no Brasil. Só havia tevê então em quatro países: EUA, Inglaterra, Holanda e França. Nasce Greta Garbo, em 1905. É também o dia da fundação da Central Inteligency Agency, CIA, em 1947, e da fundação do jornal New York Times, em 1851. O Chile comemora sua Independência neste dia, no ano de 1818.