sexta-feira, maio 02, 2008

As vítimas da chuva e da pressa

É sexta-feira e chove em Porto Alegre. Chuva miúda e persistente, tempo fechado, muitas nuvens. Ou seja, tempo ruim para motoqueiros e motoristas em geral. Imagino que, neste momento, a Terceira Perimetral tenha várias poças de águas e, como sempre, alguns acidentes. Para quem não sabe, o trecho campeão de acidentes na Capital é a esquina da Salvador França com a Ipiranga, tanto no lado de lá como no de cá. Isso é estatístico, diz a Prefeitura: o local superou a esquina da Silva Só como a Ipiranga em número de acidentes. Culpa, geralmente, dos próprios motoristas, quase todos apressadinhos, que não respeitam quando dá o sinal vermelho e não têm nenhuma consideração pelo amarelo. Como é cruzamento, dá no que dá. Os donos de guinchos fazem a festa.
Via expressa, a Terceira Perimetral é, hoje, um amontoado de sinaleiras, muitas delas sem nenhum sentido. Ali, próximo ao Fome Zero (do nosso amigo André), há duas em uma distância de pouco mais de 50 metros. Afinal, prá que simplificar, se dá para complicar? Acho que esse Perimetral deveria ser repensada em muitos pontos.
Lembro de quando a Salvador tinha apenas duas pistas de um asfalto mal conservado, uma pista de ida, outra de vinda, além de muitas casinhas de madeira que estão sumindo para dar lugar a novos empreendimentos comerciais e imobiliários. Naquela época os alagamentos eram constantes e as margens, um barral só. Veio a super obra, o fluxo de veículos se multiplicou e os motoristas porto-alegrenses continuam os mesmos: os mais abusados do Brasil, tanto que nunca respeitam a faixa de pedestre.
Vejam o caso do Bourbon, na rua Guilherme Alves. Eles simplesmente não deixam os pedestres passarem, na entrada do estacionamento, embora haja uma faixa de segurança ali, já bastante desbotada.
Bom, a previsão é de que este final de semana seja assim, chuvoso e cinzento. Segunda-feira, com certeza, as seguradoras de automóveis terão contabilizado um bom número de casos de abalroamento e as tele-entregas registrarão inúmeras derrapadas que acabarão com ossos quebrados em algum leito do hospital de Pronto Socorro. (Conselheiro X.)

segunda-feira, abril 28, 2008

Pobre avenida Ipiranga

Que a mendicância, os maiores e menores de rua, os pedintes, os saltimbancos e os "mágicos das laranjas" (aqueles que ficam nas sinaleiras, tentando fazer toscas acrobacias com as mãos, em troca de algum dinheirinho) estão aumentando em toda a Porto Alegre, ninguém duvida.
Porém, de uns tempos para cá, a avenida Ipiranga - uma das principais vias da Capital - tem sido o cenário crescente e talvez mais visível desse fenômeno.
Especialmente nas esquinas com a Guilherme Alves, a Barão do Amazonas e a Salvador França, eles proliferam como nunca. O problema da avenida Salvador França, leia-se Terceira Perimetral, já é bem conhecido e há muito comentado. A garotada (nem tão garotada assim, boa parte veteranos achacadores), fica lá, esperando fechar o sinal, para pular em cima dos motoristas com uma voracidade de dar inveja a um cachorro pit-bull. Os motoras, na defensiva, constrangidos e até amedrontados, fecham antecipadamente os vidros e torcem para que o sinal verde venha de uma vez.
A questão está ficando pior na Guilherme (defronte ao shopping Bourbon e também nas suas cercanias) e na Barão. Sobre a ponte do riacho, eles armaram um verdadeiro acampamento feito de jornais, madeira e toda sorte de detritos. A sujeira que lá fica é enorme e a paisagem, deprimente. Os próprios transeuntes e moradores do Jardim Botânico e do Partenon não gostam de passar nesses trechos.
Alguns apontam o pessoal da vila Cachorro Sentado, no lado do Partenon, como protagonista dessa história. Não sei se isso confere ou não, e se há ou não solução para o caso. Sei apenas que o fato é digno de registro. Será o "progresso à brasileira" nestes tempos em que, dizem, está havendo um avanço nas condições de vida do povão? (Conselheiro X.)

Quase reta e sempre plana, a avenida Ipiranga não merece ser matratada. Nesta foto, nas proximidades da PUC, esta charmosa ponte de madeira, contruída pela Prefeitura não faz muito, faz a ligação com o bairro Partenon.