sexta-feira, junho 21, 2019

Aniversariantes do dia 21 de Junho

Jean-Paul Sartre (Fal. 1980) faria 114 anos.

Nelson Gonçalves (fal. 1998) faria 100 anos.

Françoise Sagan (Fal. 2004) faria 84.

Jane Russel (Fal. 2011) faria 98.

Juliette Lewis faz 46.

Eduardo Suplicy faz 78.

E no dia de hoje, em 2004, faleceu Leonel Brizola.

Carlos Nobre, o humorista gaúcho que deixou saudades

José Evaristo Villalobos Júnior - mais conhecido como Carlos Nobre - faleceu no dia 16 de dezembro de 1985 e deixou saudades em quem tem hoje mais de meio século de vida. Natural de Guaíba, Nobre foi, sem dúvida, o maior humorista gaúcho depois do Barão do Itararé, ou talvez até rivalizasse com ele. Sua página na Zero Hora, sempre com fotos de muitas mulheres bonitas e preferencialmente com pouca roupa, era a mais lida do jornal. Suas tiradas e aforismos hilários misturam o humor gaiato do povo com a crítica social e a sofisticação da inteligência crítica. Por exemplo, nada mais atual do que esta, de um humor amargo: "Já está na hora do Brasil voltar a brincar de "pega ladrão". 
Nesta reprodução da Revista do Globo, de abril de 1961, Nobre aparece assinando o contrato de sua renovação com a Rádio Gaúcha, já que era um humorista completo, de jornal, rádio e televisão. 

Maníaco do Parque mantinha um diário e foi transformado em celebridade brasileira

REPUBLICAÇÃO (original: 24 DE SETEMBRO DE 2008)



O nome dele é Francisco de Assis Pereira e tinha 30 anos quando se tornou conhecido como o "Maníaco do Parque". Francisco foi preso na cidade de Itaqui, no Rio Grande do Sul, acusado de ter assassinado oito mulheres em São Paulo. Condenado, cumpre pena e até se casou na cadeia.O caso do Maníaco do Parque foi um dos mais comentados, senão o mais, do ano de 1998. Foragido durante 23 dias, ele foi reconhecido por pescadores, em Itaqui, para onde havia viajado, usando documentos falsos.
Os crimes, que aconteciam no Parque do Estado, na capital paulista, desafiavam a polícia: no local foram encontrados os corpos das mulheres, que ele estuprava, enforcava e roubava e depois largava, mortas, em clareiras de uma das maiores áreas verdes de SP.À polícia informou terem sido, na realidade, nove vítimas, e falou do seu "lado negro":"Eu tenho um lado ruim dentro de mim. É uma coisa feia, perversa, que eu não consigo controlar. Tenho pesadelos, sonho com coisas terríveis. Acordo todo suado. Tinha noite em que não saía de casa porque sabia que na rua ia querer fazer de novo, não ia me segurar. Deito e rezo, pra tentar me controlar."
Os atos de Francisco ganharam as manchetes em 12 de julho de 1998, quando os jornais publicaram o primeiro retrato falado do maníaco. No mesmo dia, a manicure Selma Rodrigues Goes, 35 anos, afirmou ter visto uma fumaça saindo de dentro da empresa J.R. Express, na rua Alcântara Machado, em São Paulo. O morador do local era ele: Francisco de Assis Pereira, o único funcionário que trabalhava e dormia na empresa.
Ao chegar ao trabalho, o empresário Jorge Sant' Ana, o patrão, encontrou um bilhete sobre a mesa, com um recorte do jornal em que havia o retrato falado. No bilhete, Francisco lamentava ter ido embora e pedia desculpas pela partida. No mesmo dia o empresário percebeu que havia algo de errado com o vaso sanitário da empresa. No conserto foi encontrado um bolo de papéis queimados, que entupira o esgoto. Junto, estava a carteira de identidade de Selma Ferreira Queiroz, uma das vítimas. 
Alguns dias depois, a estudante Sara Adriana Ferreira reconheceu na polícia a voz do homem que, no dia 4 de julho, telefonou para a sua casa, na cidade de Cotia, exigindo mil reais pela libertação de sua irmã Selma. Ela identificou a voz ao ver uma entrevista que Francisco havia dado a uma rede de televisão, em 1994, sobre um grupo de patinadores noturnos: era ele. Todas as mulheres mortas foram namoradas ou se relacionaram com o maníaco, um motoboy que adorava patinação, usava roupas coloridas, era jovial e alegre e, segundo alguns mulheres, era também carinhoso e brincalhão. O tipo comum, que não desperta desconfianças e com quem pode se puxar conversa no elevador.
Ao fugir, Francisco passou pela Argentina e voltou ao Brasil. Em Itaqui, RS, na fronteira com a Argentina, chegou a frequentar missas e se tornou familiar aos pescadores do rio Uruguai, que logo desconfiaram dele e imediatamente o associaram ao retrato falado que saía na televisão. Por outro lado, o motoboy era popular no Parque do Ibirapuera, onde costumava fazer malabarismos sobre patins, esporte que ele dominava e ensinava a outras pessoas. Era querido e respeitado até pelas crianças, que costumavam cercá-lo e falar com ele.
Em depoimento de muitas horas à polícia paulista, o Maníaco do Parque confessou os oito assassinatos e mais um. Também admitiu outros cinco estupros. Foi nesse momentos que falou de seu "lado ruim", de sua "fixação em seios" e contou uma dramática história de relacionamentos, de molestamento sexual na infância, de um ex-patrão, com quem teria um relacionamento homossexual.
O maior caso policial do ano logo se transformou em um grande circo midiático. Um encontro entre Francisco e os pais foi transmitido ao vivo no programa do Ratinho e alcançou 38 pontos no Ibope - quase o mesmo da novela da Globo em horário nobre. Cinco mulheres se apresentaram à polícia identificando o homem que as havia violentado no Parque do Estado - as sobreviventes. Todas indicaram Francisco como o autor.Entre as vítimas fatais do Maníaco, estava Elisângela Francisco da Silva, de 21 anos, cujo corpo foi encontrado no Parque em 28 de junho. Ela estava nua. Paranaense, de família humilde, Elisângela era conhecida pela excessiva timidez e pertencia à igreja Batista e, depois, à igreja Deus é Amor.
Outra, Raquel Rodrigues, de 23 anos, era "uma moça muito ingênua", como diziam suas amigas. Sua família vivia em Gravataí, na grande Porto Alegre. Nos finais de semana, em São Paulo, Raquel costumava frequentar barzinhos com suas amigas e trabalhava como vendedora, no bairro de Pinheiros. No dia da sua morte, telefonou para uma prima, dizendo que conhecera um rapaz e que aceitara posar de modelo para ele. Seu corpo foi encontrado em um matagal do Parque, no dia 16 de janeiro. Outra, Selma Ferreira Queiroz, balconista, ainda não havia completado 18 anos. Desapareceu em uma sexta-feira. No dia seguinte, um homem telefonou para sua irmã, dizendo que ela havia sido sequestrada e exigindo mil reais de resgate. Mas não ligou de volta. O corpo foi encontrado no dia seguinte: ela estava nua, com sinais de estupro e espancamento. Nos ombros, seios e interior das pernas havia marcas de mordidas. Francisco também fazia sexo anal com a maioria de suas vítimas. Ele não usava armas, apenas as mãos. Já Patrícia Gonçalves Marinho, 24 anos, saiu da casa da avó, onde morava, e nunca mais foi vista com vida. Seu corpo só foi encontrado no dia 28 de julho, em uma área erma do Parque do Estado. Morreu por estrangulamento e foi estuprada. Seu sonho era se tornar modelo e, segundos seus conhecidos, tinha uma confiança ingênua nas boas intenções de todo mundo. O Maníaco do Parque mantinha um diário onde falava de suas conquistas amorosas, romances impossíveis e momentos de muita agressividade. Em um desses dias, ele escreveu: "Quando lembro daqueles momentos fico completamente excitado, malvado, carente, as coisas de englobam de uma só vez. (...) Estou procurando uma criança de 12 ou 13 anos que eu possa dominar" (...) Transformado em superestar do Mal, Francisco deu entrevistas coletivas, falou em Deus, em Igreja - uma de suas fixações - e disse aos repórteres: "Eu sou ruim, gente, muito ruim."
Há dez anos trancafiado, Francisco foi um dos mais conhecidos seriall killer do Brasil - um clube que inclui Chico Picadinho, esquartejador, e Marcelo de Andrade, que estuprou e degolou nada menos do que 14 crianças e foi preso no Rio de Janeiro, em 1991.
Condenado a 269 anos de prisão, ele cumprirá, no máximo, 30 anos, como prevê a lei brasileira. (Pesquisa: Conselheiro X.)

quinta-feira, junho 20, 2019

Aniversariantes do dia 20 de Junho

Kadu Moliterno faz 67 anos.

Nicole Kidman faz 52.

Otávio Mesquita faz 60.

Marcos Mion faz 40.

Sonia Abraão faz 61.
Lívia Andrade faz 36.


Futebol eficiente, aplicação, valentia e preparação: o Grêmio é campeão mundial de 1983

Correio do Povo: chamada de página inteira para a transmissão de Tóquio

Um jogo de muita aplicação e pouca inspiração. Assim a revista Veja de 21 de dezembro de 1983 noticiou a conquista, pelo Grêmio Porto-alegrense, do título mundial de clubes disputado em Tóquio, no Japão. A final, de uma só partida, sem interferência da Fifa, se chamava Copa Toyota – em alusão ao patrocinador – e também Copa Intercontinental, por envolver os dois grandes continentes futebolísticos, Europa e América. Em 2017, a entidade reconheceu o Grêmio como legítimo campeão mundial de clubes daquele ano.
Sob o título “Carnaval em dezembro – o Grêmio Ganha o campeonato Mundial de Clubes e brilha na entre-safra do futebol”, a revista semanal de maior circulação do País, destacou o contexto desanimador do futebol brasileiro de então, que vinha da decepcionante derrota da seleção na Copa de 82, disputada na Espanha. “Qual o País que, vivendo uma crise de entressafra como a que estamos atravessando, consegue fazer dois campeões mundiais em apenas três anos?”, perguntava, em tom de desafio, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Giulite Coutinho. Ele se referia não só à conquista do tricolor gaúcho como também, dois anos antes, a do Flamengo, do Rio, que havia se sagrado campeão mundial na capital do Japão ao vencer do Liverpool da Inglaterra por 3 a 0. Desta vez, ao superar o Hamburgo da Alemanha por 2 a 1, o Grêmio de Porto Alegre – ainda segundo Veja – “teve competência suficiente, além de muita valentia, para vencer um adversário que ganhou o campeonato europeu e acaba de ser eleito pela revista inglesa Word Soccer a melhor equipe do ano em todo o mundo”. O Hamburgo havia sido campeão da Liga dos campeões da UEFA ao vencer a Juventus de Turim por 1 a 0. O Grêmio, por sua vez, conquistara pela primeira vez a Libertadores ao bater o Penharol de Montevidéu, no Olímpico Monumental, por 2 a 1 no segundo jogo.
Veja apontava que “sempre exigentes, torcedores de outros clubes lamentaram a falta de grandes jogadas e toques mágicos ao longo de uma partida transmitida pela TV para milhões de espectadores em todo o planeta”, para em seguida ressaltar a apoteose que foi a chegada da delegação tricolor à capital gaúcha: “Os gremistas não tinham do que se queixar: fiéis ao código das paixões do futebol, eles improvisaram um carnaval em dezembro para festejar, em Porto Alegre, o mais luminoso título já alcançado em toda a história do clube”. Traçando uma analogia do futebol eficiente do Grêmio no Japão, no dia 11 de dezembro, com o da seleção canarinho que brilhou na Espanha, mas não chegou ao título ao perder para a Itália no estádio de Sarriá, em Barcelona, a 5 de julho de 82, a revista sentenciou: “De que adianta formar um time de artistas se a vitória não viera?”
O feito do Grêmio, 35 anos atrás, tinha também explicações extra-campo, como destacou a publicação da Editora Abril, ao referir-se à minuciosa preparação do escrete tricolor e à custosa – para a época – infraestrutura que precedeu o confronto no Estádio Nacional de Tóquio: “Até que o zagueiro uruguaio Hugo de León, capitão do Grêmio, pudesse levantar a taça em Tóquio, o time gaúcho teve de cumprir uma dura, demorada trajetória, durante a qual se viu compelido a mexer no time e nos cofres. O atacante Tita, por exemplo, um dos heróis da conquista da Libertadores da América, em julho, foi requisitado pelo Flamengo, que o emprestara ao Grêmio, e abriu vaga para o veterano Paulo César Caju, responsável por uma bisonha atuação no jogo de Tóquio.
A preparação do Grêmio para a decisão em Tóquio havia durado quatro meses, com um gasto de mais de 300 mil dólares, pagos pelos patrocinadores japoneses, e incluía concentrar os jogadores em uma estância climática em Gramado, importar teipes das partidas do Hamburgo e fretar um avião para levar 300 pessoas ao Japão.
Veja aproveitou a ocasião para entrevistar um gremista ilustre que, já longe do poder, pouco falava com a imprensa – o ex-presidente brasileiro, general Emílio Garrastazzu Médici, então com 78 anos. Médici interrompeu o seu retiro de verão em Dom Pedrito, na campanha gaúcha, para seguir de carro, em companhia da mulher, até Porto Alegre, onde, segundo explicou, a televisão pegava bem melhor do que em sua fazenda. Gremista fiel, o general torcia também pelo Flamengo, e pelo São Paulo, que naquele ano havia perdido o título estadual para o Corinthians. Feliz e aliviado, Médici considerou que “o jogo foi muito duro, emocionante durante todo o tempo”, especialmente na prorrogação. Mas comemorou: “Também não é brincadeira, o Grêmio é campeão do mundo!”. E ainda alfinetou a torcida colorada: “O Inter só é campeão gaúcho porque o Grêmio preferiu se poupar para o título mundial.” Para o ex-presidente do regime militar, o Grêmio já tivera times melhores: “O dos últimos anos, por sinal, eram superiores ao atual”.
Com a taça de campeão mundial de clubes nas mãos, uma comitiva gremista seguiu para Brasília no dia 29 de dezembro de 1983 a fim de mostrar ao então presidente João Batista Figueiredo e ao chefe da casa civil da presidência da República e conselheiro do Grêmio, Leitão de Abreu, o troféu conquistado no Oriente. Estavam lá o novo presidente, Alberto Galia, o recém saído Fábio Koff, o patrono Fernando Kroeff e o presidente do conselho deliberativo, Flávio Obino, além de Pajheu Macedo Silva e Pedro da Silva Pereira. (Pesquisa e texto: Vitor Minas)

quarta-feira, junho 19, 2019

Aniversariantes do dia 19 de Junho

Chico Buarque de Hollanda faz 75.


Letícia Spiller faz 46.

Daniel de Oliveira faz 42.

Kathleen Turner faz 65.

Sidney Magal faz 66.

Daniel Hypólito faz 33.s

Gildo de Freitas (Fal. 1982) faria 100 anos.

Moça de 25 anos recebe palmatórias do sargento baiano por usar minissaia: 1970.

A mini-saia, quando surgiu, causou escândalos e trouxe sérios problemas às mulheres que ousavam adotar essa nova moda surgida na Inglaterra e que depois se espalhou pelo mundo, na onda dos movimentos  feministas e libertários daqueles anos sessenta.
Contraditoriamente, muitos países - incluindo o Brasil - viviam regimes políticos fechados e repressivos, o que satanizava ainda mais o costume generoso de mostrar as pernas, bonitas ou não. Em julho de 1970, quando os militares e a guerrilha de esquerda se digladiavam, com assassinatos, torturas, da parte do governo, e sequestros de aviões e assaltos a bancos por parte da extrema esquerda - tudo isso em meio à euforia pela conquista do tricampeonato mundial de seleções, no México - aconteciam coisas como a noticiada acima, pelo jornal Correio do Povo, de Porto Alegre: em Ipira, no interior da Bahia, um sargento da PM aplicou palmatória em uma moça de 25 anos, pelo fato de usar simplesmente a diminuta peça. "Quem usa roupa de deixar as pernas de fora é mulher de vida fácil", justificou a "autoridade".
Ronaldo, em A Charge Online.

terça-feira, junho 18, 2019

Aniversariantes do dia 18 de Junho

Fernando Henrique Cardoso faz 88 anos.

Paul McCartney faz 77.

Maria Bethânia faz 73.

Marcelo Moreno faz 32.

Celly Campello (Fal. 2003) faria 77.

Fernanda Souza faz 35.

Hélio de la Peña faz 60.

Sérgio Ricardo faz 87.

Lúcio Mauro Filho faz 45.
Isabella Rossellini faz 67.

Ludmila Dayer faz 36.




A vitória, em 1970, de Émerson Fittipaldi no autódromo de Tarumã, em Viamão, RS



Um dos mais importantes circuitos de corridas de veículos automotores do Brasil, o autódromo internacional de Tarumã, no município de Viamão, na Grande Porto Alegre, foi inaugurado em 8 de novembro de 1970. Admininistrado pelo Automóvel Clube Rio Grande do Sul, destacando-se pela característica da alta velocidade nos seus 3 quilômetros de pista, nele correram grandes nomes do automobilismo brasileiro, incluindo - em janeiro de 1971 - o futuro bicampeão mundial de Fórmula 1, o paulista Emerson Fittipaldi, que também seria campeão na Fórmula Indi norte-americana. Emerson veio, viu e venceu - e até com grande facilidade, como noticiou o Correio do Povo (reprodução). No ano seguinte, 1972, o precursor e desbravador do grande sucesso mundial dos nossos pillotos (ao lado de Chico Landi) seria campeão mundial de Fórmula 1. Emerson e sua família, diga-se, sempre tiveram uma grande ligação com o Rio Grande do Sul, onde participaram de diversas disputas nos anos 60, quando o automobilismo gaúcho vivia bons momentos, dando seguimento a um histórico de décadas de vanguardismo no setor de corridas.
Note-se que, na reprodução do anúncio da transmissão da Rádio Guaíba, o locutor anunciado é Pedro Carneiro Pereira, também corredor e que, três anos depois, no dia 21 de outubro de 1973, morreria em um trágico acidente no mesmo circuito de Tarumã. Reprodução do Correio do Povo.

segunda-feira, junho 17, 2019

Arlete Salles faz 77.

Chico Pinheiro faz 66.

Clodovil (Fal. 2009) faria 82.

Rafael Sóbis faz 34

Zinho faz 52.
E no dia de hoje, em 2006, faleceu o humorista Bussunda, às vésperas de completar 44 anos.

domingo, junho 16, 2019

Histórias de "vampiros" que agiam no interior do Rio Grande do Sul não eram lendas

O sangue extraído no Brasil rendia milhões ao ser vendidos para os países de Primeiro Mundo.
As histórias de "vampiros", ou "tiradores de sangue" fazem parte da minha infância rural. Nunca devidamente esclarecida - pelo que sei, nenhum dos "vampiros" foi alguma vez preso pela polícia - a lenda não era lenda coisa alguma e sim a mais clara realidade. Em uma época em que ainda se vendia sangue para os bancos dos hospitais, e sobretudo, clandestinamente, para os países do Primeiro Mundo (que pagavam fortunas) havia sim quadrilhas especializadas em pegar crianças, sobretudo, e extrair-lhes o sangue. Pecorriam os caminhos rurais, geralmente dopavam os pequenos, e lhes tiravam o sangue, às vezes dentro de kombis bem equipadas. Acho que isso merecia, quem sabe, pelo menos um curta metragem ou algo mais. Na época nossos pais nos alertavam para tais estranhos vampiros, e nós nos assustávamos ao falar com estranhos a bordo de carros. Com razão, hoje se vê. Nesta reprodução do Correio do Povo, de 1980, se noticia um dos casos. (V. Minas)

As abelhas, Norman Mailer e os Nus e os Mortos

Norman Mailer, autor de Os Nus e os Mortos.
Como sou consumidor diário de mel, tenho recebido a visita de uma esquadrilha de abelhas em meu apartamento, no quinto andar. Os apoiedeos surgiram de repente, em bando, para minha surpresa e, claro, foram direto ao pote - o que confirma que o meu mel é mesmo mel de verdade. Neste momento há um grupo delas fazendo zoada em minha cozinha, uma convivência pacífica e respeitosa entre seres vivos. Ficam muito à vontade e fazem incríveis evoluções aéreas, misto de vôo de caças e de helicópteros. Tanto bater de asas exige, acredito, muitas calorias, algo que o mel fornece. Como elas próprias fabricam esse incrível produto da Natureza, considero naturalment
e que têm todo o direito a estar aqui e desfrutar da minha hospitalidade. Admiro muito a espécie, que faz tão bem à Humanidade e, ao mesmo tempo, sabe defender-se e atacar com ferocidade, à custa da própria vida, já que morrem horas depois - o ferrão está na barriga e as faz eviscerar.
A propósito disso, lembrei do livro Os Nus e os Mortos, de Norman Mailer, em que descreve a sua experiência de soldado na Segunda Guerra Mundial - um grande livro de guerra. Em um dos trechos, o autor conta - ele lutava contra os japoneses no front do Pacífico - uma batalha renhida contra os orientais. Os americanos estavam, a duras penas, conseguindo tomar uma colina defendida pelos inimigos quando, quase no momento da vitória final, aconteceu um fato surpreendente: foram atacados por um grupo de vespas e tiveram de bater vergonhosamente em retirada... Como as vespas e as abelhas são aparentadas, entendi bem a situação. As minhas abelhas, até agora, têm apresentado um comportamento pacífico e assim continuará da minha parte. Só uma observação final: o que os veganos têm contra as abelhas?, já que não consomem nem sequer o mel desse bichinho adorável. Se eu fosse abelha, desprezaria todos os veganos que desprezam o saudável mel e iria dar um cravaço neles, daqueles bem doloridos. Pra quê tal radicalismo ideológico-alimentar, meu bom José? (Vitor Minas)

Aniversariantes do dia 16 de Junho

Ivan Lins faz 74.

Ariano Suassuna (fal. 2014) faria 92.

Ticiane Pinheiro faz 43.

Paulo Cézar Lima (Caju) faz 70.

Débora Nascimento faz 34.

Simaria faz 37.
O Maracanã faz 69 anos.