terça-feira, abril 22, 2008

Itaboraí: empresa fez o que a Prefeitura negou

A rua Itaboraí, uma das mais longas, senão a mais longa do Botânico, completou um ano de abertura total: aquela parte que era uma simples picada, atrás do Supermercado Gecepel, foi finalmente aberta e asfaltada.
Ficou uma beleza, e mudou totalmente a paisagem, fazendo, inclusive, que muitas pessoas que tinham receio de passar ali à noite hoje o façam sem maiores receios. O fluxo de pedestres e de veículos simplesmente se multiplicou.
Curioso isso: o Poder Público, leia-se Prefeitura, nunca foi capaz de realizar essa simples obra, colocada até no Orçamento Participativo e no entanto nunca levada a termo. Com cerca de dois bilhões de reais de orçamento (o que é uma grana considerável), a nossa Prefa sempre negou fogo. No entanto bastou a construtora Rossi (que nem é gaúcha e sim paulista) iniciar a construção de dois grande edifícios residenciais (mais de 200 apartamentos, 18 andares cada torre), que vão da Felizardo até a divisa com a Itaboraí, para que o problema fosse solucionado. Em apenas dois dias, tudo foi feito, e sem alarde. Beleza.
Para quem não lembra, ou não sabe, a abertura da Itaboraí, ligando a parte baixa à parte alta do bairro, era uma das mais antigas reivindicações da comunidade local. No início dos anos setenta, quando o Botânico ainda tinha chácaras, faltava água, havia inundações e lamaçais constantes, e o condomínio Felizardo Furtado sequer estava em construção, já se pedia isso. Para ver que quando a iniciativa privada põe as mãos em alguma coisa, esta vai pra frente. Claro que quem lucrou com isso foi também, e principalmente, a Rossi. Mas é aquilo que a gente sabe por experiência: quando entra dinheiro em jogo, as coisas mudam de figura. Foi assim com a construção do Shopping Bourbon, dez anos atrás, obra que deu o grande impulso desenvolvimentista ao Botânico.
O grupo Zaffari - como contrapartida social exigida pela Prefeitura - recapeou por sua conta as ruas do bairro, que melhorou muito de aspecto. Também sinalizou as ruas, plantou árvores e, com sua arquitetura peculiar, embelezou a esquina da Guilherme Alves com a Ipiranga.
Ao contrário do nosso vizinho Partenon, ou mesmo da Glória (onde, dizem, há uma caveira de burro enterrada), logo ali, o Jardim Botânico vive um surto de progresso e está se transformando não só em uma respeitável zona residencial como também ganha gradativamente muitas empresas prestadoras de serviço. E, cá prá nós, é um bairro realmente privilegiado em termos geográficos; estamos perto do centro, temos a Terceira Perimetral nos ligando de Sul a Norte, temos amplas áreas de lazer (ESEF, Jardim Botânico), um shopping com mais de 50 lojas, um supermercado aberto até à meia-noite e oito bons cinemas, um hospital de primeira, um CTG (o histórico 35) com churrascaria, uma galeteria conceituada, motel, postos de gasolina, diversas linhas de ônibus e estamos quase ao lado da PUC. Como se não bastasse, o teatro da AMRIGS, no lado de lá da Ipiranga, é, hoje, um dos melhores da cidade.
É, pessoal, a velha Vila São Luís, antiga Vila Russa, estagnada durante muito tempo - terra de chacareiros, de humildes funcionários públicos, de casinhas de madeira, de plantações de agrião e de flores - está mesmo com tudo.
(ConselheiroX)

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