domingo, julho 27, 2014

28 de julho: os 64 anos dos desastres do Constellation da Panair e do Lodestar que matou Salgado Filho




Sessenta e quatro anos atrás, em meio a um inverno chuvoso e frio, logo depois da grande fracasso na Copa do Mundo que acontecera no Brasil, o Rio Grande do Sul viveria uma das mais tristes semanas da sua História - os acidentes do Constellation da Panair do Brasil, no Morro do Chapéu, nas proximidades de Porto Alegre, e o desastre do avião Lodestar da SAVAG (empresa aérea gaúcha, com sede em Rio Grande), matando 61 pessoas - grande parte delas integrante da nata da alta sociedade rio-grandense.
   No início da noite de sexta-feira, 28 de julho, o moderníssimo Constellation (o mais luxuoso avião de carreira que operava nos céus brasileiros) chocou-se contra a ponta rochosa do Morro do Chapéu, em Sapucaia do Sul, matando na hora 51 pessoas, incluindo famílias inteiras. Menos de 48 horas depois, em São Francisco de Assis, na tarde de domingo, a aeronave que conduzia Joaquim Pedro Salgado Filho para a estância do Itu, onde iria conferenciar com Getúlio Vargas (iniciava-se a campanha eleitoral que conduziu Vargas de volta ao palácio do Catete, desta vez pelo voto), chocou-se contra árvores em uma colina, matando seus dez ocupantes.
As duas tragédias aéreas chocaram o Rio Grande do Sul e alteraram radicalmente o panorama eleitoral, uma vez que o senador Salgado Filho (o primeiro ministro da Aeronáutica do Brasil, em 1941) era agora candidato ao palácio Piratini pela coligação liderada pelo PTB e mostrava-se franco favorito ao cargo de governador.
Os céus do Rio Grande se cobriram de luto, como disseram os jornais, que se encheram de convites fúnebres envolvendo nomes como Rotfuchs, Berta, Maisonave, Maia Filho e outras famílias da sociedade gaúcha, a grande maioria voltado do Rio (de onde partira o Constellation pilotado pelo célebre comandante Edu) depois de assistir à final da Copa do Mundo no Maracanã.  Ele deveria pousar no único campo de pouso capaz de suportar o seu peso, o da Air France, em Gravataí. O piloto tentara aterrissar, sem sucesso, por três vezes, mas as condições climáticas e a presença de fortes nuvens fizeram que decidisse voltar ao Rio, de onde partira três horas antes. O avião colidiu contra o alto do morro, explodindo e matando todos a bordo. Se tivesse conseguido subir mais seis ou sete metros, a aeronave não teria esse destino.
Os jornais da época - especialmente o Correio do Povo e o Diário de Notícias rodaram sucessivas tiragens, relatando as duas tragédias que marcaram de forma indelével a história do Rio Grande do Sul. Salgado Filho, de 62 anos, daria seu nome ao aeroporto de São João, o terceiro mais movimentado do País, num período em que o Brasil contava com mais de cinquenta empresas aéreas, muitas delas tão minúsculas e improvisadas que quebraram logo depois. Eram - como o caso do Lodestar da SAVAG - sobras de guerra norte-americanas, adaptadas aos vôos civis de passageiros. VER MAIS A RESPEITO NESTE BLOG, em arquivo.

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