domingo, junho 16, 2019

As abelhas, Norman Mailer e os Nus e os Mortos

Norman Mailer, autor de Os Nus e os Mortos.
Como sou consumidor diário de mel, tenho recebido a visita de uma esquadrilha de abelhas em meu apartamento, no quinto andar. Os apoiedeos surgiram de repente, em bando, para minha surpresa e, claro, foram direto ao pote - o que confirma que o meu mel é mesmo mel de verdade. Neste momento há um grupo delas fazendo zoada em minha cozinha, uma convivência pacífica e respeitosa entre seres vivos. Ficam muito à vontade e fazem incríveis evoluções aéreas, misto de vôo de caças e de helicópteros. Tanto bater de asas exige, acredito, muitas calorias, algo que o mel fornece. Como elas próprias fabricam esse incrível produto da Natureza, considero naturalment
e que têm todo o direito a estar aqui e desfrutar da minha hospitalidade. Admiro muito a espécie, que faz tão bem à Humanidade e, ao mesmo tempo, sabe defender-se e atacar com ferocidade, à custa da própria vida, já que morrem horas depois - o ferrão está na barriga e as faz eviscerar.
A propósito disso, lembrei do livro Os Nus e os Mortos, de Norman Mailer, em que descreve a sua experiência de soldado na Segunda Guerra Mundial - um grande livro de guerra. Em um dos trechos, o autor conta - ele lutava contra os japoneses no front do Pacífico - uma batalha renhida contra os orientais. Os americanos estavam, a duras penas, conseguindo tomar uma colina defendida pelos inimigos quando, quase no momento da vitória final, aconteceu um fato surpreendente: foram atacados por um grupo de vespas e tiveram de bater vergonhosamente em retirada... Como as vespas e as abelhas são aparentadas, entendi bem a situação. As minhas abelhas, até agora, têm apresentado um comportamento pacífico e assim continuará da minha parte. Só uma observação final: o que os veganos têm contra as abelhas?, já que não consomem nem sequer o mel desse bichinho adorável. Se eu fosse abelha, desprezaria todos os veganos que desprezam o saudável mel e iria dar um cravaço neles, daqueles bem doloridos. Pra quê tal radicalismo ideológico-alimentar, meu bom José? (Vitor Minas)

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